Ficha Corrida

05/06/2013

Marcos Valério, o ligado

Filed under: Lula,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 7:47 am
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O operador do Caixa 2 tucano e petista, Marcos Valério pode ser qualquer coisa, menos burro. Enquanto o STF cantava de galo sob a batuta do matuto Roberto Gurgel, dava entrevistas e ameaçava com alhos e bugalhos. Bastou Ayres Britto se bandear de mala e cuia pro lado do Merval Pereira, vazar o turismo familiar dos Ministros remanescentes, a chegada de Teori Zavaschi e a perda de brilho da estrela dos vespertinos, JB, que o discurso ensaiado com os fomentadores do Instituto Millenium arrefeceu. Mas a pá de cal deitada no túmulo do golpismo mafiomidiático está sendo dada pelo mais recente Ministro indicado pelo poste do Lula, Luís Roberto Barroso. Gurgel, o estrábico coveiro da PEC 37, já está de malas prontas. Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa revelaram dedos tão sujos quanto à boca e caíram em descrédito geral e generalizado. Assim, não há quem não desanime nas hostes udenistas.

Valério não aceita acordo e esvazia apuração contra Lula

Operador do mensalão se recusa a colaborar em troca de possível redução de pena

Após acusar Lula e Palocci de participar do esquema, empresário se cala em depoimento à Polícia Federal em MG

MATHEUS LEITÃODE BRASÍLIA

O empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antonio Palocci com o esquema do mensalão.

Autor das acusações contra Lula e Palocci, Valério disse à Polícia Federal e ao Ministério Público que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado nos outros inquéritos criminais a que responde.

Ele prestou depoimento em abril, em Minas Gerais.

A delação é um instrumento legal que estimula acusados a colaborar com investigações em troca de benefícios que vão da redução da pena até o perdão judicial.

Com a recusa de Valério –condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão–, a Folha apurou que aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração.

A investigação contra Lula e Palocci começou após Valério declarar ao Ministério Público, em setembro, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT.

Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do mensalão.

A tentativa de ouvir Valério em Minas foi da delegada Andrea Pinho, a responsável na PF pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado.

Ao prestar o depoimento em setembro, Valério se dizia disposto a aceitar a delação premiada, que agora recusou.

As negociações não prosperaram porque, na opinião do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério queria apenas "melar o julgamento" do mensalão.

Segundo a Folha apurou, ao ser ouvido em abril ele não tirou a principal dúvida dos investigadores: descobrir quando exatamente teria acontecido a suposta reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.

No mensalão, Valério foi condenado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato e evasão de divisas.

A lei que trata da delação premiada prevê, por exemplo, que em casos de crimes como lavagem de dinheiro, o beneficiado pode ter a pena reduzida "de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto".

O juiz pode decidir pela concessão da medida a "qualquer tempo". Há casos de delações aceitas inclusive durante a execução da pena.

OUTRO LADO

Na ocasião da abertura do inquérito, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou não haver informação nova "em relação às publicadas há cinco meses", se referindo ao depoimento de Valério ao Ministério Público. Ele nega envolvimento de Lula com o mensalão.

À época, o advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento de Valério de "invencionice" e afirmou que o próprio Horta já havia negado publicamente qualquer pedido de ajuda financeira ao PT.

Para Batochio, o inquérito trata de algo que não ocorreu.

13/04/2013

Parceria Gurgel & Valério oficializa candidatura JB

Filed under: Marcos Valério,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 8:28 am
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E depois o MP precisa de um factóite para dizer de sua importância. Quando, por seu procurador-geral, o MP vira o braço armado dos golpistas, mostra apenas que o papel que foi dos militares em 1964, avocam para si em pleno século XXI. Quem não sabe investigar, e mistura desejo com acusação, merece ser colocado de volta ao seu lugar e deixar quem existe para investigar (Polícia Federal) que cumpra o papel que é a razão de sua existência.

Gurgel tem posição incoerente, diz presidente do PT

DE SÃO PAULO

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou ontem considerar "curioso" que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, dê crédito ao empresário Marcos Valério, mas não ao ex-ministro José Dirceu, ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal no caso do mensalão.

A declaração fez referência à entrevista na qual Dirceu disse à Folha que o ministro Luiz Fux, do STF, prometeu absolvê-lo no processo do mensalão.

Ao comentar a declaração, Gurgel disse que Dirceu não merecia crédito.

O procurador, no entanto, enviou depoimento de Valério para que o Ministério Público investigasse um suposto envolvimento do ex-presidente Lula com o mensalão.

Falcão afirmou ainda não ver necessidade em aprovar uma nota de solidariedade a Lula pela investigação e disse se tratar de mais uma "invencionice" para atingir a imagem do ex-presidente.

15/01/2013

Gilmar Mendes + Marcos Valério = Aécio Neves

Filed under: Aécio Neves,Gilmar Dementes,Golpismo,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 9:37 pm

 

Complô de Aécio Neves e Marcos Valério contra Lula?

Por: Helena Stephanowitz

Complô de Aécio Neves e Marcos Valério contra Lula?

Valério teria feito o acordo de poupar o PSDB e atacar Lula em troca de benefícios no cumprimento da pena (Foto: Antônio Cruz. Arquivo Agência Brasil)

Uma reportagem publicada no Novo Jornal de Minas na segunda feira (14)  reúne fatos que, analisados em conjunto e pela cronologia, criam um conjunto de circunstâncias que colocam o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no domínio do fato (à brasileira, culpados, mesmo sem provas irrefutáveis) sobre a suposta "delação premiada" do publicitário Marcos Valério ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A história de "Como e porque Gilmar Mendes e o PSDB mantêm Marcos Valério refém" começa com o Habeas Corpus 97.416, julgado pelo então presidente do STF, Gilmar Mendes, para tirar da cadeia Marcos Valério e Rogério Tolentino em 14 de janeiro de 2009. Eles estavam em prisão provisória desde outubro de 2008 devido à “Operação Avalanche” da Polícia Federal, que nada teve a ver com "mensalão". Eram acusados de participar de suposto grupo criminoso, formado por empresários de uma grande cervejaria e policiais, que praticavam extorsão, fraudes fiscais e corrupção.

Gilmar Mendes concedeu a liberdade em caráter liminar, por decisão monocrática (decidiu sozinho), durante o recesso do STF. Desde janeiro de 2009 este habeas corpus tramita no STF à espera de um julgamento definitivo pela turma de ministros.

A relatora deste HC, após o recesso de janeiro de 2009, passou a ser a ministra Cármen Lúcia. Segundo o Novo Jornal, seu parecer, assim como o do PGR, é por restabelecer a prisão provisória, em decisão oposta à de Gilmar Mendes.

Em 8 de junho de 2010, o HC foi apresentado para julgamento. Passados mais de dois anos e meio, nada de ser julgado.

As coisas ficam mais estranhas quando, em 6 de setembro de 2012 (em pleno julgamento do mensalão), o HC é "retirado de mesa [para julgamento]". Duas semanas depois, no dia 24 de setembro, Marcos Valério prestou depoimento ao procurador-geral da República tentando envolver o nome de Lula – porém não apresentou provas, e sequer foi convincente.

Tudo isso até aqui é fato incontestável, registrado no andamento do habeas corpus de Marcos Valério dentro do STF.

Mas a reportagem continua, dizendo que em junho de 2012, às vésperas do julgamento do mensalão, Marcos Valério se sentia traído por Aécio, pois o PSDB estava pressionando por sua condenação. Por isso escreveu um depoimento que pretendia fazer perante a Procuradoria Geral da República (PGR), entregando documentos que comprovavam como funcionou o esquema no governo Aécio, após 2002. Ainda segundo a reportagem, o dono da R&C Propaganda, Álvaro Rezende, seria o interlocutor de Marcos Valério responsável por levar o depoimento até Aécio. O resultado seria um acordo no qual Valério pouparia o PSDB e atacaria Lula, em troca de benefícios, incluindo regalias no cumprimento da pena de prisão em Minas Gerais.

A R&C Propaganda acompanha Aécio desde o início de sua carreira política e, segundo a reportagem, recebeu um aditivo em um contrato com a Copasa (empresa do governo de Minas) em novembro de 2012, que teria sido repassados a Marcos Valério, como parte do acordo, segundo a reportagem.

O jornal afirma ainda que a fonte é um ex-ministro do STF, que teria recebido, junto com os outros ministros, um "Relatório Reservado" narrando tal acordo. A parte fraca da reportagem é dizer que o relatório é de autoria anônima, mas seria fruto de investigações da Agência Brasileira de Inteligência, que inclusive teria agentes requisitados por Joaquim Barbosa para segurança.

Há pontos da reportagem que carecem de melhor apuração, mas só de levantar a cronologia dos fatos documentados no habeas corpus já tem seu valor.

E, quanto ao suposto acordo, a reportagem parece que só captou a ponta do iceberg até o momento. Nós já antecipamos aqui que Aécio deu sinais de acordo para indultar Valério.

Complô de Aécio Neves e Marcos Valério contra Lula? — Rede Brasil Atual – Portal de notícias de política, economia, trabalho, cidadania, ambiente, educação

15/12/2012

A vaquinha do Civita

Filed under: Bandidagem,Golpismo,Lula,Marcos Valério,Roberto Civita,Veja,Zé de Abreu — Gilmar Crestani @ 10:16 am

 

Zé de Abreu aponta trama para Valério falar

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Acordo de R$ 17 milhões teria convencido o empresário a envolver o ex-presidente Lula no ‘mensalão’, de acordo com o ator; dinheiro teria sido reunido por grupo de empresários, políticos, além de Roberto Civita, dono da Veja; condição era que declarações saíssem primeiro na revista semanal, que em setembro deu capa com Marcos Valério; procurada, editora Abril não se pronunciou

15 de Dezembro de 2012 às 07:17

247 – Declarações de um advogado feitas na madrugada desta sexta-feira denunciam suposta trama que envolve um acordo de R$ 17 milhões para convencer o empresário Marcos Valério a denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do ‘mensalão’. A conversa, que teria acontecido num restaurante de Brasília, foi noticiada nesta manhã pelo ator e ativista político José de Abreu, via Twitter.

Ao 247, Abreu não deu mais informações sobre quem seria o advogado, mas garantiu que não se trata de Marcelo Leonardo, representante do publicitário mineiro na Ação Penal 470, da qual seu cliente foi condenado com uma pena que passa dos 40 anos. Marcelo Leonardo sequer teria concordado com o acerto. Quanto à fonte que lhe revelou o diálogo, ele se limitou a dizer: "É um político da oposição".

"Estou repassando o que me contaram, foi nessa madrugada. Uma pessoa ouviu do advogado, que começou a falar mais alto num restaurante de Brasília. Era um lugar menos nobre, não era tipo um Piantella", descreveu José de Abreu, em referência ao famoso ponto de encontro de políticos da capital federal. Segundo ele, há ainda prometido ao empresário dois apartamentos nos Estados Unidos, um em Miami e outro em Nova York, "FORA o pagamento de TODAS as multas financeiras a que MV foi condenado".

O acerto teria sido feito sob a condição de que as revelações contra Lula sairiam primeiramente na revista Veja. Em setembro, uma reportagem de capa intitulada "Os segredos de Valério" traz frases atribuídas a interlocutores próximos ao empresário apontando o ex-presidente como chefe do ‘mensalão’. Segundo o advogado, o dinheiro para pagar Marcos Valério teria vindo de uma "composição financeira" envolvendo empresários, políticos e o próprio dono da semanal, Roberto Civita, quem, segundo ele, seria o responsável pela organização da ‘vaquinha’.

Posteriormente à publicação da reportagem, foi levantado um debate na imprensa e nas redes sociais que questionava a veracidade das denúncias e a existência de um áudio que comprovasse a entrevista. O colunista do jornal O Globo, Ricardo Noblat, liderou a defesa à revista, garantindo que havia, sim, uma "fita" com as revelações de Valério. Procurada pelo 247 para comentar as denúncias, a assessoria de imprensa da Editora Abril não respondeu até a publicação dessa reportagem.

Futuro dos filhos

A intenção de Marcos Valério seria "deixar bem os filhos", postou o responsável pelas revelações. Ao 247, o ator acrescentou que há psiquiatras e psicólogos envolvidos e que o publicitário não passa bem. "Cada imóvel teria sido colocado em nome de cada filho de MV. A saída de casa, a "farsa da separação" segundo o advogado bêbado, fazem parte", escreveu José de Abreu, em referência ao acordo. Valério andava muito deprimido e não queria deixar a família sem garantias quando ele fosse para a prisão, conta Abreu.

Falou, tem que provar

As denúncias, porém, teriam de ser provadas. "Uma parte da grana só seria paga se MV conseguisse que abrissem processo contra Lula", escreveu José de Abreu no microblog. Depois de três meses da reportagem publicada por Veja, o jornal O Estado de S.Paulo revelou, nesta semana, parte de um depoimento do empresário à Procuradoria Geral da República feito em 2003, com mais revelações sobre o ex-presidente.

Zé de Abreu aponta trama para Valério falar | Brasil 24/7

14/12/2012

Folha dá marcha ré

Filed under: Folha de São Paulo,Golpismo,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 7:59 am

Depois que Lula reagiu às acusações, ameaçando retomar as Caravanas da Cidadania, a Folha dá marcha ré e cola a bunda na cara de Marcos Valério. O cheiro de golpismo é forte!

´Delação tardia pode motivar nova acusação contra Marcos Valério

GUSTAVO ROMANOESPECIAL PARA A FOLHA

A estratégia adotada pelo empresário Marcos Valério – já condenado a mais de 40 anos de prisão e R$ 2,7 milhões em multas- de envolver o ex-presidente Lula no mensalão pode ser um tiro no próprio pé.

Se o ex-presidente for culpado, isso será julgado em um segundo processo. Ao delatar o ex-presidente, Valério também está confessando sua culpa por, no mínimo, um novo crime.

Como a sentença do primeiro processo já estará transitada em julgado e ele estará cumprindo suas penas, já não será réu primário, o que impossibilita a aplicação do artigo 13 da lei 9.807/99, que requer a primariedade do delator para a obtenção do perdão judicial.

Aplicar-se-ia o artigo 14 da mesma lei, que permite ao juiz reduzir a pena entre um e dois terços.

Mas a redução seria aplicada somente à nova condenação ou também valeria para as condenações contra as quais já não cabe recurso e cujas penas já estejam sendo cumpridas?

A delação em nada terá contribuído no julgamento do mensalão 1. Na verdade, sua demora em delatar terá atrapalhado pela omissão de informações relevantes. Ilógico estender o benefício a um processo no qual o delator não ajudou.

SITUAÇÃO PIOR

Logo, a redução da pena, provavelmente, seria aplicada apenas ao segundo processo. Mas não haveria segundo processo se ele não houvesse admitido sua própria culpa ao delatar o ex-presidente. Sua situação piora.

Se Lula for inocente, o empresário terá cometido novos crimes. A começar pela calúnia contra o ex-presidente, que poderá mover ação penal. A pena chega a dois anos e inclui multa.

Ainda que o ex-presidente não mova uma ação, como o empresário levou esses fatos ao conhecimento das autoridades públicas em seu depoimento em setembro, ele terá cometido denunciação caluniosa, que é motivar a abertura de investigação ou processo contra alguém por crime de "que o sabe inocente".

A ação independe da vontade do ex-presidente, e a pena chega a oito anos e multa.

Dado que a defesa de Valério é experiente e certamente ponderou o impacto da confissão, cabe perguntar se há outras razões -políticas, financeiras ou mesmo morais- por trás da delação tardia.

GUSTAVO ROMANO, mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA), é o responsável pelo site direito.folha.com.br

13/12/2012

Mulher de Gurgel dá ré

Filed under: Cláudia Cardoso,Marcos Valério,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 8:50 am

Pelos mesmos furos da parceria Gurgel & Marcos Valério, por onde vazaram o depoimento secreto, agora também vaza o cocô.

Procuradoras não confiam em depoimento

Segundo elas, empresário já tentou manipular o Ministério Público para reduzir pena

MATHEUS LEITÃORUBENS VALENTEFELIPE SELIGMANDE BRASÍLIA

As duas procuradoras da República que tomaram o novo depoimento do empresário Marcos Valério de Souza, Claudia Sampaio e Raquel Branquinho, não confiam plenamente no que o operador do mensalão disse e temem ser manipuladas.

Em conversas reservadas, elas informaram que em outras ocasiões Valério tentou usar o Ministério Público Federal para conseguir diminuição de pena ou delação premiada sem apresentar provas daquilo que denunciava.

A Folha apurou que elas viram inconsistência no histórico de declarações do condenado e cobraram de Valério mais detalhes e provas.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação no julgamento do mensalão, também adotou posição cautelosa em relação às novas declarações do empresário.

Gurgel já externou a impressão de que o novo depoimento soou como tentativa "desesperada" de conseguir algum benefício e se livrar da condenação, que em setembro -quando Valério depôs- já estava quase definida.

Entre as incongruências de Valério está a versão dada por ele à CPI dos Correios em 2005. Indagado pelo deputado federal João Fontes (PDT-SE) se "teve algum contato com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva", Marcos Valério respondeu: "Não, senhor, nunca".

O deputado insistiu: "Nunca foi ao Palácio do Planalto conversar nada com o presidente da República?". Valério repetiu: "Nunca, senhor".

No novo depoimento, Valério diz que esteve com Lula no Palácio do Planalto.

Ao longo da investigação, Valério havia dito que recebeu do ex-secretário do PT Silvio Pereira a informação de que Dirceu dava o respaldo político à obtenção dos empréstimos, nada falando sobre o papel de Lula. Agora Valério diz que o sinal verde final partiu do presidente.

O sonho da oposição: JB presidente; MV vice

Filed under: Grupos Mafiomidiáticos,Janio de Freitas,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 8:42 am

A oposição no Brasil está igual à torcida gremista. Como não conseguem ganhar nada há anos, vivem de desmerecer. Fazem governos de segunda, mas não se cansam de atacar times da primeira divisão.

JANIO DE FREITAS

A voz autorizada

Com a diversidade de fatos e personagens a que se refere, Valério saberia demais para que tudo seja verdade

Do muito já escrito e dito sobre as acusações feitas por Marcos Valério, não desmereço nem a habitual e sempre desmedida exploração política na imprensa e na TV, mas a importância está no que disse Antonio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República.

Foi divulgado no site G1 e reproduzido a meio de um texto discreto no "Globo", encabeçado pela recusa do atual procurador-geral Roberto Gurgel a comentar as acusações.

Eis um trecho representativo: "A informação que eu tive é que esse depoimento é baseado no ‘eu acho’, ‘eu vi’, ‘me disseram’.

Não sei o que o Ministério Público Federal tem a fazer, mas pelo que vi não tem nem o que fazer, porque não tem documentos, não tem data. Só tem a fala, sem indicação de como confirmar isso, pelo que sondei".

Quem diz isso é o autor, quando procurador-geral, da denúncia formulada ao Supremo para realizar-se o chamado julgamento do mensalão, e na qual o ministro Joaquim Barbosa baseou o teor do seu relatório.

É, ainda, alguém que "sondou", obviamente na própria Procuradoria-Geral detentora das acusações de Valério, e "teve informação" a respeito. Seu conhecimento do material não vem, portanto, como o divulgado e utilizado pelos meios de comunicação e políticos, de frases e trechos extraídos por quem os quis em circulação.

Os ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello, como previsível, recomendam a investigação das acusações. De fato, não haveria motivo para deixar de fazê-la.

Se bem que, pelo evidenciado ao ex-procurador-geral, investigar ainda seja apenas espremer as palavras de Valério em busca ao menos de indícios, que o Supremo sabe como transformar em consequências penais. É a verificação que Roberto Gurgel, se não fez, não deixará de fazer.

Mas o que já está divulgado fortalece a informação de Antonio Fernando de Souza: com a diversidade de fatos secretos e de personagens a que se refere, Marcos Valério saberia demais para que tudo seja verdade.

Conversas entre Lula e Palocci, pormenores da morte de Celso Daniel, transações financeiras na China, encontros com Lula e Dirceu, encontros de um com o outro, autoria de medida provisória, projetos da Portugal Telecom -é muito, e não é tudo. E só bombas -sem as necessárias espoletas.

Tratando-se de um aventureiro, está muito bem. Faz o jogo dele quem quiser. Os outros esperam pelo acréscimo de algo mais verossímil. Ou pela percepção dos motivos de Marcos Valério para mais uma rodada do seu jogo.

SEM EXPLICAÇÃO

O Supremo, em sua sessão de segunda-feira, discutiu matéria constitucional. O já empossado ministro Teori Zavascki, que só não votaria a matéria penal do mensalão, nem estava presente.

11/12/2012

Tem Gurgel no papel de mulher

Filed under: Cláudia Sampaio,Marcos Valério,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 7:56 am

Valério afirma que pagou despesas de Lula, segundo jornal

Recursos foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência

DE SÃO PAULO

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse, em depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República, que o esquema do mensalão ajudou a bancar despesas pessoais de Lula em 2003, quando já ocupava a Presidência, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo".

O depoimento foi dado após o empresário ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com Valério, os recursos foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.

O empresário, segundo o jornal, afirma ainda que o ex-presidente Lula deu aval para os empréstimos que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada.

Isso teria ocorrido em reunião no Palácio do Planalto com a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, segundo Valério.

Dirceu teria dito que Delúbio, quando negociava, falava em seu nome e no de Lula. Procurado pelo jornal, o advogado de Dirceu negou a acusação.

Em setembro passado, o empresário Marcos Valério procurou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmando ter novas informações a apresentar sobre o caso do mensalão.

De acordo com o que a Folha apurou, um depoimento do empresário mineiro foi prestado às procuradoras Raquel Branquinho e Cláudia Sampaio -esta última mulher de Gurgel.

Uma possível estratégia de Valério é buscar a sua inclusão no programa de proteção a testemunhas, o que, na prática, poderia reduzir a sua pena. O empresário foi condenado a mais de 40 anos de prisão por formação de quadrinha, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

04/11/2012

A porta-voz em seu labirinto

Filed under: Eliane Cantanhêde,Isto é PSDB!,Marcos Valério,Valerioduto — Gilmar Crestani @ 8:59 am

A frase mais importante da porta-voz do PSDB, quase um ato folha, ficou para o final do texto: “Depois, vem o julgamento do mensalão mineiro, que pega o PSDB. Apesar de ter sido antes do petista, só chegou ao STF dois anos após.”. E a pergunta que a inefável Eliane Cantanhêde não se faz: porque o primeiro mensalão, o pai, a gênesis, só chegou no STF dois anosdepois? Por que a inversão? Não terá sido uma busca de coincidências com as eleições, a composição do STF, o Gurgel em parceria com a VEJA que deixou o primeiro para o fim da fila?

ELIANE CANTANHÊDE

Homem-bomba enjaulado

BRASÍLIA – Mesmo depois de condenado e preso, Marcos Valério continuará sendo um homem-bomba, sem compromissos partidários com o PT e pronto a explodir as bases do governo Lula e a aura do próprio Lula. Será, aliás, ainda mais perigoso: um homem-bomba enjaulado. Resta apenas distinguir o quanto ele, de fato, sabe e o quanto ele só chuta.

Um dado fundamental de todo o processo do mensalão é que acaba o julgamento no STF, mas a possibilidade de delação premiada continua valendo. Pela lei, um dos réus, ressentido, infeliz da vida -e Valério é o exemplo mais estridente-, pode muito bem abrir a boca antes, depois e durante a execução da pena. Ou seja, diretamente da prisão.

Novembro chegou e nada de conclusão do julgamento. A dosimetria será retomada nesta semana e, até o fim do mês, Britto sai da presidência do STF, Joaquim Barbosa assume, Teori Zavascki chega e discute-se intensamente quem será o novo ministro na vaga de Britto.

As entradas em cena de Teori e do futuro ministro ganham enorme relevância, possivelmente coincidindo com a fase dos embargos declaratórios (basicamente de forma) e infringentes (que pedem revisão de votos).

O caso do deputado João Paulo Cunha é um bom exemplo. Há controvérsias internas quanto a uma de suas condenações -por lavagem de dinheiro- e os ministros se dividiram. Quase um empate. Vem aí votação de embargo infringente.

Com a viagem do relator e futuro presidente Joaquim, para tratamento de saúde, e dois feriados em novembro, o mês fica bem curto. Depois, vem o recesso do Judiciário e para tudo. O que empurra o processo para 2013 e as prisões para o segundo semestre do ano, sabe-se lá quando.

Depois, vem o julgamento do mensalão mineiro, que pega o PSDB. Apesar de ter sido antes do petista, só chegou ao STF dois anos após. Mas não perde por esperar. O principal ponto em comum entre os dois mensalões, aliás, é o explosivo Valério.

03/11/2012

Veja e sua perseguição e cerco a Lula

Filed under: Golpismo,InJustiça,Marcos Valério,Paulo Francis,Veja — Gilmar Crestani @ 10:45 pm

Sobre o retorno de Marcos Valério

Paulo Nogueira 2 de novembro de 2012 18

Até quando será tolerado no Brasil que a mídia publique acusações graves sem nenhuma prova?

E lá vem ele de novo

E lá vem ele de novo, Marcos Valério.

Pobre leitor.

Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.

Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?

Lula, no Planeta Veja, já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.

Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.

Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.

Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.

No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.

Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.

Francis foi vítima de Francis

Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?

Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.

Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.

Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.

Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.

About the author: Paulo Nogueira View all posts by Paulo Nogueira

Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.

Mar de contradições, Valério pode se safar

Filed under: Golpismo,Grupos Mafiomidiáticos,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 10:39 am

Quem são as testemunhas dos grupos mafiomiáticos para aplicarem o golpe paraguaio no Brasil? Roberto Jefferson e Marcos Valério…

Edição 247:

Apoiado por veículos de comunicação que gostariam de ver Lula preso e Marcos Valério solto, o operador do mensalão pode ser beneficiado com a delação premiada, apesar das incongruências de seus depoimentos; segundo a revista Veja, Valério afirmou "nisso aí, eu não me meto não", ao ser convidado a repassar recursos a um dos acusados da morte de Celso Daniel; na edição deste sábado do Estado de S. Paulo, informa-se que recursos do mensalão foram repassados ao suposto chantagista; no STF, Marco Aurélio defende que ele "desembuche"

3 de Novembro de 2012 às 06:36

247 – Marcos Valério é hoje a última esperança dos adversários políticos do ex-presidente Lula, ainda que suas versões nem sempre sejam idênticas e nem mesmo possam ser comprovadas. Como se sabe, em 19 de setembro, Veja atribuiu a Valério uma suposta entrevista sem áudio, contendo acusações graves contra o ex-presidente Lula. Nesta semana, repetiu a fórmula, envolvendo Lula e seu braço direito no assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André.

Segundo a reportagem, Valério foi convocado por Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, a encontrar recursos para cessar as chantagens que estariam sendo feitas por Ronan Maria Pinto, empresário de ônibus de Santo André, contra Lula e Gilberto Carvalho. E teria respondido: "Nisso aí, eu não me meto não".

A versão que hoje estampa a manchete do jornal Estado de S. Paulo, no entanto, é diferente. De acordo com pessoas que teriam tido acesso ao depoimento secreto prestado por Marcos Valério ao procurador-geral Roberto Gurgel, o esquema operado por Marcos Valério teria, sim, repassado recursos para calar o suposto empresário que chantageava Lula e Gilberto Carvalho.

Esta é uma das contradições de Valério e pode ser uma estratégia para que ele obtenha o benefício do Sistema Nacional de Proteção a Testemunhas. Como teria informações sobre um crime bárbaro ainda não esclarecido, o operador do chamado mensalão obteria a vantagem. Não seria preso, poderia até mudar de nome e viveria sob a proteção do Estado.

Enquanto o Estado de S. Paulo informa que Valério repassou recursos a Santo André, a Folha estampa em sua manchete que ministros do Supremo Tribunal Federal consideram a hipótese de conceder a ele a proteção desejada. Um dos ministros ouvidos foi Marco Aurélio Mello. "Depois da porta arrombada, não adianta mais colocar o cadeado", afirmou. Marco Aurélio defende que Valério "desembuche" logo, contando tudo o que sabe.

Essa operação atende aos anseios de parte da mídia, que trocaria Marcos Valério por Lula, como argumentou Eduardo Guimarães em seu artigo "Lula, Valério, Cristo e Barrabás".

Mar de contradições, Valério pode se safar | Brasil 24/7

18/09/2012

A culpa de cada um

Filed under: Carlos Heitor Cony,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 6:59 am

Como disse Cony, Lula até pode ter tido algum conhecimento, mas não teria sido “capoi di tuti i capi”. Por exemplo, os pais do menino estuprador de Florianópolis sabiam o que o próprio filho fazia na casa deles? O Estadão da famiglia Frias sabia que seu Diretor de Redação, Pimenta Neves, assedia moral e sexualmente a colega e também jornalista Sandra Gomide, a ponto de vir assassiná-la sem que tivessem tomado qualquer providência? De uma coisa tenho certeza, se os a$$oCIAdos do Instituto Millenium estão nessa para atacar Lula, não será com eles que vou mancomunar. Eles nasceram e cresceram com a ditadura, e que ousam chamá-la de ditabranda.  Dizem agora que Joaquim Barbosa é um anjo. Gostaria de lembrar que Lúcifer também foi.

CARLOS HEITOR CONY

‘Capo di tutti i capi’

RIO DE JANEIRO – Não entendi. Marcos Valério, principal personagem envolvido no mensalão, segundo uma revista lançada na última semana, atribui a Lula toda a responsabilidade moral e operacional do escândalo, que é realmente um dos maiores de nossa história.

Acontece que ele teve milhões de oportunidades, formais e informais, para revelar tudo o que sabe ou ficou sabendo durante o processo. Inclusive foi ouvido, sob juramento, a pedido do Supremo Tribunal Federal, único lugar onde legalmente devia depor -se houvesse, da parte dele, a intenção de revelar o que sabia, para o bem da Justiça e dele próprio.

A acusação frontal da participação do ex-presidente no escândalo teria como consequência sua inclusão entre os réus do mensalão, que analisaria à luz do direito (e da Constituição) a culpa principal ou secundária de Lula, ou a sua total inocência no tenebroso episódio.

Afinal, o foro legítimo e natural para a acusação de Valério não seria a mídia, mas o tribunal. E, se as coisas se passaram como ele diz, fatalmente haveria testemunhas, provas ou indícios da atuação do ex-presidente nas complicadas operações políticas e financeiras do mensalão.

Revelando ao tribunal os sombrios porões do escândalo, Valério não estaria praticando chantagem. Pelo contrário, estaria colaborando com a Justiça. O recurso que usou -uma entrevista que pode ser contestada, falseada ou acusada de coisa pior- demonstra a fragilidade e a leviandade com que se submeteu ao apelo da mídia.

As declarações de agora em nada servirão para anular ou diminuir as penas que lhe foram aplicadas. A tática de "afundar atirando" não mudará sua situação nem atenuará a sua culpa. Pessoalmente, acredito que Lula tenha tido algum conhecimento da tramoia, mas não que tenha sido o "capo di tutti i capi".

17/09/2012

Denúncia da Veja contra Lula não passa de tática eleitoral

Filed under: Grupos Mafiomidiáticos,InVeja,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 8:59 am

Posted by eduguim on 16/09/12 • Categorized as Análise

Confesso que tive preguiça de escrever sobre a última da Veja. No sábado pela manhã, assim que, sôfregos, blogs e sites da mídia tucana começaram a martelar mais uma denúncia lastreada em vento, o cansaço com essas falsas polêmicas levou este blogueiro a decidir se poupar de trabalho tão patético quanto o de desmentir o que se desmente por si só.

Não ia escrever, mas o tom que vi em algumas matérias da blogosfera me leva a fazer o que não tinha vontade. E sem nem mesmo ver necessidade. Mas como há gente bem-intencionada levando a sério não a matéria, mas a intenção por trás dela, escrevo.

Sejamos sintéticos como o assunto merece. Rememoremos a denúncia em poucas palavras.

Veja e outros veículos da mídia tucana que repercutiram sua matéria fizeram chamadas sobre o tema que induzem o leitor a crer que a revista entrevistou o réu do julgamento do mensalão Marcos Valério e que este teria acusado o ex-presidente Lula de ter sido o verdadeiro arquiteto do esquema. Ao mergulhar na matéria, porém, o leitor vai perdendo expectativas.

Veja – e o resto da mídia que a repercutiu acriticamente – usa chamada que induz a erro. Repare, leitor:

Diante da perspectiva de terminar seus dias na cadeia, o publicitário [Marcos Valério] começa a revelar os segredos que guardava – entre eles, o fato de que o ex-presidente sabia do esquema de corrupção armado no coração do seu governo

Só lá pelo meio da primeira parte da matéria – sim, pessoas de boa fé me obrigaram a ler aquilo – é que surge a informação que deveria não só ter aberto o texto já no primeiro parágrafo, mas que deveria constar no título na capa da revista, que estampa a denúncia e induz quem a vê a comprar o material achando que, nas páginas internas, contém uma bomba.

Veja, lá pelas tantas – e agora que o leitor desavisado que não assina o panfleto já pagou por ele em banca –, entrega que a matéria foi feita “Com base em revelações de parentes, amigos e associados” de Valério, aos quais ele teria dado tais declarações por estar sentindo-se “traído e abandonado pelo PT”.

Marcos Valério está sendo julgado pelo STF. Em pleno julgamento, ele decide sair por aí alardeando a quem quiser ouvir (parentes, amigos e associados, segundo a revista) uma das “teses” da Veja que, se fosse considerada pelo STF, agravaria suas penas: o esquema criminoso de que participou teria envolvido muito mais dinheiro e muito mais crimes.

Valério estaria zangado com um partido que não o defendeu? Por que, se o PT está tendo dificuldade para defender até a si mesmo do massacre midiático?

Valério é um homem inteligente. Isso é visível. Montou esquemas de corrupção envolvendo importantes partidos do governo e da oposição, sobretudo o PSDB (primeiro) e o PT (depois). Ele sabe muito bem que nunca houve nada que o PT pudesse fazer por si. E se este partido não fez nada por ele muito menos fez o PSDB, com o qual também se envolveu até o pescoço.

Veja não dá um mísero nome dentre essa suposta legião de “amigos, parentes e associados” que estariam gritando aos quatro ventos a acusação contra Lula. Todo o círculo de relações sociais de Valério contou a história à revista e ninguém quis aparecer…

Pior é o próprio Valério. Ele conta a todo mundo de seu relacionamento a bomba que guardaria contra Lula, mas não conta à Veja. Se contou a tantas pessoas, certamente queria dar publicidade ao caso. Ainda assim, em vez de procurar um meio de comunicação preferiu o boca a boca de suas relações pessoais (?!).

Pode-se inferir da matéria da Veja, aliás, que Valério teve um surto de bom-mocismo: arrisca-se a aumentar suas penas no julgamento que tramita e contraria advogados que certamente o aconselharam a se recolher durante o processo só para desmascarar o “grande vilão” Lula.

O “jornalismo” da Veja se mostra inexplicável. A revista ouviu todo mundo, mas não ouviu Valério. Ok, ele conta sua história a qualquer um menos a ela. Mas certamente o advogado do réu teria algo a dizer e não se recusaria a dar declarações porque a denúncia prejudica seu cliente. Por que não foi ouvido?

O resto da mídia comprou acriticamente essa história maluca. No domingo, a Folha de São Paulo repercute a acusação da Veja a Lula em destaque logo na abertura do seu caderno Poder e acusa o advogado de Valério, que desmentiu a revista, de ter dado declarações contraditórias.

Eis o que diz a Folha:

À Folha o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, disse num primeiro momento que não confirmava nem desmentia as declarações do cliente. Mais tarde, afirmou que Valério negou o teor da reportagem. ‘Ele não deu entrevista e negou toda a matéria, inclusive as declarações’.

Ai que preguiça! Mesmo se for verdadeira a primeira declaração, parece provável que tenha sido dada sem que o advogado de Valério tivesse se inteirado adequadamente dos fatos e que a segunda declaração tenha sido dada após fazê-lo.

Cadê o jornalismo? Quando foi dada a primeira declaração e quando foi dada a segunda?

Seja como for, a própria Folha mostra que não existe qualquer conseqüência possível que redunde da “reportagem” de Veja. Eis o “fecho” da matéria daquele jornal publicada neste domingo, no dia seguinte à denúncia da revista:

Marco Aurélio Mello, do STF, disse que as supostas declarações [de Valério] não influenciam no julgamento, mesma posição manifestada reservadamente por outros ministros. ‘A ação penal 470 [mensalão] já está finalizada e, quanto à prova, fechada’, disse o ministro.

É uma bobagem, pois, dizer que Lula corre o menor risco de ser processado por conta de uma acusação sem autor sobre um tema exaustivamente examinado pelos órgãos de controle do governo, pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo STF sem que tais investigações tenham sequer resvalado no ex-presidente.

As pessoas de boa-fé que viram um plano de condenar Lula estão se esquecendo do momento político que vive o Brasil. Estamos em pleno processo eleitoral e ele é o principal cabo eleitoral do país. Sua influência popular ajudará a eleger centenas, se não milhares, de prefeitos e vereadores. A matéria da Veja busca apenas reduzir essa influência. Nada mais.

Denúncia da Veja contra Lula não passa de tática eleitoral | Blog da Cidadania

03/08/2012

E disso não se fala

Filed under: Eduardo Azeredo,Gilmar Mendes,Lista de Furnas,Marcos Valério — Gilmar Crestani @ 9:33 pm

 

Azeredo teria R$ 4,5 mi de Valério; Gilmar, R$ 185 mil

Azeredo teria R$ 4,5 mi de Valério; Gilmar, R$ 185 milFoto: Edição/247

‘Declaração de Desembolso’, assinada pelo publicitário Marcos Valério em 1999, indica repasse milionário à campanha do então governador tucano de Minas Gerais; ministro do STF também teria sido contemplado; informações são da revista Carta Capital, que reafirma veracidade dos documentos; Mendes anunciou "medidas judiciais cabíveis"; Azeredo alega falsidade

03 de Agosto de 2012 às 11:44

247 – Um documento nomeado "Declaração de Desembolso", assinado pelo publicitário Marcos Valério de Souza em 28 de março de 1999, declara o repasse de R$ 4,5 milhões ao ex-governador de Minas Gerais e candidato a reeleição em 1998, Eduardo Azeredo (PSDB). A divulgação foi feita pela revista CartaCapital desta semana, que aponta que o pagamento foi realizado pelas empresas SMP&B Comunicação e DNA Propaganda, ambos de Valério. O responsável pela intermediação do repasse, segundo o documento, é o tesoureiro da campanha de Azeredo, Carlos Mourão. A origem do dinheiro? Bancos e estatais do Estado: Banco Bemge, Cemig, Comig, Construtora Andrade Gutierrez, Construtora ARG, Copasa, Banco Credireal e Banco Real, descritos pelo próprio Valério no documento. O repasse da verba seria "para saldar compromissos diversos".

A reportagem da revista volta ao tema do suposto esquema conhecido chamado "valerioduto" – caixa 2 realizado durante a campanha da reeleição de Azeredo – iniciado na edição da semana passada, quando a publicação divulgou uma lista de supostos beneficiados. Desta vez, a publicação rebate a tese defendida por Marcos Valério – apontado como operador do esquema – de que os papéis era falsos. Na lista dos beneficiados e suas quantias, constava também o do ministro do STF Gilmar Mendes. Foi divulgado inclusive um documento de apresentação da lista, também assinado por Valério, que diz ter repassado os R$ 4,5 milhões à campanha.

Para rebater os argumentos de Eduardo Azeredo de que os documentos eram falsos, a reportagem cita denúncia desta semana contra o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, por participação num grupo de empresários e políticos em esquema de arrecadação ilegal, divulgado na chamada Lista de Furnas (o caso foi publicado pelo 247). A lista assinada por Toledo revela supostos esquemas de caixa 2 do PSDB montados em 2002, durante o governo FHC. Revelada pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. no jornal mineiro Hoje em Dia, a denúncia divulga também o resultado de uma perícia da Polícia Federal que comprova a veracidade da lista – o que derrubaria o argumento de Azeredo de que a lista divulgada por CartaCapital é semelhante "a outras comprovadamente falsas", segundo a revista.

Na semana que passou, não só Azeredo e Valério desmentiram a matéria, mas o ministro Gilmar Mendes, que negou sua participação e anunciou a intenção de processar a revista (leia mais). Nesta edição, CartaCapital publica com destaque o trecho da lista em que aparece o nome de Mendes e o valor que recebeu no esquema: R$ 185 mil.

Azeredo teria R$ 4,5 mi de Valério; Gilmar, R$ 185 mil | Brasil 247

27/07/2012

Valério firma em cartório: R$ 4,5 mi para Azeredo

Encontraram o pai de FHC, o nome dele é Eduardo Azeredo. Ou seria o contrário? Hão de convir que o pai intelectual de Azeredo poderia ser FHC, o rei da compra da reeleição e da venda do patrimônio público.

Valério firma em cartório: R$ 4,5 mi para AzeredoFoto: Edição/247

Carta Capital traz "declaração para fins de prova judicial" do publicitário Marcos Valério; ele afirma ter doado R$ 4,5 milhões para ex-governador Eduardo Azeredo, em 1998; dinheiro saiu do "Bemge, credireal, banco rural, comig, copasa, loteria mineira, andrade gutierrez e ARG", contou

27 de Julho de 2012 às 15:51

247 – O tiro mais forte da metralhadora giratória da reportagem ‘Juiz? Não, réu’ recai sobre o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo. Documento assinado e reconhecido em cartório pelo publicitário Marcos Valério contém uma declaração que ele próprio repassou R$ 4,5 milhões para o "Dr. Eduardo Brandão de Azeredo, com autorização dos coordenadores financeiros da campanha Sr. Claudio Roberto Mourão da Silveira e Dr. Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto". No parágrafo seguinte, Valéria atesta de onde obteve o dinheiro para fazer a doação em regime de caixa dois. "A importância recebida pelo Dr. Eduardo de Brandão de Azeredo tiveram (sic) suas origens do (sic) BEMGE, CREDIREAL, BANCO RURAL, COMIG, COPASA, LOTEIRA MINEIRA, e por intermédio das construtoras ANDRADE GUTIERREZ e ARG".

A revelação tem força para complicar ainda mais a situação de Azeredo no Supremo Tribunal Federal, onde ele responde a processo como acusado de ser "um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado". Ele foi denunciado por peculato e lavagem de dinheiro. O processo está sob a guarda do relator Joaquim Barbosa.

247 procurou, em Brasília, o ex-governador de atual deputado federal Eduardo Azeredo, para conhecer seus comentários a respeito da reportagem de Carta Capital. A informação foi a de que ele não irá se manifestar a respeito.

Valério firma em cartório: R$ 4,5 mi para Azeredo | Brasil 247

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