Ficha Corrida

13/03/2015

A Inutilidade do TCU

As fraudes que acompanham a história da Petrobrás demonstra toda inutilidade do Tribunal de Contas da União. Se há um lado bom, este é aquele em que vem a tona os reis da hipocrisia.

FHC FILHOSVamos começar por quem vende heliPÓcrisia.

Os velhos grupos das velhas mídias. Aquilo que um dia se convencionou chamar de Imprensa não passa, como sempre foram, de grupos de interesses defendendo os seus e os dos seus finanCIAdores ideológicos. Eles são a prova da frase cunha por Milton Friedman, não existe almoço grátis

São famílias que se mancomunaram, em todos os sentidos, com a ditadura. Da simbiose, resultou o que são. Verdadeiramente.

Hoje reunidas entorno do Instituto Millenium, são cinco famiglias que, à moda siciliana, decidem o que publicarão ou esconderão. As práticas jornalísticas das cinco irmãs (Globo, Folha, Veja, Estadão & RBS) estão bem documentadas no Escândalo da Parabólica: o que é bom pra elas elas mostram, o que ruim elas escondem.

E não poderia ter sido de modo diferente. O episódio envolvia um Ministro do Governo FHC, Rubens Ricúpero, e seu cunhado, funcionário da Globo, Carlos Monforte. A dupla apareceu nua fazendo orgia política com anões besuntados nas relações promíscuas entre FHC e Globo. A putaria não se resumia às trampolinagens via Parabólicas. Pouco falado em público, na privada rolava solta a captura de FHC mediante outra funcionária da Globo, Miriam Dutra. De pronto, arrumaram-lhe uma gravidez e a esconderam na Espanha.

Até hoje não está claro quem pagou a conta no esconderijo. Os filhos da D. Ruth Cardoso pediram exame de DNA e descobriram que aquilo que submetia FHC aos caprichos da Globo era só filho da mãe. Isso prova o tanto que eles conheciam e confiavam no marido da mãe deles…

Estas contas não foram auditadas pelo TCU…

Ricardo Semler, um tucano de alta plumagem desde as primeiras horas em que este partido foi parido, já disse que nunca se roubou tão pouco na Petrobrás. Ele, como empresário e fornecedor da Petrobrás, lembrou dos anos setenta, oitenta e noventa quando desistiu de continuar negociando com a Petrobrás. Como tucano, nunca denunciou ao TCU. Talvez porque soubesse da inutilidade daquele órgão que paga os maiores salários da República. Durante o governo FHC, Paulo Francis denunciou maracutaias na Petrobrás, então presidida por Joel Rennó. Se era evidente que FHC não investigaria, com explica a presença do Geraldo Brindeiro no comando do MP, pelo menos o TCU deveria ter se mexido e feito alguma coisa. Por decreto, FHC tirou a Petrobrás, quando da primeira nomeação de Paulo Roberto da Costa, da necessidade de se submeter à lei das licitações. Eita gente de bem estas tais de vestais tucanas!

PetrobrasMas o TCU foi criado para ser cabide de emprego de políticos expulsos do parlamento pelo voto sonegado pelos eleitores. Foi assim, por exemplo, que lá chegou Augusto Nardes. Este varão dos pampas, sempre falastrão e metido a dar palpite no governo, não cumpriu com competência exatamente porque seu partido, o PP, era teúdo e manteúdo pelo Paulo Roberto da Costa, hoje herói da mídia hiPÓcrita.

Veja só que coincidência, Augusto Nardes é gaúcho, terra do povo mais politizado do Brasil (pausa para rir), comensal e diuturnamente entrevistado pela RBS quando esta queria atacar o Governo Federal, mormente quando os microfones eram brilhantemente chupados pela Miss Lagoa Vermelha… Nas muitas e tantas vezes que trocaram gentilezas em público, pelos microfones da RBS, Ana Amélia Lemos nunca perguntou ao seu colega de PP, então no comando do TCU, Augusto Nardes. Por quê? Alguém tem alguma dica do porque este assunto não era objeto de curiosidade da funcionária da RBS?

Com a Operação Lava Jato descobriu que o partido da funcionária da RBS e do Presidente do TCU por longos anos, Augusto Nardes, pegou a fina flor dos filhotes da ditadura no RS. Nunca se viu a matilha de celetistas da RBS latirem com tanta raiva contra o Governo Federal e o  Procurador Geral, Rodrigo Janot. Por quê? Simples, porque Dilma não interfere, para jogar para debaixo do tapete, como fazia FHC com seu Engavetador Geral da República, Geraldo Brindeiro. A RBS, o PP e o TCU não poupam ódio à Dilma, Lula e ao PT simplesmente porque mudaram o comportamento em relação às denúncias de corrupção.

Para deixa-los ainda mais tiriricas, diante da inutilidade do TCU, que só descobre picuinha, o Lula criou a CGU. E deu instrumentos que justificam sua criação e depõe exatamente contra aquele que goza dos maiores salários e não é investigado por nenhum outro, o TCU.

O ciclo se fecha em circo

Se o TCU não serve para descobrir falcatruas, serve pelo menos para ser cabide de emprego de políticos do PP. Como diria o artista Francês, August Rodin, o PP é o último reduto da moral, da ética e dos bons costumes gaudérios. Aliás, como já havia sido revelado na Operação, veja só, Rodin, obra da pensadora Yeda Crusius, também funcionária da RBS… E, fechando o ciclo, um dos pensadores da Pensant, pega na Operação Rodin, por muitos anos ocupou a central de recados do jornal Zero Hora da RBS. Aliás, por onde anda José Barrionuevo, do PPS, o Partido Pró-Sirotsky?!

Por que será que na RBS ninguém se lembra de entrevistar Augusto Nardes para que ele explique o que o TCU descobriu nas auditorias da Petrobrás?!

Update: https://naodeunojornal.wordpress.com/2010/04/08/jornalistas-gauchos-rbs-e-band-acobertam-corrupcao/

24/11/2014

Melhor agora do que nunca

Aos poucos, pelas vias não convencionais, por fora das vias orientadas pelo Instituto Millenium, vai sendo reconstituída uma história do silêncio a respeito das falcatruas na Petrobrás. A própria história que agora vem revelada a respeito das denúncias de Paulo Francis, porque seus patrões, a famiglia Marinho, não abraçou a causa e foi fundo nas investigações. A Globo, parceira da famiglia Sarney, como revela o filme Muito Além do Cidadão Kane, poderia muito bem ter avocado a denúncia e cobrado de seu parceiro midiático, então Presidente, para esclarecer a denúncia.

Mas todos sabemos como se resolvia este tipo de informação. Uma mão lavava a outra, e as duas os cofres públicos.  Ou seria por outro motivo que a Globo escondeu na Espanha a funcionária Miriam Dutra? O que será que a Globo obteve com a captura de FHC via Miriam Dutra e filho se dizia dele, mas que um exame de DNA, recentemente, provou que não era. Todos sabemos como eram as operações da Polícia Federal, comandada pelo NSA, cuja operações não iam além de arrancar maconha pelo interior do nordeste. E quando escapava alguma coisa, sempre tinha o Engavetador Geral para disparar o tiro silenciador.

Se o roubo era grande no tempo de Sarney, imagina com o genro de FHC, David Zylbersztajn, no  comandando a Petrobrás?!

Suíça connection

Sérgio Augusto – O Estado de S. Paulo

22 Novembro 2014 | 16h 00

Operação Paulo Francis levou 17 anos para se concretizar. Lava Jato é só seu nome fantasia

REPRODUÇÃOPetroataque. Processo contra Francis era de US$ 100 mi

No dia 14 dei uma de Stanislaw Ponte Preta e gozei, no Twitter, o nome dado à Operação Lava Jato, que alguns ainda grafam com hífen. Se não havia na história um avião a jato, nem sequer um prosaico ultraleve a ser lavado, a expressão era descabida. Dada sua clara intenção de conotar uma faxina em regra, como a executada nos carros em postos de gasolina, o nome correto seria “lava a jato”.

Minha picuinha onomástica, de imediato turbinada pelo Facebook, cumpriu apenas uma parte do seu objetivo: divertir os internautas com mais essa prova de que o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País), inventado há cinco décadas por Stanislaw, ainda não encerrou suas atividades.

Indiferente ao flagra vernacular e às gozações nas mídias sociais, a Polícia Federal manteve o nome (e até o hífen) de sua operação, concentrando-se nos afazeres que lhe competem, a fim de evitar bobeadas mais sérias, como os erros processuais que inviabilizaram as operações Castelo de Areia e Satiagraha, e a indevida inclusão de José Carlos Cosenza na petrorroubalheira, que por um triz não comprometeu a limpeza em andamento, àquela altura já com uma extensão: Juízo Final, nome mais que apropriado se as investigações estiverem de fato em seus versículos derradeiros e os condenados, prestes a serem punidos.

Agindo com impressionante competência e rapidez na perseguição aos saqueadores da maior empresa pública do País, a PF tem saldo credor para cometer impunemente mais umas duas ou três mancadas ortográficas.

Aliás, não me lembro de outra nas mais de 2 mil operações por ela executadas neste século, ora batizadas com nomes de bichos, ora com títulos de filmes, na maioria das vezes com personagens e episódios históricos e mitológicos. Por mais que tentem esconder quem os sugere (o segredo também é a alma do marketing), sabe-se que até 2007 quem com mais frequência o fazia era o delegado Zulmar Pimentel, diretor executivo da PF, afastado do cargo e desterrado para Manaus com a fama de boquirroto.

Ignora-se quem associou a caça aos envolvidos no escândalo da Petrobrás à lavagem de carros. Seja lá quem for, seu maior erro não foi omitir uma preposição e acrescentar um hífen, mas desperdiçar a oportunidade de homenagear quem pela primeira vez alertou publicamente para a rapinagem na Petrobrás.

Há quase 20 anos, o jornalista Paulo Francis denunciou, no programa Manhattan Connection, que “todos os diretores da Petrobrás” punham dinheiro na Suíça. Apesar do alerta em off de Lucas Mendes (“olha, que dá processo”), Francis não tirou o dedo do gatilho. Referiu-se a um amigo, advogado, que num almoço com um banqueiro suíço ouvira deste o seguinte comentário: “Bom mesmo é brasileiro, porque esses bilionários árabes depositam US$ 1 milhão, US$ 2 milhões, mas uma semana depois tiram. Os brasileiros põem US$ 50 milhões, 60 milhões e deixam”. Segundo Francis, toda aquela grana era fruto de roubalheira, de superfaturamento.

Novo alerta de Lucas, dessa vez gestual (um discreto tapinha no braço direito), novamente ignorado por Francis, que reiterou sua certeza de que a Petrobrás fora dominada “pela maior quadrilha” em atividade numa empresa pública brasileira.

Lucas suspeitou certo: deu galho. Não contra a quadrilha vagamente apontada por Francis (o que só poderia ocorrer se o então presidente da Petrobrás, Joel Rennó, tivesse mandado investigar a procedência das acusações e as tivesse comprovado), mas contra o próprio acusador.

Sem provas concretas para substanciar sua denúncia, Francis acabou processado por Rennó, no foro de Nova York. Um processo impagável de US$ 100 milhões, ao qual o jornalista ainda se referiria em outra edição do Manhattan Connection, quando citou nominalmente o presidente da Petrobrás e acusou os diretores da estatal de tentarem intimidá-lo e silenciá-lo.

Nesse programa, houve um diálogo quase cômico entre Lucas e Francis. Ao ouvir o colega afirmar que, dos “três porquinhos” que dirigiam a Petrobrás, conhecia apenas o presidente, “um rapaz gordinho” que comia “nos melhores restaurantes de Nova York”, Lucas quis saber se já haviam comido juntos alguma vez. “Infelizmente, já”, respondeu Francis, simulando um engulho.

Se Francis errou ao dizer o que disse sem provas materiais, o presidente da Petrobrás não podia tê-lo processado nos Estados Unidos por coisas ditas numa televisão brasileira e jamais transmitidas fora do Brasil, embora gravadas num estúdio nova-iorquino. Muito menos envolvendo uma indenização que, hoje sabemos, só os petrogatunos teriam condições de pagar com seu butim, guardado aqui e lá fora.

Mesmo ciente de que perderia o caso, o presidente da Petrobrás esticou o litígio até onde pôde. Queria infernizar o jornalista, e como dispunha de recursos ilimitados para cozinhar o processo, manteve-o em banho-maria, para discreto constrangimento do presidente Fernando Henrique Cardoso, que tampouco se empenhou em esclarecer se as imputações de Francis tinham ou não fundamento.

Rennó afinal venceu a parada. Mas não nos tribunais.

Estressado e deprimido pela milonga judicial, Francis morreu de um ataque cardíaco, em 4 de fevereiro de 1997. Na Folha de S. Paulo do dia seguinte, Elio Gaspari encerrou seu comentário com esta observação: “Dizer que o processo do doutor Rennó o matou seria uma injustiça piegas, verdadeira estupidez. O que aconteceu foi outra coisa. O doutor Rennó conseguiu tomar uma carona no último capítulo da biografia de Paulo Francis. E, se algum dia Rennó tiver biografia, terá Paulo Francis nela. É difícil que consiga fazer coisa melhor, sobretudo à custa do dinheiro da viúva”.

A Operação Paulo Francis demorou 17 anos para se concretizar. “Lava-Jato” é apenas seu nome fantasia.

Suíça connection – Aliás – Estadão

03/11/2012

Veja e sua perseguição e cerco a Lula

Filed under: Golpismo,InJustiça,Marcos Valério,Paulo Francis,Veja — Gilmar Crestani @ 10:45 pm

Sobre o retorno de Marcos Valério

Paulo Nogueira 2 de novembro de 2012 18

Até quando será tolerado no Brasil que a mídia publique acusações graves sem nenhuma prova?

E lá vem ele de novo

E lá vem ele de novo, Marcos Valério.

Pobre leitor.

Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.

Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?

Lula, no Planeta Veja, já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.

Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.

Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.

Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.

No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.

Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.

Francis foi vítima de Francis

Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?

Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.

Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.

Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.

Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.

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Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.

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