El paro registrado aumenta en 79.154 personas en octubre
Se trata del menor repunte del desempleo en octubre desde 2010
Suben en 28.817 los afiliados a la Seguridad Social
Até parece que a economia está fora da realidade, que tem vida própria como um ente da natureza. O vento sopra independente da intervenção humana. A economia é fruto, para o bem e para o mal, das decisões que os governantes tomam. Quando a economia vai mal, a Folha diz: PIBinho da Dilma. Quando vai bem, não tem pra ninguém. É evento que acontece espontaneamente.
Num cenário internacional de crise, o Brasil tem mantido uma taxa de desemprego de 6%, considerado como de pleno emprego. Há uma diferença oceânica, por exemplo, com a Espanha, onde o desemprego ainda beira os 27%. Sem contar que outros países chamados de primeiro mundo estão também com crescimento inferiores ao Brasileiro. E tudo mantido com aumentos reais de salários. É isso que tanto magoa Armínio Fraga, que ataca valorização do salário mínimo e já prevê arrocho nas contas caso Aécio Neves seja eleito.
Choque de gestão é isso aí, o resto é conversa toxicômano.
A pergunta que não quer calar: É a economia que ajuda Dilma ou foi a gestão da Dilma que melhorou a economia?
Pesquisa Datafolha mostra que só 31% acham que inflação irá subir, o patamar mais baixo registrado desde 2007
Levantamento desta terça mostra que a petista mantém 52% das intenções de voto ante 48% de Aécio
DE SÃO PAULO
O mercado financeiro, a maioria dos economistas e alguns organismos internacionais podem estar muito pessimistas com a economia do país em 2015. Mas os brasileiros em geral estão na contramão desse sentimento, o que ajuda a explicar o aumento da aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) e sua reação na corrida pela reeleição.
O exemplo mais eloquente disso é o da inflação. Pesquisa Datafolha realizada nesta terça (21) mostra que a expectativa de aumento dos preços desmoronou para o patamar mais baixo da série do instituto, desde 2007.
Em abril, no momento de maior pessimismo, 64% achavam que a inflação iria aumentar. No fim de setembro, 50% continuavam esperando o pior. Agora, apenas 31% acreditam nisso.
No sentido oposto, a esperança de queda da inflação também é recorde. Para 21%, o índice irá diminuir.
Ao opinar sobre desemprego, poder de compra, situação econômica do país e a própria situação, a tendência é a mesma: otimismo crescente, pessimismo cadente.
Os dados da corrida eleitoral do Datafolha desta terça são quase idênticos aos da pesquisa da segunda, um dia antes. Em votos válidos, Dilma registrou 52%; Aécio Neves (PSDB), 48%. Empate técnico no limite máximo da margem de erro, de dois pontos.
Em votos totais, Dilma oscilou de 46% para 47%, Aécio manteve os 43%. Brancos e nulos foram de 5% para 6%; indecisos, de 6% para 4%.
A explicação para o aumento do otimismo pode ser a própria campanha eleitoral. Inclusive a de Aécio.
Isso porque tanto a maioria dos eleitores da petista quanto a maioria dos adeptos do tucano apostam que seus respectivos candidatos irão vencer. Então, naturalmente, todos tendem a crer que o próximo presidente terá condições de promover melhorias.
Entre os que votam em Dilma, 82% acham que ela será reeleita. No grupo dos que votam em Aécio, 78% acham que o vencedor será ele.
O descompasso com as perspectivas econômicas parece grande. Depois de entrar em recessão entre janeiro e junho, a economia teve leve recuperação em julho e agosto, mas nada que altere a previsão de que o PIB deve crescer perto de 0,3% neste ano.
Já a inflação, que havia perdido fôlego entre junho e agosto, voltou a acelerar em setembro, com aumento dos preços dos alimentos. O aumento do custo de vida superou o limite fixado pelo próprio governo e está em 6,75%.
Nos segmentos sociais, a pesquisa confirmou avanços de Dilma entre as mulheres (de 42% para 47% desde o dia 9), no grupo dos que recebem entre dois e cinco salários mínimos (de 39% para 45% desde o dia 15) e no Sudeste (de 34% para 40% desde o dia 9).
Também detectou um forte aumento do interesse pela disputa: 50% dizem ter "grande interesse" pela eleição (no fim de agosto, eram 39%).
Combinado com o acirramento da disputa, isso torna o último debate ainda mais importante. O encontro da TV Globo será na próxima sexta.
O Datafolha ouviu 4.355 eleitores.
(RICARDO MENDONÇA E MARIANA CARNEIRO)
Assim não dá mais, vou pra Miami! O Brasil está com um crescimento acima da Alemanha (0,2%). Não bastasse ter pago tudo o que FHC tomou emprestado do FMI, Brasil passou a emprestar para o FMI, e, oh crueldade, com os BRICs, criou um banco. Agora, contra tudo o que os Goebbels da direita hidrófoba vem repetindo, o Estadão diz que também a dívida pública vem caindo. Ora, é muita pretensão não ter de tirar os sapatos pra entrar nos EUA! Oh, Miami, tô indo!
LAÍS ALEGRETTI E VICTOR MARTINS – AGÊNCIA ESTADO
25 Setembro 2014 | 14h 37
O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,17% em agosto (o equivalente a R$ 3,64 bilhões), atingindo R$ 2,16 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 25, pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 2,17 trilhões.
A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 15,17 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,33% e fechou o mês em R$ 2,07 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,53% maior, somando R$ 94,42 bilhões em agosto.
Títulos. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, classificou como "um volume bom de emissão" os R$ 52,28 bilhões emitidos pelo Tesouro Nacional em agosto. Os resgates, por sua vez, somaram R$ 71,10 bilhões, o que resultou num resgate líquido de R$ 18,81 bilhões.
Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto. A participação dos investidores estrangeiros no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu de 18,52% em julho para 18,80% em agosto, somando R$ 390,16 bilhões, segundo os dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 385,67 bilhões.
Tesouro Direto. O Tesouro Direto chegou a 419,037 mil investidores cadastrados em agosto. "O Tesouro atribui isso, mais uma vez, ao crescente conhecimento dos investidores sobre essa opção e ao reconhecimento do programa como opção de investimento segura e rentável. A rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto foi bastante expressiva", disse Garrido. No mês passado, o Tesouro Direto emitiu R$ 380 milhões. Os resgates somaram R$ 223,74 milhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 156,41 milhões.
Que coincidência, todas as agências de risco são dos EUA… E tem tanta credibilidade quanto aquela informação de que o Iraque tinha armas de destruição em massa… Pior, são tão competentes que não conseguiram prever a quebra dentro de casa. Afinal, a crise de 2008 começou pelos EUA e se alastrou pela Europa e continua provocando vítimas. Será que a Moddy’s ameaçou a Alemanha agora que foi divulgado que o PIB daquele país está em 0,2%.
Agência com nome de absorvente só poderia absorver e divulgar o que é bom para seus clientes. Esta aí um bom exemplo do mau exemplo fornecido pela parceria da Rede Globo com o Rubens Ricúpero, via Parabólica… “O que é ruim a gente aumenta, o que é bom a gente esconde”.
Ação pode implicar em aumento do custo da dívida do país, de estatais e de empresas brasileiras no exterior
Mesmo se mudança for confirmada, país ainda manteria o grau de investimento, selo de bom pagador de dívida
TONI SCIARRETTADE SÃO PAULO
A agência americana de classificação de risco Moody’s ameaçou rebaixar a avaliação do Brasil, uma ação que, se for confirmada, pode implicar em um aumento sensível do custo de financiamento no exterior do governo e das empresas estatais, além de bancos e empresas.
Os motivos para a revisão, que ocorre a menos de um mês do primeiro turno da eleição presidencial, são o baixo crescimento da economia, o abalo na confiança do investidor e a deterioração das contas do governo.
Tecnicamente, a Moody´s manteve a nota "Baa2" (considerada mediana), mas colocou em perspectiva negativa, o que a coloca mais perto de um rebaixamento.
Com a reavaliação, foram colocadas em perspectiva negativa as notas de 22 empresas e bancos –entre eles BNDES, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco– que têm as avaliações diretamente referenciadas na nota do país.
Mesmo se forem rebaixados, o país e as empresas continuariam com o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador. Estariam, porém, a um passo de se tornar "grau especulativo", de alto risco de calote.
Apesar das críticas aos erros das agências de risco, principalmente no pico da crise global, em 2008, essas avaliações ainda servem de parâmetro para grande parte do mercado internacional.
Suas avaliações, porém, pesam nas decisões de investidores e tendem a causar impacto no dólar e na Bolsa.
A rival Standard & Poor´s reduziu em março a nota do Brasil, que está no limite de se tornar grau especulativo.
A terceira grande agência, Fitch reafirmou em julho a nota do país, que segue no segundo passo do grau de investimento. "Revisamos constantemente as avaliações e poderemos alterá-las se houver mudança material nos indicadores", disse Shelly Shetty, chefe de risco da Fitch para a América Latina.
Foi a segunda vez que a Moody’s mexeu na perspectiva da nota do país em menos de um ano. Em outubro de 2013, mudou a perspectiva de positiva para estável.
Mauro Leos, responsável na Moody’s por avaliar o Brasil, dissera em março que não haveria rebaixamento antes da eleição. Afirmara, na ocasião, que o processo eleitoral limita a ação do governo ao ajustar políticas públicas.
ESTAGNAÇÃO
A decisão da Moody’s ocorre após a divulgação, no fim do mês passado, de que a economia encolheu nos dois primeiros trimestres deste ano. A projeção dos analistas é que o PIB do Brasil cresça 0,48% em 2014.
Para a Moody’s, o país tem pouco espaço para retomar o crescimento potencial de 3%. A previsão da agência é de avanço inferior a 1% em 2014.
A Moody’s cita a deterioração acentuada da confiança na economia e aponta a formação bruta de capital, componente do PIB que mede investimento em máquinas e na expansão dos negócios.
O índice caiu a 16,5% do PIB, o pior desde 2006 e algo que a agência americana afirma ser discrepante entre países similares.
"Os níveis fracos de confiança do empresariado e do investimento irão impor obstáculos à recuperação", disse Leos, em nota. O crescimento baixo, afirmou, desafia a arrecadação e dificulta gerenciar os gastos públicos.
A Globo escala seu poodles para atacar o governo por qualquer motivo, ou mesmo sem motivo. Não bastasse isso, escolhe a dedo os mais mal educados para entrevista Dilma. Levaram o troco, Dilma não foi festa pobre desta gente indecente nem deixou recado. O que o JN queria era aumentar a audiência com mais uma entrevista-cão!
O caráter da Rede Globo pode ser medido pela ousadia de querer patrulhar o poder judiciário. Quando o governo institui política de cotas, o responsável pelo jornalismo do Grupo Globo, Ali Kamel publica um livro inacreditável: “Não somos racistas”. E Ali Kamel fez escola entre seus subalternos. Na RBS, Cacalo e Paulo Santana negam que racismo seja racismo.
Há uma explicação muito simplória para a queda de audiência da Rede Globo: ela já não tem mais o monopólio pois a internet desmente na hora todos seus factoides.
De agosto de 2010, quando a propaganda eleitoral também tomava 50 minutos após o Jornal Nacional, afetando sua duração e o sanduíche com a novela das 9, o noticiário mais visto do País caiu de 29,8 para 22,7 pontos em agosto passado. É uma queda de 24% de audiência na Grande São Paulo. Já em agosto de 2011, o JN recuperou parte do bolo, chegando a 34 pontos, mas voltou a cair em 2012 (27,7), época de horário eleitoral municipal, e mais um pouco em agosto de 2013 (27), sem eleição alguma. Em boa parte, a queda reflete o zapping para a TV paga, único nicho que mostra crescimento significativo no período.
Rancho fundo. Filhos de Chitãozinho e Leonardo, respectivamente, Aline Lima e Pedro Leonardo percorreram a rota de 300 cidades cobertas pela EPTV para a série Rota 35, que celebra 35 anos da rede retransmissora da Globo no interior paulista e sul mineiro.
Rancho fundo 2. Rota 35 vai ao ar dentro do Caminhos da Roça (sábados, às 8h30), pelas emissoras da EPTV. A região abrange Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto e Varginha. A dupla fez mais de 2 mil quilômetros em 17 dias.
Quando sai o resultado do PIB, duvido que a velha mídia alemã faça como os grupos mafiomidiáticos daqui. A nossa torcida pelo fracasso é tão grande que mesmo num período de recessão mundial em que o Brasil tem mantido pleno emprego sem redução dos salários, a velha mídia preferiu ficar o tempo todo torcendo contra o Brasil.
Tivéssemos uma mídia decente, e menos empresários com Complexo de Vira-lata e certamente estaríamos melhor. A luta dos governos Lula e Dilma não foi apenas para melhorar a vida do povo brasileiro, principalmente dos mais necessitados, mas para melhorar a nossa autoestima. Conseguiu uma, mas perdeu a outra batalha. A velha mídia conseguiu a mesma proeza da Igreja Católica. Infelizmente, a Religião Católica conseguiu incutir mais medo do Inferno do que desejo de chegar ao Céu. A direita brasileira conseguiu demonizar a esquerda, sem nos convencer de algo melhor para colocar lá. Contra o PT, qualquer coisa. É isso que vejo em pessoas bem próximas que vivem condenado o PT sem nunca se exporem em defenderem algo. É a mesma ideologia da igreja católica, destruir pelo medo sem nos convencer de que têm algo melhor a oferecer.
O fundamentalismo que vem com o pentecostalismo também é culpa da Igreja Católica. Não há diferença entre o fundamentalismo religioso da Igreja Universal e o ódio de classe da manada que segue a velha mídia. Ambos têm origem na incapacidade de usar o cérebro. Pagar o dízimo para um Pastor ou abrir mão de ter um país melhor só para derrotar o PT são fruto de uma mesma árvore, a ignorância.
Apesar do desempenho positivo, ano apresenta perda acumulada de 2,8% e analistas não esperam retomada
Alta atingiu 20 dos 24 setores pesquisados; informática e eletrônicos tiveram maior crescimento
PEDRO SOARESDO RIO
Passados cinco meses de queda, a indústria do país esboçou uma retomada e cresceu 0,7% em julho, em relação a junho –mês em que a produção caiu 1,4%–, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Embora positivo, o número de julho não compensa a perda acumulada neste ano (2,8%), e os sinais à frente também não são alentadores, na avaliação de economistas.
Para André Macedo, gerente do IBGE, os resultados de julho foram turbinados por uma recuperação "natural" após cinco meses de fraca produção. Não se sabe ainda, diz, se haverá retomada.
"O que vemos é um quadro de espalhamento do crescimento da indústria, que ocorre após um longo período de baixa. Outro fato é que tivemos um julho mais gordo’, com mais horas destinadas à produção."
Parte significativa do crescimento da atividade em julho veio do maior número de dias úteis naquele mês, em relação ao mês anterior. Embora a Copa do Mundo tenha ocorrido nos dois meses, em junho o efeito do torneio sobre a produção foi maior, porque houve mais feriados.
Na visão de analistas, a indústria deverá manter um ritmo fraco de atividade até o final deste ano, já que não há mudança do cenário atual da economia brasileira à vista.
Macedo afirma também que a indústria ainda sofre com a maior concorrência de importados, crédito em condições menos favoráveis, juros maiores e consumo em desaceleração.
Para Thaís Marzolla Zara, da Rosenberg & Associados, a leve alta de julho não "altera o quadro ruim" da indústria. "A única boa notícia", pondera, é houve uma redução de estoques tanto em junho quanto em julho. Isso aponta "para um segundo semestre um pouco melhor".
SETORES
A discreta retomada em julho decorreu especialmente do bom desempenho dos chamados bens duráveis, com alta de 20,3%, a maior desde janeiro de 2009.
A categoria foi impulsionada pelo aumento da produção de veículos –após meses de fraco dinamismo, demissões e férias coletivas em montadoras.
Também ajudou no desempenho do mês a retomada da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos na produção de bens, na infraestrutura e na oferta de serviços, como transporte).
A categoria apresentou alta de 16,7%, o melhor resultado desde janeiro deste ano.
Pelos dados do IBGE, a alta em julho foi generalizada: 20 dos 24 setores pesquisados produziram mais do que em junho.
De um mês para outro, os destaques positivos ficaram com informática e eletrônicos (44,1%), veículos (8,5%) e outros equipamentos de transporte (31,3%) –os dois últimos foram puxados por automóveis e motos, respectivamente.
Já as quedas mais expressivas foram registradas por alimentos (6,3%) e refino de petróleo e álcool (2,6%) –esse sob impacto da parada de refinarias da Petrobras por causa de acidentes e para a realização de operações de manutenção.
Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição!
Gilberto . – dom, 31/08/2014 – 09:12 – Por Gilberto
O artigo é de alguns meses atrás, mas nunca é tarde para voltar a usar a razão…
Com mais razão ainda, no dia em que a verdade começa a se restabelecer.
De O Globo de 25/03/2014
Maria da Conceição Tavares: ‘Ninguém come PIB, come alimentos’
Mesmo com o atual crescimento baixo, desemprego e renda não pioraram, diz economista
Por Cássia Almeida
Quais foram os erros da política econômica do regime militar?
O erro foi um modelo que persegue o crescimento a qualquer custo, à custa da classe trabalhadora, do bem-estar social, coisa criminosa. Foi uma maravilha crescer, mas cresceu aleijado, não é ideia muito boa. É melhor não crescer muito e não aleijar. Não fazer da maneira desvairada, agressiva como fizeram. Com crédito ao consumo, ao consumo de luxo das classe altas, houve perda salarial fortíssima.
O que ficou de herança da política daquela época?
Sobrou uma industrialização mais branda. As décadas de 80 e 90 foram muito ruins. Em 90, com neoliberalismo, vivemos um período de desindustrialização. Só voltamos a crescer com Lula, mas não no mesmo patamar, mas com um programa de distribuição de renda, com salário mínimo subindo acima da média, previdência, Bolsa Família, uma porção de políticas sociais para combater a pobreza, para melhorar a distribuição. E melhorou. O Coeficiente de Gini (indicador de concentração de renda) voltou aos níveis dos anos 60. Nesse sentido não é um modelo só desenvolvimentista, é um modelo social. Uma tentativa de fazer tardiamente um modelo de estado de bem-estar social.
A concentração de renda aumentou durante o regime…
O grosso do aumento da concentração foi no regime militar. Mas é claro que a crise da dívida externa nos anos 80 e o baixíssimo crescimento e o neoliberalismo dos anos 90 não ajudaram nada. Continuou concentrando. O regime concentrava com crescimento, o emprego crescia. Nas décadas de 80 e 90, não. Teve aumento do desemprego, coisa que agora também não tem. Além de política de salário, tem uma política de emprego.
Há críticas que a política industrial atual seria semelhante à do regime?
Não se assemelha em nada. Era um período de industrialização pesada, forte. Não estamos num período de industrialização pesada. Estamos investindo em infraestrutura basicamente.
E a escolha de campeões nacionais? Está dando certo?
Não acho uma maravilha de ideia. Muito praticada na Coreia, no Sudeste da Ásia. Não tenho certeza se está dando certo. Uma coisa é falar, outra coisa é provar. Se ocorreu, não tenho dado nenhum para afirmar. A oposição tem que pesquisar e botar os números. Fica tudo no gogó. De qualquer maneira, é uma concentração de capital, sem dúvida.
Com a crise de 2008, o neoliberalismo sofreu um golpe, não?
O que aplicaram foi um modelo ultraliberal. Não acho que o neoliberalismo esteja morto. Estou sempre na defensiva nesse particular. Os porta-vozes estão aí, cada vez falam mais alto.
O Brasil cresce pouco…
A crise (global de 2008) bateu aqui em 2009. Em 2010 o crescimento já tinha retomado, mais instável e mais brando. O crescimento não está essa Brastemp, mas não piorou o emprego, nem a distribuição de renda, o que para mim é o essencial. Ninguém come PIB, come alimentos.
Há analistas que chegaram a defender mais desemprego para combater a inflação…
Imagina, é um absurdo! O governo está combatendo a inflação da melhor forma que pode. Aumentar o desemprego para combater a inflação… Vou te contar, é pior que o Fundo Monetário. Não leio mais economia para não me aborrecer. É um festival de besteira. Não acho que inflação passe da meta. Não vejo pressão inflacionária, a não ser que tenha uma grande desvalorização. Mas não creio. O difícil é saber o que vai acontecer com a economia mundial, que sempre dá reflexo aqui. Não dá para ser ultraotimista, nem ultrapessimista. Estou moderadamente otimista.
Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição! | GGN
A economia na Tempos da Cólera direitista… De repente, pararam as comparações com outros países. Perderam os parâmetros. Antes já teriam perdido, se a tivessem, a educação.
La economía de la zona euro se estanca
El deterioro de la actividad en Alemania e Italia y la parálisis de Francia frenan el avance del PIB
España y Holanda despuntan con crecimientos del 0,6% y el 0,5%
Ignacio Fariza Bruselas 14 AGO 2014 – 12:04 CEST55
EL PAÍS
La economía europea aborta el despegue. La eurozona volvió a estancarse y registró un crecimiento nulo entre abril y junio en relación al primer trimestre del año, cuando había avanzado un 0,2%, según los datos hechos públicos este jueves por la oficina estadística europea. La desaceleración del club de países que comparten divisa única también es evidente en términos interanuales, con un débil crecimiento del 0,7%, dos décimas por debajo del anterior registro. Esta ralentización de la eurozona se trasladó al conjunto de la Unión Europea (UE): los Veintiocho volvieron a dar un paso más en su aproximación al crecimiento cero y cerraron el segundo trimestre con un exiguo alza del 0,2%, una décima menos que en los tres primeros meses del año.
La vuelta a terreno negativo de Alemania, gran motor europeo, (-0,2%), el estancamiento ya secular de Francia (0%) y el inesperado retorno de Italia al rojo (-0,2%) son los principales factores de este parón, imprevisto de calado en la hoja de ruta de los Gobiernos europeos y del propio Ejecutivo comunitario. Y hay más. La creciente tensión entre Bruselas y Moscú —guerra comercial mediante— y la debilidad de la inflación —que crece a su menor ritmo desde 2009—, dan argumentos sólidos a aquellos que reclaman al Banco Central Europeo (BCE) más estímulos.
Letonia registró una expansión del 1% y Reino Unido, con el 0,8%, se afianza como la gran locomotora
Las malas noticias en el corazón de la eurozona, convertido en el gran lastre del crecimiento europeo en el segundo trimestre del año, solo encuentran motivos para el optimismo en la tímida recuperación de la economía holandesa —que rebotó un 0,5% tras caer un 0,4% entre enero y junio—, y ya se dejan sentir en el panel de expertos del BCE, que este mismo jueves ha reducido su previsión de crecimiento anual para la zona euro hasta el 1%.
En la periferia, la zona que más ha sufrido el azote de la peor crisis económica desde el fin de la Segunda Guerra Mundial y que ahora parecía levantar cabeza, solo España y Portugal (0,6% al alza, repectivamente) destacaron positivamente. La nota negativa la deja Chipre, que prolonga su particular penuria con una caída del 0,3% y cuatro trimestres consecutivos en rojo. Ni Irlanda, ni Portugal, que completan el cuadro de grandes damnificados por un shock que dura ya seis largos años, han presentado aún sus datos de crecimiento con criterios comparables respecto al resto de socios comunitarios.
El faro de la economía europea —una constante en los últimos trimestres— es Reino Unido, que creció un 0,8% y se consolida como locomotora única de una UE estancada, y, en menor medida, los países del este: Polonia, pese a la desaceleración, crece un 0,6%; Lituania continúa en el 0,7%; Letonia se consolida como la única economía de la UE que puede presumir de crecer a un dígito (1%) y Estonia vuelve al terreno positivo con un alza del 0,5%. Pese a las buenas nuevas, estas economías —por cercanía geográfica y flujo comercial— serán, junto con Alemania, las más impactadas por el conflicto abierto con Rusia, que empezará a dar la cara en el tercer y cuarto trimestre del año.
El estancamiento de la economía de la zona euro y, por extensión, del conjunto de la UE se produce en un momento de precios históricamente bajos. La tasa interanual de inflación de la zona euro, dada a conocer este jueves por Eurostat, cerró julio en el 0,4% —una décima por debajo de junio—. Para encontrar un estancamiento tal de los precios al consumo hay que remontarse a octubre de 2009. Por países, cuatro de los 18 de la eurozona —entre ellos España— se situaron en terreno negativo.
As principais manchetes do caderno Mundo da Folha de São Paulo dão conta da situação econômica em várias partes do Mundo, do México ao Japão, da Europa à China. Estivesse o PSDB no poder, seria desculpa suficiente para passar o pires no FMI. Foi-se o tempo em que uma dor de barriga nos Tigres Asiáticos ou uma diarreia no México abalavam os pilares da economia do Farol de Alexandria.
O desarranjo econômico ao redor do mundo, ninguém duvida, influencia a economia brasileira. Vimos isso em 2008, mas Lula transformou o tsunami que varreu bancos norte-americanos, ingleses, espanhóis, italianos e gregos numa marolinha. Fosse o PSDB, o arrocho, o PDV e outras velhas receitas do FMI teriam sido impostas a golpes de Parabólica…
Quem foi que lucrou com a crise de 2008? O capital especulativo, que frequenta a Bolsa de Valores nas madrugadas, razão pela qual está todo ouriçado com a forte possibilidade de que o PSDB seja varrido da face da terra nestas eleições. A velha receita do FMI, por triste coincidência, está sendo retomada pelo governador do PSDB, Geraldo Alckmin, em São Paulo: USP traça plano de demissão voluntária para amenizar crise
Entendeu ou precise que desenhe?!
Percentual a ser atingido pelo Brasil até 2024 está acima dos gastos de grandes economias mundiais com o setor
Pelos dados da ONU, apenas Cuba, Lesoto, Timor Leste e São Tomé e Príncipe cumpririam novo plano de educação
GUSTAVO PATUDE BRASÍLIA
A meta para o gasto público brasileiro em educação aprovada nesta terça (3) pelo Congresso está bem acima do padrão seguido pelas principais economias mundiais.
Em nenhuma delas as despesas dos governos com o ensino se aproximam de 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
Esse é o patamar a ser atingido pelo Brasil até 2024, de acordo com o texto do Plano Nacional de Educação, que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).
Na base de dados das Nações Unidas, percentuais do PIB de dois dígitos são encontrados apenas em alguns poucos países pequenos.
De 2008 para cá, os exemplos são Lesoto (13%, a maior proporção), Cuba, Timor Leste e São Tomé e Príncipe.
São casos em que as dimensões minúsculas das economias –e, no caso cubano, também as peculiaridades do regime comunista– distorcem as estatísticas.
Entre os países com maior peso na renda mundial, reunidos no G-20, os desembolsos com a educação variam de 2,8%, na Indonésia, a 6,3% do PIB no Reino Unido, de acordo com a ONU.
No Brasil, são 5,8%, um dos maiores percentuais do grupo. Já pela metodologia mais ampla adotada pelo governo, a despesa chegou a 6,4% do PIB em 2012.
PRIORIDADE
A medida da despesa como proporção do PIB indica o grau de prioridade atribuído a uma atividade –em outras palavras, qual a parcela dos recursos disponíveis do país é destinada ao setor.
Se os dados mostram que a fatia da renda brasileira aplicada na educação está entre as mais altas do mundo, isso não significa um padrão de ensino igualmente elevado –afinal, a renda do país é apenas mediana quando dividida pela população.
A França, por exemplo, aplica no ensino um percentual do PIB semelhante ao do Brasil hoje, mas a renda per capita francesa é o triplo da brasileira, considerando o poder de compra das moedas.
Reduzir essa diferença por meio do aumento do gasto total é uma tarefa difícil, mesmo no prazo de uma década.
Um ponto percentual do PIB significa um gasto anual de R$ 52,9 bilhões, mais que o dobro do Bolsa Família; três pontos percentuais superam o dobro da receita da extinta CPMF, o imposto do cheque.
O gasto brasileiro por aluno da rede pública tem crescido rapidamente nos últimos anos, com a ajuda do envelhecimento da população, que diminui o número de crianças e jovens.
Em 2011, o gasto público médio por estudante ficou em R$ 4.916. Trata-se de um aumento de mais de 140% em uma década, em valores corrigidos pela inflação.
Ontem a Folha publicou que o PIB dos EUA teve uma retração de 1%. Em bom português, caíram…
Considerando que se trata, segundo nossos vira-latas, de um país de primeiro mundo, com economistas, governos e povo de primeiro mundo, como admitir que não consigam crescer, eles que são tão inteligentes e melhores do que nós?! Pior, eles nem podem botar a culpa na Copa ou José Genoíno…
A mesma matéria dizia que economistas tipo primeiro mundo, do mundo civilizado, esperava uma contração de apenas 0,5%. Significa que os economistas made in USA, sonho de todo vira-lata tupiniquim, erraram na previsão em … 50%. Será que os jornais e colonistas ianques falam em PIBinho?! Será que por lá a oposição também torce pelo quanto pior, melhor? Duvido que a oposição de lá seja turbinada pelas velhas mídias e se envolva com helicópteros cheios de cocaína…
Só para refrescar a memória (de quem tem), quando soprava vento nos Tigres Asiáticos, FHC(1997-98) passava o pires no FMI. Se no México (1995) usavam um pouco mais de milho para tratar seus porcos, o Brasil do prof. Cardoso contraía o mal de Montezuma…
O Brasil ainda não é o que gostaríamos que fosse, mas estaria muito melhor se não tivéssemos tanta gente com o Complexo de Vira-lata…
No primeiro trimestre, economia brasileira cresceu 0,2% sobre o trimestre anterior; indústria teve terceira queda
Juros mais altos, crédito mais restrito e cenário de insegurança com ano eleitoral fazem encolher os gastos privados
PEDRO SOARESSAMANTHA LIMADO RIO
Motor do PIB na última década, o consumo das famílias demonstrou seu esgotamento no resultado do primeiro trimestre, anunciado nesta sexta-feira (30): caiu 0,1% em relação a igual período de 2013, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2011.
Tolhido por inflação em alta e menor vigor no mercado de trabalho, o consumo foi afetado ainda pelo crédito mais caro e restrito.
Os juros mais altos, que ajudaram a retrair as compras, também afetaram os investimentos das empresas. A queda foi de 2,1% tanto na comparação com o quarto trimestre quanto em relação aos três primeiros meses de 2013 –resultado mais fraco em dois anos.
Como resultado, o PIB –uma medida de crescimento da economia nacional– se expandiu 0,2% de janeiro a março –em linha com as previsões médias do mercado. Sobre o primeiro trimestre de 2013, o avanço foi de 1,9%.
O cenário à frente não é animador: a confiança de empresários e consumidores está nos níveis mais baixos desde a crise global de 2009.
Após o resultado, analistas revisaram projeções para baixo. Creem agora numa expansão mais perto de 1% do que de 2%.
A FGV estima algo próximo de 1,5%. "O PIB neste ano manterá o padrão de voo de galinha, mas numa decolagem ainda mais baixa", diz Vinícius Botelho, da FGV.
Trata-se de um baixo crescimento para um país ainda em desenvolvimento, que precisa aumentar a renda per capita de sua população.
No primeiro trimestre, dentre 29 países que já divulgaram dados, o Brasil ficou em 21º. Até o Japão, estagnado há mais de uma década, cresceu mais.
INVESTIMENTOS
A queda dos investimentos é um dos fatores que indicam um vigor menor da economia nos próximos trimestres, porque é por meio deles que as empresas ampliam sua capacidade produtiva e que o país expande sua infraestrutura.
A deterioração revelada no primeiro trimestre deste ano decorre do tombo da construção civil –o setor apresentou a maior retração desde o primeiro trimestre de 2009, auge da crise global.
Inserido na indústria, o segmento ajudou o desempenho do setor a descer ladeira abaixo e acumular três trimestres de contração, o que pode ser considerado uma recessão.
"A indústria vive um momento trágico, e as expectativas são ainda piores", disse o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados.
Para Rebecca Palis, gerente do IBGE, a queda da construção veio em resposta à perda de ritmo de obras de infraestrutura, que caíram apesar das novas concessões públicas (rodovias, portos, aeroportos) e da Copa –cujo pico dos projetos de estádios e melhorias no entorno ficou para trás, em 2013.
Além da construção, a compra de máquinas e equipamentos pela indústria (que integra também o investimento) se enfraqueceu –um sinal de que empresários não esperam mais consumo para seus produtos nem uma retomada breve da produção.
O “Partido do Desastre” do jornalismo econômico
4 de março de 2014 | 08:50 Autor: Fernando Brito
Luciano Martins Costa, em seu Observatório da Imprensa no Rádio, desmonta, peça por peça, o triste papel que o jornalismo econômico brasileiro vem desempenhando.
À semelhança do que ocorre na cobertura política, formou-se uma quase unanimidade: a de que o Brasil está caminhando celeremente para um desastre econômico e que, salvo por uma reversão radical da política econômica – claro que no sentido da adoção das conhecidas práticas neoliberais de juros, arrocho, entrega – não haverá “salvação”.
Formou-se uma espécie de partido hegemônico, quase mesmo partido único: o Partido do Desastre.
E, embora os fatos desmintam isso, esta é uma profecia que influi sobre os agentes econômicos, sobretudo sobre os menos poderosos e equipados para análises econômicas: a população em geral e os empreendedores de menor porte, que passam a contar com uma retração econômica, aumento de preços e redução da demanda.
Os fatos, certamente, são mais fortes que suas versões. Mas as versões são tão uníssonas que acabam, elas próprias, influindo também sobre os fatos.
O inexorável peso dos fatos
Luciano Martins Costa
É manchete nos principais jornais desta sexta-feira (28/2) o resultado da economia brasileira no ano de 2013.
O tom de espanto domina os títulos das reportagens e das análises dos economistas credenciados pela imprensa.
O Produto Interno Bruto cresceu 2,3%, contrariando o canto fúnebre entoado incessantemente pela mídia tradicional até o dia anterior.
O discurso muda subitamente: agora, diz-se que “uma surpresa favorável estancou a piora das expectativas”.
As edições desta véspera de carnaval devem ser guardadas pelos analistas da comunicação jornalística como um caso a ser estudado em futuras pesquisas.
Trata-se da mais deslavada demonstração de irresponsabilidade, para não dizer manipulação criminosa, no exercício dessa que já foi considerada uma atividade luminar da vida moderna.
Ao ver desmentidas pelos números suas próprias adivinhações, a imprensa usa o contorcionismo das metáforas para dizer que, agora, as expectativas catastrofistas não têm sentido.
Ora, mas quem foi que criou essas expectativas, se não a própria imprensa, ao dar abrigo e destaque para as piores previsões disponíveis?
Com exceção de uma minoria de especialistas, que passaram as últimas semanas fazendo penosos malabarismos verbais para não cair na corrente do apocalipse, o conteúdo dos jornais tem induzido os operadores da economia a um estado mental depressivo, que afeta principalmente o setor industrial, mais suscetível ao clima de pessimismo.
Alguns textos acusam o governo atual de haver insuflado no mercado um otimismo exagerado, há três anos, ao projetar taxas de crescimento anuais em torno de 4%.
Acontece que, desde então, a imprensa tem trabalhado no sentido contrário, produzindo um clima que induz a estratégias cautelosas por parte dos investidores.
Ainda assim, note-se, o nível de investimento cresceu 6,3% em 2013, a maior alta desde 2010.
O gráfico apresentado pelo Estado de S. Paulo anota, timidamente, que os investimentos devem crescer mais em 2014, impulsionados pelas obras da Copa do Mundo.
Manipulação e malabarismo
No amplo espectro das causas que compõem os fenômenos complexos, não se pode descartar o efeito do pessimismo da imprensa sobre escolhas de empresários e executivos mais conservadores.
Observe-se que, progressivamente, a predominância de opiniões negativas sobre a economia brasileira se tornou tão hegemônica que alguns autores passaram a usar e abusar de figuras de linguagem para se dirigir a seus leitores, abrindo mão do vocabulário econômico específico.
Interessante notar também que um dos destaques desta sexta-feira é a frase de uma jovem economista muito apreciada pelos jornais, que costuma usar referências literárias para ilustrar suas análises.
Em declaração no Estado de S. Paulo, ela afirma que o desempenho do PIB “vai gerar um choque de realidade sobre a economia do País. O pessimismo não se traduz em recessão ou queda do PIB”, observou.
O leitor atento vai pesquisar suas manifestações anteriores e constata que a economista tem sido uma das mais agressivas ativistas do pessimismo, useira contumaz de ironias.
Note-se também que, mesmo diante da realidade que contraria tudo que vinha publicando, a imprensa se esforça para diminuir o impacto dos fatos sobre suas previsões alarmistas.
Numa página inteira em que analisa sinais de mudança no modelo brasileiro de crescimento, a Folha de S. Paulo apresenta nesta sexta-feira um ranking das economias que mais cresceram, lançando mão de um artifício primário para minimizar a importância do desempenho do Brasil: em dezembro, quando noticiaram estudos sobre mudanças na economia dos Estados Unidos, os jornais dividiram os países em dois blocos – os mais vulneráveis e os menos vulneráveis.
E qual o critério adotado agora pela Folha, para classificar o desempenho dessas mesmas economias em 2013? – Divide os países em três blocos, colocando o Brasil no bloco intermediário.
Se optasse pelo mesmo critério usado para destacar a análise pessimista, o jornal teria feito um quadro com dois blocos, e o Brasil seria apresentado entre os quatro países que mais cresceram, junto com China, Indonésia e Coréia do Sul.
São manobras como essa, inspiradas claramente num viés ideológico e no interesse político, que afetam a credibilidade da imprensa.
O PIB (só) surpreendeu o PIG mas não a quem o finanCIA! Mas os economistas de plantão no PIG, que venderam a quebra do Brasil quebraram a cara, mas não o bolso. Vira-bostas e vira-latas encontram-se em depressão profunda..
Puxado por indústria e investimentos, resultado interrompe nove trimestres seguidos de variações inferiores a 1%
Insegurança de empresários e alta do dólar, porém, podem levar a crescimento menor no 2º semestre
GUSTAVO PATUENVIADO ESPECIAL AO RIOPEDRO SOARESDO RIO
A economia brasileira finalmente deu um sinal de vitalidade ao mostrar crescimento, no segundo trimestre do ano, superior às expectativas mais otimistas do mercado e do governo.
Mas, ainda que amenize o pessimismo até então crescente entre analistas e investidores, o resultado está longe de encorajar apostas em uma melhora mais vigorosa daqui para a frente.
Conforme as contas divulgadas ontem pelo IBGE, a expansão da produção e da renda do país –ou, em economês, do Produto Interno Bruto– chegou a 1,5% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.
Trata-se de uma taxa que, se tivesse continuidade, proporcionaria um crescimento de 6% ao ano, quase o triplo do esperado para 2013 pela maior parte do mercado.
Foi interrompido o mais longo ciclo de declínio e estagnação desde o Plano Real: a economia começou a desacelerar no segundo semestre de 2010 e, no governo Dilma Rousseff, já colecionava nove trimestres consecutivos de variações inferiores a 1%.
Melhor ainda, o salto trimestral foi puxado pela indústria, o setor mais abalado pela crise econômica internacional, e pelos investimentos, os gastos destinados à ampliação da capacidade produtiva do país.
Depois de encolherem em 2012 a despeito de sucessivos pacotes oficiais de estímulo, os investimentos já acumulam alta de 6% neste ano, bem superior aos 2,2% do consumo das famílias.
Os números espelham os objetivos da política econômica: quando o consumo cresce mais que a capacidade nacional de produzir bens e serviços, há pressão sobre os preços –o que ajuda a explicar a alta da inflação.
"A expectativa de um novo padrão de crescimento da economia brasileira baseado nos investimentos ganha força", conforme análise publicada pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Houve ainda uma forte recuperação da agropecuária, que havia caído 2,3% no ano passado e acumula crescimento de 14,7% no ano. A contribuição só não foi maior porque o setor tem participação de apenas 5% no PIB.
PORÉNS
Justamente na indústria e nos investimentos, porém, estão os obstáculos mais visíveis à continuidade da aceleração da economia.
Os últimos dois meses foram de piora das expectativas em relação ao futuro. O índice de confiança da indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas, caiu para o nível mais baixo desde julho de 2009, quando o país saía de uma recessão.
A incerteza cresceu com a valorização do dólar, que encarece os importados, dá novo impulso à inflação e pode obrigar o Banco Central a elevar mais os juros para conter o consumo e o investimento.
"Já há sinais de contração da indústria (que puxou o PIB do segundo trimestre pelo lado da oferta) e do investimento no início do terceiro trimestre", conforme relata boletim enviado pelo Itaú Unibanco a seus clientes.
À frente, o dólar mais alto tende a estimular as exportações e, consequentemente, a produção industrial. Mas o impacto inicial é negativo.
"A curto prazo, o câmbio atrapalha porque pressiona a inflação, e a resposta [do BC] será segurar o crescimento", diz Armando Castelar, economista da FGV.
PROJEÇÕES MODESTAS
Tudo considerado, as projeções para a expansão da economia neste ano e no próximo tendem a passar por uma ligeira elevação, mas continuarão modestas.
A estimativa do governo de 2,5% em 2013 ficou mais palpável –o Itaú, por exemplo, elevou a sua de 2,1% para 2,4%– e a de 4% em 2014 não é considerada realista por bancos e consultorias.
Uma das explicações é que, apesar da expansão deste ano, a taxa nacional de investimento não passou de 18,6% do PIB, ainda abaixo dos patamares de 2011 (18,8%) e 2010 (19,2%).
Pelo diagnóstico da própria equipe econômica no início do governo Dilma, uma taxa de 25% do PIB deve ser perseguida para sustentar um crescimento econômico vigoroso e duradouro.
No mapa do PIB, Brasil bate todos menos a China
![]()
No segundo trimestre, País cresce mais que o dobro dos índices de Estados Unidos (0,6%) e Inglaterra (0,7); 1,5% alcançados aqui deixam para trás Alemanha (0,8%), Portugal (1,1%), Espanha (-0,1%) e Itália (-0,2%); a comparar com número da economia do México (-0,7%), diferença chega a ser brutal; apenas a China (1,7%), do presidente Xi Jinping, fez melhor diante da crise; por que Dilma não teria motivos para sorrir?
30 de Agosto de 2013 às 20:40
247 – Comparar é entender. Para deixar mais clara a importância do resultado de 1,5% de crescimento da economia brasileira no segundo trimestre, o Ministério da Fazenda fez um levantamento bastante amplo sobre os resultados alcançados por outras importantes economias do mundo no mesmo período.
Os números fizeram parte da apresentação feita pelo ministro Guido Mantega, em Brasília, nesta sexta-feira 30. E ele tinha mesmo bons motivos para cotejar o resultado local frente ao de gigantes globais. Afinal, a economia que Mantega pilota sofrendo caneladas distribuídas pela mídia tradicional, torcida organizada, na mídia estrangeira, pela sua queda, e sustos diários em razão da volatilidade imposta pela própria crise, bateu a de todos os demais países ocidentais. No globo, perdeu em crescimento, no período, apenas para a da China, que marcou 1,7% sobre o período anterior.
Em recuperação, com números ainda tímidos, mas mais saudáveis do que os de meses atrás, a economia dos Estados Unidos não fez frente para o PIB brasileiro. O 0,6% marcado pelo PIB americano é mais de duas vezes menor que a marca do Brasil entre abril e junho. Na mesma conta cabe o da Inglaterra, que cresceu 0,7%. No continente europeu, a Alemanha, que produziu o melhor índice, chegou apenas a 0,8%.
No restrito clube dos países que marcaram acima de 1% estão, além do Brasil e China, Coréia do Sul e Portugal, cada um deles com 1,1%. Itália e Espanha, respectivamente com – 0,2% e – 0,1%.
Se você não acredita que existe uma crise econômica mundial lá fora, essas comparações podem não fazer muito sentido. No entanto, quem está por dentro do que se dá pelo mundo nos últimos dois anos sabe que o cotejamento mostra que o Brasil, com seu conjunto de políticas anti-cíclicas, continua obtendo resultados que mostram os benefícios dessa resistência.
A presidente Dilma Rousseff, em viagem à Europa, disse que a melhor maneira de enfrentar a crise não é pela contenção, mas pelo crescimento. Ela se mantém coerente a essa afirmação e está colhendo os resultado que muita gente não esperava.
Abaixo, as telas da apresentação do ministro Guido Mantega sobre o PIB:
No mapa do PIB, Brasil bate todos menos a China | Brasil 24/7
Houve um tempo em que quando um “tigre asiático” torcia o pé, o Brasil estendia o pires ao FMI. Se o México contraía o “mal de Montezuma”, lá ia o pessoa do prof. Cardoso se ajoelhar ao FMI. Hoje, EUA caem, Europa liquidifica, e o Brasil continua crescendo. Pouco, mas crescendo. Sem se socorrer do FMI. Pelo contrário, emprestando. E ainda há quem, com pleno emprego, reclame. Mas só os vira-latas e vira-bostas!
EDITORIAIS
Duas velocidades
Em 2013, emergentes puxarão de novo a economia mundial, com EUA em marcha lenta e Europa estagnada -porém não mais à beira do abismo
Impõe-se o padrão de dois ritmos de crescimento na economia global, o dos ricos e o dos emergentes.
Do lado dos desenvolvidos, o PIB americano teve retração de 0,1% no quarto trimestre de 2012, na taxa anualizada, enquanto na eurozona se estima redução de 1,5%.
Os países emergentes, por sua vez, ensaiam uma retomada. A projeção do FMI é que eles tenham crescido 6,6% (em termos anualizados) no último trimestre de 2012, resultado que, confirmado, terá sido o melhor desde o início de 2011.
Em que pese essa discrepância, o panorama da economia global até que não se afigura ruim. Mesmo que uma grande retomada econômica pareça distante, nesse contexto, o período de insegurança mais aguda parece ter ficado para trás.
Diminuíram os riscos de grandes acidentes, como a saída da Grécia da zona do euro, o que tem impacto favorável na Europa e nos EUA.
A redução do estresse financeiro na Europa é o avanço mais palpável obtido no ano passado. Ainda que aos trancos, as lideranças da eurozona parecem ter acordado um caminho para a ação.
Foram decisivos na restauração da confiança de investidores a decisão alemã de que não se admite a saída da Grécia do euro e o sinal verde do Banco Central Europeu, em setembro, de que fará "tudo o que for necessário" para socorrer os países em crise do bloco. A promessa é financiar a dívida desses governos sem restrições de volume ou de prazo.
O resultado é visível. Espanha e Itália, alvos da maior preocupação por suas dívidas crescentes, não têm mais de vender seus títulos a juros tão exorbitantes, como ocorreu até meados de 2012, cenário que era explicado pelo temor de que poderiam dar um calote.
Apesar da retração no fim de 2012, o panorama para os EUA melhorou. Por ora fica descartada a recessão por força do desacordo no Congresso quanto a corte de gastos no governo e aumento de impostos, o chamado "abismo fiscal".
Republicanos e democratas chegaram a um acordo parcial em janeiro, e espera-se que o impasse seja menor em março, quando terão de definir cortes nos gastos públicos e o teto da dívida do governo.
A expectativa é que o PIB dos EUA avance 2% no início deste ano e o que os preços no setor imobiliário, epicentro da crise, continuem a se recuperar. Isso traz um efeito positivo na saúde financeira de famílias endividadas e na disposição dos bancos para emprestar.
O Brasil, após o pífio resultado de 2012, quando o PIB deve ter avançado 1%, pode crescer 3% em 2013. Um desempenho mais fraco que o de seus pares, até na América Latina -e muito aquém do que é desejado e necessário.