Ficha Corrida

23/02/2016

Pra que serve Exército se a Lava Jato transforma, sozinha, um país inteiro num puteiro (dos EUA)

kennedy_Nas minhas férias li dois livros tão diferentes quanto interessantes. Primeiro, O Grande Mar, de David Abulafia, historiador e professor britânico. É uma emocionante história vertical das civilizações que floresceram e feneceram no Mar Mediterrâneo. O outro livro é uma biografia da alma norte-americana: “Nêmesis, Onassis , Jackie e o Tringulo Amoroso que Derrubou os Kennedy – Peter Evans. Quem quiser ler e não puder comprar, ambos estão disponíveis na internet.

Há pontos em comum, como a informação de que os heróis da história também erram e morrem. Além disso, para uns são heróis. Para outros, bandidos. Linhas por vezes tênues separam grande momentos de evidência social do ostracismo, quando não da decadência e morte.

O surgimento, crescimento e grande evidência de países, impérios e empresas contam sempre com a cumplicidade da quinta coluna. Por vezes, há o lado bandido é superior ao lado herói, mas, no final, o que conta é a versão de quem detém o monopólio de dar a versão dos fatos.

A putaria e promiscuidade dos governantes dos EUA é algo tão antigo e comum quanto a propalada democracia. São democratas em casa, facínoras fora. Nunca vou esquecer uma charge, se não me engano do Pasquim, que mostra um torturador dando esmola a um mendigo na porta do DOI-CODI. O pai de família dá um beijo na esposa e nos filhos, se dirige ao trabalho e, antes de entrar para a sessão de tortura, estupro e morte, dá esmola a mendigo. Pois os Kennedy agiam como este torturador. E tinham, à exemplo do príncipe dos sociólogos golpistas, suas escravas sexuais, silenciadas sob ameaça ou mesmo com a morte, como fizeram com Marilyn Monroe. Não são só os pesos e medidas que os tornam universais, mas principalmente o firme propósito e a determinação canina em atingir os fins por quaisquer meios.

As investidas sexuais dos governantes é tão antiga quando a criação do mundo. Da mesma forma comportamentos pelos mesmos métodos e fatos a imprensa faz a deificação de uns e a demonização de outros. Tudo depende de quem detém o poder de contar.

Na formação do império norte-americano não é só o apoio dos governantes aos “líderes empresariais” nativos que conta, mas também o jogo sujo contra seus concorrentes, dentre o fora dos EUA. As recentes revelações de Edward Snowden e, antes, do Wikileaks, são prova suficiente do que os EUA, em parceria com elementos internos, são capazes de fazer.

O compadrio do Instituto Millenium com os vazadores de aluguel tem por objetivo único e exclusivo criminalizar uns para beatificar outros. A seletividade, os pesos e medidas são por demais evidentes.

Diante dos exemplos da história, do modus operandi ianque acredito nos bons propósitos da Lava Jato tanto quanto eles acreditam na honestidade do Lula.

Andre Araujo

Percival Farquhar retorna com a Lava Jato, por André Araújo

Percival Farquhar retorna com a Lava Jato, por André Araújo

Andre Araujo – ter, 23/02/2016 – 07:30 – Por André Araújo

PERCIVAL FARQUHAR RETORNA COM A LAVA JATO – O americano Percival Farquhar foi o maior empresário do Brasil na primeira metade do Século XX. Criador junto com Alexander Mackenzie da Light & Power, empresa canadense que trouxe a eletricidade e bondes ao Rio de Janeiro e São Paulo, construtor e concessionário do Porto do Pará, do Porto do Rio Grande, da Cia.de Navegação da Amazônia, da holding das ferrovias brasileiras Brazil Railway, que provocou a Guerra do Contestado em Santa Catarina, do primeiro frigorifico do País em Osasco, da Societé do Gaz de Rio de Janeiro, da San Paulo Gas, da Itabira Iron, que seria depois a Cia.Vale do Rio Doce, da Amazon Land, que tinha como propriedade o Amapá, fundador da Acesita-Cia.de Aços Especiais Itabira, Farquhar tinha um espirito aventureiro, corrompia politicos, morava em uma vasto apartamento no Flamengo, tinha amantes brasileiras, nascido em 1864 em Pittsburgh, de família rica, morreu em 1953.

Seu império foi abalado pela Grande Guerra de 1914, que fechou os mercados europeus de capitais, Farquhar levantava capital em Paris, Londres, Buxelas, Toronto, também tinha empresas na Rússia e Cuba.

Farquhar criou a estância de luxo do Guarujá onde construiu o primeiro hotel cassino, o Grand Hotel de la Plage. Esse tipo de empresário estrangeiro controlando grandes pedaços da economia nacional tinha acabado e agora volta pelas mãos da Lava Jato que, ao destruir as defesas das empresas nacionais privadas e estatais, abre a porta para novos Farquhar.

A maior malha de gasodutos do País, a Transportadora Associada de Gás, controlada pela Petrobras, está à venda. Vale seis bilhões de dólares e os candidatos a compra são a Brooksfield e o CPP, ambos canadenses. A Brooksfield é o novo nome da antiga Brascan, sucessora da Brazilian Traction, Electric and Power Co.Ltd., de Toronto, criatura de Farquhar, fundada em 1890. O CPP-Canadian Pension Plan, é o fundo de pensão dos funcionários públicos federais do Canadá, com sede em Toronto. O CPP já tem muitos investimentos no Brasil, conhece o País. As cassandras do jornalismo financeiro sempre repetiram que, após o rebaixamento do Brasil, fundos de pensão não poderiam mais investir no Pais. Nada disso. O rebaixamento do rating serve apenas para depreciar os ativos, ficam mais baratos mas os fundos de pensão precisam de taxas de retorno maiores do que 0,25% ao ano que obtém nos EUA e Canadá, o CPP consegue retornos excelentes investindo em países de risco, já tem muito dinheiro no Brasil e quer colocar mais, eles não operam com bancos, tem seus próprios analistas que fazem a análise do risco, não usam agências de rating.

Mas o fim de feira promovido pelo rebaixamento de valor e enfraquecimento da Petrobras e grupos nacionais não fica só na TAG. A Petrobras pensa também em vender sua parte no capital da Braskem, maior petroquímica da América Latina, onde a Petrobras tem 36,1% do capital. A Odebrecht com 38,3% e controla a companhia. Brooksfield e CPP não querem ser minoritários com a Odebrecht, porque está está sob investigações. Só lhes interessa o controle.

Os canadenses tambêm tem interesse na BR Distribuidora, desde que possam comprar o controle. Como a Petrobras está sendo investigada e processada nos EUA, eles não querem se associar à Petrobras, mas se for o controle podem se interessar.  Assim fica claro que companhias investigadas e processadas como Petrobras e Odebrecht e todas as demais, perdem valor e se tornam alvos de grupos estrangeiros.

A matéria está em ampla reportagem do jornal VALOR de 12 de fevereiro passado.

Farquhar volta triunfante começando de seu ponto de partida preferido, Toronto. A Lava Jato limpa a área e aplaina o caminho, vastos setores da economia nacional serão transferidos ao estrangeiro, tudo vendido na bacia das almas.

Percival Farquhar retorna com a Lava Jato, por André Araújo | GGN

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