A Maria Antonieta brasileira, vista da Suíça, foi antecedida pelas Antonietas albergadas nas velhas mídias.
Não existiria Marcela Temer sem a “massa cheirosa” da Eliane Cantanhêde. Antes de reencarnar em Marcela Temer, Maria Antonieta incorporou em Danusa Leão e sua ojeriza em dividir viagens de avião com filhos de porteiros e empregadas domésticas.
No Brasil, não existindo um Luís XVI, Maria Antonieta não destoaria ao lado destes dois luíses: Luis Carlos Prates e Luis Carlos Heinze. Para ficar entre os gaúchos, Ana Amélia Lemos, o Louro José do Senado, padece da alegria das Marias Antonietas golpistas. Sua parceria com Janaína Paschoal deixa Maria Antonieta, a original, nos chinelos.
No país dos Lírio Parisotto, Maria Antonieta passaria ao largo de Luiza (Erundina) em busca de uma Joice Hasselmann, se antes não topasse com uma Rachel Sheherazade.
Os efeitos da passagem da Maria Antonieta pelo Brasil, mais precisamente na mídia, foi vista hoje na capa da Folha de São Paulo. A Folha, no afã de se perfilar ao lado da Rede Globo no golpe, adotou a lei Rubens Ricúpero e disparou contra o Bolsa Família para indígenas.
Não fosse um jornalismo Maria Antonieta, a Folha buscaria respostas para o sumiço dos 450 kg de cocaína encontradas no heliPÓptero. A Folha jamais aprofundou investigações a respeito do Tarja Preta.
Não tivesse incorporado o espírito da esposa de Luís XVI, os a$$oCIAdos do Instituto Millenium, já teriam destinados alguns minutos de atenção às informações vazadas pelo Sérgio Machado. Afinal, quem é mais Maria Antonieta, Marcela Temer ou Andrea Neves? A concorrência é tanta que até Cláudia Cruz, se pudesse ser localizada, poderia ostentar o título de Maria Antonieta…
Não existiria uma “brasilianische Marie Antoniette” sem a construção do golpe paraguaio pelos derrotados das últimas eleições. A Maria Antonieta da plutocracia inaugura um novo regime à brasileira, a cleptocracia.
Mas só nossa Maria Antonieta pode, cheia de energia, gritar: MiShell!
Jornal suíço compara Marcela Temer a Maria Antonieta.
Por Jari da Rocha, colaboração para o Tijolaço · 04/09/2016
Um dia após a consumação do golpe no Brasil, o jornal suíço “Tagesanzeiger”, ironiza o mais famoso ‘conto de fadas’ brasileiro: Die brasilianische Marie Antoinette.
Marcela Temer é comparada à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido.
Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.
No dia 14 de julho de 1789, fartos por não conseguirem comer nem o pão que o diabo amassou e, após ouvirem a suposta resposta da rainha sobre sua condição de miséria extrema (Se não têm pão, que comam brioches), os camponeses resolveram por abaixo a Bastilha (para onde eram mandados os ‘inimigos do reino’).
Luiz XVI que, segundo consta, não conseguia conter os gastos astronômicos da esposa, acabou guilhotinado. Nove meses depois foi a vez de Maria Antonieta perder, de vez, a cabeça.
A comparação feita pelo jornalista suíço Beat Metzler, é curiosa e só reforça o que já sabemos: viramos uma espécie de piada de mau gosto do mundo político contemporâneo.
Leia, abaixo, o artigo do Tagesanzeiger, que não é nenhum jornalzinho: tem “só” 133 anos de circulação…
A Maria Antonieta brasileira
A nova primeira-dama Marcela Temer gasta com prazer o dinheiro dos outros. Ela ocupa em sua residência 50 empregados. Às custas do Estado.
Marcela Temer, desde a última quarta-feira primeira-dama do Brasil, poderia ter saído de um catálogo de desejos cunhado por uma publicação voltada para o público masculino. Foi descrita por uma revista como “bela, recatada e do lar”. E isso foi entendido como elogio.
O afastamento da presidente de esquerda Dilma Roussef por Michel Temer divide o país. A esposa de Temer, Marcela, aprofunda o abismo. Para seus críticos, ela incorpora o caráter reacionário do novo governo, ocupado apenas por homens brancos, grisalhos e ricos.
Marcela escolheu o caminho mais rápido para subir: ela casou-se com um homem branco, grisalho e rico. E tinha apenas 19 anos, quando encontrou Michel Temer. Ele tinha 62. Marcela cresceu como filha de classe média em uma cidade do interior de São Paulo. Além de carregar o título de vice-rainha-da-beleza, trabalhava na recepção de um jornal local, quando, em 2002, acompanhou parentes a um evento do PMDB. Foi onde viu Michel Temer, milionário conhecido e há muitos anos deputado pelo PMDB. Ela pediu para tirar uma foto com ele, o que de fato ocorreu. E pediu também seu número de telefone. A mãe acompanhou-a no primeiro encontro e um ano depois eles já se casavam. Foi uma festa secreta, pois o abismo de 43 anos entre os dois não era exatamente apresentável.
“bela, recatada e do lar”Os pais de Marcela não estão incomodados: “Isso é só o choro dos invejosos” disse a mãe.
Marcela disse recentemente: “É como se Michel tivesse 30 anos. A idade não importa ” .
Quando Michel Temer ainda era Vice- Presidente, em 2011, rapidamente sua esposa se tornou a queridinha dos tablóides.
Louvavam seu bom estilo e ela chegou até a ser comparada com Carla Bruni e Jackie Kennedy. Temer publicou um livro de poemas sobre sua vida amorosa, fotos eróticas de Marcela foram divulgadas. Ela faz o papel de uma dona de casa fiel, que leva seu filho para a escola e tem « Michel » tatuado em seu pescoço.
Marcela desfrutava da riqueza. Na residência oficial do vice-presidente, ela mandou executar reformas milionárias “para que seu filho se sentisse em casa”. A família de três membros ocupa 50 funcionários, entre eles quatro empregadas, que cuidam apenas de lavar e passar roupas. Tudo isso pago pelo Estado. Além disso, Marcela viajou ao lado da mãe e de uma irmã, em voo de primeira classe rumo a Nova York e Miami, para fazer compras durante um dia – o que ela própria documentou alegremente na internet. Durante um encontro de cúpula da ONU, cujo tema era a sustentabilidade, ela mandou organizar um desfile de moda de jóias.