Ficha Corrida

13/11/2016

Afinal, é delação ou felação?

OBScena: operação Milhão da PF conduz, coercitivamente, o primeiro a ser comido 

Milhão da PF

Há tanto nonsense nesta República das Bananas que a melhor saída, não é o aeroporto, é rir. Até porque agora o aeroporto de Miami está interditado aos cucarachas.

Então, vida longa em terra brasilis aos vira-latas que adoram tirar os sapatos para entrarem nos EUA.

Um milhão é pouco milho pra tanto pato! Os 23 milhões do Tarja Preta serviria para manter o Movimento dos Bundões Liberados oCUpados. E ainda sobram os 220 milhões que Eduardo CUnha deixou aplicado enquanto passa uma temporada sob os cuidados da PF.

A cada dia que passa parece ficar mais claro que Macondo é aqui. Nem a melhor ficção do Gabo suplanta nosso realismo mágico.

Está no ar um enredo de fazer inveja à novela da família Buendia.

Ainda bem que as instituições estão funcionando. A OAB é um exemplo. Imagine se não estivessem?!

Não tenho provas mas tenho convicção, o que já foi uma OAB agora não passa de um OB, usado. Até a menstruação, quando é do PSDB, merece nota.

Retirem as crianças da sala que uma briga de bugio está por selar a união dos absorvente:  OB do Lamachia com o sempre livre das alterosas.

Vamos torcer, para evitar o constrangimento de mais powerpoints, para que logo apareçam os nomes de Dilma e Lula na boca de algum Buendia delator.

 

Assinatura no cheque de 1 milhão que pode derrubar Temer é de Aécio

12 de Novembro de 2016

O empresário Otávio Marques de Azevedo disse em sua delação que doou 1 milhão de reais de propina para a campanha da então candidata Dilma Rousseff à reeleição.

A campanha de Dilma demonstrou que esse recurso não foi entregue ao PT, mas num cheque ao então candidato a vice e agora presidente da República, Michel Temer.

O assunto se tornou pauta em alguns veículos e de repente a OAB nacional, presidida por Claudio Lamachia, emite a seguinte nota:

"É absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito do repasse de R$ 1 milhão para a campanha que elegeu a chapa Dilma-Temer em 2014. A sociedade precisa saber se esses recursos são legítimos ou fruto de propina. Outro ponto que precisa ser esclarecido é sobre qual conta foi usada para receber o dinheiro. A OAB acompanha com atenção os desdobramentos desse fato para cumprir com rigor sua função de defender os interesses da sociedade e o cumprimento da Constituição. Se necessário, a OAB usará de suas prerrogativas constitucionais para fazer valer os interesses da cidadania."

Parodiando Mino Carta, é do conhecimento até do mundo mineral que a Andrade Gutierrez sempre foi "a empreiteira do Aécio". Não porque ele fosse dono da mesma, mas porque seus "negócios" sempre foram majoritariamente realizados com ela.

A quem interessar possa, a Andrade Gutierrez foi a empreiteira que construiu a Cidade Administrativa de Minas. O custo, 1 bilhão de reais. Um investimento monstruoso para um governo do estado.

A despeito desse imenso negócio realizado com o então governador, quando da sua delação, Otávio Marques Azevedo, o presidente da Andrade Gutierrrez, não citou Aécio com beneficiário de propina.

Afirmou que os 20 milhões que doou ao então candidato a presidente em 2014 foi por vias legais, mesmo tendo uma série de mensagens absolutamente suspeitas trocadas com Oswaldo Borges, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, e apontado como tesoureiro informal do tucano.

As mensagens podem ser lidas nesta matéria do blogue do Fausto Macedo.

Aliás, também no blogue do Fausto Macedo pode-se ler as mensagens dos executivos da Andrade Gutierrez torcendo e fazendo campanha por Aécio.

Então por que um delator que doou 20 milhões para um candidato com qual teve um negócio de 1 bilhão foi lembrar de um cheque de 1 milhão que, segundo ele, havia sido dado a campanha de Dilma?

E como esse delator não se lembrava que havia repassado esses recursos num cheque exatamente para o agora presidente da República, Michel Temer, que era o então candidato a vice na chapa de Dilma?

Ingenuidade do delator? Um erro?

Sigamos um pouco mais então…

Como, de forma tão rápida, o presidente da OAB que foi convidado a cinco dias pelo PSDB de Aécio para discutir a reforma política, como se pode ver neste post da Veja emite um nota colocando Temer numa situação no mínimo constrangedora.

Evidente, caro Watson, o senador Aécio Neves é quem assina essa operação do cheque da propina para Temer.

Aécio desistiu de Temer e alguns de seus aliados mais próximos já não fazem mais de esconder isso nos corredores do Congresso.

Primeiro porque esperava mais do atual presidente. Esperava que lhe desse mais poder.

Segundo, porque Aécio, sabe que 2018 não será o seu ano se ficar esperando a caravana passar. Até porque a cada dia que passa a candidatura de Geraldo Alckmin fica mais forte dentro do PSDB.

E já deve ter feito as contas que conseguiria montar uma operação para ser um candidato viável numa eleição indireta no ano que vem.

O cheque do Temer, amigos, ainda vai render muitas histórias.

    Renato Rovai – Renato Rovai é editor da Revista Fórum

    Assinatura no cheque de 1 milhão que pode derrubar Temer é de Aécio | Brasil 24/7

    26/12/2015

    Rex Quæ Sera Tamen

    AECIO ELEITOAécio Neves, enfim, coroado. Como diz o lema da bandeira mineira, antes tarde do que nunca, deve pensar o Napoleão das Alterosas. SQN! Tem mais chances de virar Miss Colômbia do que ser eleito para qualquer coisa que necessite de pessoas honestas.

    O Pior Brasileiro do Ano. Por Paulo Nogueira

    Postado em 25 dez 2015 – por : Paulo Nogueira

    Não faltaram candidatos fortes, mas é de Aécio, com folga, o título de Pior Brasileiro do Ano.

    Aécio só não fez o que deveria fazer: trabalhar no Senado. Fazer jus ao salário e mordomias que os brasileiros lhe pagam.

    Ele consumiu seu tempo em conspirações contra a democracia em 2015. Tentou, e continua a tentar, cassar 54 milhões de votos, sob os pretextos mais esdrúxulos, cínicos e desonestos.

    Adicionou um novo e definitivo rótulo a sua imagem de playboy do Leblon, adepto de esforço mínimo e máximas vantagens: o de golpista.

    Para tanto, andou sempre nas piores companhias da República. Esteve constantemente junto de Eduardo Cunha, que só não levou o título de Pior Brasileiro porque Aécio existe.

    Aécio foi vital para que Cunha se sagrasse presidente da Câmara dos Deputados. Depois, quando já eram avassaladoras as provas de ladroagem de Cunha, Aécio armou um esquema de blindagem para que ele não respondesse por seus crimes. Tudo isso para que suas pretensões de golpista obtivessem sucesso.

    Aécio protegeu, preservou Cunha. E assim contribuiu decisivamente para que ele chegasse ao fim do ano ainda na presidência da Câmara, o que representa uma tonitruante bofetada moral no rosto da nação.

    Pode-se dizer que Cunha é filho de Aécio. São sócios no crime de lesa democracia.

    Tanto ele fez que teve acabou recebendo uma resposta espontânea da sociedade. Fazia muito tempo que um político não era motivo de tantas piadas.

    2015 foi o ano do Aécio golpista, e também o ano do Aécio piada.

    Sua incapacidade patológica de aceitar a derrota se transformou em gargalhadas nas redes sociais.

    Qualquer pessoa que caísse no ano, a piada estava pronta. Se o Mourinho cair, assume o Aécio?

    Houve humor de outra natureza, também. Memes brotaram em profusão, dias atrás, depois da coroação equivocada como Miss Universo da candidata da Colômbia. Nestes memes, Aécio aparecia como a Miss Colômbia.

    O que todos lembravam, ali, eram os escassos momentos pelo qual Aécio se julgou vencedor das eleições presidenciais de 2014.

    Ele recebera já informações segundo as quais ganhara de Dilma, e armara uma festa em Belo Horizonte. A comemoração foi brutalmente abortada quando foram anunciados os resultados oficiais.

    A imagem da decepção ganhou as redes sociais numa das fotos mais compartilhadas das eleições.

    Tivesse grandeza de espírito, Aécio faria o básico. Ligaria para Dilma para cumprimentá-la e tentaria entender onde errou para corrigir os equívocos, eventualmente, numa próxima vez.

    Mas não.

    Da derrota emergiu um monstro moral, um golpista sem limites e sem pudor, um demagogo que provoca instabilidade no país e depois fala, acusatório, da instabilidade como se não fosse ele o causador dela.

    Por tudo isso, e por outras coisas, é de Aécio o título de Pior Brasileiro do Ano.

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    Sobre o Autor

    O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

    Diário do Centro do Mundo » O Pior Brasileiro do Ano. Por Paulo Nogueira

    22/12/2015

    Ministro da Suprema Corte, por decreto, na Argentina do Marcri tem

    O que Maurício Macri vem fazendo na Argentina mostra o que teria acontecido no Brasil se o Napoleão das Alterosas tivesse vencido as últimas eleições. Ambos são bons em atacar o bolivarianismo dos governos Dilma e Kirchner. Basta ver o que fazem quando assumem para se ter certeza de que atacam para se defenderem. Acusam de algo que fazem.

    Se o playboy dos hiPÓcritas tivesse ganho as eleições Rodrigo de Grandis seria nomeado procurador-geral e para o STF desencavaria muitos outros Gilmar Mendes.

    Nas próximas eleições, em 2018, lembrem-se do famoso “efeito orloff”, eu sou você amanhã, quando se dizia que tudo o que aconteceria na Argentina depois também aconteceria no Brasil.

    Para el juez Alejo Ramos Padilla, Carlos Rosenkrantz y Horacio Rosatti no podrían asumir a menos que sus pliegos pasen por el Senado.

    Freno a los jueces por decreto y “en comisión”

    Con una medida cautelar se suspendió la posible asunción de los abogados designados por Macri para la Corte

    Por Irina Hauser

    La designación de dos jueces de la Corte Suprema por decreto y en comisión tuvo ayer la primera medida cautelar en contra y quedó en suspenso. El juez federal de Dolores, Alejo Ramos Padilla, sostuvo que puede ser nula y ordenó que el alto tribunal se abstenga de tomarles juramento a los elegidos, Carlos Rosenkrantz y Horacio Rosatti. La suspensión solo cesa, dice la resolución, si los pliegos son aprobados con mayoría especial por el Senado, la instancia que el Gobierno decidió saltear al firmar el decreto 85/2015. El fallo considera “arbitrario y abusivo” el método que se utilizó para los nombramientos, en base a una interpretación forzada del inciso 19 del artículo 99 de la Constitución Nacional, cuando existen –apunta– procedimientos específicos para cubrir vacantes en forma definitiva o transitoria. Buena parte de su argumentación se sostiene en fallos no muy lejanos de la propia Corte, en especial el que dice que hasta para ser conjuez supremo hay que obtener los dos tercios de los votos en el Senado, cuyo acuerdo “constituye un excelente freno sobre el posible favoritismo presidencial”, en palabras del encumbrado tribunal. “No sé si tiene valor el fallo, porque lo que hacemos nosotros es constitucional, y la decisión la tiene la Corte cuando llegue el momento de la jura, creo que a ellos no les aplica este tipo de fallos”, dijo el presidente Mauricio Macri. Todo indica que el Poder Ejecutivo apelará, con lo cual no está todo dicho.

    “Todas las partes y las autoridades públicas en particular tienen que respetar las decisiones de los jueces dictadas en marco de las causas sometidas a su jurisdicción, de lo contrario no habría forma de garantizar la división de poderes”, explicó el juez Ramos Padilla, consultado por Página/12. “Por lo tanto, la Corte se debe abstener de tomar el juramento, que es algo que corresponde a su función administrativa, que le otorga la Constitución, no a su función jurisdiccional”, añadió. Un tramo del fallo alude a la reunión que tuvieron Macri y el presidente de la Corte, Ricardo Lorenzetti, tras la cual anunciaron la postergación de la asunción de Rosenkrantz y Rosatti para febrero y con eso intentaron mostrar que la discusión estaba superada. Ramos Padilla dice que, aunque hasta la agencia de noticias de la Corte lo pintó así, el debate sobre la legalidad recién empieza. En eso radica, según justifica, la “urgencia” de una cautelar que frene la asunción: “si estamos frente a un proceso ilegítimo de designación, el mismo ya ha sido puesto en marcha, se encuentra en vías de ejecución” y sólo falta que la “Corte Suprema les reciba juramento a los designados”. Los supremos hablarían de esto hoy, en su acuerdo.

    Ciudadanos, jueces, políticos

    Hasta ahora se presentaron más de una docena de medidas cautelares contra el nombramiento de supremos por decreto en distintas provincias. Algunas provienen de organizaciones como el Centro de Estudios para la Promoción de la Igualdad y la Solidaridad (Cepis), Abogados por la Justicia Social (AJUS), Movimiento de Profesionales para los Pueblos e HIJOS, pero las hay de ciudadanos sueltos. Una de ellas fue rechazada por la jueza Rita Ailán, por no tener un supuesto interés legítimo. Ramos Padilla, en cambio, aceptó la de un “ciudadano común”, Mariano José Orbaiceta. Alega que la “Corte Suprema tiene jurisdicción en los asuntos de todo el país y todos los ciudadanos pueden verse afectados si dos de sus cinco miembros son designados de manera unilateral por el Poder Ejecutivo sin acuerdo del Senado y sin siquiera poder ejercitar el derecho” que les ha otorgado el decreto 222/03 que autolimitó a las autoridades. Ese decreto faculta a “los ciudadanos en general” además de organizaciones, a formular las apreciaciones que quieran sobre los candidatos, pero no sólo se aplica en una primera etapa de impugnaciones ante el Ministerio de Justicia (que es la que puso en marcha el Gobierno), sino en una segunda que “se está eludiendo”: la que se desarrolla en el Senado, que incluye una audiencia pública, dice Ramos Padilla.

    En el Gobierno celebraban que el fallo hubiera sido firmado por un juez al que pueden identificar con la agrupación crítica Justicia Legítima. Es un recurso al que fuerzas antikirchneristas recurren cuando quieren descalificar una decisión judicial sin más y dar a entender que sólo encierra una intencionalidad política. En el macrismo evalúan que les resulta funcional la lógica “amigo-enemigo” en casos así. Justicia Legítima, fuente de inspiración de reformas judiciales promovidas por el gobierno pasado, está en la otra vereda. Macri, el más despiadado, directamente llegó a decir que duda de que el fallo tenga algún valor y que un juez le pueda dar una indicación a la Corte sobre un acto administrativo. Ayer asumió Carlos Balbín como procurador del Tesoro (jefe de los abogados del Estado) y será quien se ocupe de analizar una posible apelación.

    La Corte en su trampa

    El día que, en pleno brindis de fin de año y homenaje a Carlos Fayt, Lorenzetti anunció que la Corte les tomaría juramento a los dos designados por decreto y que eran “bienvenidos”, en el mismo salón, los propios funcionarios y empleados del tribunal recordaban los fallos supremos que en distintos temas señalaron que no se puede obviar el Senado en el nombramiento de jueces, incluso subrogantes (como dice el fallo que declaró la inconstitucionalidad del sistema de subrogancias), y que la aprobación requiere una mayoría calificada en la caso de los cortesanos. La prórroga de la jura dio cuenta de una advertencia de la Corte al Gobierno: una versión le atribuye el enojo y desacuerdo a Elena Highton de Nolasco; otra al propio Lorenzetti. El hecho es que Ramos Padilla asienta una buena parte de su fundamentación en un fallo reciente del alto tribunal y lo pone en un brete. Es el que declaró la nulidad de una lista de conjueces que había sido aprobada por el Ejecutivo (entonces Cristina Kirchner) con acuerdo del Senado para cubrir cargos en la Corte en casos de que fuera necesario. Lo que cuestionó la sentencia es que la aprobación no había sido con la mayoría agravada que se requiere para los jueces máximos. Decía que eso “ponía en peligro derechos, garantías y hasta el propio diseño constitucional y republicano”.

    Ramos Padilla razona que si los conjueces de la Corte, que suelen ser sorteados para intervenir en un solo caso, deben cumplir con los mismos requisitos de designación que cualquier miembro estable, más aún se debería aplicar esa regla a Rosatti y Rosenkrantz, que “habrán de intervenir en todos los procesos”. Luego cita tramos del fallo sobre los conjueces (“Aparicio”). Uno dice que el sistema de designación de jueces “encierra la búsqueda de un imprescindible equilibrio político, pues (…) el acuerdo del Senado constituye un excelente freno sobre el posible favoritismo presidencial”. Eso lo firmaron Lorenzetti, Highton de Nolasco, Fayt y Juan Carlos Maqueda. “El nombramiento de los jueces de la Nación con arreglo al sistema constitucionalmente establecido se erige en uno de los pilares de la división de poderes”, señala también aquel fallo. A partir de eso, Ramos Padilla, advierte que si se continúa con un procedimiento irregular se afectará –según dice la Corte– “la división de poderes, el sistema republicano, los equilibrios”, la imparcialidad e independencia” y podrían primar “los favoritismos”.

    ¿Por qué no es válido recurrir al inciso 19 del artículo 99 de la Constitución para designar jueces por decreto? Según el juez, si bien esa disposición autoriza a “llenar vacantes de los empleos, que requieran el acuerdo del Senado, y que ocurran durante su receso”, el concepto de “empleo” “no puede ser equiparable a la función de juez” ya que la expresión lleva implícita la “relación de dependencia”, pero los jueces pertenecen a otro Poder del Estado, razona. Considerarlos a los jueces empleados pone “en crisis todo el sistema republicano”, alerta. Agrega que no es cierto que la Corte no pueda funcionar con tres hasta que haya nuevos nombramientos: hay mecanismos para cubrir eventuales faltas, primero con los presidentes de Cámara. Cuestiona la equiparación, en el decreto, con precedentes donde se nombró en comisión a jueces inferiores, pero antes de la reforma constitucional de 1994, cuando –por ejemplo– se estableció el Consejo de la Magistratura para desterrar la designación política, a dedo, de los jueces.

    Todas las voces

    Al final hace un racconto de juristas de todo el arco ideológico que estos días cuestionaron la iniciativa de Macri: Raúl Zaffaroni (quien habló de abuso de autoridad), Daniel Sabsay (dijo que se elude el decreto 222), Andrés Gil Domínguez (dijo que hay gravedad institucional y que no hay razones de excepcionalidad), Ricardo Gil Lavedra (“la decisión es grave y no sostenible”), Alejandro Carrió (dijo que la Corte puede funcionar igual), León Arslanian (“no hay justificación”).

    “Si el mecanismo de designación de los jueces del máximo tribunal de la Nación no es válido –indica Ramos Padilla–, si ello no surge del texto ni del espíritu de la Constitución, si con ello se afecta la división de poderes, la independencia de los jueces, la garantía del juez natural, las facultades del Congreso, la participación y control ciudadano y en definitiva, a la cabeza de uno de los poderes del Estado y por ende, a todo el sistema de justicia, resulta necesario que los mecanismos constitucionales se pongan en funcionamiento cuanto antes para frenar esa ilegalidad que afecta principios básicos sobre los que se asienta la república.” Por todo esto es que el fallo anticipa que la designación podría ser nula en una resolución sobre el fondo y corresponde suspenderla. Este estado de situación podría cambiar con la apelación del Ejecutivo (de acuerdo con cómo sea concedida seguirá suspendida la jura o no) o con una eventual aprobación del Senado.

    Página/12 :: El país :: Freno a los jueces por decreto y “en comisión”

    21/12/2015

    Josefina e Napoleão na putaria e o MPF de voyeur

     

    Aécio emprestou o helicóptero de Minas para Gilmar Mendes. Por Kiko Nogueira

    Postado em 20 dez 2015 – por : Kiko Nogueira

    Eles

    Eles

    O probo e irreprochável Gilmar Mendes usou o helicóptero do estado de Minas Gerais.

    O ano era 2009, o vôo foi em Belo Horizonte, o governador era Aécio Neves e o fato está registrado na planilha com os vôos realizados durante os 7 anos e três meses da administração aecista, entre 2003 e 2010.

    As quatro aeronaves — um Citation e um Learjet, um helicóptero Dauphin e um turboélice King Air — eram do estado, mas Aécio se apropriou delas como se fossem sua companhia de aviação.

    Foram 1430 viagens ao todo, 110 com pouso ou decolagem do famoso aeroporto de Cláudio, construído nas terras do tio Múcio Toletino, que ficou com a chave.

    Em pelo menos 198 vezes ele não estava a bordo. Um decreto de 2005 estabelece que esse equipamento destina-se “ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas” e “para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos”.

    De acordo com o documento obtido pelo DCM, obtido pela Lei de Acesso à Informação, Gilmar, então presidente do STF, pegou sozinho o Dauphin no dia 23 de junho. Naquele dia, de acordo com seu site oficial, ele recebeu uma medalha: “Do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, concessão da Medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho Desembargador Ari Rocha, no de grau Grã-Cruz. Belo Horizonte/MG”.

    A página de GM sobre suas premiação fala o seguinte: “Gilmar Mendes possui diversas menções honrosas recebidas, em especial pelos serviços prestados à cultura jurídica, como defensor das garantias do Estado Democrático de Direito e da altivez do Poder Judiciário Brasileiro, e pelo reconhecimento em homenagem aos relevantes serviços prestados à Justiça Brasileira.”

    Como em Casablanca, foi o início de uma bela amizade que rendeu frutos, por exemplo, ao longo de todo este ano de 2015.

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    Sobre o Autor

    Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

    Diário do Centro do Mundo » Aécio emprestou o helicóptero de Minas para Gilmar Mendes. Por Kiko Nogueira

    12/10/2015

    Éramos Seis

    Éramos seis é um título de um livro que fez algum sucesso quando eu era estudante. As vivandeiras mais notórias entorno do impeachment estão indo, uma a uma, prestarem contas dos próprios malfeitos que viviam de pespegar em Dilma. A mãe dos golpistas, a Rede Globo, vai perdendo seus filhotes que tão cuidadosamente incubou e desovou. Como disse Dilma, “não sobrará pedra sobre pedra”.

    1) Filho mais notório, o Napoleão das Alterosas, em plena síndrome de abstinência,foi abatido em pleno voo. Voos. Muitos voos, de Minas para todo e qualquer ponto turístico. O pior senador no ranking da Veja foi o primeiro a não saber perder. Partiu para o tapetão voador, mas é mais frágil que o próprio ar que aspira. Aécio Neves deve encabeçar qualquer lista das espécies mais nocivas a qualquer decência mínima de uma república.

    2) Fernando Francischini montou a melhor estrutura de difamação no submundo da internet durante a campanha. Seu sucesso cacifou-o à Secretário de Segurança de Beto Richa. Bateram nos professores e acabaram apanhando da realidade. Hoje, igual ao pinhão guardado pelas gralhas azuis, é um post esquecido ao lado de outra araucária.

    3) Ronaldo Caiado recebeu a melhor definição que se pode conseguir de seu próprio correligionário: “uma voz à procura de um cérebro”. Demóstenes Torres disse tudo o que poderia resumir o caráter de Caiado no próprio título do artigo.

    4) Agripino Maia é o que se pode chamar de escândalo à espera de uma tomada. Falta o cinegrafista, mas a cena é antológica. Junto com Caiado e Carlinhos Cachoeira, Agripino rivaliza com Demóstenes Torres no papelão de acusador da honestidade alheia como forma de se safar.

    5) Augusto Nardes, legítimo espécime do PP gaúcho, guindado ao posto do tCU pelo Severino Cavalcante, o breve, foi abatido não sem antes justificar a inutilidade de um Tribunal de Faz de Conta, já que não é tribunal e sequer sabe fazer contas. A Operação Zelotes se encarregou de coloca-lo em seu devido lugar. A história do lixo poderá reservar um lugar mais adequado em sua biografia.

    6) Eduardo CUnha é o maior representante dos movimentos golpistas. Aos moldes de Severino Cavalcanti, foi escolhido para algoz. É como se escolhessem Judas para o lugar de Jesus. Não tem como errar. Basta conhecer a biografia.  A chave de ouro deste soneto hexassílabo só poderia ser fechado com um legítimo herdeiro de PC Farias que guarda estreita relações com a incubadora dos golpistas, a Rede Globo. E mais não se precisa dizer por despiciente. Fez da Igreja um puteiro de seu gangsterismo.

    Éramos Seis, mas, apesar de soltos, é o que há de mais nocivo. Por eles se explica porque há prisões e vazamentos seletivos como a moralidade dos imorais.

    STF abre inquérito para investigar Agripino Maia por corrupção e lavagem de dinheiro

    Supremo abre inquérito para investigar presidente do DEM por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. José Agripino Maia teria recebido propina da empreiteira OAS, investigada na Operação Lava Jato

    Agripino Maia DEM corrupção

    José Agripino Maia, presidente do DEM (divulgação)

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso abriu esta semana inquérito para investigar o senador José Agripino Maia (DEM-RN) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ministro atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o parlamentar de receber propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014.

    As suspeitas contra o senador surgiram em depoimentos de investigados na Operação Lava Jato, mas a PGR pediu que o inquérito não fosse remetido ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos oriundos da operação no Supremo. Para a procuradoria, as acusações não estão relacionadas com os desvios de recursos da Petrobras, principal linha de investigação da Lava Jato.

    A assessoria do senador informou que ele ainda não foi notificado sobre a decisão e que só vai se manifestar após ter acesso às investigações. Na segunda-feira (5), após ser informado do pedido de abertura de inquérito, Agripino disse que a acusação é absurda, inverídica e descabida. Ele também se colocou à disposição do Judiciário para prestar esclarecimentos. A OAS nega as acusações.

    Relatório da Coaf

    O Coaf, órgão de inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda, detectou uma série de depósitos em espécie de forma fragmentada e sem identificação dos depositantes, no valor total de R$ 169,4 mil, em contas bancárias do senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM e um dos principais nomes da oposição. Segundo relatório do Coaf, a movimentação “sugeriria tentativa de burla dos mecanismos de controle e tentativa de ocultação da identidade do depositante”.

    De acordo com o Coaf, movimentações suspeitas foram realizadas no mesmo dia, 27 de outubro de 2014, no final da campanha eleitoral do ano passado. As contas do senador receberam seis depósitos de R$ 9.900 mil cada um no caixa do banco em um total de R$ 59,4 mil, além de outros 44 depósitos em espécie, em envelopes no caixa eletrônico, cada um deles com R$ 2.500.

    Entre outros depósitos para Agripino, com identificação, um motorista do Senado colocou R$ 95 mil, em espécie, na conta do senador, além de ter feito dois depósitos, um de R$ 9.000 e outro de R$ 9.100, “em espécie na mesma sessão de caixa” e na mesma agência. Outra servidora pública, lotada no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000.

    O relatório do Coaf integra o inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    STF abre inquérito para investigar Agripino Maia por corrupção e lavagem de dinheiro

    17/08/2015

    2018 de Brumário

    Napoleao de HospicioO que inspira os golpistas é o fator 18 de Brumário.

    Explico. Os derrotados nas últimas eleições não se conformam que Dilma tenha vencido por pequena margem. Para eles é como se existisse meia grávida. Nem precisa ser inteligente, basta não ser burro para entender que basta um voto a mais para aclamar um vencedor. Mas esta não é a lógica introduzida, via Gilmar Mendes, pelo Poder Judiciário na política.

    No julgamento da ação que trata do financiamento público das campanhas, mesmo com a votação em 6 x 1, portanto, com decisão irreversível, Gilmar Mendes pediu vistas senta sobre o processo já há mais de ano. Por quê? Ora, por que para a oposição sem votos mas atrelada ao Poder Judiciário, não é maioria que conta, mas o jogo sujo dos tapetões.

    A ditadura napoleônica na França começou com o golpe de estado no 18 de brumário. O brumário correspondia ao período entre 22 de outubro e 20 de novembro do calendário gregoriano, período durante o qual há neblina e baixas brumas. No Brasil, não há neblina, mas há uma cortina de fumaça. É a fumaça que sai do fogo aceso para queimar a bruxa Lula que assusta a direita sem voto em 2018. O golpe de 18 de brumário, igual ao golpe paraguaio à brasileira, também foi acolhido entusiasmado pela burguesia.

    Como é sabido, também temos um Napoleão. Aos que querem entronizar o Napoleão das Alterosas, um típico napoleão de hospício, cabe relembrar um ditado do norte-italiano, por onde o corso passou em suas conquistas narradas pelo escritor Stendhal: “Non tutti i francese sono ladri, ma bonaparte”. Nem todos os franceses são ladrões, mas boa parte (Bonaparte, boa parte)… Nem toda direita é golpista, mas no Brasil é a maior parte.

    Seminário discutido por Lula em “grampo” com executivo foi promovido pelo Valor Econômico

    publicado em 15 de agosto de 2015 às 02:15

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    Norberto, Emilio e Marcelo Odebrecht

    Da Redação

    Um opositor poderia estranhar, sim, o nível de intimidade de um ex-presidente da República com o executivo de uma empreiteira. Como observou sarcasticamente a psolista Luciana Genro no twitter, se Lula disputar o Planalto em 2018, “será o candidato da Odebrecht”.

    O comentário foi feito a propósito de mais um vazamento da Polícia Federal/Ministério Público, feito através do porta-voz dos vazamentos da Lava Jato, o Estadão: o grampo de uma conversa entre Lula e o executivo Alexandrino de Salles Alencar.

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    alexandrino-alencar-lj-lula-2A conversa foi gravada no dia 15 de junho de 2015. Para criar suspeição, O Globo diz que foi “às vésperas” da prisão de Alexandrino, que na verdade aconteceu dia 19.

    Mas, afinal, do que trataram os dois na conversa? Basicamente, de um seminário promovido pelo jornal Valor Econômico no mesmo dia 15: Uma Agenda para Dinamizar a Exportação de Serviços.

    Do seminário participaram, entre outros, o presidente da Odebrecht, o presidente do TCU, Rodrigo Azeredo — diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores — e o “tucano de primeira plumagem” Gianetti da Fonseca.

    O que disse Gianetti no evento?

    O economista e sócio da Kaduna Consultoria, Roberto Gianetti da Fonseca, criticou nesta segunda-feira, 15, o caráter ideológico que passou a envolver as discussões acerca dos financiamentos públicos às exportações de serviços de engenharia. “Temos de acabar com essa demonização do financiamento às exportações de serviços”, disse o economista, ex-secretário de Comércio Exterior do governo FHC. “Que história é essa de se chegar no Senado e falar mal destes financiamentos por eles terem sido criados pelos presidentes Lula e Dilma? Isso tem que se tornar um projeto de Estado”, disse o economista, durante participação de evento sobre exportações de serviços, em São Paulo.

    Ora, se a intenção é dizer que Lula fez lobby pela Odebrecht podemos dizer o mesmo de Gianetti e do próprio Valor Econômico, que promoveu o seminário e convidou Marcelo Odebrechet para falar?

    Quanto ao elogio que Emilio Odebrecht teria feito ao “documento de vocês”, sublinhado pelo delegado da PF como se fosse algo sinistro, aparentemente se refere à resposta que o Instituto Lula deu a uma reportagem da revista Veja que denunciou contribuições de empreiteiras ao instituto.

    Não há nada de extraordinário ali.

    Nada mais grave que Fernando Henrique Cardoso ter recebido 500 mil reais para seu instituto da Sabesp!

    Aqui, você pode ver quem foram os participantes do seminário do Valor Econômico e fazer o download de algumas falas.

    O interesse da Odebrecht no assunto é óbvio: a empresa é uma das maiores exportadoras brasileiras de bens e serviços.

    Porém, o delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat da Silva, em seu relatório, parece ter lido coisas demais no diálogo. Não é de estranhar: assim funciona a mente policial.

    Às vezes vê coisas onde há. Ou onde não há. Por exemplo? No relatório, o delegado diz que logo depois da prisão Alexandrino conversou com Marta Pacheco Kramer, identificada como funcionária do Instituto Lula. Só que não. Na verdade, ela trabalha para a Odebrecht. Um erro, vamos dizer, grosseiro!

    É justamente por isso que, nos Estados Unidos, como escrevemos aqui, nem o FBI nem o Ministério Público vazam informações de inquéritos em andamento à imprensa. O risco, além de atrapalhar as próprias investigações, é de comprometer publicamente pessoas inocentes.

    Como em “Marta Pacheco Kramer funcionária do Instituto Lula”. Ou em Marice, a cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que segundo “prova fotográfica” indiscutível da PF era Giselda, a esposa de Vaccari.

    O motivo dos vazamentos do MP e da PF é simples: criar comoção pública que justifique condenações mesmo sem provas absolutamente consistentes. É o tal do julgamento midiático, defendido tanto pelo juiz Moro quanto pelos promotores da Lava Jato.

    Abaixo, o artigo de Delfim Netto ao qual o ex-presidente Lula faz referência na conversa:

    Exportação de serviços e o ‘complexo de vira-lata’

    Antonio Delfim Netto, no Valor Economico

    O Brasil vive o resultado de uma combinação trágica de eventos gestados pelo governo em 2014 para conseguir a reeleição: 1) um laxismo fiscal que duplicou o déficit fiscal (6,2% do PIB contra a média de 2,7% entre 2009 e 2013); 2) um déficit primário de 0,6% do PIB (o primeiro desde a ida ao FMI no primeiro mandato de FHC); 3) intervenções pontuais para controlar a inflação, que levaram o setor industrial à regressão de 1,2% e que 4) deixaram uma inflação “reprimida” da ordem de 2% a 3%; e 5) um aumento da dívida bruta/PIB de 2% (de 56,9% do PIB em 2013 contra 58,9% do PIB).

    O mais importante ingrediente da campanha eleitoral foi a insistência da oposição na necessidade de um “ajuste fiscal”, o que o governo negou peremptoriamente: tudo estava em “ordem” e, portanto, se prosseguiria com a mesma política.

    Pois bem. Antes mesmo da nova investidura, a presidente reconheceu implicitamente a realidade. Enviou ao Congresso algumas medidas que haviam sido preparadas pelo ilustre e mal compreendido ministro Guido Mantega. Tranquila e dialeticamente, negando a negação, o governo, como São Paulo na estrada de Damasco, sofreu uma conversão de 180º na sua política econômica.

    Os eleitores, tanto os que preferiram Dilma (pouco mais do que 1/3) como os que a rejeitaram (pouco menos de 2/3) receberam, uns com enorme desilusão, outros com enorme ceticismo, o incontornável “ajuste fiscal”. E o PT, o principal beneficiário do “desajuste fiscal”, o recebeu com os dois. A essa gigantesca confusão política somou­se a econômica, o que inibiu uma coordenação sólida e confiável entre o Executivo e a sua base “virtual”, agora em reconstrução devido à competência e habilidade do vice-­presidente Michel Temer.

    Isso deu margem para que, ao lado do aumento do desejável protagonismo do Legislativo, importante fator de aperfeiçoamento do processo democrático, se propagassem no Congresso mitos insensatos, como é o caso, por exemplo, de sugerir que os empréstimos para exportação de serviços de engenharia do BNDES são um “prejuízo nacional” e expô-­lo a uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Mesmo competente e com a melhor boa intenção, ela pode prejudicar a significativa exportação de tais serviços que vimos construindo com paciência e algum sucesso desde 1966.

    Não é porque a “transparência” seja má, mas porque nossos competidores no mercado internacional de serviços de engenharia são a Espanha, os Estados Unidos, a China, a Alemanha, a França, a Itália e a Coreia, que estão sempre atentos a qualquer informação que lhes dê alguma vantagem, inclusive usando os seus serviços oficiais de espionagem.

    É abusivo dizer que o BNDES é uma “caixa preta” e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil. É preciso perguntar por que o Ex­Im dos EUA não aguenta a concorrência dos insondáveis subsídios do Ex­Im chinês, a despeito da regulação da OMC?

    É claro que o BNDES deve “prestar contas” aos órgãos reguladores, mas sob a proteção do absoluto sigilo. É lamentável que não se entenda que os recursos do chamado BNDES-­Exim não são remetidos para o país onde se faz o investimento. São usados como pagamentos em reais no Brasil, para centenas de empresas médias e pequenas, com milhares de operários, que fornecem produtos “exportáveis”, sem serem diretamente exportadoras. Elas jamais o seriam se não houvesse um “epecista” que as estimula e, não raramente, as ajuda a promover a incorporação de desenvolvimentos tecnológicos exigidos na dura competição internacional. O pagamento dos serviços, este sim, é em dólares que entram no país.

    O Brasil tenta qualificar­-se como um exportador de serviços de engenharia há muito tempo. De acordo com informações internacionais confiáveis (“Engineering News Record”), ainda ocupamos uma participação muito modesta no setor: sete vezes menor do que a Espanha, EUA e China e quatro vezes menor do que a da Alemanha, França e Coreia. Somados, esses competem ­ com subsídios ­ por 2/3 de um mercado da ordem de US$ 550 bilhões por ano.

    O desenvolvimento econômico depende de dois vetores: do investimento e da exportação. Os dois produzem efeitos multiplicadores parecidos, mas, sem a sólida expansão das exportações, o desenvolvimento pode ser abortado pelos déficits em conta corrente. A exportação de serviços de engenharia estimula o investimento nacional e a incorporação da melhor tecnologia, porque eles têm que estar no “estado da arte” para vencer a dura competição. Lamentavelmente o saldo dessa conta tem diminuído. Depois de passar por um máximo de US$ 4,3 bilhões em 2012, hoje anda às voltas de US$ 2 bilhões, com viés de baixa…

    Não há maior afirmação do famoso “complexo de vira­-lata” do que demonizar o suporte do BNDES quando financia despesas em reais que geram produção e emprego no Brasil e não financia a despesa da instalação externa. E não há maior miopia do que não enxergar que “exportar é o que importa”.

    *****

    Nota oficial do BNDES sobre o grampo:

    O BNDES lamenta tentativas, na imprensa e em redes sociais, de manipular e distorcer informações buscando envolver o Banco em algo supostamente nebuloso a partir da divulgação de um diálogo entre o ex-presidente Lula e um executivo da Odebrecht. A conversa não faz referência direta ao BNDES e tratou de um seminário sobre exportação que teve ampla participação do público interessado e cobertura da imprensa.

    *****

    Finalmente, já que estamos falando em grampo, que tal relembrar de um realmente comprometedor, do período da privataria das teles?

    Deu na Folha, sem maiores consequências jurídicas, apesar de se tratar de um leilão no qual o Estado não deveria interferir:

    No diálogo mais importante, [o então ministro] Lara Resende diz ao presidente [FHC] que é necessário forçar o fundo de pensão estatal Previ a entrar no consórcio do Opportunity e da Stet. O presidente concorda. Considera arriscado manter o “aventurismo” que seria representado por um outro consórcio. Como representante do “aventurismo”, o presidente cita nominalmente o empresário Carlos Jereissati.

    Depois disso, já que FHC concordava com a operação, Lara Resende pede explicitamente para usar o nome do presidente como forma de pressão. Os dois discutem como acertar a entrada da Previ, no consórcio do Opportunity com o grupo italiano. A Previ também negociava com o consórcio Telemar, de Carlos Jereissati. Eis o trecho da conversa entre os dois:

    André Lara Resende – Então, o que nós precisaríamos é o seguinte: com o grupo do Opportunity, nós até poderíamos turbiná-lo, via BNDES Par. Mas o ideal é que a Previ entre com eles lá.
    Fernando Henrique Cardoso – Com o Opportunity?
    Lara Resende – Com o Opportunity e os italianos.
    FHC – Certo.
    Lara Resende – Perfeito? Porque aí esse grupo está perfeito.
    FHC – Mas… e por que não faz isso?
    Lara Resende – Por que a Previ tá… tá do outro lado.
    FHC – A Previ?
    Lara Resende – Exatamente. Inclusive com o Banco do Brasil que ia entrar com a seguradora etc. que diz, não, isso aí é uma seguradora privada porque…
    FHC – … Não.
    Lara Resende – Então, é muito chato. Olha, quase…
    FHC – …Muito chato.
    Lara Resende – Olha, quase…
    FHC – Cheira a manobra perigosa.
    Lara Resende – Mas é quase explícito.
    FHC – Eu acho.
    Lara Resende – Quase explícito.
    FHC – Eu acho.
    Lara Resende – Então, nós vamos ter uma reunião aqui, estive falando com o Luiz Carlos, tem uma reunião hoje aqui às 6h30. Vem aqui aquele pessoal do Banco do Brasil, o Luiz Carlos etc. Agora, se precisarmos de uma certa pressão…
    FHC – …Não tenha dúvida.
    Lara Resende – A idéia é que podemos usá-lo aí para isso.
    FHC – Não tenha dúvida.
    Lara Resende – Tá bom.

    Leia também:

    Marcelo Zero: A quem interessa detonar o BNDES?

    Seminário discutido por Lula em "grampo" com executivo foi promovido pelo Valor Econômico – Viomundo – O que você não vê na mídia

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