Ficha Corrida

17/03/2015

Para esquecer Malhães, Folha se fixa em Durst

ditadruanHavia, no Brasil, um torturador louco para contar as sessões de tortura, estupro e morte ocorridas nos porões da ditadura, Paulo Malhães. Nenhum jornal brasileiros, todos filiados ao Instituto Millenium, foi atrás destas personagens sinistras da ditadura. Por que O Globo iria, se em editorial saudou a chegada da ditadura. Pior, se aliou ao ditadores e deu a eles cobertura midiática.

A Folha de São Paulo não só fez às vezes de porta-voz dos ditadores como emprestou peruas para os torturadores, estupradores e assassinos escondessem as vítimas em valas clandestinas, como aquela encontrada no Cemitério de Perus, em São Paulo. É evidente que a Folha não iria atrás dos sádicos da ditadura. As histórias macabras, como aquelas praticadas e confessadas por Paulo Malhães, só vieram à tona graça à Comissão da Verdade. A Comissão da Verdade não é outra coisa senão a simples busca da verdade que os jornais, caso fossem livres para buscarem informações, teriam feito. Daí também decorre porque de todo ódio que marcha de zumbis chamada pela Folha & Globo pedido a volta da ditadura. Eles estão sedentos por sessões de tortura, estupro e morte. Dizem que o velho Frias, assim como o honorável Cidadão Boilensen, finanCIAdores da OBAN, assistiam pessoalmente as sessões nos calabouços do DOI-CODI.

Até a escolha do dia 15/03 para que os zumbis da ditadura saíssem às ruas não foi mera casualidade. A data coincide com a posse de alguns dos facínoras da ditadura. Era no dia 15/03 que eles se substituíam no comando ditatorial. É até engraçado que a Folha dê importância a um assassino norte-americano e esquece de informar sobre os muitos assassinos que faziam parte das sessões que o velho Frias presenciava. Quantas pessoas foram torturadas, estupradas e assassinadas na presença do progenitor da famiglia Frias sem que a Folha trouxesse o assunto aos seus leitores? Não é por outro motivo que, com ódio à Lula e Dilma, simplesmente porque as histórias macabras da ditadura, que eles, da Folha, entendem que foi uma ditabranda, viesse à tona com a Comissão da Verdade.

É pelo mesmo motivo que a régua que a Lava Jato passou no PP gaúcho não comoveu a Folha para uma reportagem. É pelos mesmos motivos que nada falaram a respeito do sequestro e estupro do Caso Ana Lídia, de apenas 7 anos, durante a ditadura, por um senador da ARENA, avó do PP.

 

Sem querer, magnata dos EUA confessa ter matado 3

‘Matei todos eles’, admitiu milionário de NY Robert Durst em série de TV

Confissão ocorre em programa sobre vida de Durst; promotoria o acusa, e ele pode ser condenado à morte

GIULIANA VALLONEDE NOVA YORK

Sem se lembrar de que estava sendo gravado, o milionário excêntrico de Nova York Robert Durst, 71, confessou em um programa de TV exibido neste domingo (15) que assassinou três pessoas.

No domingo, foi ao ar o último episódio da série documental: "The Jinx: A Vida e As Mortes de Robert Durst", do canal HBO. "Jinx", ironicamente, significa algo como "mau agouro" em inglês.

Ao término de uma entrevista, Durst aparentemente esquece-se que ainda está usando um microfone ligado e vai ao banheiro.

Lá, em uma conversa confusa consigo mesmo, diz: "Aí está, você foi pego". "Que diabos eu fiz?", pergunta-se. "Matei todos eles, claro."

A direção do documentário afirma que o magnata do setor imobiliário, cuja família tem fortuna estimada em US$ 4,4 bilhões, sabia estar com o microfone ativo.

As vítimas às quais Durst se refere seriam sua primeira mulher, Kathleen, cujo corpo nunca foi encontrado, a melhor amiga dele, Susan Berman, e um vizinho, esquartejado no período em que ele viveu disfarçado como uma mulher muda no Texas.

Durante a pesquisa para o documentário, o diretor e sua equipe acabaram descobrindo uma carta escrita por Durst a Berman cuja grafia é praticamente idêntica à de um bilhete que foi enviado pelo assassino à polícia na época do crime.

Confrontado com essa prova obtida pela produção, Durst negou novamente, durante o programa, o seu envolvimento nos casos. Logo depois, porém, saiu para o banheiro e fez a declaração que o incriminou.

Na noite de sábado (14), a polícia de New Orleans, que já havia sido informada da "confissão" antes de o programa ir ao ar, o prendeu sob acusação de assassinato.

Nesta segunda, a Promotoria de Los Angeles o acusou formalmente pela morte de Berman, e o milionário pode ser condenado à morte.

O histórico criminal do milionário começou em 1982, quando sua primeira mulher, Kathleen, desapareceu. O casamento era conturbado, e o próprio Durst admite que a agredia, mas sua culpa no caso nunca foi comprovada.

No ano 2000, as autoridades de NY reabriram o caso e convocaram para depoimento Berman, que tinha 55 anos, era confidente de Durst e atuou como sua porta-voz na década de 1980.

Um mês depois, Berman foi assassinada. Mais uma vez, a polícia não conseguiu provar a participação de Durst nesse crime.

Para fugir das repercussões, o milionário mudou-se para o Texas. Em 2001, seu vizinho, Morris Black, foi morto e esquartejado.

Durst confessou ter cortado o corpo do homem, mas afirmou que o homicídio aconteceu em legítima defesa. Segundo ele, o vizinho morreu acidentalmente –os dois estariam brigando e caíram ao chão quando a arma do milionário teria disparado e atingido Black. O júri comprou a tese de Durst, e ele foi considerado inocente.

Em 2010, o documentário "The Jinx" começou a ser produzido depois que o diretor Andrew Jarecki lançou o filme "Entre Segredos e Mentiras", inspirado na vida de Durst. O retratado assistiu ao longa e ligou para Jarecki: queria dar uma entrevista e contar sua visão dos fatos.

O diretor e o produtor Marc Smerling entrevistaram também familiares e amigos das vítimas, além de advogados do milionário.

02/04/2014

Saiu um Coelho da cartola

zhnE hoje, em plena democracia, a Folha continua tratando a ditadura como ditabranda, e não se sente depreciada por ter emprestado seus carros para que os torturadores desovassem os cadáveres esquartejados pelos arrabaldes. Se o jornalista da Folha não pode falar nos crimes de seu patrão, quem poderá. Os do Estadão? E quem falará da participação do Globo?

Haverá jornalista com espaço em jornal para discutir e cobrar da RBS o apoio dado à ditadura? A RBS por seu jornal de aluguel, Zero Hora, estampou na capa uma foto do ditador de plantão e tratou o sexto aniversário do golpe sanguinário como “revolução democrática”. Está no DNA da RBS seu ódio à democracia e a tudo o mais o que isso signfica:, do grego, demos = povo, cratein = governo! Não é mera coincidência que um dos colonistas mais festejados pelos energúmenos era um inspetor de polícia que traficava para dentro da RBS as informações dos calabouços: Paulo Sant’Ana. Não é difícil entender por que chegou a Delegado nem porque goza de tanta simpatia pelos patrões…

Se estamos vivendo numa democracia, o que impede os jornalistas de tratarem de suas mazelas que ocorrem dentro das empresas de vivem de trocar informação por dinheiro? Por que só as mazelas dos outros merecem aparecer na capa dos jornais e revistas?

Pior do que os torturadores, são os que os apoiaram e continuam apoiado aqueles animais fardados, mesmo em pleno século XXI, montados em ideias do século passado.

MARCELO COELHO

O outro problema

Para defensores do golpe, torturar presos políticos agora virou forma de defender a democracia

Um escritor policial da velha guarda chamado John Dickson Carr (1906-1977) era especialista nos chamados "mistérios do quarto fechado". A vítima é encontrada morta, no seu gabinete de estudos, sem sombra de arma nem pegadas do assassino por perto.

Pior que isso, o lugar estava trancado por dentro; nenhum sinal de que janelas ou portas tivessem sido arrombadas. Como o assassino entrou? Como saiu? Como matou o milionário?

Crimes assim perfeitos terminavam resolvidos pelo obeso dr. Fell, que numa tarde de verão manteve estranha conversa com um homenzinho "grave e sincero". O homenzinho conta ao detetive um crime complicadíssimo, no gênero "quarto fechado".

Poucas páginas são necessárias para que o dr. Fell reconstrua mentalmente todo o mecanismo do assassinato. A vítima havia se encostado na janela, no ponto mais alto da mansão. Levara um binóculo aos olhos.

Dentro do binóculo, um mecanismo preparado anteriormente fizera saltar uma flechinha especialmente pontiaguda, que penetrou por um olho da vítima até perfurar-lhe o cérebro. O detetive prossegue em seus raciocínios, e conclui que o assassino tinha sido o próprio homenzinho que acabava de lhe contar o caso.

Vem dessa circunstância o título do conto, "O Outro Problema". Por que, afinal, o próprio assassino procurou o detetive para lhe propor o enigma? Talvez quisesse se certificar de que ninguém, nem mesmo o dr. Fell, seria capaz de desvendar o crime.

"Ele é um exibicionista, um sádico", disse o advogado José Carlos Dias a respeito do coronel Paulo Malhães, depois do depoimento em que este admitiu à Comissão Nacional da Verdade as torturas e assassinatos que cometeu durante a ditadura militar.

Disse ter matado "tantas pessoas quanto foram necessárias"; não soube se lembrar quantas torturou, só que foram "muitas"; contou que quebrava os dentes e cortava os dedos dos cadáveres, para impedir que fossem identificados.

Fico pensando, em todo caso, no "outro problema", para usar o título daquele conto policial. O que leva um ex-torturador a comparecer diante da Comissão?

Imagino que certo machismo militar se misture à teimosia de suas convicções políticas. "Não sou homem de me acovardar; vou à Comissão e enfrento essa comunistada." De resto, está afastado o perigo de que sejam presos depois do que disserem.

A construção mental vai além disso, entretanto. Ao longo de muitas décadas, o torturador teve tempo para repetir a si mesmo o que já dizia ao fim de cada sessão de interrogatório: estou cumprindo o meu dever, estou salvando o país da ameaça comunista.

É difícil, sem dúvida, imaginar que alguém fosse capaz de convencer-se disso depois de ter feito o que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra fez com Maria Amélia Teles, segundo esta contou à Folha.

Ustra levou os dois filhos de Maria Amélia, Edson e Janaína, à sala onde ela estava sendo torturada, junto com o marido. As crianças tinham 5 e 4 anos de idade. "Mamãe, por que você está azul?", perguntou a criança para Maria Amélia, coberta de hematomas.

O ex-dirigente do DOI-Codi silenciou na Comissão da Verdade quando perguntado sobre torturas, mas repete o que todos os personagens da repressão dizem sempre. "Lutávamos pela democracia."

A contradição, embora salte aos olhos, é das mais comuns. Para defender a democracia, faço uma ditadura. Para que o comunismo não acabe com os direitos humanos, acabo eu com os direitos humanos.

Nós matamos, mas "eles mataram também". Até aí é fácil de ir. Não sei se algum torturador chegou a afirmar que "eles torturavam também".

"Era uma guerra", dizem os generais e os civis mais graduados do sistema, como se ignorassem que até nas guerras vale a Convenção de Genebra. Nós não inventamos a tortura, dizem outros. A Gestapo também usava… Por que tanta perseguição contra nós?

Uma frase do coronel Malhães acrescenta novo ingrediente a esse espetáculo de cinismo, de deboche e impunidade. "A tortura é um meio", afirmou aos membros da Comissão. "Se o senhor quiser saber a verdade, tem que me apertar."

Talvez seja essa a maior provocação. "Não conto tudo o que sei a respeito da ditadura. Vocês terão de me torturar para saber. Torturem-me. Mostrem que vocês são no fundo iguais a mim. Só desse modo conseguirei provar que eu estava certo ao fazer o que fiz."

coelhofsp@uol.com.br

27/03/2014

Ué, seu Rossi, mas teu patrão não falou que a dita foi branda?!

O que causa espécie não é este animal confessar que destroçava pessoas durante a ditadura. Estes animais com forma humana sempre existiram e existirão. A tristeza me vem de pessoas pretensamente inteligentes que se congratulam com o regime cuja única obra foi deixar aflorar, e proteger, os instintos mais animalescos que se pode ver em qualquer espécie animal. Aliás, nunca é demais lembrar que os atuais grandes grupos de mídia, a$$oCIAdos ao Instituto Millenium, não só se congratularam com a ditadura, como dela retiram o sumo do seu crescimento. Sem ditadura não existiria Rede Globo, Grupo RBS, Grupo Folha da Manhã, Estadão, Abril/Veja. Seriam todos jornais de bairro. Até hoje a Rede Globo admitiu que errou ao apoiar a ditadura, mas não pediu desculpas nem devolveu o que lucrou com ela, a ditadura. A Folha achou por bem publicar que não foi ditadura, mas ditabranda. Logo a Folha que emprestava as peruas que distribuíam o jornal para que agentes do tipo Paulo Malhães pudessem desovar junto com o matutino os presuntos fabricados à noite nos porões da ditadura. Mas como diz a manada de muares por aí, na ditadura não havia corrupção. Pois é, matar quem denunciava a corrupção também não era corrupção. ERA PRAZER!

Clóvis Rossi é um jornalista como muitos no Brasil que clamam por liberdade de expressão. Qual a liberdade que ele tem de escrever sobre o papel de seu patrão e da empresa do patrão na produção de Paulo Malhães?

Paulo MalhoesCLÓVIS ROSSI

O orgulho do assassino

Confissões do coronel Malhães chocam pelo sadismo, mas não por contar o que já se sabia

Mesmo para quem lidou durante muitos anos com a questão dos direitos humanos, no Brasil e na América Latina, é chocante ler o depoimento do coronel reformado Paulo Malhães à Comissão Nacional da Verdade (folha.com/no1430795).

Mas choca apenas pelo sadismo revelado pelo oficial e pela frieza com que confessa crimes bárbaros. O fato de que havia torturas e assassinatos já era arquiconhecido e, portanto, não pode provocar surpresa, a não ser em distraídos, desavisados ou viúvas da ditadura, como os que promoveram a fracassada reedição da Marcha da Família.

De todo modo, creio que seja uma das primeiras vezes, talvez até mesmo a primeira, em que um torturador –e não um torturado– admite os fatos como os fatos se passaram. Com o adicional de que era um oficial cuja função lhe permitia ter pleno conhecimento de tais fatos.

José Carlos Dias, o advogado que o interrogou na CNV, chamou o coronel reformado de "sádico e exibicionista".

É verdade, mas é preciso ter claro que o sadismo e o exibicionismo podem ser características específicas de um ou de outro oficial (há mais Malhães por aí), mas a violência contra os opositores do regime era uma política de Estado, não uma iniciativa dos porões.

Estes só acrescentavam o sadismo, mas o esquema geral tinha a aprovação das cúpulas militares e, por extensão, da cúpula do poder político, à época ocupada por generais.

Matar, torturar, fazer desaparecer –tudo isso era um sistema, bem documentado, de resto, nos livros desse notável Elio Gaspari sobre o período militar, o mais completo balanço jamais publicado a respeito (acabam de ser lançadas reedições atualizadas).

É por isso que se torna inaceitável o silêncio das Forças Armadas a respeito do que ocorreu no período.

Alegar que o que houve no Brasil, em dados momentos dos anos 60 e 70, foi uma guerra contra a subversão não resiste a uma análise séria. Tanto é assim que o coronel Malhães descreveu como os torturadores faziam para dificultar ou impossibilitar a identificação dos torturados que matavam.

Ora, mesmo numa guerra, há normas e códigos, entre os quais o de devolver os cadáveres.

Se trataram de fazê-los desaparecer ou de dificultar a identificação, só pode ser porque sabiam que estavam fazendo algo ilegal, errado, absurdo, de uma violência (no caso contra os familiares em busca de informações) adicional à já insuportável violência que é o assassinato e/ou a tortura.

Vamos ser claros: houve, sim, alguns choques armados entre opositores e repressores, mas a maior parte das mortes foi assassinato puro e simples.

Tudo bem que houve uma anistia para ambos os lados e que a maioria aceita que ela era indispensável para poder virar a página e tocar adiante o país.

Ainda assim, não deixa de ser incômodo saber que um assassino e torturador confesso anda por aí livre e sem ter sido submetido ao menor constrangimento. Um assassino que se orgulha dessa condição.

crossi@uol.com.br

    26/03/2014

    E a Folha ainda tem coragem de chamar de Ditabranda

    Filed under: Animais,Ditabranda,Ditadura,Gorilas,Paulo Malhães — Gilmar Crestani @ 8:49 am
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    Uma dita bem dura para quem defende ditadura! Todos os que, como o DCE da UFRGS, admitem a ditadura merecem uma sessão, ou secção, com o Coronel Paulo Malhães…

    ditando a duraCoronel admite ter matado na ditadura

    Em depoimento à Comissão da Verdade, Paulo Malhães diz que corpos eram mutilados para evitar reconhecimento

    Oficial reformado contraria entrevistas e diz ter descumprido ordem para sumir com ossada de Rubens Paiva

    BERNARDO MELLO FRANCO, DO RIO, para a FOLHA

    Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o coronel reformado do Exército Paulo Malhães, 76, admitiu ontem que torturou, matou e ocultou cadáveres de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985).

    Ele disse não se arrepender de nada e narrou como funcionava a chamada Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), centro de torturas clandestino onde teriam sido assassinadas cerca de 20 pessoas.

    Levado em cadeira de rodas e usando camisa cinza, terno bege e óculos escuros, o militar chocou integrantes da comissão pela frieza com que respondia às perguntas.

    "Quantas pessoas o senhor matou?", quis saber o ex-ministro José Carlos Dias. "Tantas quanto foram necessárias", respondeu o coronel. "Arrepende-se de alguma morte?" "Não." "Quantos torturou?" "Difícil dizer, mas foram muitos", devolveu.

    Sem demonstrar incômodo, Malhães defendeu a tortura como método de investigação e explicou como mutilava cadáveres para evitar que fossem identificados.

    "A tortura é um meio. Se o senhor quer saber a verdade, tem que me apertar", disse, acrescentando que aprova o método para presos comuns.

    Questionado sobre as mutilações de cadáveres, descreveu a prática como uma "necessidade" e disse que os corpos não eram enterrados "para não deixar rastros".

    "Naquela época, não existia DNA. Quando você vai se desfazer de um corpo, quais partes podem determinar quem é a pessoa? Arcada dentária e digitais", disse.

    "Quebrava os dentes. As mãos, [cortava] daqui para cima", explicou, apontando as próprias falanges.

    Chamando as vítimas da repressão de "terroristas", Malhães disse não ter remorsos. "Quando vejo uma pessoa reclamar que um ente querido morreu, pergunto: se tivesse ficado ao lado da esposa e dos filhos, isso teria acontecido?", acrescentou.

    Parentes de desaparecidos, ex-presos políticos e a única sobrevivente da Casa da Morte, Inês Etienne Romeu, foram à sede do Arquivo Nacional para ouvir o oficial. Ele só aceitou falar diante da comissão e dos jornalistas.

    Confrontado com nomes e fotos de vítimas, Malhães alegou que não conseguia reconhecê-los. Também se recusou a indicar colegas da repressão, com raras exceções.

    Numa delas, disse ter recebido ordem do coronel Coelho Neto, então subchefe do CIE (Centro de Informações do Exército), para ocultar a ossada do ex-deputado Rubens Paiva, morto em 1971. Mas afirmou não ter executado a tarefa, contrariando o que disse recentemente aos jornais "O Dia" e "O Globo".

    Ele também apontou o coronel Cyro Guedes Etchegoyen, chefe de contrainformações do CIE, como comandante da Casa da Morte.

    "Mesmo com tantos anos de advocacia, me choquei com a descrição da mutilação de arcadas dentárias e digitais", disse o ex-ministro José Carlos Dias. "Eu não diria que ele foi corajoso. É um exibicionista, um sádico."

    Em depoimento à Comissão da Verdade no dia 15, a ex-presa política Inês Etienne Romeu, apontou seis agentes da ditadura como torturadores que trabalhavam na Casa da Morte.

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