Ficha Corrida

16/11/2015

Troféu Porcão

A boçalidade dos funcionários da Rede Globo é um atestado de que eles pensam que todos somos midiotas. Hoje, causa menos prejuízo à nossa sociedade o PCC, tanto que o Geraldo Alckmin prefere sentar com o Marcola do que com os professores, do que a Rede Globo.

Nada pode ser mais nocivo ao conceito de republicanismo do que o uso de uma concessão pública para assassinar reputações, insuflar os neofascistas do MBL junto a Eduardo CUnha em busca do Santo Graal do Impeachment. A desenvoltura da Rede Globo e seus magarefes deve-se aos eficazes instrumentos utilizados na captura, seja via Instituto Innovare, seja mediante a entrega de estatuetas, que podem ter sido compradas com dinheiro sonegado da Copa de 2002.

A sensação de impunidade mediante o hímen complacente da parte mais subserviente do Poder Judiciário ajuda a entender porque a Rede Globo age de maneira sempre tão afoita para acusar uns e sonegar a respeito de outros.

O Direito de Resposta e as Nove Leis de Mirian Leitão

O Direito de Resposta e as Nove Leis de Mirian Leitão

seg, 16/11/2015 – 18:44

Luis Nassif

A jornalista que quase provocou uma crise política porque um internauta colocou em sua biografia, na Wikipedia, que ela tinha errado algumas projeções econômicas, considera mera quirera o juiz “parar o que está fazendo”, para restabelecer a imagem da vítima do ataque de imprensa.

As duas são colunistas em jornais importantes: Vera Guimarães Martins, na Folha, Mirian Leitão, em O Globo.

Em seminário sobre imprensa, neste final de semana em Tiradentes, Mirian acalmou os jovens estudantes quanto ao receio de não terem liberdade para praticar jornalismo nos grandes jornais:

– Em trinta anos no Globo, jamais tive uma opinião minha censurada.

Os jovens jornalistas arregalaram os olhos; os veteranos, sorriram e trocaram olhares divertidos. Só jamais teve uma matéria censurada quem jamais ousou arrostar os limites impostos pelo jornal.

Em recente almoço com João Roberto Marinho, um integrante do governo ouviu dele a seguinte declaração, a respeito de um tema polêmico:

– Vou falar para a Mirian escrever sobre esse tema.

É evidente que Mirian fala por ela, mas, sempre em temas acordados aberta ou tacitamente com a casa. E também é a voz dos Marinhos, talvez a voz mais qualificada, dentre os jornalistas das Organizações Globo, mas, ainda assim, uma voz da casa.

E não se pense depreciativamente. Ele conseguiu uma imagem forte que faz com que os Marinhos recorram a ela para temas de seu interesse que, na boca da própria Globo, se tornariam suspeitos.

Essa circunstância confere à jornalista inúmeros benefícios: visibilidade, influência, prestígio, um enorme mercado de palestras.

Mirian é uma legítima beneficiária desse pacto com o grupo. Mas se recusa a admitir a contrapartida – endosso total às teses de interesse do grupo – para deixar a impressão que conquistou o direito de ter opinião própria graças exclusivamente à sua competência e prestígio junto ao público. Tão amplo e irrestrito é seu endosso ao grupo que tomou o lugar dos editoriais de O Globo para atacar a Lei que instituiu o direito de resposta com uma gana maior que os próprios editoriais.

Resposta aos abusos

Essa Lei é a primeira reação à falta de limites da mídia, especialmente depois que liquidaram com a Lei da Imprensa através do Ministro Ayres Britto – que, mais tarde, tornou-se lobista da mídia.

Draconiana ou não, a lei responde aos abusos que ocorreram na mídia nos últimos anos, em parte devido ao fato dos decanos da imprensa, os colunistas com condições de fazer o contraponto, jamais terem tido a coragem de se insurgir contra abusos que desmoralizavam a própria profissão.

Houve raríssimas exceções nas intervenções pontuais de um Jânio de Freitas, um Boechat, nos contrapontos do Juca Kfoury. Os que, como Mirian, deveriam atuar como figuras referenciais jamais ousaram para não colocar em risco uma situação profissional cômoda.

Agora, se tem essa situação.

Jornalista da Folha, Vera Guimarães resgata princípios de direitos individuais ao alcance de quem se propõe a estudar com isenção o tema. Faz a autocrítica e critica os veículos que “vivem de apontar os defeitos e o monopólio da grande imprensa”

Diz ela:

(…) Jornalistas erram como qualquer outro profissional, com a diferença de que seus erros, além de públicos, são magnificados na exata proporção da visibilidade dada à notícia. É essa equação que torna um erro em manchete muito mais grave.

(…)  Os meios de comunicação estão de cheios de erros e figuras menores que não merecem o mesmo cuidado.

O cenário é tanto pior quanto menor, mais distante, partidarizado ou regionalizado for o veículo. Parece não ter caído a ficha de que a correção não é uma liberalidade eventual nem pode variar de forma e tamanho ao sabor da ocasião; ela é contrapartida indissociável da responsabilidade (e do privilégio) de quem é pago para informar.

Sem essa consciência, é difícil defender sem reservas a autorregulação da mídia, ideal acalentado pelas entidades do setor. Seria apostar numa boa vontade que a maior parte de profissionais e meios não tem demonstrado, inclusive (ou principalmente) veículos que vivem de apontar os defeitos e o "monopólio da grande imprensa".

A falta dessa consciência só leva água ao moinho dos que querem enquadrar a liberdade de informação –e a nova lei do direito de resposta traz itens exemplares dessas tentativas.

A coragem da autocrítica confere-lhe legitimidade para a crítica correta inclusive contra os que emulam os vícios da mídia que se pretende combater.

A estratégia da Globo com o Direito de Resposta

Já  artigo de Mirian insere-se em uma estratégia óbvia das Organizações Globo.

Para não legislar em causa própria, recolhem as armas e mandam à arena seus colunistas – como se representassem uma opinião pública impessoal, extra-Globo-, servindo de reforço para tentativas de sensibilizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a partir do trabalho de Gilmar Mendes e de Ayres Britto.

O resultado foi um artigo onde Mirian vale-se de todo o estoque de sofismas que marcou o a atuação da mídia nesses tempos de caça às bruxas: desde invocar ameaças bolivarianas até inverter a força dos oponentes.

Trata-se de um Manual de Como Sofismar, segundo Mirian Leitão.

Vamos extrair algumas lições de como sofismar em defesa de uma causa pouco defensável.

Primeira Lei de Mirianem qualquer tema envolvendo prerrogativas da imprensa, a probabilidade de surgir um argumento que equipare a regulação à ditadura militar aproxima-se de 1 (100%).

É uma variante offline da Lei de Godwin, que reza o seguinte:

À medida em que cresce uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou o nazismo aproxima-se de 1 (100%).

Poderia ser chamada de a Primeira Lei de Mirian:

(…) A norma sancionada pela presidente Dilma faz a Lei de Imprensa do governo militar parecer democrática. Ela estabelece ritos sumários, dá prazos fatais aos juízes, estabelece que o “ofendido" pode exigir reparação no mesmo espaço e na edição seguinte do jornal, noticiário de rádio e televisão.

Segunda Lei de Mirianchame uma ideia defensável por um nome diferente visando conferir-lhe um significado diverso, de forma a confundir o oponente.

Também é conhecida como “manipulação semântica” e consiste, segundo Schopenhauer, em “chamar as coisas por um nome que já contenha o juízo de valor que queremos que seja aceito”.

Na prática, a Segunda Lei de Mirian tem esse tipo de utilização:

Existe a notícia errada que deve, claro, ser corrigida. Mas o texto fala que “ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação gratuito e proporcional ao agravo”. O governo e o Congresso chamam isso de regulamentação, mas a lei foi feita para intimidar jornalista e trazer de volta a autocensura.

Na Inglaterra, aqui mesmo, nos idos dos anos 90, os próprios jornais apresentavam a auto-regulação como alternativa a uma regulação externa. Jamais se auto-regularam. Mirian inova e trata a auto-regulação como autocensura.

O que ela banaliza – alguém se sentir ofendido – é a caracterização penal de injúria, crime previsto no Código Penal.

Terceira Lei de Mirianse uma Lei tem implicações sociais, procure minimizar os resultados e maximizar os custos.

Há um excelente estudo de caso nas análises do Globo sobre políticas sociais.

Mirian aplica os princípios na Lei.

Considera “espantosamente autoritários” o prazo para o juiz decidir e a aplicação da multa diária em caso da publicação não conceder direito de resposta.

A jornalista que quase provocou uma crise política porque um internauta colocou em sua biografia, na Wikipedia, que ela tinha errado algumas projeções econômicas, considera mera quirera o juiz “parar o que está fazendo”, para restabelecer a imagem da vítima do ataque de imprensa.

Reparar a reputação de alguém que foi alvo de uma tentativa de assassinato de reputação é tarefa menor? Que história é essa? A gravidade do crime de imprensa é diretamente proporcional ao tempo que demorou para se corrigir o ataque.

Diz ela:

Há trechos da lei espantosamente autoritários. Estabelece prazo exíguo para o juiz decidir, e autoridade para que ele aplique multa diária ao órgão de imprensa, mesmo que a pessoa atingida pela matéria não tenha pedido. “Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 horas mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação para que em igual prazo apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu e no prazo de três dias ofereça contestação”. Ou seja, o juiz tem que parar o que estiver fazendo para, em 24 horas, mandar citar o órgão de imprensa, que tem apenas 24 horas para se defender e três dias para contestar. Em menos de uma semana, esse rito que a lei chama de “especial” tem que ser cumprido.

Quarta Lei de Mirianapresente situações hipotéticas falsas para desqualificar as consequências da iniciativa que se pretende combater.

A lei fala em “ofendido" e “agravo” sem estabelecer o que seja isso. Ela torna a opinião um crime, e quem a emite, um réu. Recentemente um deputado me ligou pedindo “reparação”. Eu argumentei que ele teria que pedir reparação também aos seus colegas que fizeram, no plenário, as mesmas críticas que eu fiz no meu artigo. Era sobre a lei da repatriação que abre possibilidade de entrada de dinheiro no exterior proveniente de diversos crimes. Na vigência da lei 13.188 o que teria acontecido? Eu teria que publicar que o projeto não diz o que o projeto diz, porque o “ofendido" poderia considerar o meu texto um “agravo”?

Mirian recorreu a um dos princípios de Schopenhauer: o falso silogismo.

Consiste no seguinte:

·      O deputado ligou para pedir uma correção de erro que Mirian disse não ter cometido.

·      Se basta se sentir “ofendido” para requerer, todo mundo irá requerer o direito de resposta.

·      Se a Lei estivesse em vigor, ela teria que publicar a resposta.

Sabe porque o mediador da Lei se chama juiz? É porque ele arbitra os casos. A seu juízo define o que é ofensa e o que é agravo. Isso ocorre desde que, alguns séculos atrás, definiram o formato do Judiciário nas democracias.

O caso apresentado nada tem a ver com a Lei, porque, para não atrapalhar o argumento, Mirian esqueceu de incluir a figura do juiz para arbitrar se o deputado tem ou não razão.

Quinta Lei de Miriano estratagema de alternativa excludente.

Consiste em contrapor a determinada questão, um conjunto de questões legítimas, como se fossem alternativas a ela. Embora nada tenham de excludentes.

Esta legislatura está atormentando o país. Aprova com rapidez leis que ameaçam a estabilidade fiscal e deixa paradas propostas para reorganização das contas públicas. Usa a tramitação de projetos de aumentos de gastos, a tal pauta-bomba, como forma de atacar o governo, e não é o governo que está ameaçando, mas sim o país como um todo. Há uma série de iniciativas polêmicas que avançam como o Código de Mineração, que dá mais poderes aos mineradores contra a lei ambiental; a proposta de dar ao Congresso o poder de definir a demarcação de terras indígenas, a que libera o uso de armas e cerceia o direito das mulheres.

Sexta Lei de Miriano estratagema da desqualificação institucional.

Este é mais manjado porque frequentemente utilizado como argumento econômico.

No caso, Mirian se vale do álibi Eduardo Cunha para desqualificar a lei.

Até pouco tempo atrás Eduardo Cunha era blindado pelo grupo para quem Mirian trabalha. Enquanto serviu, foi usado. E o que isso tem a ver com a Lei de Direito de Resposta? Nada.

Seria o mesmo que afirmar: enquanto os Marinho não esclarecerem sua participação na compra de direitos esportivos da CBF, tudo o que a Mirian escrever sobre economia deve ser colocado sob suspeita.

Se fosse apenas uma legislatura conservadora já seria uma infelicidade. Mas ela é pior que isso, porque as duas casas são comandadas por pessoas que estão sob grave suspeição. O pior caso é o do presidente da Câmara que dá explicações bizarras para justificar o dinheiro em contas na Suíça que afirmara não ter.

Sétima Lei de Mirianutilize algum personagem fraco do setor que você pretende defender, para não parecer que está do lado dos fortes.

É recurso muito utilizado para justificar juros altos – não pode baixar senão vai prejudicar o pobre do pequeno poupador.

No seu artigo, Mirian sofisma para espantar a ideia de que a Lei do Direito de Resposta garante o fraco (o cidadão) contra o forte (a imprensa).

Este Congresso, assim constituído, aprova uma lei que ameaça os jornalistas. O maior risco é dos veículos menores, ou repórteres independentes que não tenham uma estrutura jurídica grande e rápida.

As maiores ações contra veículos menores partem da própria imprensa. Das sete ações que respondo, cinco são de jornalistas bancados pela estrutura jurídico das empresas nas quais trabalham, Abril e Globo. A sexta é de um Ministro, Gilmar Mendes, aliado da Globo. E a última é de Eduardo Cunha.

Quanto à Lei, o máximo que poderá ocorrer com veículos maiores e menores será publicar a reposta do atingido.

Oitava Lei de Mirianuse as crenças do seu oponente contra ele.

É uma livre adaptação de um dos princípios de Schopenhauer.

Use as crenças do seu oponente contra ele. Se o seu oponente se recusa a aceitar as suas premissas, use as próprias premissas dele em seu favor. Por exemplo, se o seu oponente é membro de uma organização ou seita religiosa a que você não pertence, você pode empregar as opiniões declaradas desse grupo contra o oponente.

Como Mirian aplica a Oitava Lei de Mirian:

Dilma diz com frequência que prefere uma imprensa crítica a uma imprensa silenciada, mas acaba de, com atos, desdizer o que diz. Não é a primeira vez que ela fala algo e faz o oposto. Agora, a presidente está sendo coerente com leis de inspiração bolivariana que vicejam em países como Venezuela, Equador e Argentina. O que nos resta é confiar que o Supremo Tribunal Federal, que revogou a Lei de Imprensa do governo militar, derrube mais esse atentado à liberdade de imprensa.

Nona Lei de Miriantaxe a ideia a ser combatida como bolivariana, mesmo que ela seja inspirada nas democracias europeias.

O Direito de Resposta e as Nove Leis de Mirian Leitão  | GGN

13/05/2015

A repetição como farsa

Aecio NepotistanO exército da direita não consegue descansar. Por qualquer dá cá uma palha, move mundos e fundos. Só há uma explicação: síndrome de abstinência de poder. Longe do Planalto e com poucas perspectivas de voltarem, a direita hidrófoba vive em estado hiênico, com os dentes sempre à mostra. Na verdade, a bocarra é o único argumento.

Como disse Carl Marx no Dezoito Brumário de Louis Bonaparte, “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Nunca foi tão atual como no caso da política brasileira. A primeira vez que a direita sem voto espalhou aos quatro ventos o aparelhamento do Estado foi ainda no Governo Lula. Lula pretendia fazer uma limpeza nos cavalos de Tróia deixados por FHC. Armados até os dentes e aliados ao Lumpenjornalismo, o PSDB/DEM vociferou contra Lula por querer nomear na Petrobrás pessoas de sua confiança. Tanto fizeram que lá ficou alguém ainda do tempo de FHC, Paulo Roberto da Costa. Hoje todos sabemos o resultado disso.

Quando o PSDB pôs um laranja no PSDB, Gilmar Mendes, ninguém vociferou contra o aparelhamento do Estado. Agora usam do mesmo estratagema com que conseguiram a reeleição de FHC. Para manter seus ventríloquos, a direita muda a constituição. Aparelhamento do Estado é alterar a constituição ao sabor das conveniências, e do jeito mais sujo possível. Como por exemplo pagar R$ 200 mil reais para comprar a reeleição. Se fosse séria a proposta de evitar o aparelhamento, as regras valeriam para candidatos seguintes, não para os que estavam no poder.

Aécio Neves é um caso típico de aparelhamento do estado. Desde quando era estudante no Rio de Janeiro já recebia por cargos públicos em Brasília. Bem, isso não é aparelhamento. É roubo mesmo!

Hoje o Estado está contaminado pela baixa qualidade do nosso jornalismo. Quando um governador, por exemplo, paga  R$ 70 mil reais para atacarem seus adversários. Fernando Gouveia é um exemplo moderno de aparelhamento. Mas disso não se fala. 

A falácia em torno do “aparelhamento” do STF. Por Paulo Nogueira

Postado em 12 mai 2015 – por : Paulo Nogueira

Dei um giro no Twitter, em torno do caso Fachin, e fui bater em Míriam Leitão.

Ela dizia o seguinte: que o que a preocupava não eram o voto e nem as ideias de Fachin, mas o “aparelhamento do STF”.

Estive na Globo, e sei quanto esta palavra é cara aos irmãos Marinhos: “aparelhamento”.

Claro que essa preocupação só vale para o lado de lá. Quando Aécio nomeia a irmã, o cunhado e os amigos, não é “aparelhamento”.

Quando FHC nomeia o genro, e depois demite quando este se divorcia de sua filha, não é “aparelhamento”.

Quando Serra emprega a família de Soninha na administração pública de São Paulo, não é “aparelhamento”.

Então Míriam estava apenas repetindo uma expressão que seus patrões adoram empregar contra aqueles de quem não gostam.

No caso específico do STF, alguém reclamou de “aparelhamento” quando FHC indicou Gilmar Mendes, que se tirar o paletó exporá as plumas de tucano?

Há uma falácia cínica, ou uma obtusidade desumana, nos debates sobre as nomeações para o STF.

Indica quem tem mais votos na eleição presidencial. É assim. Isso se chama democracia.

Os eleitores delegam ao presidente eleito a escolha dos ministros do STF. (Eduardo Cunha parece ter outras ideias, mas isso se chama golpe.)

Tirando extremos, você pode dividir a sociedade em dois grandes blocos: os progressistas e os conservadores.

Governos progressistas nomeiam juízes progressistas, afinados com suas ideias básicas.

Governos conservadores optam por juízes conservadores.

Quem está no comando de tudo é o povo, que elege um presidente conservador ou um presidente progressistas.

Nos Estados Unidos da Era Roosevelt, houve um debate em torno da Suprema Corte que mesmerizou o país.

Medidas de cunho social de Roosevelt, em seus primeiros tempos, no começo dos anos 1930, vinham sendo sistematicamente derrubadas pela Suprema Corte.

Eram, aliás são, nove juízes, a maioria composta de conservadores para os quais o New Deal de Roosevelt era coisa de comunista .

Roosevelt, irritado e temeroso de fracassar por conta da Suprema Corte, tentou um golpe.

Roosevelt, com quatro mandatos, montou uma Suprema Corte progressista

Roosevelt, com quatro mandatos, montou uma Suprema Corte progressista

Ele quis impor limite de idade para os juízes, então no cargo vitaliciamente. Argumentava que a capacidade de julgar se perdia em boa parte quando o juiz chegava à idade provecta.

Roosevelt acabou derrotado, mas seu carisma resolveu tudo. Com seus quatro mandatos, ele pôde, ao longo dos anos, nomear juízes afinados com seu perfil progressista.

O mesmo vale para o Brasil.

Os conservadores querem juízes conservadores no STF? Que ganhem as eleições.

Aí poderão aparelhar a corte. Poderão, caso tenham votos para tanto, montar um STF com doze Gilmares, juízes prontos a fazer coisas como engavetar indefinidamente projetos como o que proíbe financiamento privado de campanhas.

De resto, mesmo quem não entende de direito há de perceber, com clareza, a diferença de estatura intelectual entre Fachin e aquele a quem deve substituir, Joaquim Barbosa.

Antes de falar em “aparelhamento”, como fez Míriam Leitão, é preciso olhar para as urnas.

São elas que, afinal, determinam a composição do STF.

O resto, como escreveu Shakespeare, é silêncio.A

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Paulo Nogueira

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Diário do Centro do Mundo » A falácia em torno do “aparelhamento” do STF. Por Paulo Nogueira

03/01/2015

El País revela a razão do ódio da Sandra CUreau à Dilma Rousseff

Filed under: Cora Ronai,Dilma,El País,InVeja,Miriam Leitão,Roberto Marinho,Sandra CUrau — Gilmar Crestani @ 12:18 pm
Tags:

Marinho&FigueiredoA política tem razões que a própria razão desconhece. Enquanto a oposição no Brasil se atrela à crítica dos estilistas mafiomidiáticos, os jornais do exterior conseguem ver além das aparências. A se julgar pelas análises da direita brasileira, Dilma elegerá seu sucessor com mais facilidade do que Lula a e elegeu.

Não é por que faça um governo brilhante, porque tenha Ministros excepcionais. Há razões mais prosaicas. Apesar do ódio de classe disseminado pelos assoCIAdos do Instituto Millenium, o povo teve melhor discernimento. 

Mesmo com toda perseguição perpetrada pela mestre de cerimônia do Halloween do MPF, Sandra CUReau, Dilma venceu as mentiras, o ódio e o indisfarçável golpismo. Nem a tentativa de tapetão conseguiu roubar-lhe a faixa de Presidenta.  Ao invés de votar no pior Senador do ranking da Veja, o preferiu votar naquela que sempre esteve ao lado das boas causas.

As funcionárias da Globo que ficaram discutindo as roupas da Dilma jamais se manifestaram em relação ao apego do patrão pelos uniforme militares. O que é pior, andar com um quilos a mais ou andar de braços dados com ditadores golpistas.

Na verdade, o que incomodava às funcionárias da Globo, além da cerimônia da posse em si, não era a cor do conjuntinho que Dilma vestia mas a faixa verde e amarela…

Dilma ganhou no voto, o patrão delas ganhou fazendo meia com gorila de quepe.

Enquanto os que não tem votos ficam dando risada das roupas, a maestra Dilma conduz a orquestra.

Sorry, playboys!

Dilma Rousseff consolida una amplia base de apoyo legislativo

Pese a su victoria ajustada en las urnas, la presidenta de Brasil afianza su poder con varios pactos parlamentarios

Rodolfo Borges São Paulo 3 ENE 2015 – 05:49 CET14

Dilma Rousseff mira a su segundo gabinete. / WENDERSON ARAUJO (AFP)

Una alianza política, formada por nueve partidos, le ha proporcionado a Dilma Rousseff en las últimas elecciones una de las bases de Gobierno más sólidas de la democracia. Entre las dos Cámaras se cuentan entre sus aliados, por lo menos, 305 de los 513 diputados federales y 53 de los 81 senadores: el 60% del total. El apoyo a la presidenta es menor que el que le brindaran en su estreno —al comenzar su primer mandato, en 2011, eran 11 los partidos aliados, con 373 diputados y 62 senadores— pero, aún así, Rousseff cuenta con la mayor base que cualquier otro presidente brasileño.

Ese apoyo del 60% en la Cámara y del 65% en el Senado debería ser cómodo para cualquier Gobierno, pero, paradójicamente, el de Rousseff está lejos de eso: la presidenta tiene la base más inestable desde la vuelta de la democracia en 1989, según datos del Centro Brasileño de Análisis y Planificación (Cebrap).

Las dificultades que la presidenta enfrentará a partir de ahora en el Congreso Nacional ya se hicieron evidentes el 5 de noviembre pasado. Once días después de su derrota electoral, el senador Aécio Neves, del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), pronunció un discurso en un Senado al completo y escuchó las alabanzas tanto de los opositores de Rousseff como de los que se suponían defensores del Gobierno. Aquel día, grandes nombres de la política brasileña declararon su apoyo al conservador.

El gesto se repitió con senadores de partidos de la base aliada. “Es como si la victoria de Rousseff hubiese sido anunciada entre abucheos. Su Excelencia [Neves] no ganó las elecciones pero se liberó. Quien va a tener que pagar esa cuenta [de gastos altos] es quien ha hecho un striptease moral en la plaza pública y ha destruido la economía de este país”, dijo Magno Malta, del Partido Republicano (PR).

"Es como si la victoria de Rousseff hubiese sido anunciada entre abucheos", dice un legislador

¿Cuál es, entonces, el tamaño real de la base de apoyo de Dilma Rousseff en el Congreso? Las votaciones del final del primer mandato pueden ofrecer una idea aproximada del desafío que afronta la presidenta. Dos días después de ganar las elecciones presidenciales, la Cámara derribó el decreto con el que el Gobierno pretendía crear consejos populares, una herramienta de consulta ciudadana para definir acciones políticas, que solo fue apoyada por el Partido de los Trabajadores (PT), el Partido Comunista de Brasil y los opositores izquierdistas del Partido Socialismo y Libertad (PSOL). Teniendo en cuenta esa votación, Rousseff tendría garantizado el apoyo de sólo 80 diputados hasta 2018.

Si el termómetro para medir su respaldo fuese la votación que permitió al Gobierno aprobar el Presupuesto de 2015, el escenario tampoco es muy alentador: apenas 240 de los más de 350 supuestos aliados permanecieron del lado de Rousseff. Datos del Cebrap muestran que los nueve partidos que apoyaron la reelección de la presidenta brasileña votaron un 66% de las veces según las orientaciones del Ejecutivo.

Rousseff tendrá que estar dispuesta si pretende llegar ilesa al final de su segundo Gobierno

Aunque el primer presidente elegido democráticamente tras la dictadura, Fernando Color de Mello (1990-1992), tuviese una base bastante menor —de 160 diputados, según las cuentas del Departamento Intersindical de Asesoría Parlamentaria (Diap)— el actual senador contaba con un 92% de fidelidad en 1992, año en el que se vio obligado a renunciar a la presidencia por un caso de corrupción del que años después fue absuelto.

El expresidente Luiz Inácio Lula da Silva tuvo el apoyo de sus aliados en el 79% de las votaciones en 2005, cuando vivió su peor crisis durante otro escándalo de corrupción conocido como mensalão (aumentativo de mensal, mensualidad).

Rousseff comenzó el Gobierno en 2011 con una tasa de disciplina de los aliados del 89%, un porcentaje que fue cayendo año tras año. Es por este escenario que la presidenta se sumergió en complejas negociaciones para satisfacer a los partidos aliados durante la formación del nuevo Gobierno, aún a riesgo de desagradar a muchos de los electores que le concedieron la victoria en las presidenciales de noviembre.

Desgastada ya por designar a un economista ortodoxo, Joaquim Levy, para liderar el Ministerio de Hacienda, Rousseff fue también criticada por la elección de buena parte de los nuevos miembros de su Ejecutivo.

Esa ingeniería para garantizarse apoyos será decisiva para asegurar la tranquilidad del Gobierno que enfrentará una oposición alimentada por 51 millones de votos en un escenario económico turbulento. Si Rousseff no tuvo paciencia para agradar a los aliados en su primer mandato, tendrá que estar dispuesta en este si pretende llegar ilesa al final de su segundo Gobierno.

Dilma Rousseff consolida una amplia base de apoyo legislativo | Internacional | EL PAÍS

21/08/2014

A marmota da manada foi barrada em taipa de estrume

Filed under: InVeja,Miriam Leitão,Rodrigo Constantino — Gilmar Crestani @ 8:11 pm
Tags: ,

jornalismo_independenteOs feitores da pocilga afogaram a marmota no seu subproduto, o esterco. Chocaram o ovo e só agora descobriram que o filhote era serpente.

Quem cria cuervos… 

Então, quem é mesmo contra a liberdade de expressão, quem defeca impropérios ou quem alimenta a mula?

E aquele ditado tão à moda de certo tipo de jornalismo, cuja autoria é atribuída ao filósofo Voltaire: “Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres”.

Se a Veja é assim tão defensora da liberdade de expressão, porque censurou sua anta? Então esta tal de liberdade de expressão é direito apenas a quem o patrão autoriza. Na veja, a liberdade só mediante autorização. Por isso esse jornalismo  celular, pré-pago. Pagou-levou! Também é teleguiado. Não precisa ter ideias, é entregar o capim que alimenta a manada.

Desde o Boimate, passando pela Nueva Konigsberg, a Veja é o ponto de encontro de uma manada acéfala a procura de uma égua madrinha.

A seletividade de Veja censura coluna de blogueiro

qui, 21/08/2014 – 14:57

Jornal GGN – Rodrigo Constantino teve uma de suas colunas barradas pela própria Veja.

O feito conquistado ocorreu quando Constantino afirmou que a jornalista Miriam Leitão, após depoimento de tortura sofrida pelo regime militar do governo Emílio Garrastazú Médici, ao aguardar pedido de desculpas das Forças Armadas, também deveria pedir desculpas por ter sido “uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas”.

“Acho que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?”, diz a publicação.

O colunista da Veja coloca em dúvida um de centenas de testemunhos de um período da história brasileira inquestionável de torturas e crimes da ditadura militar. Contradiz-se. “São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade”, expõe em um trecho. “Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão” e “decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas”, em outros.

Não suficiente, Rodrigo Constantino recomenda “compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista” e abandonar a “postura maniqueísta”, colocando tais crimes e criminosos em equilíbrio, explicitamente, com “aquela turma jovem que sonhava com o modelo cubano ou soviético”.

Em seu depoimento, Miriam Leitão recorda que o motivo para ser presa em uma cela escura, nua, com uma jiboia, e alvo de tentativas de estupro coletivo, aliciada por vários militares, foi ser um dos jovens presos acusados de “tentativa de organizar o PCdoB no estado, de aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações”.

Além da ausência da configuração do ilícito; exposto o explícito uso de tais crimes para, como fim, tirar informações desses jovens por meio das torturas; e da falta de qualquer direito – seja ele humano ou carcerário, Constantino crê que a isso Miriam deva desculpas. A coragem da jornalista de ironizar o terrível forma-se em crença tola de uma desculpa injustificável em argumentos, seja lembrando a viva história, ou mesmo se o colunista quisesse se apegar a registros forjados das Forças Armadas. Por clara falta de provas, após meses de tortura, os jovens foram absolvidos.

Miriam Leitão esperou 42 anos para contar o relato não pelo efeito heroína – como tenta impor Rodrigo Constantino – mas porque “era uma jornada só minha”, nas palavras da jornalista.

Em um trecho do depoimento, Miriam revela a contradição e o trauma: “Minha cela ficava na fortaleza. Quando eu saía de lá à noite e era levada para outro local de tortura, eu a contornava e passava pela escadaria. Saía desse belo prédio circular, às margens da baía – e que hoje, por ironia, o Exército aluga para festas –, e era levada para a parte nova do quartel onde funcionavam algumas seções administrativas do quartel. Olhava aquele lugar lindo, lindo até hoje, o convento lá em cima, e pensava o quanto nada daquilo fazia sentido. Era uma beleza que contrastava com a violência daquele lugar. Eu não conseguia entender isso. Não entendia naquela época, não entendo até hoje”.

Ainda há outros pontos questionados da coluna, como afirmar que eram minoria os militares “que realmente praticaram tortura”, enfatizando a teoria dos “porões da ditadura”, ao compasso e contramão do grandioso trabalho da Comissão Nacional da Verdade que prova, a cada dia, que tais porões não existiam, que a ditadura era comandada, executada ou, pelo menos, sabida por todos os comandos das Forças Armadas.

A seguir, a coluna na íntegra de Rodrigo Constantino:

Miriam Leitão fala da tortura que sofreu na ditadura e quer pedido de desculpas. Legítimo, mas e o seu pedido de desculpas?

A jornalista Miriam Leitão decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas que teria sofrido durante o regime militar, incluindo ficar numa cela escura com uma jiboia e quase ser estuprada por vários soldados. São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade. Diz ela:

Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país.

Uma postura decente. Miriam tem direito a um pedido de desculpas formal, e não resta a menor dúvida de que houve vários abusos e torturas por parte dos militares, o que é inadmissível. Segundo ela, seu único crime era integrar o PCdoB e fazer proselitismo entre os estudantes, além de ser namorada de outro militante, de quem estava grávida de um mês quando foi presa. Sendo verdade, isso não configura crime algum.

Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão. A postura maniqueísta precisa ser abandonada. Compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista não é o mesmo que transformar os militares em santos, tampouco poupar aqueles que realmente praticaram tortura. Estes deveriam ter sido punidos pelos próprios militares decentes – grupo em maioria.

Por outro lado, a vitimização dos antigos comunistas, que tentam se pintar como legítimos democratas que do nada foram atacados por militares autoritários, não se sustenta por um segundo. Aquela turma jovem sonhava com o modelo cubano ou soviético, nada parecido com uma democracia. Alguns, como Fernando Gabeira, Arnaldo Jabor e Ferreira Gullar, fizeram uma dolorosa mea culpa de suas lutas juvenis equivocadas. Outros não. Querem pedidos de desculpas, mas não querem pedir desculpas.

Miriam Leitão, que gosta de um discurso de vítima em outras áreas (cartada sexual, racial, indígena etc), aproximou-se dos tucanos e passou a defender uma social-democracia nos moldes europeus, afastando-se assim do velho comunismo do passado. Com isso, passou a ser “acusada”, junto com os próprios tucanos, de “neoliberal” pela antiga esquerda mais radical. Não se conforma com isso.

Tanto é verdade que faz de tudo para ser “perdoada” pelos antigos companheiros. Mesmo quando precisa bater nos mais caricatos, nos “petralhas”, acaba atacando os conservadores e liberais também, como Reinaldo Azevedo e eu mesmo, para ficar bem na foto, posar de “neutra”. É um problema geral do tucanato: a lógica e a experiência os levaram mais para a direita, mas seus corações permanecem na esquerda. São prisioneiros emocionais do passado.

Acho, como já disse, que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. É uma postura covarde daqueles militares envolvidos. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Era uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas e usando como símbolo a foice e o martelo.

Se essa turma tivesse logrado sucesso naquela época, o Brasil hoje seria uma imensa Cuba, algo que ainda não nos livramos justamente porque os comunistas ainda existem, sob o manto de bolivarianismo ou socialismo do século 21. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?

Rodrigo Constantino

***

Leia comentário do colunista no Facebook:

***

O link original foi retirado do ar. Mas é possível acessar o conteúdo da coluna pelo serviço de compartilhamento de URLs para denúncia (http://naofo.de/1716).

Leia o depoimento de Miriam Leitão: A entrevista de Celso Amorim para Míriam Leitão, por Luiz Cláudio Cunha

A seletividade de Veja censura coluna de blogueiro | GGN

20/08/2014

Descoberto porque a Folha defende que a ditadura foi ditabranda

Só não dá para entender porque este silêncio por tantos anos, logo ela que dispõe de muitos espaços na maior rede de comunicação do país. Teria algo a ver com a tal de liberdade de expressão ao modo da Globo? Quanto custou o silêncio dela?

Ela poderia começar explicando como é trabalhar para a empresa que fez a maior parceria e foi a mais beneficiada com a corrupção instalada pela Ditadura Militar. Também poderia falar a respeito de como é trabalhar com colegas que foram moleques de recados da ditadura, verdadeiros porta-vozes dos milicos, como Augusto Nunes e Alexandre Garcia.

Senão fica parecendo que que ela gostou da “brincadeira” com cobras…

Jornalista revela tortura com cobra durante a ditadura

Em depoimento inédito divulgado por site, Míriam Leitão conta como foi torturada por militares, nua e grávida

‘Ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas’, diz jornalista, que afirma não cultivar ódio

DE SÃO PAULODO RIO

Em texto divulgado nesta terça (19) no site "Observatório da Imprensa", o jornalista Luiz Cláudio Cunha publicou pela primeira vez um depoimento da também jornalista Míriam Leitão em que ela conta como foi torturada com uma cobra, nua e grávida, durante a ditadura (1964-1985).

Estudante de filosofia, Míriam foi presa em Vitória, no final de 1972, quando passeava na praia com o então companheiro, Marcelo Netto.

Opositores do regime instaurado em 1964 e com ligações com o PC do B, partido banido pela ditadura, eles passaram por diversas sessões de tortura no período em que ficaram presos.

Mantido por nove meses em uma solitária, Marcelo Netto também sobreviveu.

No depoimento, a jornalista narra o período que passou numa unidade do Exército no Espírito Santo. Além de espancamentos, simulações de fuzilamento e ameaças de estupro, Míriam foi torturada com cães pastores alemães e uma cobra jiboia, colocada numa sala escura com ela após a então estudante, grávida de seu primeiro filho, ser despida pelos militares.

"Me davam tapas, chutes, puxavam pelo cabelo, bateram com minha cabeça na parede. Eu sangrava na nuca, o sangue molhou meu cabelo. (…) Não recebi um único telefonema, não vi nenhum advogado, ninguém sabia o que tinha acontecido comigo, eu não sabia se as pessoas tinham ideia do meu desaparecimento", diz o depoimento da jornalista de "O Globo".

Míriam Leitão disse à Folha que a decisão de trazer a público sua história em reportagem do "Observatório da Imprensa" está relacionada ao atual momento político –uma Comissão Nacional da Verdade, que deve concluir os trabalhos no final do ano, apura os crimes do período– e à insistência do jornalista Luiz Cláudio Cunha em convencê-la a falar.

"O país está olhando para seu passado. Estou convencida de que ainda falta um passo: as Forças Armadas devem reconhecer que erraram. Isso ajudaria o país a seguir adiante", afirmou ela.

Miriam contou que havia relatado a violência diante de um tribunal militar, em 1973.

Meses após ser libertada, ela compareceu à 2ª Auditoria da Aeronáutica, no Rio, onde prestou depoimento. "Ali, falei sobre a cobra, os cachorros, denunciei a tortura que sofri quando estava grávida, na prisão", relatou.

No fim do depoimento, Míriam conta como conviveu com o episódio: "Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país".

NA INTERNET
Leia a íntegra do depoimento no site
folha.com/no1502711

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

%d blogueiros gostam disto: