O vetusto jornal francês vem, depois da avalanche de congêneres internacionais, descantar o verso. Primeiro, tendo por fonte O Globo, disse que impeachment não é golpe, mas agora contrastado admite sua parcialidade induzida. A mídia internacional que não se alimenta dos ratos nacionais já se deu conta de que a plutocracia tenta, com a Rede Globo à frente, derrubar um governo eleito e sem mácula, implantar uma cleptocracia cuja face é Michel Temer, e que tem por operador Eduardo CUnha. Só para refrescar, como então articulador do Governo, Michel Temer articulou no Congresso a eleição de seu capitão-de-mato Eduardo CUnha. Cunha é obra sua, não só por ter distribuído cargos com pessoas ligadas a CUnha, mas por agora ser o beneficiário do processo kafkiano de seu agente.
A outra lembrança do Le Monde diz respeito ao verniz de legalidade, que é a forma de todo Golpe Paraguaio, que atende por Mani Pulite. Se na Itália o processo conduziu ao poder Sílvio Berlusconi, que se manteve no poder até quebrar o país e virar chacota internacional por suas Bunga Bunga, no Brasil a caça ao Lula se tornou diversionismo para alimentar a matilha que está sedenta de poder como hienas vagando no deserto em busca de carniça. Basta que se diga que Lula vem sendo caçado como escravo fugido sem que seus caçadores tenham conseguido emplacar a formalização de uma única acusação. E, quando se quer, todos sabemos que uma devassa na vida de qualquer pessoa encontra indícios, ou nela se implanta, elementos para instruir uma ação. De proprietário da Friboi, que é finanCIAdora da campanha contra Lula, de aviões supersônicos a última investida é nos pedalinhos de Atibaia. Se os perdigueiros que caçam Lula não tivessem o faro viciado já teriam dado satisfação do sumiço do heliPÓptero. Ou quiçá alguma explicação para o alcovitamento de Miriam Dutra na Espanha às expensas da Brasif. Se devassassem Michel Temer ou os filhos do Roberto Marinho, teriam elementos para milhares de ações. Mas não se trata de limpar os podres, mas de tirar quem sempre combateu os podres. São limpa-trilhos para que os 30 Berlusconi de que fala o Le Monde voltam ao comando dos cofres públicos. Não é sem motivo que carta do Grupo Globo ao The Guardian tenha sido solenemente relegada a tudo que sai da Rede Globo, lixo.
As razões que levam um juiz a proferir uma decisão em 28 segundos para impedir Lula de assumir um Ministério é a mesma que explica a lentidão para afastar um notório corrupto como Eduardo CUnha. É a forma da plutocracia defender seus cleptomaníacos no Golpe Paraguaio em curso no Brasil. A distribuição de estatuetas pela Rede Globo é, como o “famiglia” usado pelos congressistas ao sufragarem o golpe, senha que une plutocratas a cleptomaníacos. O dinheiro lavado e escondido no exterior, seja das Copas de 2002 e 2006, seja dos esquemas montados pela dupla Michel Temer & Eduardo CUnha, explicam a unanimidade da mídia internacional em apontar a transformação da República Brasileira em Bunga Bunga. Ou República das Bananas…
Le Monde lamenta ter se baseado na mídia brasileira para analisar o golpe
Le Monde lamenta ter se baseado na mídia brasileira para analisar o golpe
sab, 23/04/2016 – 20:51 -Atualizado em 23/04/2016 – 20:52
Do RFI
Le Monde admite ter ignorado parcialidade da mídia brasileira
Publicado em 23-04-2016 Modificado em 23-04-2016 em 20:21
Na edição antecipada de domingo (24), o mediador entre os leitores e a redação do vespertino francês Le Monde, Franck Nouchi, faz a seguinte pergunta: "Le Monde foi parcial na cobertura da crise politica brasileira?"
O questionamento foi feito depois do jornal ter recebido dezenas de cartas de brasileiros e franceses vivendo na França e no Brasil. O jornal cita a carta, que elogia como muito bem argumentada, de quatro brasileiras residentes em Paris," movidas pela consciência do impacto que o Monde tem sobre a opinião pública ". Na carta, elas perguntam porque Le Monde escolheu a parcialidade para abordar a crise politica brasileira ao invés de indagar, abordar novos ângulos… e não seguir o coro uníssono da grande mídia brasileira.
Na mesma linha, Le Monde também levou em consideração o correio de um outro grupo de ex-exilados políticos brasileiros da França e da Bélgica, que interrogam porque não foram feitas reportagens mais balanceadas com personalidades de destaque como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros nomes, sobre suas razões para se posicionarem com tanta firmeza pela democracia. Na contramão, é citado somente um leitor que elogia diversos artigos e o mediador defende as coberturas de algumas matérias.
Parcialidade das mídias brasileiras é reconhecida
No entanto, reconhece e lamenta que o editorial de 31 de março, intitulado"Brésil: ceci n’est pas un coup d’Etat" (Brasil: isto não é um golpe de Estado, em tradução livre), não tenha sido equilibrado, em especial por ter omitido que os apoiadores do impeachment são acusados de corrupção, a começar por Eduardo Cunha, presidente da Câmara, assim como por não ter abordado suficientemente a parcialidade das mídias nacionais. Nesse contexto, o mediador lembra um dossiê completo publicado em janeiro de 2013 pela ONG Repórteres sem Fronteiras, que chamava o Brasil de "o país dos trinta Berlusconi"*, lembrando que os dez principais grupos econômicos, familiares, dividem o mercado da comunicação de massa.
Finalizando, o jornal admite que o ideal teria sido enviar um jornalista de Paris para apoiar sua correspondente em São Paulo, Claire Gatinois, para relatar com mais profundidade as fraturas sociais da população, reveladas durante esta crise.
* referência ao ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, dono de um império midiático na Itália.
Le Monde lamenta ter se baseado na mídia brasileira para analisar o golpe | GGN