Ficha Corrida

17/07/2015

Sopa de letras: ExFrias e Chupe Folha

chupa folha
Folha não gostou do “Chupa Folha”

Por Altamiro Borges
Como sempre dizia o jornalista Cláudio Abramo, a liberdade de imprensa nas redações só existe para o dono. Na segunda-feira (13), o jornalista Pedro Ivo Tomé, que pediu demissão na Folha, publicou seu último artigo no jornal com uma mensagem “escondida”. Responsável pela sessão de obituários do diário, ele fez com que a inicial de cada parágrafo formasse a frase “Chupa Folha”. A truculenta famiglia Frias, que adora sacanear os seus inimigos políticos, mas não tolera qualquer tipo de crítica – que o digam os editores do site satírico “Falha de S.Paulo” –, ficou irritadinha com a brincadeira e já anunciou que processará o seu ex-repórter. Na época mais sombria da ditadura militar, a mesma famiglia dedurava e transportava os presos políticos para a tortura. Agora, ela processa!
Em nota divulgada nesta quinta-feira (16), a Folha condenou a atitude “antiprofissional” do jornalista demitido. “Ele foi irresponsável e antiético. Além disso, desrespeitou os leitores e a memória da pessoa falecida que era personagem do texto. O jornal estuda as ações legais que tomará contra o ex-funcionário", afirma a empresa, que já demitiu sumariamente vários profissionais, arrocha os salários, desrespeita a legislação trabalhista através do nefasto expediente da PJ (Pessoa Jurídica, sem vínculos empregatícios e direitos) e transformou a redação num verdadeiro presídio. Haja cinismo da “democrática” famiglia Frias, que adora bravatear sobre democracia e liberdade de expressão. Reproduzo abaixo o texto de Pedro Ivo Tomé só para irritar os ranzinzas da Folha:
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Assistente social vocacionada e pianista
Chamadas aos fins de semana não tiravam a assistente social Therezinha Ferraz Salles do sério: segundo a família, cuidar dos funcionários da Caixa Econômica Federal, onde trabalhou a vida toda, era sua vocação.
Habituou-se também às ligações noturnas, para ajudar quem tinha ficado doente e precisava de cuidado, fazendo a ponte com o banco.
Uma infância tranquila era a memória que tinha de Amparo, a 133 km da capital, onde a paulistana foi criada por causa da função do pai, Octávio, promotor de Justiça.
Pianista, formou-se no antigo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, hoje Escola Municipal de Música de São Paulo, no centro, durante a adolescência, quando a família retornou à cidade.
Assim como as duas irmãs mais novas, formou-se professora em uma escola normal, mas deu poucas aulas.
Fez a graduação em Serviço Social na PUC-SP. Pouco depois de concluir o curso, no início dos anos 1960, começou a trabalhar na Caixa.
Ouvia muito as obras de Schubert e Chopin, executando-as para os sobrinhos quando eles iam visitá-la.
Logo depois de se aposentar, na década de 1980, passou a assistir mais concertos. Aproveitava sempre as apresentações com música clássica do Theatro Municipal.
Há alguns anos, vinha sofrendo com bronquite e asma, males que a acompanhavam desde a juventude.
Após ficar 15 dias internada devido aos problemas pulmonares, que pioraram por causa da idade, morreu no dia 2, por insuficiência respiratória, aos 87 anos. Deixa duas irmãs e sobrinhos.

*****
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Folha é contra a liberdade de expressão

19/01/2015

Mídia brasileira trabalha como narcotraficante: hiPÓcrita!

TraficonTodo mundo sabe que os maiores consumidores de cocaína trabalham nos grupos mafiomidiáticos. E também sabemos o tipo de tratamento que os a$$oCIAdos do Instituto Millenium dá aos pequenos traficantes (aviões) em comparação com os grandes trafiantes (helicóptero com 450 kg de cocaína).

Por que não ganha repercussão o fato de Aécio Neves processar twitteiros que o criticaram? Por que Ali Kamel pode processar todo mundo que publicou fatos com os quais ele não concorda?

Por que o fumador de maconha é vilipendiado e o cocainômano pode atuar em novelas? Ou ser comentarista de futebol?

Com a palavra d. Judith Brito e a ANJ.

A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão!

18 de janeiro de 2015 | 10:12 Autor: Miguel do Rosário

É preciso enterrar esta mentira.

A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão.

Nem absoluta, nem parcial, nem nenhum tipo de liberdade de expressão.

A única liberdade que a mídia conhece é aquela que lhe interessa comercialmente.

A mídia brasileira não deu quase nada sobre a sonegação da Rede Globo.

Houve um sinistro pacto de silêncio em torno do assunto, apesar de envolver 1 bilhão de reais, roubo de processo e lavagem de dinheiro em diversas off shore no exterior.

A mídia brasileira apoiou o golpe, sustentou a ditadura e se enriqueceu à margem de um regime totalitário que censurava, matava e prendia quem tinha coragem de se expressar livremente.

Além disso, a liberdade de expressão não existe num regime de monopólio.

O sistema de comunicação brasileiro não é democrático e, portanto, não é livre.

E se não é livre, não existe liberdade de expressão.

O poder de poucas famílias sobre tvs, rádios e jornais, não encontra paralelo no mundo democrático.

O arcabouço legal, após o fim da lei de imprensa, também não colabora para a liberdade de expressão.

Ricos e poderosos podem processar judicialmente qualquer um que lhes incomode. Como não há lei, depende-se da opinião de juízes, que infelizmente ainda formam, no Brasil, um estamento patrimonialista a serviço da classe dominante

É o caso, por exemplo, de Ali Kamel, que processa vários blogueiros, por conta de ninharias. Ninguém lhe chamou de ladrão. Ninguém ofendeu sua família. Ninguém o desrespeitou como pessoa.

Houve apenas humor, chiste e, no meu caso, uma crítica política ao chefe do jornalismo do maior monopólio da América Latina.

Não existe liberdade de expressão nem na própria mídia.

Se alguém elogiar um político do qual a mídia não gosta, é demitido.

Se alguém fizer uma charge crítica ao político que a mídia gosta, é demitido.

O jornalismo brasileiro encontra-se cada vez mais oprimido por um patronato sectário.

Não há liberdade nenhuma!

Enquanto todas as profissões liberais se expandem no Brasil (médicos, advogados, arquitetos, etc), o jornalismo declina.

Os salários são cada vez menores, há cada vez menos empregos. Os jornalistas se sentem cada vez mais oprimidos nas redações.

Não podem pensar, não podem falar, não podem desenhar, não podem sequer desabafar nas redes sociais.

Quer dizer, podem desabafar sim, desde que o desabafo seja agradável aos patrões!

Podem falar o que quiser, desde que toquem conforme a música dos barões da mídia!

E agora a mídia brasileira, uma mídia monopolista, conservadora, golpista, astutamente, toma para si a bandeira de Charlie, um jornalzinho nascido na luta contra os monopólios, contra os conservadores, e que sempre defendeu, de verdade, a democracia.

No enterro de Charb, seus amigos cantaram a Internacional, a famosa canção revolucionária, com os punhos erguidos, e Jean-Luc Melechon, uma das principais lideranças da esquerda francesa, fez o discurso principal.

Melechon foi o candidato a presidente da Frente de Esquerda, nas eleições de 2012. É um homem público extremamente sério e respeitado pela esquerda européia.

A esquerda francesa defende a Palestina, defende os imigrantes, defende todas as minorias, lança candidatos muçulmanos, contra uma direita cada vez mais racista, cada vez mais reacionária quando o tema é imigração.

A nossa mídia nunca fez um “Globo Repórter” em detalhes sobre o socialismo francês, que inclui um sistema tributário progressivo, leis sobre a herança e sobre as grandes fortunas, educação e saúde públicas para todos.

O socialismo francês hoje está em crise inclusive por seus excessos, e pelos vícios do próprio homem. Por exemplo, há 25 anos, o Estado francês, a partir de conselhos de psicanalistas, começou uma nova política em relação aos órfãos. Ao invés de orfanatos, as crianças eram alocadas em famílias que receberiam auxílio do Estado para criá-las. Resultado: uma quantidade crescente de famílias que rejeitavam os filhos quando este completavam 18 anos, e o Estado parava de pagar o auxílio.

Os terroristas do atentado são um exemplo. Eles foram criados por famílias que recebiam auxílio do Estado, e foram rejeitados em seguida, ingressando no mundo do crime e, depois, aderindo ao terrorismo.

A mídia brasileira é uma talentosa alquimista. Ela consegue inverter tudo. No primeiro dia da ditadura, os jornais diziam que a democracia tinha voltado.

Transformaram a democracia de Jango em ditadura, e a ditadura em democracia.

E agora transformam um jornalzinho comunista-libertário de Paris em ícone da sua visão distorcida, monopolista, hipócrita de liberdade de expressão!

Os chargistas do Globo apenas podem fazer charges que corroborem a linha reacionária do jornal.

Nenhum chargista do Globo tem ou terá liberdade de expressão para praticar uma arte livre e irreverente!

Sobretudo se a crítica deriva de uma ideologia socialista, anarquista ou libertária, como era a dos chargistas do Charlie.

Ao contrário, a mídia demite imediatamente qualquer empregado que tenha manifestação de livre pensamento, sobretudo se esta liberdade se volta em defesa da classe trabalhadora.

O controle da narrativa permite à mídia criar um universo paralelo, para dentro do qual até mesmo a esquerda se vê abduzida.

No afã de ser contra a mídia, muitas vezes fazemos exatamente o jogo dela.

A mídia, malandramente, pegou o discurso de liberdade de expressão, que é um discurso vencedor, e passou a defender um Charlie e uma França que sempre representaram tudo que a nossa mídia não é: socialista e libertária.

No grande jogo da geopolítica mundial, um jogo hoje profundamente midiatizado, a mídia brasileira quer posar ao lado dos vencedores, mesmo que estejamos falando de um jornaliznho comunista e libertário de Paris.

No fundo, ela age certo.

A esquerda, neste caso, é que pode ter cometido um erro, ao se deixar levar por um pensamento binário (a mídia é favor, então sou contra), permitindo que a mídia brasileira se finja de paladina de valores que ela, a mídia, historicamente, nunca defendeu: a democracia e a liberdade de expressão.

A mídia brasileira, tal como ela é hoje, se consolidou na ditadura.

Jornalzinhos como Charlie Hebdo, havia de montão no Brasil na década de 60, atendendo a atmosfera da época, profundamente libertária. Todos foram censurados. Os jornalistas e chargistas só encontraram emprego em dois ou três jornais do eixo Rio e São Paulo.

Sem concorrentes, sem outros jornais, empresas como Globo e Folha passaram a dar as cartas na opinião pública brasileira, durante décadas, e sua influência cresce vertiginosamente após a redemocratização.

Os poucos artistas do texto e da charge que sobreviveram à hecatombe da ditadura e às terríveis crises econômicas das décadas de 80 e 90, tiveram que se tornar submissos intérpretes do pensamento patronal.

Em suma, temos que deixar isso bem claro: a mídia brasileira é exatamente o contrário de tudo que se pode chamar de liberdade de expressão.

A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão! | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

Jogando gasolina no fogo da liberdade de expressão

Dados que explicam o ódio ao Irã

IrãnEstou lendo Antologia da Asneira no Século XX e eis senão quando me deparo, no verbete França, com a seguinte frase atribuía ao cineasta Jean Vautrin: “Se a imbecilidade fosse gasolina, poderíamos passar sem os árabes.” São pelo menos duas afirmações numa única frase. A imbecilidade continua tão grande quanto à variedade de queijos que tornava  a França, segundo De Gaulle, ingovernável. A outra diz respeito ao sentido utilitário que a Europa em geral, e os franceses em particular, têm dos árabes. (A começar por relações, em todos os sentidos, com Muammar Kadafi…)

Tenho lido respeitáveis analistas a respeito do atentado terrorista ao hebdomadário Carlos (Charlie Hebdo). As análises variam segundo se toma o geral ou o particular. No  particular, as mortes ceifadas pelo terror. No geral, o uso coletivo da oportunidade de defender o direito à liberdade de caricaturizar o profeta Maomé. Restringir-se apenas a estes aspectos não explica porque de, repente, os que mais abrem processos, como Ali Kamel, contra quem ousa divergir.

De repente o Primeiro Ministro inglês, David Cameron, não só discorda do Papa em relação ao respeito que se deve dar às religiões, como também se dá ao direito de justificar ataque às religiões. A morte do brasileiro Jean Charles de Menezes deveria ser o suficiente para entender o verdadeiro alcance da declaração de Cameron. Tem-se liberdade para atacar a religião, sem qualquer risco. Mas qual é a liberdade de ser brasileiro de mochila nas constas no metrô diante da paranoia inglesa? Logo os ingleses que, passados 400 anos das ordenações feudais, da Idade Média, continuam escolhendo para representar-lhes o berço, a genética. E isso que dá para duvidar, com um bom exame de DNA, que a linhagem tenha permanecido pura… O caso do filho da amante de FHC, Miriam Dutra, nos é suficiente para maiores conclusões. Que democracia é essa que o simples fato de nascer de determinada família lhe outorga poderes sobre os demais? Ora, dar à casta real o poder de indicar o primeiro-ministro e dissolver o parlamento interessa à uma elite que se perpetra à margem da influência real. Só Shakespeare tinha dúvida(to be or not to be), mas, depois do affaire da Diana com o magnata de origem sírio-egípcia, a única coisa real na família é a infidelidade e o poder de castas.

Portanto, falar em liberdade de ridicularizar as religiões, quaisquer que sejam elas, é apenas álibi de de bom serviçal dos EUA. Afinal, não foi na Inglaterra que a liberdade de expressão, de Rupert Murdoch, sofreu a maior derrota?! Não é em Londres que Julian Assange está refugiado na Embaixada do Equador devido a perseguição que nega exatamente a liberdade de expressão? E nem se fale em Bradley Manning ou Edward Snowden

Quando dos famosos cables(documentos) vazados pela equipe de Julian Assange, WikiLeaks, um foi suficientemente claro em como os EUA e seus capachos constroem a hegemonia. A CIA buscava instigar no Brasil conflitos religiosos.

Embora tenha sido seminarista por seis anos, não sigo nenhuma religião, mas há um ditado romano que dá ideia de como se constrói boas relações entre os povos: “em Roma, como os Romanos”. Em terra estrangeira, respeite os costumes dos locais.

E aí volto, ao começo. Por que esta necessidade de se atacar o Profeta Maomé, mas não atacar os deuses orientais, da Índia e China, ou mesmo Japão? Simples. Mais do Maomé é a gasolina o combustível que move a liberdade de expressão ocidental… Como disse aquele Sheik “A Idade da Pedra não acabou pela falta de pedra, e a Idade do Petróleo irá acabar muito antes que o mundo fique sem petróleo”. A ganância ocidental tem feito de tudo para tornar verdadeira a frase do Sheik Ahmed Zaki Yamani.

Quando colaborava com o Observatório da Imprensa, o jornal Zero Hora fez um editorial me ameaçando com “medidas judiciais cabíveis”. São estes capachos dos EUA que agora defendem a liberdade de ofensa.

Os grupos de mídia e o desrespeito às religiões

dom, 18/01/2015 – 06:00 Atualizado em 18/01/2015 – 17:58

Luis Nassif

Em meados dos anos 90, um bispo evangélico chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em um programa da TV Record. Houve comoção nacional. A Globo aproveitou o incidente para conduzir uma feroz campanha contra o bispo e a Record.

O episódio resultou na demissão do bispo, no seu afastamento da sua igreja e em pedido de desculpas da Record.

Em Paris, o jornal “Charlie Hebdo” publica uma charge do profeta Maomé. Segue-se o atentado terrorista. A reação francesa foi uma nova edição do jornal com uma nova charge do profeta.

Nem se discute sobre o atentado: é um ato terrorista que deve ser condenado exemplarmente. O que se discute é sobre os limites da liberdade de expressão.

***

No Brasil, os mesmos grupos de mídia que conduziram a campanha contra a Record levantaram-se em defesa da liberdade absoluta de expressão. E aproveitaram oportunisticamente do episódio para combater qualquer forma de regulação. Regulação, aliás, em curso em todos os países desenvolvidos.

***

Vamos por partes.

Não se pode comparar a forma de expressão individual de um artista, ou mesmo de um grupo em seu meio, com a penetração de um grupo de mídia, ainda mais daqueles montados em cima de concessões públicas.

A escala é totalmente diferente. Os grupos de mídia atingem milhões de pessoas, forjam o pensamento de vastas camadas de leitores ou telespectadores. Especialmente no Brasil, detém um poder de cartel imbatível.

Por isso mesmo, tem que existir limites à sua atuação. Mas uma visão vesga do Judiciário não entende essas características e tende a colocar todos os abusos ao abrigo do conceito de liberdade de imprensa.

***

Tome-se a própria Record.

Anos atrás, conduziu uma campanha pesada contra as religiões afro. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu uma ação exigindo reparação, na forma de um programa produzido por lideranças negras, reparando os danos à imagem do negro e da religião.

Montou-se um programa digno, sem ataques à Record, mas explicando a natureza das religiões afro.

Não se conseguiu essa reparação. A sentença – absurda – dava à Record a liberdade total de veicular o que quisesse, sem que os atingidos tivessem direito à resposta.

Não há diferenças: o chute na santa, a charge do profeta, o ataque às religiões afro são atentados à religião. Por que esse tratamento diferenciado, de enaltecer o direito de Charlie Hebdo em satirizar o profeta, tirar o direito do bispo da Record de chutar a santa e conferir à mesma Record o direito de avacalhar às religiões afro?

A diferença está na ponta atingida: depende da maior ou menor influência do grupo atingido, em relação ao agressor.

***

Confira-se:

  1. No episódio da santa, os católicos eram os atingidos e os evangélicos os agressores. Prevaleceu a maior influência católica.
  2. No episódio das religiões afro, atingidos foram os seguidores de religiões afro; agressores, os evangélicos da Record. Prevaleceu a maior influência dos evangélicos.
  3. No caso do Charlie, os atingidos eram muçulmanos.

***

Há algo de muito errado nessas métricas diferentes. Católicos, evangélicos, seguidores de religiões afro, todos merecem o respeito dos meios de comunicação. E os abusos devem ser coibidos, sim, pela Justiça.

E viva o Papa Francisco, o que melhor está entendendo esses tempos nebulosos.

Os grupos de mídia e o desrespeito às religiões | GGN

16/01/2015

Liberdade de expre$$ão?!

Filed under: Espírito de Manada,Liberdade de Expressão,Manipulação — Gilmar Crestani @ 10:38 am
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Para mim bastaria saber que os que hoje lutam desesperadamente pela “sua” liberdade de expressão já incentivaram e ajudaram a dar golpe de estado. Patrocinaram, em parceria, uma ditadura que prendia sem mandato judicial. Não satisfeitos, torturavam, estupravam, matavam, esquartejavam e depois ainda contavam com a parceria das peruas para distribuírem os corpos em valas clandestinas, como no famoso cemitério de Perus.

Tente se fazer ouvir por estes grupos. Mande e-mail, cartas, torpedos para ver se sua opinião será publicada. É mais fácil comprar uma matéria empresarial do que emplacar um assunto relevante. Nos a$$oCIAdos do Instituto Millenium o trânsito está liberado em sentido único.

A liberdade de expressão e o direito ao respeito

Enviado por Adir Tavares sex, 16/01/2015 – 08:20

Sugestão de Adir Tavares

do Informação Incorrecta

Liberdade de expressão

Para salvar a Democracia não podemos perder a Democracia.
Tomamos como verdadeira a versão oficial e olhamos para Paris: violência, medo, dor. Mas todos devem ter o direito de dizer tudo, mesmo que isso ofenda milhões de pessoas que vivem ao lado. Qual o sentido?
Charlie Hebdo há anos publica imagens que ofendem toda a comunidade islâmica, mas não apenas aquela: a cristã e a hebraica também, embora em medida bem menor. Chama-se isso "direito de exprimir as ideias", confluído nos últimos dias na "liberdade de expressão".
Mas há uma série de contradições nisso: onde acaba o direito de expressão e onde começa o direito a não ser ofendido? Como afirmar o direito à segurança e negar aquele da liberdade de expressão?
As autoridade francesas deveriam ter intervido para impedir a publicação dos desenhos voluntariamente provocadores? Difícil concordar com esta ideia, o espectro da censura paira sobra ela. Caso as autoridades tivessem impedido as publicações, é simples imaginar a vaga de revolta com os intelectuais em primeira fila. E não posso excluir que este mesmo blog teria defeso a revista.
Mas as autoridades não intervieram e agora os intelectuais discutem sobre o "choque entre as civilizações". Um choque que poderia ser evitado, na Europa, simplesmente respeitando a comunidade alvo das ofensas. Porque, respeitando a versão oficial, o que esteve em causa foram as repetidas blasfémias perpetradas pela revista, não a liberdade de expressão.
Tentamos não mudar de assunto, deixamos de lado o tão abusado "direito de manifestar as ideias": os "terroristas" não atacaram a sede dum grupo ultra-nacionalista, contrário à imigração ou ao Islão. Não faltam na Europa conjuntos minoritários (poucos, para boa sorte) que manifestam desconforto perante a imigração, perante o "diverso". Mas não são atacados, aliás, é muito complicado, talvez impossível, lembrar-se dum ataque "jihadista" contra tais formações.
A razão é simples: exprimem o desconforto com palavras, teses, teorias, não com repetidas e manifestas blasfémias.
Podemos pensar: "Na minha casa faço o que me apetecer". O que não é verdade. Ao convidar um hindu, oferecemos só pratos com base em carne de vaca? Na França os Muçulmanos são 10% da população: trabalham, pagam os impostos, participam activamente na vida da sociedade, tal como qualquer outro cidadão francês. E, tal como qualquer outro cidadão francês, merecem ser respeitados.
Mas não é o que acontece: encontram nas bancas um semanal que, apesar de ter recebido inúmeros avisos, continua sistematicamente a ofender a religião deles, e faz isso da pior das maneiras (do ponto de vista muçulmano, claro). E milhões de Muçulmanos nem podem protestar, porque chocam contra  parede da "liberdade de expressão".
Muitos nestes dias afirmam que não é possível atacar as manifestações de liberdade, mesmo que estas sejam extremas. Esta é uma tese terrivelmente séria com implicações muito pesadas porque exige uma absoluta coerência na aplicação. E pode entrar em choque com o direito à segurança, como foi o caso de Paris.
Não é suficiente afirmar as boas intenções, defender um direito: é preciso prever, saber gerir, e se for o caso aceitar, as consequências. Os direitos não têm um sentido único e não podem ser limitados, devem alcançar todos. E acontece que o Ocidente é um péssimo exemplo disso.
Um exemplo: o Holocausto e as teorias negacionistas.  
Na Áustria, Alemanha, Bélgica e até na mesma França a negação do Holocausto é configurada como um crime, enquanto em outros Países (israel, Portugal e Espanha) é sancionada a negação de qualquer genocídio.
Regras contra o negacionismo também foram introduzidas na Nova Zelândia, Austrália, República Checa, Eslováquia, Lituânia, Polónia e Roménia. Em 2007, a Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução dos Estados Unidos que condenava sem reservas qualquer negação do Holocausto e exortava todos os membros a rejeitá-las.
Na Europa, apenas Italia, Espanha, Reino Unido, Dinamarca e Suécia recusaram adoptar medidas anti-negacionistas. Isso significa que, se assim desejar, aqui em Portugal eu não posso publicamente exprimir as minhas ideias contrárias ao Holocausto. E o mesmo acontece em França, onde agora os chefes de Estado passeiam abraçados para defender a "liberdade de expressão".
O que é esta se não uma limitação da liberdade de expressão?
Porque não é possível ofender os hebraicos enquanto é legítimo ofender os muçulmanos? É esta coerência? É este um direito com um único sentido?
Nenhum desenho, nenhuma ideia pode justificar um ataque violento. Nem a mais grave das ofensas pode. Mas pode a liberdade de expressão ser mais forte do direito a não ser ofendido? Pode um direito incluir algumas categorias e excluir outras? Se assim for, para defender um princípio democrático arriscamos perder a Democracia (que, dito entre nós, já esta morta).

A liberdade de expressão e o direito ao respeito | GGN

Como funciona a liberdade de expre$$ão sob tutela dos EUA

Muro que separa as democracias do México x EUA: liberdade?!

muroA parceria dos EUA com o México não se resume à ALCA. México também serve de puteiro, de mão de obra barata, de fornecedor ao maior mercado consumidor de cocaína. Ontem saiu a notícia de que o multimilionário, que, com Peña Nieto, se apropriou do Estado mexicano, comprou ações do NYT. Uma mão lava a outras; as duas, a droga. Tudo com a devida cobertura dos grupos mafiomidiáticos unidos para acobertarem ou mostrarem tudo o que é permitido por quem a finanCIA.

Tudo o que os EUA queriam e FHC estava prestes a entregar, conseguiram no México. Na mais atual do que a velha frase do Porfirio Díaz: “Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos EUA”….  Não se trata apenas do muro construído para separar dos dois países, mas os túneis diplomáticos para garantir a subserviência. Apesar de que não consta, ao contrário dos diplomatas de FHC, da exigência de os diplomatas mexicanos terem de tirar os sapatos para entrar nos EUA.

Agora a Agência Pública, parceira do WikiLeaks, revela mais esta bomba, mas que só é bomba pelo fato de os velhos grupos de mídia tentarem esconder. É inacreditável, mas nada que a CIA não autorize sai nas páginas dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium.

Não é inacreditável que a velha mídia tenha abraçado o “je suis Charlie”, mas faça um silêncio constrangedor em relação aos massacres perpetrados pelos EUA ou pelos Estados que estão sob sua tutela?!

Governo mexicano participou do ataque contra estudantes de Ayotzinapa

por Anabel Hernandez, Steve Fisher | 15 de janeiro de 2015

Baseada em documentos e depoimentos, investigação jornalística desmente versão oficial sobre o massacre no México e compromete o Exército e a Polícia Federal nas ações que levaram à morte de três estudantes e ao desaparecimento de 43 jovens

*Especial para Agência Pública

O governo do presidente mexicano Enrique Peña Nieto participou do ataque aos estudantes da escola normal rural de Ayotzinapa na noite de 26 de setembro em Iguala, no Departamento de Guerrero, que resultou em três mortos e 43 desaparecidos. Testemunhos, vídeos, relatórios inéditos e declarações judiciais que constam dos procedimentos da Procuradoria Geral de Justiça de Guerrero mostram que a Polícia Federal (PF) participou diretamente dos fatos.

 

Peña Nieto: administração envolvida em massacre de estudantes no México. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

A versão oficial do governo mexicano é de que o prefeito de Iguala, José Luis Abarca (PRD), supostamente ligado à quadrilha Guerreros Unidos, havia ordenado o ataque para evitar que os estudantes atrapalhassem um evento eleitoral de sua mulher, María de los Ángeles Pineda Villa, no centro da cidade. As polícias municipais das localidades de Iguala e Cocula teriam atacado e capturado os estudantes, depois massacrados e queimados pela quadrilha Guerreros Unidos sem que o Exército e a Polícia Federal tivessem conhecimento dos fatos.

Mas a investigação realizada para esta reportagem, com apoio do Programa de Jornalismo Investigativo da Universidade de Berkeley, Califórnia, revelou uma história bem diferente. Além da Polícia Federal, também o Exército mexicano participou do ataque.

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Um relatório inédito do governo de Guerrero, concluído em outubro e entregue pouco depois à administração de Peña Nieto, prova que os estudantes foram monitorados pelos governos estadual, municipal e federal no dia 26 de setembro, desde que saíram da escola, através do Centro de Control, Comando, Comunicaciones y Cómputo (C4), que reúne os três níveis de governo.

Às 17h59 o C4 de Chilpancingo informou que os normalistas estavam saindo de Ayotzinapa em direção a Iguala. Às 20 horas a PF e a polícia estadual chegaram à estrada Chilpancingo-Iguala onde os estudantes tinham feito uma arrecadação de doações. Às 21h22 o chefe da base da PF, Luis Antonio Dorantes, foi informado – pessoalmente e através do C4 – de que os estudantes tinham entrado na estação do ônibus; às 21:40 o C4 de Iguala reportou o primeiro tiroteio aos três níveis de governo.

De acordo com o relatório de investigação preliminar dos fatos, a Fiscalía General de Guerrero havia ordenado desde 28 de setembro que a PF informasse “com urgência” se seus integrantes participaram ativamente dos fatos ocorridos em 26 de setembro (entre as 20 horas e o dia seguinte), e, em caso positivo, quantos policiais estavam envolvidos. Também pediu o registro de entrada e saída de pessoal da base de operações da PF, localizada a cinco minutos do lugar do ataque, o número de patrulhas, e o registro do armamento usado entre 24 a 28 de setembro. De acordo com o relatório da investigação prévia (HID/SC/02/0993/2014) a PF nunca entregou a documentação exigida.

Entre os documentos reunidos por essa investigação estão 12 vídeos gravados nos celulares pelos estudantes durante o ataque. Em um deles, a presença da PF está claramente identificada. “Os policiais já estão indo, vão ficar os federais que vão querer nos provocar”, diz em uma das gravações um estudante, no momento em que seu companheiro Aldo Gutiérrez Solano acabava de levar um tiro na cabeça e jazia na rua em uma poça de sangue. Aldo ainda está em coma.

Entre os documentos reunidos por essa investigação estão 12 vídeos gravados nos celulares pelos estudantes durante o ataque. Em um deles, a presença da PF está claramente identificada

Por causa da pressão política, o governo de Guerrero se afastou das investigações em 4 de outubro, que passaram ao controle do governo federal, quando se ocultou a participação da PF e do Exército no ataque. Testemunhos foram manipulados para contribuir com a versão oficial dos fatos. Documentos da Procuraduría General de la República (PGR), obtidos pela reportagem, revelam que pelo menos seis dos supostos integrantes de Guerreros Unidos que testemunharam contra Abarca, policiais de Iguala e Cocula, foram detidos ilegalmente, espancados ou torturados antes de depor. Dois deles são Raúl Núnez Salgado, suposto operador financeiro da organização criminosa, e Sidronio Casarrubias, tido como líder.

A Equipe Argentina de Antropologia Forense, reconhecida mundialmente por sua experiência na localização de corpos dos desaparecidos da ditadura militar na Argentina, informou no dia 7 de dezembro ter identificado um corpo entregue pela PGR como sendo do estudante Alexander Mora. Um dentre os 43 desaparecidos. Mas a Equipe Argentina assinalou que a versão da PF – de que os restos mortais foram encontrados em um rio – não poderia ser verificada porque os técnicos forenses não estavam presentes durante a descoberta do corpo e não puderam analisar a área.

O governo os vigiava

Do relatório elaborado pelo governo de Guerrero sobre o ataque aos estudantes consta a ficha informativa número 02370, assinada pelo coordenador de operações da Região Norte da Secretaría de Seguridad Pública y Protección Civil de Guerrero, José Adame Bautista, com data de 26 de setembro. Ali se afirma que às 17h59 “o C4 Chilpancingo informou a saída de dois ônibus da viação Estrella de Oro, com os números 1568 e 1531, levando estudantes da escola rural Ayotzinapa em direção à cidade de Iguala…”.

Isso significa que os governos estadual e federal – além do municipal – estavam monitorando os estudantes antes do ataque, já que os três níveis de governo estão presentes no C4 de Chilpancingo e Iguala. Em 2013 houve várias reuniões públicas entre o governador Angel Aguirre e o Secretário de Governo Miguel Angel Osorio Chong reforçando essa cooperação.

Em seu relatório, Adame Bautista escreve que os dois ônibus chegaram às 20 horas à cabine 3 do pedágio de Iguala. Em uma ação coordenada, a polícia estadual, com quatro elementos, e a PF com cinco elementos e três patrulhas sob o comando do oficial Victor Colmenares Campos, “monitoraram” as atividades dos estudantes.

“A Polícia Estadual se fez presente no local, mantendo-se à distância dos jovens, que minutos depois decidiram se retirar do lugar sem que se registrasse nenhum incidente ou confronto”, relata o citado documento do governo de Guerrero.

Segundo depoimentos judiciais da investigação preliminar HID/SC/02/0993/2014 e outras testemunhas, Abarca e a esposa saíram da praça central de Iguala às 20h45 e foram jantar com oito membros da família em um restaurante modesto a 15 minutos do centro de Iguala. Quando os estudantes chegaram na estação central eram 9 da noite – e portanto a presença deles não afetaria o evento político, como alega a PGR justificando sua versão dos fatos.

A dona do restaurante, a senhora Lili, confirmou que a família saiu às 22h30 em absoluta tranquilidade junto com as respectivas escoltas e um motorista.

O prefeito de Iguala e sua mulher, irmã de narcotraficantes que atuam em Guerrero desde 2000, foram apontados pelo governo estadual e pela PGR como os principais responsáveis pelo ataque e desaparecimento dos estudantes e detidos no dia 4 de novembro em seu esconderijo na cidade do México. Abarca permanece preso, mas a PGR ainda não conseguiu uma ordem de prisão contra sua esposa.

Os estudantes

Omar García, líder do Comité de Orientación Política e Ideológica (COPI) da escola normal de Ayotzinapa explicou que este ano sua escola tinha se encarregado de conseguir 20 ônibus para que as escolas normais rurais fossem à tradicional marcha de 2 de outubro que rememora o massacre estudantil de 1968. Antes de ir a Iguala já tinham “capturado” oito ônibus e estavam em busca de mais no dia do massacre. Ao contrário da versão da PGR, afirmou que os estudantes nunca tiveram a intenção de protestar contra o prefeito e sua esposa.

A história da escola normal está marcada pela trajetória do guerrilheiro Lucio Cabañas, que estudou ali e na década de 1960 chefiou o grupo armado Partido de los Pobres em Guerrero. Seu movimento foi perseguido ferozmente pelo governo, particularmente pelo Exército na chamada “guerra suja”, quando ocorreram desaparecimentos e execuções. Desde então a escola é relacionada com a guerrilha e seus estudantes sofrem ataques e abusos de autoridade.

O ataque de 26 de setembro não foi apenas contra os estudantes mas contra a estrutura política e ideológica da escola. Um dos estudantes desaparecidos fazia parte do Comité Lucha Estudiantil (CLE), o órgão máximo de governo da escola normal, e 10 eram “ativistas políticos em formação” do COPI, segundo Omar García.

O ataque de 26 de setembro não foi apenas contra os estudantes mas contra a estrutura política e ideológica da escola

Garcia conta que os estudantes pegaram cinco ônibus. Dois foram em direção ao Periférico Sul e os outros três erraram o caminho. Testemunhas afirmam que por volta das 22 horas viram três ônibus de passageiros na rua Juan N Álvarez e que quando estavam perto da catedral os estudantes começaram a descer. O motorista do primeiro ônibus, Hugo Benigno Castro disse em depoimento judicial que os estudantes desceram para perguntar onde ficava a saída para Chilpancingo.

Foi ali o primeiro ataque. Ouviram-se tiros e as pessoas começaram a correr. O policial municipal Raúl Cisneros declarou que estava no lugar e admitiu que lutou com dois estudantes que supostamente queriam desarmar seu supervisor de turno, Alejandro Temescalco, e ele, por isso fizeram disparos para o ar. Apesar da rua estar cheia de gente não houve feridos. Os estudantes jogaram pedras e afugentaram as patrulhas. Os três ônibus seguiram então em direção a Periférico, já longe do centro, onde a rua é mais escura e pouco movimentada.

A Polícia Federal

O secretário de Segurança Pública municipal, Felipe Flores Velázquez, em sua declaração judicial do dia 27 de setembro, disse que às 21h22 recebeu uma comunicação telefônica de que os estudantes estavam tomando os ônibus. Afirmou ter ligado imediatamente para Luis Antonio Dorantes, chefe da base da PF, que lhe garantiu que estaria alerta.

O relatório do governo de Guerrero afirma que depois de tomar conhecimento da captura dos ônibus pelos estudantes a Secretaría de Seguridad Pública y Protección Civil do estado “reuniu todo o seu pessoal nas instalações da polícia estadual” e que essa mobilização se deu “diante dos fatos que estavam se desenrolando.”

“Às 21h30 os rádio operadores da polícia estadual de C4 Iguala e do Quartel Regional me deram a conhecer que as operadoras do serviço de emergência 066 tinham atendido a uma chamada telefônica em que se advertia que os estudantes da normal rural Ayotzinapa estavam fazendo confusão nas centrais de ônibus Estrella Blanca e Estrella de Oro…”, apontou Adame Bautista em sua ficha de informações. Ele especifica que na chamada se pedia “o apoio das autoridades”.

O C4 está sob o controle da polícia estadual mas há um rádio operador de cada uma das forças:  Exército, Polícia Federal, polícia estadual e municipal. As instalações da polícia municipal, da PF e do 27º Batalhão de Infantaria ficam na mesma zona, a uma distância de 3 a 4 minutos do local do ataque. Do C4 se controla a rede de câmeras de vigilância de Iguala, algumas localizadas no centro da cidade, onde ocorreram três ataques, mas apesar de requeridas pela Fiscalía General del Estado, as imagens dessas câmeras nunca foram entregues.

O C4 está sob o controle da polícia estadual mas há um rádio operador de cada uma das forças:  Exército, Policía Federal, policía estadual e municipal

Às 21:40 o C4 de Iguala recebeu o aviso de “disparos de arma de fogo”. Segundo Adame Bautista a polícia estadual não atendeu à contingência por ordem do subsecretário de Prevención y Operación Policial estadual, Juan José Gatica Martínez, e por isso os policiais teriam ficado protegendo as instalações prisionais locais.

Natividad Elías Moreno, rádio operador da polícia municipal de Iguala, explicou em entrevista que o C4 de Iguala está conectado ao Sistema Nacional de Segurança Pública, controlado pela Secretaría de Gobernación, cujo titular é Miguel Ángel Osorio Chong. Afirmou categoricamente que todos os informes que chegam ao C4 são simultaneamente recebidos pela PF, Exército e as outras instituições.

“Se nessa noite as informações sobre a ocupação dos ônibus pelos estudantes e sobre o tiroteio chegaram na C4, todas as instituições se inteiraram do assunto?”, perguntaram-lhe na entrevista. “Definitivamente sim”, respondeu o rádio operador.

O Procurador Jesús Murillo Karam afirmou, em 7 de novembro do ano passado, que o “rádio operador da central de polícia de Iguala David Hernández Cruz” declarou que foi Abarca quem ordenou o ataque aos estudantes. De acordo com a cópia obtida da “Orden de los Servicios Operativos de Vigilancia así como de los Servicios Administrativos”, não existe nenhum empregado dessa corporação com esse nome.

Vídeos da noite infernal

Os estudantes sofreram quatro ataques durante a noite de 26 de setembro e a madrugada do dia 27. Uma operação precisa e bem orquestrada que supera as capacidades de qualquer polícia municipal mexicana.

O segundo ataque ocorreu algumas quadras antes de chegarem ao Periférico. As balas atingiram os vidros dos ônibus e furaram os pneus. Uma patrulha municipal impediu a passagem da caravana dos três ônibus e outras patrulhas ficaram por trás. Alguns estudantes tentaram passar por uma das patrulhas. O estudante Cornelio Copeño disse em sua declaração que esse foi o momento em que seu companheiro Aldo levou um tiro na cabeça e caiu no chão.

O motorista do ônibus disse que o ataque durou mais de 30 minutos. Os doze vídeos obtidos captaram a agressão. Em um áudio sem imagem se ouvem os disparos. Em outro se vê Aldo ao lado da patrulha agitando os braços. Em outra gravação se escuta os estudantes reclamando com os policiais que estavam na parte traseira dos ônibus recolhendo as cápsulas detonadas.

O terceiro ônibus foi o mais atingido. Os assentos e corredores estão manchados de sangue nas fotos tiradas pelos estudantes. Dali se levaram alguns dos 43 desaparecidos.

Em seu depoimento, o normalista Francisco Trinidad Chalma disse que havia cerca de sessenta policiais em volta de 17 ou 18 detidos do lado esquerdo do ônibus. Outros testemunhos dos estudantes falam em mais de trinta policiais “em posição de tiro”. Alguns descreveram que os agressores estavam equipados com joelheiras, capacetes, cotoveleiras e balaclavas acompanhados de uma patrulha que trazia equipamentos para metralhadoras. Investigações mostraram que a polícia municipal de Iguala não usava esse equipamento, que também não está entre os objetos apreendidos pela Fiscalía.

Alguns estudantes descreveram agressores equipados com joelheiras, capacetes, cotoveleiras e balaclavas acompanhados de uma patrulha que trazia equipamentos para metralhadoras

“… Eu perguntei aos colegas que estiveram na cena do crime quem os tinha baleado, e eles me disseram que primeiro os policiais municipais usaram uma patrulha identificada para impedir a sua circulação, e que quando alguns colegas ao lado tentaram reduzir para passar pela patrulha chegou a Polícia Federal que disparou contra meus pares, ferindo vários deles … “, disse à Fiscalía o estudante Luis Pérez Martínez, que afirmou ainda que os policiais federais estavam recolhendo as cápsulas para não deixar provas.

Uma testemunha entrevistada disse que foi ver o que se passava. Quando chegou, a rua estava fechada por policiais encapuzados, com armas grandes, uniformes escuros e com um detalhe que fixou na memoria: suas calças eram diferentes das usadas pela polícia municipal. Disse que ficou com medo e foi embora.

Os estudantes que estiveram durante os três ataques foram procurados, mas não foi possível localizá-los. Segundo informações, nas primeiras declarações prestadas na manhã do dia 26 eles deram nomes falsos por medo. Depois seus pais os tiraram da escola.

No dia 27 de setembro a PF assumiu o controle da segurança pública em Iguala e junto com o Exército participou da busca aos desaparecidos. Depois do ataque o chefe da base da PF, Luis Antonio Dorantes, e o oficial Victor Colmenares, que vigiou os estudantes quando eles chegaram à estrada, foram removidos do cargo, segundo informações da base policial.

A PGR pôs toda a culpa na polícia municipal de Cocula e de Iguala. No entanto, a base de Iguala tem uma única entrada e saída por onde não passam as pick-ups Roll Bar da polícia municipal que teriam levado os estudantes aos bandidos. Seria preciso embarcar os estudantes na rua chamando a atenção de todos os vizinhos que vivem ao lado da base policial, que disseram em entrevistas não terem visto nada de anormal naquela noite e que estranhavam que os policiais que serviam apenas para controlar os bêbados da cidade tivessem executado aquela operação.

Em depoimentos oficiais, os policiais de Iguala disseram que entre 22h30 e 23 horas receberam ordens para ir à base da PF, onde ficaram até o dia seguinte. Foi nessa hora que ocorreu o terceiro ataque.

O terceiro e quarto ataques

Às 23h Omar García chegou a Iguala junto com outros estudantes de Ayotzinapa depois de ter recebido um pedido do socorro de seus companheiros. Houve uma hora que os disparos pararam e não se via mais a polícia. Os estudantes chamaram a imprensa e enquanto davam entrevista um comando abriu fogo contra eles a distância. Dispararam a correr, mas muitos ficaram feridos e dois estudantes caíram mortos: Daniel Solís y Yosivani Guerrero.

Omar descreveu os disparadores como “gente treinada” que atacou “em formação” concentrando “os disparos de fogo no lugar em que estávamos”, afirmou. “Havia um tiroteio que vinha de uma altura e depois provenientes a outra altura”. Segundo os exames periciais, havia duas trajetórias de balas: uma de cima para baixo e outra de baixo para cima.

Os atacantes pararam para recarregar e foi essa a oportunidade que os estudantes tiveram para correr.

Junto com esse terceiro ataque houve uma quarta agressão contra um dos ônibus de normalistas que se dirigia ao Periférico Sul. De acordo com o relatório da Fiscalía o ônibus da Estrella de Oro foi atacado no trecho Iguala-Mezcala e ficou com os vidros quebrados e pneus furados. Encontraram pedras com vestígios de sangue e de gás lacrimogênio no veículo.

Também foi atacado por engano um ônibus de jogadores de futebol. Ali morreram mais três pessoas. Ao fim dessa noite, havia seis mortos, 29 feridos por arma de fogo e 43 desaparecidos.

Painel com os 43 desaparecidos de Ayotzinapa. Foto: Leandra Felipe/Agência Brasil

Painel com os 43 desaparecidos de Ayotzinapa. Foto: Leandra Felipe/Agência Brasil

Às 10 da manhã de 27 de setembro, o corpo de Julio Cesar Mondragón, o terceiro estudante assassinado, foi encontrado nas imediações do C4, na zona industrial de Iguala. Tinha o rosto destruído, sem um dos globos oculares e a calça enrolada até a debaixo dos glúteos. Não tinha marcas de tiro, morreu por fratura do crânio segundo a autópsia e por isso pode ter sido um dos estudantes sequestrados dos ônibus.

A participação dos militares

O secretário da Defesa do governo mexicano, Salvador Cienfuegos, disse aos deputados no dia 13 de novembro que o 27º Batalhão de Infantaria, comandado pelo coronel José Rodríguez Pérez, tomou conhecimento do ataque duas horas depois de ocorrido. Mas não foi isso que aconteceu.

Logo depois do segundo ataque, entre às 23h e meia-noite, o Capitão Crespo, do 27º Batalhão de Infantaria, usando uniforme militar camuflado, chegou à base da polícia municipal de Iguala junto com 12 militares fortemente armados a bordo de duas viaturas. Com o pretexto de que estaria em busca de uma moto branca, Crespo vasculhou todo o local. Mais tarde chegou um aviso de que havia uma moto retida no centro e Crespo foi procurado no Batalhão mas não estava lá. Testemunhas da visita do Capitão disseram que depois que souberam do desaparecimento dos estudantes a conduta de Crespo lhes pareceu ainda mais suspeita.

Uma faixa colocada nos arredores de Iguala no dia 30 de outubro, dirigida a Peña Nieto e supostamente assinada por um narcotraficante conhecido como “El Gil”, responsabilizava entre outros o Capitão Crespo pelo desaparecimento dos estudantes de Ayotzinapa, acusado de trabalhar para o crime organizado.

“Se derem nomes falsos nunca mais ninguém vai encontrá-los”, disse textualmente o comandante militar segundo Omar

Outro comando militar apareceu entre meia-noite e uma hora da manhã no hospital para onde os estudantes haviam levado seu companheiro Edgar com um tiro no rosto. Segundo Omar Garcia, os militares os revistaram procurando armas, fizeram com que tirassem a camisa, depois os fotografaram e pediram seus nomes “verdadeiros”, como explicou Omar: “Se derem nomes falsos nunca mais ninguém vai encontrá-los”, disse textualmente o comandante militar segundo Omar, que entendeu a advertência como ameaça: “Estavam insinuando que iam sumir com a gente, nos deixar em algum lugar”.

Torturados antes de depor

"Protestar é um direito; reprimir é um delito", diz pintura na Escola Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa. Foto: Leandra Felipe/Agência Brasil

“Protestar é um direito; reprimir é um delito”, diz pintura na Escola Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa. Foto: Leandra Felipe/Agência Brasil

Documentos provam que, depois que a PGR assumiu as investigações em 5 de outubro, pelo menos cinco supostos integrantes de Guerreros Unidos que fizeram declarações contra Abarca e a polícia municipal de Iguala e Cocula foram torturados pela Marinha e pela PF antes de depor.

Sidronio  Casarrubias, acusado pela PGR de ser o líder máximo de Guerreros Unidos, foi detido no dia 15 de outubro entre as nove e dez da noite em um restaurante brasileiro embora a PGR tenha dito que ele havia sido capturado na estrada México-Toluca. Raúl Núñez Salgado, o dono de um açougue em Iguala que costuma organizar bailes na cidade, foi preso no dia 16 de outubro quando saía  de um centro comercial em Acapulco; antes do depoimento apresentava mais de trinta feridas em diferentes partes do corpo, hemorragia interna nos olhos, machucados nos ouvidos, hematomas de 12 por 8 centímetros no rosto, e marcas no pescoço, braços e costelas. Fez uma queixa de espancamento contra os marinheiros que o prenderam.

Pelo menos cinco supostos narcotraficantes que fizeram declarações contra Abarca e a polícia municipal foram torturados pela Marinha e pela PF antes de depor

Carlos Canto, conhecido como “El Pato”, professor do Ensino Médio e dono do bar La Perinola, foi detido em Iguala no dia 22 de outubro. Em declaração judicial do dia 29 de outubro disse que foi torturado com choques elétricos e espancamento pela Marinha para acusar uma lista de nomes previamente preparada pelos militares.

No dia 7 de novembro de 2014 o Procurador Murillo Karam apresentou Patricio Reyes Landa, visivelmente machucado, como autor de uma suposta confissão de que havia matado e queimado os estudantes.

Francisco Lozano e Eury Flores foram presos pela Marinha em 27 de outubro em Cuernavaca, Morelos. De acordo com o exame físico da PGR, Flores tinha hematomas nas costelas, no olho, no lábio e disse que queria apresentar uma denúncia contra seu agressor. Lozano tinha uma ferida no tórax e outras marcas e declarou ter sido torturado pelos elementos da Marinha que o prenderam.

O contador Nestor Napoleón Martínez, filho de um funcionário da Secretaria de Saúde de Guerrero, foi detido em 27 de outubro. Ao se apresentar à PGR tinha mais de dez lesões, entre elas hematomas na região do estômago e na área dos testículos. Afirmou que tinha sido ferido durante a prisão.

Vidulfo Rosales, advogado dos normalistas e dos familiares dos desaparecidos, disse em uma entrevista que desde o início os estudantes apontaram a presença da PF nos ataques. E no final de novembro os estudantes acrescentaram novas declarações em seus depoimentos à PGR para incluir a participação dos federais e do Exército nos ataques.

No dia 21 de novembro o juiz Ulises Bernabé García foi convocado pela PGR e voluntariamente contou a visita do Capitão Crespo à base policial municipal, afirmando que os estudantes de Ayotzinapa nunca foram levados para lá, desmentindo a versão do governo federal.

Apesar dos documentos que provam que o governo vigiou os estudantes desde quatro horas antes do ataque, que soube do ocorrido durante todo o tempo e que suas forças de segurança participaram do ataque, até hoje – um mês depois desta investigação ser publicada no México – o governo de Enrique Peña Nieto segue negando os fatos e se recusando a dar uma explicação. Os pais dos estudantes desaparecidos, agora, exigem que se investigue a participação da PF e do Exército.

Anabel Hernandez é uma das mais respeitadas jornalistas investigativas do México, especializada em denunciar casos de corrupção, narcotráfico e abusos de poder. Colaboradora das revistas Reforma e Processo, sua obra mais conhecida é o livro “Los Señores del Narco”, publicado em 2010. Em 2012, recebeu da Associação Mundial de Jornais e Editoras de Notícias (WAN-IFRA) o prêmio Pluma de Oro de la Libertad. Foi eleita em 2014  pela organização Repórteres sem Fronteiras como um dos “100 heróis da informação”, ao lado de Julian Assange e Glenn Greenwald.

Governo mexicano participou do ataque contra estudantes de Ayotzinapa | Pública

15/01/2015

Direito de direita

Há um velho adágio que ainda tem passagem no Poder Judiciário, em todos os níveis, quem do tempo dos tempos bíblicos e teve maior voga com os romanos: “dar a César o que é de César, a Deus o que é divino”, “dar a cada um o que é seu”. Aos reis, o poder real; aos plebeus, a rua; ao rico, a riqueza, aos pobre, a pobreza.

A Globo e seus funcionários, como o Fluminense, jogam em casa na justiça do Rio. Da mesma forma em São Paulo, os grupos mafiomidiáticos jogam como o guri dono da bola.

Os mesmos que abraçaram a causa do Charlie Hebdo, da liberdade de expressão, hiPÓcritas, não só professam mas judicializam a censura.

Só idiotas não percebem a influência dos assoCIAdos do Instituto Millenium para cima das instituições que deveriam ser republicanas.

Lembro de quando Luis Fernando Veríssimo foi suspenso na Zero Hora, da famiglia Sirotsky, por ter chamado Collor de “ponto de interrogação bem penteado”.

Estes são nossos paladinos da liberdade de expre$$ão.

Kamel e Nassif: quem se dá bem ?

Paulo Nogueira compara decisões na Justiça

Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça

De Paulo Nogueira, no DCM: Kamel versus Nassif: a diferença de tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes
Da Justiça se espera ao menos uma coisa: que seja coerente nas decisões.
É a única forma que os cidadãos têm de medir eventuais consequências jurídicas de suas ações.
Estou falando isso a propósito da decisão da Justiça do Rio de condenar Luís Nassif a pagar 50 mil reais de indenização para Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo.
A juíza Larissa Pinheiro Schueler baseou sua decisão no fato de Nassif haver afirmado que Ali Kamel é “manipulador” e faz “jornalismo de hipóteses”. Isso, segundo ela, extrapolaria o “direito à informação”.
Aplique esta mesma lógica não apenas para Nassif, mas para a mídia em geral. Não faz muito tempo, no âmbito da mesma Globo de Kamel, os nordestinos foram chamados de “bovinos” por Diogo Mainardi.
Se “manipulador” custa 50 mil reais, qual seria a indenização para “bovinos”? Ou, já que falamos de Mainardi, de “anta”, como ele tratava rotineiramente Lula em seus dias de colunista da Veja?
A Justiça deveria, em tese, ser igual para todos, mas é mais igual para alguns do que para outros.
Há uma decisão jurídica recente que demonstra isso com brutal precisão.
O jornalista Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, foi processado por Collor. Quer dizer: Collor fez o que Kamel fez.
Com uma diferença: perto do que Nunes disse dele, Nassif arremessou flores na direção de Kamel.
Começa no título: “O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife”.
Um trecho: “… o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife.”
O site Consultor Jurídico noticiou o caso assim:
“Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.
(…) “Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.
(…) No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.
A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.”
Um momento. Ou melhor: dois momentos. “Irrelevante” a decisão do STF? Então você é absolvido de acusações na mais alta corte do país e mesmo assim isso não vale nada? Podem continuar a chamar você de bandido sem nenhuma consequência?
A juíza aplicou uma espetacular bofetada moral no STF em sua sentença. Como para Augusto Nunes, também para ela não houve nenhuma consequência.
Se um juiz trata assim uma decisão da Suprema Corte, qual o grau de respeito que os cidadãos comuns devem ter pela Justiça?
O segundo momento é por conta da expressão “certa carga demeritória”. Raras vezes vi uma expressão tão ridícula para insultos e assassinato de imagem.
Regular a mídia é, também, estabelecer parâmetros objetivos para críticas e acusações feitas por jornalistas.
Não é possível que “manipulador” custe 50 mil reais e “bandido”, “chefe de bando”, “farsante”  e “destaque da bancada do cangaço” zero.
Quando você tem sentenças tão opostas, é porque reinam o caos e a subjetividade.
A única coisa que une o desfecho dos dois casos é que jornalistas de grandes empresas de mídia se deram muito bem.
Isso é bom para eles e as empresas nas quais trabalham.
Para a sociedade, é uma lástima.

Kamel e Nassif: quem se dá bem ? | Conversa Afiada

08/01/2015

Aécio rima com censura e compadrio de expressão

Clip0001A internet tem destas coisas. Quando logado uso o google, ele guarda minhas atividades. Se procuro um produto depois ele fica me oferecendo o mesmo produto por todo lugar que eu navegue. São as assoCIAções que ele faz. É o serviço que remunera anunciantes. Associa assuntos a produtos afins. Por exemplo, se falo em celular, vem anúncio de operadoras.

Com Aécio Neves o google faz a mesma coisa. Onde o nome aparece, há produtos relacionados ao elemento. Para provar, fiz o printscreen ao lado. Por que será que a propaganda do Instituto Millenium aparece a$$oCIAda ao Aécio Neves?!

Aí você acessa o site sugerido e o que aparece? No canto direito, os mantenedores, dentre outros a Abril, da Veja…

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07/01/2015 – Aécio Neves, o fenômeno do coronelismo eletrônico

 

aécio censuraDesde os tempos de Sarney e de seu ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães, e do marajá Fernando Collor de Mello, o coronelismo eletrônico não se mostrava tão próximo da presidência da República.

Neto de um tradicional político, o senador Aécio Neves possui ligações com três rádios, uma emissora de TV e um jornal. O fenômeno – que chamamos de “coronelismo eletrônico” – inclui o uso político dos meios de comunicações e uma rede de favores e apadrinhamento que busca perpetuar o poder de determinado grupo nas comunicações e na política. Aécio, que é senador, descumpre o que está disposto no artigo 54 da Constituição Federal, que proíbe que os parlamentares sejam proprietários, diretores ou controladores de empresas concessionárias de serviço público.

O senador é sócio da Rádio Arco-Íris (FM 99,1 MHz), sediada em Betim, na zona metropolitana de Belo Horizonte, e retransmissora da Jovem Pan para a Grande BH. Uma breve consulta no Sistema de Informação dos Serviços de Comunicação de Massa (SISCOM) da Anatel comprova este fato. Segundo matéria da Folha publicada (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1531982-governo-mineiro-nao-divulga-gastos-com-radios-de-aecio.shtml), o governo de Minas se recusou diversas vezes a divulgar os repasses estaduais às emissoras ligadas ao candidato.

Mas isso é só o que aparece aos olhos. O coronelismo eletrônico é mais sutil, menos evidente, mais sorrateiro. Para entendê-lo, é preciso ir mais fundo, em busca do rabo da palavra, como diria o bom mineiro Guimarães Rosa.

Uma vertente importante deste fenômeno é a relação das rádios e TVs com familiares de políticos. O principal acionista da Rádio São João Del Rei (AM 970 Khz) é Tancredo Augusto Tolentino Neves, que tem o mesmo nome do presidente eleito em 1985, seu pai. Advogado, Tancredo Augusto é tio de Aécio Neves e assumiu em 2010 a presidência da Prominas, empresa pública estadual encarregada de promover eventos na área de turismo e administrar grandes centros de convenções, como o Minascentro e o Expominas.

A irmã de Aécio, Andrea Neves da Cunha, jornalista responsável pelas principais decisões referentes à comunicação na campanha do candidato à presidência, é a principal sócia e diretora da rádio Vertentes (FM 95,3 MHz), na mesma São João Del Rei. A rádio é conhecida pela programação musical, voltada principalmente para o público jovem.

Cidade histórica encravada no coração de Minas, com cerca de 88 mil habitantes, São João Del Rei possui uma TV educativa, a TV Campos das Vertentes. Minas é o estado com mais televisões educativas, uma parcela considerável delas controlada por políticos, como Suzy dos Santos e eu apontamos em nosso artigo “Porteira, radiodifusão, universidade etc.” publicado na Revista Brasileira de Políticas de Comunicação da UnB (http://rbpc.lapcom.unb.br/index.php/revista/article/view/24).

A TV compõe o conjunto de veículos sob influência direta da família de Aécio Neves. A concessão para o canal é de 2002, quando o ministro das Comunicações era Pimenta da Veiga, candidato derrotado ao governo do estado de Minas. O presidente da Fundação Cultural Campos das Vertentes é José Geraldo D´Ângelo, aliado de Aécio que assumiu a presidência do Instituto Cultural Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG Cultural), em 2003, quando o neto de Tancredo era governador. A fundação também possui uma outorga de rádio FM (a rádio Campos de Minas, 95,3 MHz).

A influência do coronelismo eletrônico alcança também as velhas letras. O jornal “Gazeta de São João Del Rei” tem como diretor de honra (in memoriam) o cunhado de Aécio, Herval Cruz Braz, marido falecido de Andrea. Com tiragem de 10 mil exemplares, a notícia que estampava a capa da edição de 11 de outubro de 2014 era: “Aécio dispara no segundo turno”.

As vertentes do coronelismo eletrônico, que deságuam nas condutas políticas de nomes como Sarney, ACM, Collor e Aécio Neves, é um prejuízo à liberdade de expressão e ao direito dos cidadãos à comunicação. Esse direito pouco compreendido, mas essencial à democracia, inclui o acesso à informação livre e de qualidade e a possibilidade real de expressão e participação política.

Dos sinos da velha São João Del Rei ou das montanhas de Belo Horizonte, uma pergunta ecoa até nós: O que esperar das políticas de comunicação do candidato pleiteante ao principal cargo da República? O silêncio não pode ser a resposta.
* Luiz Felipe Ferreira Stevanim, jornalista, doutorando em Comunicação pela UFRJ e membro do Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia Política da Informação e Comunicação (PEIC).

(Por Intervozes em 15 de outubro de 2014 – Por Luiz Felipe Ferreira Stevanim*)

Aécio Neves, o fenômeno do coronelismo eletrônico « Diário do Brasil / Poços10

01/01/2015

Liberdade de imprensa à moda mineira

E, de repente, Andrea Neves está com a torneira mais seca que as dos paulistas. Aécio tem um jornal pra chamar de seu. Ganhou algumas rádios do tio Sarney, mas não as ouve porque vive no Rio. Fiquei curioso com a informação de que em Minas há grandes grupos de mídia. Minha curiosidade aumenta diante do sumiço do helicóptero com 450 kg de cocaína.

Ah, sim, nenhum dos tantos grupos de mídia ainda havia revelado a fabricação em série de aeroportos em terras da famiglia Neves. Por que, sendo de Minas, da terra de uma família famosa na política, não informaram? Mesmo sendo de lá não sabiam ou, pior, sabiam mas não informavam porque a informação é um negócio que cujo preço pode-se resolver com dinheiro público?

De que servem tantos grupos de mídia se para o essencial, que é informação, não servem?

Ou, como diria Al Capone: Business is busness.

Imprensa mineira: por quem os sinos dobram, por Ângela Carrato

qui, 01/01/2015 – 14:07

do Observatório da Imprensa

Imprensa mineira: por quem os sinos dobram

Por Ângela Carrato

Depois de terem participado ativamente das eleições em apoio ao candidato oposicionista Aécio Neves (PSDB), os principais jornais mineiros dão início a uma espécie de “caça às bruxas” assediando, constrangendo, ameaçando e demitindo jornalistas que não rezam pela cartilha tucana. Desta vez, as ameaças não partiram da irmã do candidato e antes todo-poderosa controladora da mídia no estado, Andrea Neves, mas das próprias empresas. Aliás, estas empresas vivem um “drama” inédito nas últimas seis administrações: continuar apoiando o governo ou partir para a oposição?

A dúvida deve ser mesmo um tormento para elas. O maior grupo de mídia no estado, Diários Associados (Estado de Minas, TV Alterosa, rádio Guarani e portal Uai) em seus mais de 70 anos, uma única vez esteve na oposição, durante o governo Newton Cardoso (1987-1991), mesmo assim porque o governador cortou uma série de regalias e apoios que a empresa recebia por debaixo do pano.

Se o jornal Estado de Minas manteve a posição de apoio total às administrações de Hélio Garcia, Itamar Franco e Eduardo Azeredo, foi a partir do tucano Aécio Neves (2003) que este apoio transformou-se em adesão incondicional. Além de possuir ações da S/A Estado de Minas herdadas do avô, Tancredo Neves, Aécio tornou-se íntimo do principal executivo do grupo, Álvaro Teixeira da Costa que, nas últimas eleições, extrapolou todas as medidas para respaldar o amigo e candidato.

Enquanto o jornal Estado de Minas denunciava o suposto “aparelhamento” promovido pelo PT, considerava “natural” que seu dirigente subisse no palanque de Aécio Neves, abrisse, nas dependências da TV Alterosa, um comitê de campanha do tucano e, como se isso não fosse suficiente, ainda “convidasse” os funcionários para participar de ato público em apoio à candidatura de Aécio, na Praça da Liberdade. Detalhe: para demonstrar apoio, esses funcionários deveriam comparecer trajando azul e amarelo, as cores tucanas.

Novos “cortes”

O convite circulou na empresa em forma de comunicação interna enviada pelo setor de recursos humanos, mas comparecer tornou-se condição sine qua non para continuar gozando da “confiança” do patrão. Pressionados pela sobrevivência, ninguém reclamou, mas o absurdo chegou ao Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais (SJPMG) que, em nota, esclareceu que nenhum jornalista ou profissional é obrigado a participar deste tipo de atividade.

O editor de Cultura do Estado de Minas, João Paulo Cunha, era um dos poucos a conseguir manter, em seu trabalho, posição equidistante da militância tucana preconizada pela direção da empresa. Tanto que o suplemento “Pensar”, que circula aos sábados, junto com a edição regular do jornal, tornou-se uma espécie de “oásis”: reunia colaboradores de tendências, gostos e credos diversos, publicando artigos e promovendo discussões sintonizadas com o que de melhor acontecia no país e no mundo em matéria de cultura, arte, psicanálise, meio ambiente, comportamento e, naturalmente, política.

Na segunda-feira (15/12), João Paulo foi “convidado” a deixar o jornal. Sua permanência ficaria condicionada a não mais abordar assuntos “políticos” na coluna que assinava no suplemento. Pelo visto, a direção dos Associados não gostou do artigo dele publicado em 6 de dezembro, intitulado “Síndrome de Capitu“, no qual afirmava que o Brasil já definiu, nas urnas, quem é situação nos próximos quatro anos, mencionando que faltava ao país, agora, ter uma oposição consequente. A referência, óbvia, era às posições golpistas estimuladas e assumidas por Aécio Neves, inconformado com o resultado das urnas (ver, neste Observatório, “Campo minado para pensar“).

Jornalista e intelectual brilhante, João Paulo deixou o jornal. As demissões no Estado de Minas, pelo que se sabe, não vão parar aí. A empresa estaria esperando apenas vencer os três meses de estabilidade que constam da última convenção de trabalho dos jornalistas. Em outras palavras, a partir de janeiro novos “cortes” devem acontecer.

A maior tiragem

A situação financeira do Estado de Minas e dos Diários Associadas não é nada tranquila. Carro-chefe do condomínio até pouco tempo, o Estado de Minas tem visto sua receita minguar de forma tão acelerada quanto a perda de leitores. Para uma publicação que alardeava ser “o grande jornal dos mineiros”, de uma tiragem oficial de 75 mil exemplares diários, atualmente 60% encalham nas bancas. De acordo com a pesquisa “Democratização da Mídia”, realizada pela Fundação Perseu Abramo, do Partido dos Trabalhadores (PT), divulgada em agosto de 2013 e confirmada por pesquisa do Ibope realizada no mesmo ano, o jornal alcança 1,3% dos leitores brasileiros, concentrados na região Sudeste, mais precisamente na capital mineira e Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Mas se a questão é cortar custos, o Estado de Minas poderia reduzir a tiragem e investir em jornalismo de qualidade, disponibilizando o conteúdo em suportes diversos. Certo? A empresa não pensa assim. Tanto que prefere manter a perda diária de 60% para sustentar artificialmente os preços que cobra dos anunciantes.

De olho nos erros do concorrente, o jornal O Tempo tem avançado no que antes era considerado “propriedade” do Estado de Minas: os anúncios classificados. O encolhimento dos classificados do EM contrasta com o vigor dos pequenos anúncios no tabloide sensacionalista Super e no semanário Jornal da Pampulha, ambos da Sempre Editora, que publica O Tempo.

Criado em meados da década de 1990 pelo empresário e político Vittorio Medioli – na época, deputado federal pelo PSDB – O Tempo nunca escondeu a pretensão de desbancar os Associados. Disposição acentuada depois de Medioli ter sido alvo de campanha dos Associados contra seus negócios (entre outras atividades, é dono da poderosa Sada, que faz transportes de veículos para a Fiat, Volkswagen, General Motors, Peugeot e Citroën). O carro-chefe da Sempre Editora, no entanto, é o Super, a publicação com maior tiragem no país, tendo superado os tradicionais O Globo e Folha de S.Paulo, com mais de 270 mil exemplares diários.

Pauta dirigida

Por uma questão de marketing, os veículos da Sempre Editora depois de anos fazendo campanha contra as administrações petistas em municípios mineiros e no Estado, agora parecem dispostos a manter certa equidistância do oposicionismo. Prova disso é que, na última campanha eleitoral, essas publicações foram as únicas a mencionar, com um mínimo de equilíbrio, as atividades de todos os postulantes à presidência da República e ao governo de Minas. Para os profissionais que lá trabalham, no entanto, o maior problema é que os dirigentes da Sempre sonham em fazer jornal sem jornalista, com os “enxugamentos” sendo frequentes. Lá também, novos “cortes” devem acontecer a partir de janeiro.

Dos grupos de mídia em Minas, a Sempre é a única que possui sólida saúde financeira. Aliás, apenas 6% da receita dos negócios de Medioli provêm da editora, o que lhe garante considerável autonomia frente a governos.

Dos três principais jornais mineiros, o Hoje Em Dia é, sem duvida, o que mais oscilações têm experimentado. Criado por Newton Cardoso em 1989, para enfrentar os Associados, a publicação foi vendida para o empresário Edir Macedo, da Igreja Universal em 1991, pouco depois de deixar o governo. De lá para cá, o jornal passou por sucessivas crises, com reflexos na linha editorial e na tiragem. Crises que abalaram o interesse de Macedo pela publicação que acabou sendo vendida para o Grupo Bel, do empresário Marco Aurélio Jarjour e filhos.

Jarjour possui sete emissoras de rádio, a concessão de dois canais fechados de TV, atua no setor de diversões (boate Na Sala) e no de grandes shows, disposto a ampliar a aprofundar seus negócios em mídia. Para tanto, contava com a vitória de Aécio Neves para a presidência da República e não mediu esforços para ajudar o tucano.

Estes esforços redundaram em exemplos do que de pior pode ser feito por um jornal. Na tentativa de desmoralizar a presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, o comitê tucano divulgou denúncia de que o que o irmão dela teria sido funcionário fantasma da Prefeitura de Belo Horizonte, entre 2003 e 2009. Imediatamente, o Hoje Em Dia enviou repórter à pequena cidade de Passa Tempo (oito mil habitantes), no interior de Minas, para apurar a denúncia.

Até aí, tudo certo. O papel da mídia é apurar. O problema é que o repórter verificou que Igor Rousseff, o único irmão da presidente, não foi funcionário fantasma. No período em questão, trabalhava durante a semana na capital mineira e ia aos sábados e domingos para Passa Tempo, onde fixou residência depois da aposentadoria.

Manchete desmentida

A história de Igor foi confirmada por todos na cidade. Do dono da mercearia ao motorista da linha de ônibus que faz o trajeto entre a capital mineira. Ao invés de ver a matéria publicada tal como foi apurada, o repórter foi surpreendido ao ver seu texto alterado, nele incluída e destacada a fala de um vereador tucano, o único a “confirmar” que Igor não morava lá. A desmoralização maior para o HD veio com a publicação de reportagens sobre o assunto pela Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo que literalmente desmentiam a publicação.

Assinada pelo repórter Diego Zanchetta e datada de 27 de outubro, a reportagem do ESP, por exemplo, apresenta Igor como ex-hippie, adepto do budismo e pessoa desprendida das coisas materiais. Avesso a qualquer tipo de badalação e residindo em uma casa simples, com um fusca verde na garagem, ele tenta, no momento iniciar uma criação de tilápia. Advogado por formação, é graduado também em Jornalismo e História e fala fluentemente inglês e francês. Igor faz questão de manter uma prudente distância da irmã e de todos que tentam se aproximar dele para chegar à presidente.

Como se este desmentido nacional não bastasse, a direção do HD ainda tentou outra cartada em prol da candidatura de Aécio. Foi o único jornal a divulgar o resultado da pesquisa de um tal Instituto Veritas, que colocava, às vésperas do segundo turno, o candidato tucano à frente de Dilma. Em manchete, o HD destacava: Aécio 57% e Dilma 43%. Menos de 24 horas depois, era desmentido pelos, insuspeitos de serem petistas, institutos Ibope e Datafolha, que concordavam que os dois candidatos estavam tecnicamente empatados: Aécio com 51% e Dilma com 49%. Empate detectado, também, pelo tracking diário de campanha dos dois candidatos. Detalhe: a manchete do HD foi explorada à exaustão pelo comitê tucano nos programas do horário eleitoral de rádio e TV, com tudo indicando que tenha sido feita com este objetivo. O próprio senador Aécio Neves se valeu delas para, nos debates, “mostrar” para Dilma que estava ganhando em Minas e no Brasil.

“Erros ortográficos” inexistentes

No segundo turno, o HD superou-se. Publicou resultado de pesquisa do Instituto Sensus, contratado pelo PSDB, dando vantagem de 17 pontos para o tucano sobre Dilma Rousseff. Em menos de 48 horas, voltou a ser desmentido pelo Datafolha e pelo Ibope. O assunto repercutiu na imprensa nacional, mas foi praticamente ignorado pela mídia mineira. Blogs como o Diário do Centro do Mundo, do jornalista Paulo Nogueira, e da Cidadania, de Eduardo Guimarães, frisaram que se tratou de “crime eleitoral, sujeito às punições legais”. Como o PT não entrou na Justiça, o assunto parecia fadado ao esquecimento, exceto pela tentativa da direção do HD de aproveitar a ocasião e demitir um de seus mais antigos funcionários, o editor e dirigente sindical, Aloísio Morais Martins, na empresa desde sua fundação, há 27 anos.

No dia 30 de outubro, Morais recebeu advertência da direção do HD por ter compartilhado, em sua página pessoal no Facebook, matéria crítica ao resultado das pesquisas dos institutos Veritas e Sensus divulgadas pelo jornal. A alegação era que a sua publicação havia “prejudicado” os negócios da empresa. Alegação no mínimo curiosa. Se havia comentários críticos ao HD na página de Morais, os comentários eram leves se comparados aos da própria página do jornal no Facebook. Em outras palavras, se o próprio jornal compartilhou a matéria, por que um cidadão, que no caso é também funcionário da empresa, não poderia fazer o mesmo? Afinal, as redes sociais são fontes e instrumentos de pesquisa e informação para jornalistas e não jornalistas.

Suspenso e sem vencimentos desde o final de outubro, o caso de Morais foi parar na Justiça do Trabalho, onde a direção do HD pediu a abertura de inquérito para a sua demissão “por justa causa”. Uma audiência estava prevista para 11 de dezembro, mas acabou adiada por solicitação do jornal. Nova data está marcada para maio. Até lá o jornalista permanecerá afastado do trabalho e sem salário. Um dos mais competentes e conhecidos jornalistas mineiros, Morais integra a diretoria na atual gestão do sindicato e na Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Some-se a isso que foi, por duas vezes, presidente do sindicato em Minas. Razão pela qual a avaliação que o atual dirigente da entidade, Kerisson Lopes, faz é de que se trata de “perseguição por parte da empresa”, que tenta encontrar uma forma de se livrar de um profissional sério e ético, que incomoda quem não tem compromisso com a liberdade de expressão.

Antes deste episódio, Morais vinha sendo alvo de permanente assédio, com a direção doHD tentando imputar-lhe advertências por “erros ortográficos” que, comprovadamente, não cometeu. Sem falar que suas funções e turno eram alterados sem quaisquer justificativas. Morais só não foi demitido até agora por gozar de imunidade sindical.

As chaves do cofre

A exemplo dos demais jornais mineiros, o HD passou recentemente por mais um novo enxugamento e outros cortes estão previstos. Nos próximos meses, o jornal deve mudar de endereço, trocando o prédio de quatro andares que ocupa no bairro Santa Efigênia, próximo ao centro, por instalações menores, na saída para o Rio de Janeiro. Na redação e direção do jornal, a dança das cadeiras continua, buscando-se privilegiar apenas os “confiáveis”.

Estado de Minas e Hoje em Dia têm até março (os clássicos 100 primeiros dias de uma administração) para decidir sobre a “linha editorial” a ser adotada. Permanecem na oposição sistemática ao PT, agora incluindo o governador Fernando Pimentel, como sempre fizeram em relação aos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e ao primeiro de Dilma Rousseff, ou tentam outro caminho?

Uma coisa é certa: como o ramal minimamente independente já está ocupado por O Tempo, a disputa acirrada vai acontecer entre Estado de Minas e Hoje em Dia para ver quem será o porta-voz da oposição tucana em Minas. Aécio precisará de visibilidade e os dois jornais poderiam garantir-lhe espaço, mas o problema é que os tucanos não têm mais as chaves do cofre das Alterosas e nem da presidência da República e compromisso com o jornalismo não é o forte destas empresas.

***

Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG; o presente texto foi publicado no blog Estação Liberdade

Imprensa mineira: por quem os sinos dobram, por Ângela Carrato | GGN

28/12/2014

Liberdade de imprensa à moda bolivariana

A liberdade de imprensa em Minas funcionava à moda tucana: pagou, levou! Ao contrário do PSDB paulista, que comprava as três irmãs siamesas (Folha, Estadão e Veja) com milhares de assinaturas, em Minas, além de ter seu próprio jornal, Aécio comandou uma verdadeira derrama de recursos públicos nos cofres dos valorosos defensores da liberdade de imprensa

PML aponta “inimigos da liberdade de imprensa”

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Pedido de demissão de João Paulo Cunha, jornalista do Estado de Minas, por ter sido proibido de escrever sobre política num jornal que proíbe críticas a Aécio Neves, "é uma piada pronta, que ajuda a lembrar que vivemos um regime que deveria ser definido como bolivarianismo patronal", escreve Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "Esse é o drama da liberdade de expressão e da democratização dos meios de comunicação. A luta contra a censura foi bem-vinda enquanto auxiliou os donos de jornal a livrar-se das botas e tanques de um regime que haviam ajudado a colocar de pé (…). Quando se procura ampliar o espaço para que o conjunto da sociedade possa se manifestar (…), a reação é falar em bolivarianismo, sem receio de produzir uma fraude", diz ele

27 de Dezembro de 2014 às 17:18

247 – Em nova coluna em seu blog no 247, o jornalista Paulo Moreira Leite critica o episódio em que o editor de Cultura João Paulo Cunha pediu demissão do jornal Estado de Minas, depois de ter sido proibido de escrever sobre política. Isso porque Cunha, que trabalhava há 18 anos na publicação, criticou a oposição liderada por Aécio Neves em uma coluna chamada "Síndrome de Capitu". Para PML, o fato "é uma piada pronta, que ajuda a lembrar que vivemos um regime que deveria ser definido como bolivarianismo patronal". Leia um trecho:

Todos se lembram de uma noite recente em São Paulo, quando jornalistas subiram ao palco de uma cerimônia de premiação para dizer em tom dramático: "não ao controle social da mídia." É disso que estamos falando. Embora estejamos falando de um direito constitucional, na vida real da imensa maioria de jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV do país o exercício da liberdade de expressão vive limitado por uma prerrogativa de classe. Pode ser exercida pelos donos da empresa, seus familiares e uma pequena elite de profissionais autorizados. E só. Aos demais jornalistas está reservada a função de apurar o que pedem e escrever o que mandam, num regime de cima para baixo que não é exagero comparar com hierarquia militar.

"Esse é o drama da liberdade de expressão e da democratização dos meios de comunicação. A luta contra a censura foi bem-vinda enquanto auxiliou os donos de jornal a livrar-se das botas e tanques de um regime que haviam ajudado a colocar de pé", prossegue o diretor do 247 em Brasília. "Quando se procura ampliar o espaço para que o conjunto da sociedade possa se manifestar, num movimento que apenas fortalece a democracia, e é coerente com as mudanças sociais que ocorreram no país na última década, a reação é falar em bolivarianismo, sem receio de produzir uma fraude. Quem censura? Quem cala o outro lado? Quem oprime? Até dá para entender. Só não dá para aceitar". 

Leia a íntegra em A piada pronta do bolivarianismo patronal

PML aponta “inimigos da liberdade de imprensa” | Brasil 24/7

Veja reduz Aécio Neves a pó

Aecio com o ovo no cu da galinhaPara tentar salvar os dedos e a direita, Veja transforma Aécio Neves em boi de piranha. Depois de ter sido, mesmo sem votos,  eleito presidente seus apoiadores jogam fora o bagaço. Para quem, com apenas 17 anos, tinha emprego em Brasília mas estudava no Rio, não há nada de anormal em ser Senador em Brasília e bêbado no Rio. Roberto Requião resumiu muito bem o comportamento da Veja: “a mão que afaga é a mesma que apedreja”: "Aécio veja, a mão que afaga é a mesma que apedreja, afasta esta mão que te afaga, escarra na revista que te abandonou!"

A tresloucada cavalgada do Aécio Neves rumo à derrubada da Presidenta recém eleita tem um explicação tão singela quanto verdadeira: ele tem ódio de quem trabalha.

Assim também começa a fazer sentido a sua comemoração antecipada, antes da contabilização final dos votos.

Aliás, é uma tradição no PSDB. FHC também sentou na cadeira de prefeito antes de sua eleição ser consumada. Jânio Quadros viu-se na contingência de desinfetar a cadeira ocupada por FHC para servir de capa, que coincidência, à Veja.

Aécio tinha sua eleição por direito divino. Se sendo o que sempre foi, conseguiu tudo o que queria, sem mesmo trabalhar, porque teria que fazer por merecer a eleição?

Toda sua vida foi negação de qualquer coisa que simbolize a retribuição por trabalho.

Matéria da Folha de São Paulo, publicada na véspera de Natal, veja que outra coincidência, mostra toda evolução dos gastos com publicidade nos 12 anos de  governo tucano de Minas Geral.

O gráfico apresentado pela Folha fala por si só: de 2003 para 2014, subiu de 7,01 para 70,90 milhões. Eis aí onde mora o segredo de sua popularidade. Meritocracia nestas condições até o ET de Varginha teria… O jornal O Estado de Minas teria de reescrever seu mais famoso artigo Minas a reboque, não para “O Estado de Minas a reboque, sim”! E a prova de que O Estado de Minas estava à reboque do dinheiro público foi, com a dupla derrota (de Aécio Neves e de seu candidato a governador), a demissão do editor do caderno de Cultura, João Paulo Cunha, proibido de escrever sobre política. Aliás, Paulo Moreira Leite trata, no 247, deste fenômeno chamado “inimigos da liberdade de imprensa”.

Aecio Minas Publicidade.

Nota zero de Veja em Aécio já o exclui de 2018?

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É quase surreal que a revista Veja, que sempre foi tucana e rompeu qualquer barreira ética na disputa presidencial de 2014, tenha classificado o senador Aécio Neves (PSDB-MG), em seu ranking dos parlamentares mais atuantes do País, como o pior senador brasileiro, com nota zero; qual será o significado disso?; será que as elites paulistas já começam a definir que ele não será candidato em 2018?; com Aécio fora do jogo, restam dois favoritos: o governador Geraldo Alckmin e o senador José Serra

27 de Dezembro de 2014 às 18:01

247 – A notícia é quase surreal. Depois de romper todas as barreiras da ética jornalística e se engajar como nunca numa campanha presidencial, a revista Veja, carro-chefe da Editora Abril, publicou um ranking que classifica deputados e senadores. Aécio Neves, candidato de Veja em 2014, foi apontado pela revista como o pior entre os 81 senadores brasileiros. E se isso não fosse o bastante, Veja ainda deu nota zero para seu desempenho – aquela que nem os professores mais rigorosos cravam nos piores alunos.

De tão surpreendente, a notícia publicada no 247 neste sábado bombou nas redes sociais. Às 17h50, já havia gerado mais de 20 mil compartilhamentos no Facebook (leia mais aqui). Para uma revista que, neste ano, permitiu que sua última capa da campanha presidencial – a do ‘eles sabiam de tudo’ – fosse rodada à parte, como um panfleto político, a guinada equivale a um cavalo de pau num transatlântico.

Ao que tudo, indica Veja decidiu desembarcar de Aécio Neves, a partir de alguma ordem vinda da cabine de comando. Quem terá sido o comandante? O governador Geraldo Alckmin? O senador eleito José Serra? Os banqueiros Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco?

O fato é que, depois dessa, Aécio dificilmente conseguirá se recolocar como candidato presidencial. Aos adversários, bastará reproduzir, no horário político, o zero de Veja ao político mineiro.

Talvez por isso mesmo Aécio tenha se mostrado distante de uma nova candidatura, quando foi questionado sobre a possibilidade pelos jornalistas Valdo Cruz e Daniela Lima, que o entrevistaram na semana passada.

– "Mas o sr. pensa em ser candidato novamente?", questionaram os repórteres.

– "Não mesmo. Talvez já tenha cumprido o meu papel. O candidato vai ser aquele que tiver as melhores condições de enfrentar o governo. Meu papel é manter a oposição forte. O governador de São Paulo [Geraldo Alckmin] é um nome colocado e tem todas as condições. Outros nomes serão lembrados", respondeu o tucano.

Nota zero de Veja em Aécio já o exclui de 2018? | Brasil 24/7

 

Aécio é o pior senador de 2014 em ranking da Veja

George Gianni/PSDB:

Depois de fazer campanha aberta pela eleição do tucano Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência, Veja publica ranking que o aponta como o pior senador do Brasil em 2014, com nota zero; para a criação da lista, segundo a revista, "são levadas em conta propostas de ajuste na legislação capazes de contribuir para um país mais moderno e competitivo, segundo a perspectiva de VEJA e da Editora Abril"; dos 20 mais bem colocados no ‘Ranking do Progresso’, divulgado pela quarta vez consecutiva, sete parlamentares pertencem aos quadros da dupla PSDB/DEM, mesmo número dos governistas PT/PMDB

27 de Dezembro de 2014 às 10:33

Minas 247 – Depois de fazer campanha aberta à eleição de Aécio Neves à Presidência da República, a revista Veja publicou na edição deste fim de semana um ranking que coloca o tucano como o pior senador do Brasil em 2014. Ele foi o único senador a receber pontuação zero no chamado ‘Ranking do Progresso’, divulgado pela revista pelo quarto ano consecutivo.

Para a formação da lista, de acordo com a publicação, "são levadas em conta propostas de ajuste na legislação capazes de contribuir para um país mais moderno e competitivo, segundo a perspectiva de VEJA e da Editora Abril". A Veja publica um quadro com os "nove eixos considerados fundamentais para isso". Confira abaixo:

A lista de senadores é liderada por Eduardo Amorim, do PSC-CE. Já na de deputados, quem está no topo são dois tucanos: o líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), e Marcus Pestana, presidente do PSDB de Minas Gerais. A revista aponta que, no ranking deste ano, há "maior equilíbrio entre parlamentares do governo e da oposição na Câmara Federal". Dos 20 mais bem colocados, sete pertencem aos quadros da dupla PSDB/DEM, mesmo número dos filiados aos partidos aliados ao governo PT/PMDB.

"O que explicaria tal mudança?", pergunta a reportagem de Veja. "É impossível não considerar como determinante do ranking de 2014 o fator ‘calendário eleitoral’. Tivemos um longo e árduo ano de campanhas para os pleitos presidencial e legislativo — contaminadas, mais uma vez, por uma sucessão de escândalos que envolveram a classe política e alguns candidatos-protagonistas. Senadores e deputados passaram boa parte de 2014 empenhados em levar aos seus eleitores o resultado do trabalho desenvolvido a partir de 2011. Além disso, muitos congressistas se lançaram na disputa para os executivos federal e estaduais. Isso trouxe pelo menos duas consequências: a) um número pequeno de deliberações no Congresso, se considerarmos como base o período 2011-2013; b) pouco trabalho feito por parlamentares que, em outro momento, teriam maior atuação nos processos decisórios do Legislativo", explica a revista.

Leia aqui a íntegra.

Aécio é o pior senador de 2014 em ranking da Veja | Brasil 24/7

26/12/2014

Como é bom ter jornal pra chamar de seu!

Filed under: Aécio Neves,AécioPorto,Gazeta,Instituto Millenium,Liberdade de Expressão — Gilmar Crestani @ 10:58 am
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Ah, essa mídia independente, assoCIAda ao Instituto Millenium. Imagine se todo político tivesse recebido do avo tantos empregos, de Sarney uma rádio, do primo Dornelles, uma vice-presidência da Caixa… Ainda, poder ostentar uma carteira de policiais sendo apenas secretário do avo. Ou, sendo governador, construir aeroportos nas terras da família e deixar as chaves com o tio. Ter amigos como a famiglia Perrella. Ter uma irmã, como Andrea Neves, para colocar de chefe de distribuição da grana do governo para os veículos amigos. Ah, sim, Minas a reboque, não!? Chega de lorota, Aécio: Pó pará, Governador!!!

O nome do pasquim não poderia ser mais apropriado do maior gazeteiro do Senado: Gazeta. É o que ele mais sabe fazer…

Uma seleção de primeiras páginas de jornal de Aécio na campanha

Postado em 25 de dezembro de 2014 às 8:20 pm

Circulam na internet fotos da primeira página da campanha eleitoral do jornal mineiro Gazeta de São João Del Rei, da família de Aécio.

Amostras:

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Diário do Centro do Mundo » Uma seleção de primeiras páginas de jornal de Aécio na campanha

17/12/2014

Em São Paulo falta água; em Minas, liberdade!

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O episódio mais emblemático da subordinação do jornal Estado de Minas aos irmãos Neves (Andrea e Aécio) foi revelado por ocasião da briga de bugio com José Serra. Estavam disputando quem sairia candidato pelo PSDB para enfrentar Lula. O que Andrea Neves fazia em Minas, Serra fazia e faz em São Paulo. Tanto que Serra conseguiu perpetrar por mãos de aluguel o antológico artigo “Pó pará, governador”, que dizia de Aécio tudo aquilo que era corrente mas não explicitado. Como em Minas quem manda é quem paga, Andrea Neves conseguiu com que o Estado de Minas levantasse do pó o pupilo nocauteado: “Minas a reboque, não”.

Enquanto Serra e Aécio brigam, as penas da tucanada voam. O jus sperneandis do PSDB mineiro, que não consegue resolver a síndrome de abstinência do maluco das alterosas, já recebeu da Folha serrista o epíteto do ano: Tapetão Natalino

Parece que o pânico bateu nas redações dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. A RBS, passadas as eleições, detonou com 130 jornalistas. Na sequência, o Inspetor da Ditadura, Paulo Santana, conseguiu defenestrar Kenny Braga. Agora fico sabendo que o articulista Moisés Mendes, um dos últimos que sabiam escrever na Zero Hora, foi saído. A Folha botou pra correr a Eliane Cantanhêde, junto com outros menos notórios. A Globo botou também não deixou por menos e acabou com seu “Amor Estranho Amor”… Coincidentemente, o helicóptero do pó teve o mesmo destino do filme…

Liberdade, em Minas, é palavrão!

Editor do jornal Estado de Minas é censurado e pede demissão

Na terça-feira (16) João Paulo Cunha, um respeitado jornalista dos temas cultura e política, pediu demissão de um dos mais tradicionais meios de comunicação de Minas Gerais, o Estado de Minas; a demissão de João Paulo aconteceu após uma conversa entre ele e a diretoria do jornal, em que a chefia deixou claro que ele não poderia mais escrever sobre política; por considerar a atitude uma manifestação de censura sobre o seu trabalho, o jornalista não aceitou continuar no cargo e pediu demissão

17 de Dezembro de 2014 às 20:35

emBrasil de Fato Na terça-feira (16) João Paulo Cunha, um respeitado jornalista dos temas cultura e política, pediu demissão de um dos mais tradicionais meios de comunicação de Minas Gerais, o Estado de Minas. A notícia traz à tona a “onda de censura” implantada no jornalismo mineiro, fato comentado, documentado e denunciado por jornalistas mineiros há anos.

A demissão de João Paulo aconteceu após uma conversa entre ele e a diretoria do jornal, em que a chefia deixou claro que ele não poderia mais escrever de política. Por considerar a atitude uma manifestação de censura sobre o seu trabalho, o jornalista não aceitou continuar no cargo e pediu demissão.

“Acho inadmissível que um jornal censure seus profissionais. A luta histórica que tivemos no Brasil é para termos o jornalismo como instrumento de cidadania”, afirma o jornalista. O motivo da censura seria a sua opinião política, diferente da linha adotada pelo jornal, que segundo ele é “francamente explícita a favor de Aécio Neves”.

No artigo “Síndrome de Capitu”, publicado no suplemento semanal “Pensar” no dia 5, João Paulo criticou a recente movimentação para um golpe político, elaborado pela oposição à presidência, e defendeu a Reforma Política como “agenda prioritária para a sociedade”. “A coluna que ele escreveu deve ter desagradado interesses do jornal e de alguns políticos, que fizeram uma represália a ele”, acredita Kerison Lopes, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.

“Pensar continua sendo perigoso”

No estado, episódios de censura não têm acontecido apenas nas redações de jornais. A professora Beatriz Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT MG), foi alvo de 17 processos contra uma campanha publicitária sobre a educação mineira. Os processos foram movidos pela coligação do PSDB ao governo do estado. “Em Minas, pensar continua sendo um ato muito perigoso, quase um terrorismo contra o Estado”, afirma Beatriz.

“Infelizmente, o Estado de Minas perde qualidade e credibilidade com essa atitude”, afirmou o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Kerison Lopes. Ele conta que, na manhã de quarta-feira (17), dezenas de leitores e jornalistas procuraram o sindicato para dar depoimentos descontentes com a saída de João Paulo. “A gente espera que esse seja o último caso de censura da era tucana em Minas, mas talvez seja o mais emblemático, pelo que João Paulo representa para o jornalismo mineiro”.

Daniel Camargos, jornalista do caderno de política do Estado de Minas, diz que a despedida de João Paulo foi comovente. “Quando ele se despedia das pessoas formou uma imensa roda em torno dele. Todos querendo saber o que havia ocorrido. Ele explicou e a reação final de toda a redação foi levantar e bater palmas”, conta. “Hoje (17) muita gente, mas muita gente mesmo, veio de camisa branca de malha. Uma maneira de homenagear o João Paulo, que se vestia constantemente assim”.

Juarez Guimarães, professor de Ciências Políticas da UFMG, acredita que este seja o caso de censura mais simbólico dos últimos tempos. “A falta de pluralismo dos donos da comunicação de Minas Gerais é uma afronta ao princípio de liberdade que funda a história dos mineiros”.

Entrevista com João Paulo Cunha

Formado em filosofia, psicologia e jornalismo, João Paulo Cunha trabalha há 25 anos como jornalista, sendo 18 deles no jornal Estado de Minas. Atualmente, era editor chefe do caderno de Cultura, além do caderno TV, Divirta-se e do suplemento que circula aos sábados, o Pensar. Em 2011, João Paulo lançou o livro “Em busca do Presente”, com artigos publicados na sua coluna “Olhar”.

Brasil de Fato – Na sua opinião, o que motivou a censura jornalística a você?

João Paulo – O jornal, como todos, tem uma linha editorial própria, sobre a realidade política, social e econômica. Isso é legítimo. Como eu tenho uma linha de pensamento diferente, que discordava do jornal, avisaram que eu estava a partir daquele momento proibido de escrever ideias sobre política.

Pra você, é admissível que donos de um jornal ditem o que os jornalistas vão escrever?Não. Acho inadmissível que um jornal censure seus profissionais. A luta histórica que tivemos no Brasil é para termos o jornalismo como instrumento de cidadania. Ao censurar a imprensa ou o jornalista, você está tirando dele o mais importante, que é a liberdade de expressão e a possibilidade de trazer várias visões de mundo.

Sempre há denúncias de que há censura no Estado de Minas, inclusive durante as eleições. Isso realmente acontece?

Na minha área de trabalho, que é a cultura, nunca tive nenhum tipo de cerceamento com relação aos conteúdos. Mas ficou nítida nessa última eleição uma linha explícita a favor de Aécio Neves, sempre positivando as ações dele, e críticas e negativas a Dilma Rousseff. Hoje há um nítido direcionamento, que favorece Aécio.

Por que isso prejudica o jornalismo?

A base do nosso trabalho é ampliar a capacidade das pessoas de se relacionar com o mundo, para tomar suas decisões da melhor forma e viver em sociedade. Quanto mais informação ele divulga, maior o compromisso do jornal com a sociedade. Se você limita as ideias a apenas uma posição, você está impedindo que o jornalismo faça o que é sua função essencial: levar informação de qualidade, reflexão e visão de mundo plural pra todas as pessoas.

Editor do jornal Estado de Minas é censurado e pede demissão | Brasil 24/7

19/10/2014

Ombudsman reduz a liberdade de expressão da Folha ao que ela é: uma ditabranda!

ditabrandaOMBUDSMAN

VERA GUIMARÃES MARTINS – ombudsman@uol.com.br@folha_ombudsmanfacebook.com/folha.ombudsman

O voto que só não diz o nome

Saída do colunista Xico Sá  põe em xeque os critérios do que a Folha considera proselitismo político

Onde termina a liberdade de opinião e começa o proselitismo partidário? A Folha tropeçou ruidosamente na questão nesta semana, com o pedido de demissão do colunista Xico Sá, de "Esporte".

Na sexta (10), Xico enviou uma coluna em que declarava voto em Dilma Rousseff (PT). A Secretaria de Redação vetou, lembrando que o espaço não podia ser usado para isso: ele deveria mudar o texto ou publicá-lo na seção Tendências/Debates, na pág. A3. Ele rejeitou a proposta e anunciou sua demissão nas redes sociais, com posts em que acusava a "imprensa burguesa" de contar mentiras e investigar só um lado.

Nunca chegou a acusar o jornal de censura, mas foi essa a versão que se espalhou, provocando indignação e, sobretudo, incompreensão dos critérios do jornal.

"Poucos minutos de pesquisa revelarão dezenas de colunistas fazendo o mesmo em seus espaços cotidianamente. Meu Deus, a Folha publica semanalmente Janio de Freitas e Reinaldo Azevedo!", escreveu o leitor Marcel Davi de Melo, sintetizando o tom dos protestos.

É realmente uma situação difícil de entender. Qualquer leitor atento é capaz de identificar as preferências dos colunistas, escancaradas nas defesas que fazem de um determinado candidato ou nos ataques ao seu adversário. Para a direção do jornal, porém, isso não se enquadra no conceito de proselitismo.

"A crítica e o elogio a programas de governo, candidatos e partidos, bem como a expressão das inclinações político-ideológicas do colunista, não estão incluídos na restrição, que incide tão somente sobre proselitismo partidário (fazer propaganda de uma agremiação) e declaração de voto", explicou a Secretaria de Redação.

Bem, mas achar que o ambiente político permite discernir uma coisa da outra é flertar com a irrealidade. Quem realmente acredita que atacar ou defender sistematicamente um partido, como fazem alguns colunistas, não é "fazer propaganda de uma agremiação"?

Para piorar o que já é confuso, na mesma segunda-feira (13) em que se espalhou a notícia da demissão, o caderno "Eleições" publicou texto no qual Gregorio Duvivier declarava seu voto no PT. "Alguns podem e outros não?", perguntaram leitores.

Nesse caso houve falha de controle, admitiu o jornal. Toda coluna é desembargada pelo editor ou por um secretário, e a de Duvivier escapou do filtro. O lapso é sintoma de que a sutileza do critério não foi bem compreendida nem internamente.

A Secretaria de Redação diz que a regra foi estabelecida para prevenir que as colunas regulares do jornal se transformem em palanques em época de eleição. "Foi instituída também com a finalidade de estimular seus autores a estabelecer um diálogo qualificado com leitores de todos os matizes ideológicos e partidários, inclusive com aqueles, majoritários no público que lê a Folha, que não demonstram afinidades político-partidárias."

Além de não evitar o palanque, a norma caducou diante da multiplicação de colunistas e do acirramento da polarização partidária. Soa ingênuo crer que todos os autores estão interessados em dialogar com leitores de todos os matizes ideológicos. Parte deles está contente em pregar só para a sua plateia.

E soa contraditório que um jornal que se orgulha de pôr em prática a mais ampla liberdade de opinião tente enquadrar o pleno exercício dessa liberdade no capítulo final da saga eleitoral. É mais ou menos como tentar passar a tranca depois que a porta foi arrombada.

Desde a quarta (15), estive procurando Xico Sá por telefone, e-mail e por um amigo em comum. Queria ouvir sua versão e pedir autorização para publicar no site a coluna suspensa, para conhecimento de todos os leitores. Não houve resposta.

Xico é uma pessoa querida, mas não posso deixar de mencionar duas atitudes que me incomodaram no episódio de sua saída.

A primeira é que sua "saraivada de posts de escárnio e maldizer nas redes sociais", como ele definiu em longa nota no Facebook, embolou na mesma vala de suspeição e descrédito todos os jornalistas. No seu "espasmo de ira", retratou os colegas como pusilânimes que se sujeitam a contar mentiras para produzir um "jornalismo safado".

A segunda foi escrever que mentiu muito quando era repórter de Folha e "Veja" e que um dia vai contar "tudo o que sabe" sobre assuntos que os grandes jornais não deixam publicar. Conte mesmo, Xico. Insinuações vagas não melhoram o jornalismo, pioram a política e mancham sua biografia.

14/10/2014

Folha acha feio tudo o que não é espelho

Folha ditaduraA propaganda descarada da Folha não se mede apenas na depreciação da Dilma e demonização de Lula e do PT. Se dá também pela auréola de santidade com que festeja cada ato dos correligionários de d. Judith Brito. O endeusamento de FHC se reside exclusivamente nas cozinhas das redações dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Não houve nem haverá notas que maculam a divindade olímpica do ventríloquo da CIA no Brasil. Mesmo quando foi descoberta a compra da reeleição, admitida e comprovada, não houve uma linha sequer nos grupos mafiomidiáticos. Todas as chicanas do PSDB foram engavetadas pelo Geraldo Brindeiro ou escondidas por Gilmar Mendes.

Há um caso clássico da confusão entre a velha mídia e a roubalheira perpetrada pelo PSDB. Trata-se dos desvios feitos por Robson Marinho. As Justiças da Suíça e da Alemanha já condenaram, respectivamente, as empresas Alstom e Siemens, mas no Brasil há um silêncio ensurdecedor só porque todos os envolvidos são do PSDB.

No Brasil, o único partido que tem salvo conduto da justiça, do ministério público e da polícia para roubar é o PSDB. Na do que fazem resulta em punição. Esse conluio mafioso só vai  acabar quando houver no Brasil um Di Pietro. Infelizmente, ainda não nasceu…

Onde está a ANJ que, nestas horas, não aparece para falar em liberdade de expressão, em defesa dos jornalistas?!

Xico Sá explica demissão da Folha por declaração de voto em Dilma

ter, 14/10/2014 – 17:08

Atualizado em 14/10/2014 – 17:10

Jornal GGN – O jornalista Xico Sá escreceu uma carta aberta a seus leitores para explicar a demissão recente da Folha de S. Paulo. Segundo ele, o episódio aconteceu em função de um artigo que ele escreveu e insistiu para que fosse publicado em sua coluna no caderno de Esportes. Era sobre o fla-flu eleitoral deste ano, com direito a afagos em Dilma Rousseff (PT), a quem credita o melhor projeto de governo. A polêmica caiu na internet após Xico Sá reclamar não só da falta de espaço, mas da cobertura parcial da grande mídia, que não publica denúncias sobre alguns políticos.

"Meu reclamo é/era pontual; por que só os caras de um lado são responsabilizados pela história universal da infâmia e ninguém publica, para valer, o ‘rebuceteio’ – para usar um clássico da pornochanchada nacional – do outro lado da suruba pornô-política, querido Reinaldo Moraes? É muito desequilíbrio. É praticamente jornalismo de campanha. Não cobertura", disparou.

Leia a nota na íntegra.

NOTA AOS LEITORES E AMIGOS

Caríssimos amigos & leitores, pretendia nem mais falar desse assunto, mas devido à forma como se alastrou –rizomáticos riachos e riachinhos delleuzianos & gonzaguianos em busca do velho Chico em anos de bom inverno no Navio e no Pajeú-, creio que devo alguma satisfação na praça, além dos "pinduras" morais e existenciais de sempre. Valha-me meu bom Deus, viver é dívida, canelada e dividida de bola.

Como só os galãs vencem por nocaute, procurarei, mal-diagramado por natureza que sou, triunfar nessa luta por pontos, minando, nas cordas do ringue ideológico, vosso juízo emprenhado pelas redes sociais. Vamos lá;

1) Não há herói nenhum nesse episódio. O máximo que chego é a anti-herói macunaímico ou ao João Grilo do cordel teatralizado pelo bravo Suassuna. E olhe lá, e olhe lá, amiga Karina Buhr, eu só quero tocar meu tamborzinho cósmico.

2) Como já informaram alguns sites, pedi demissão do meu posto de colunista (do caderno de Esportes) da Folha, jornal com o qual mantenho uma velha relação de duas décadas, entre idas e vindas, furos, erramos assumidos variados, pés-na-bunda de ambas as partes, grandes momentos, crises profissionais e esticadas D.Rs (discussões de relação) gutenberguianas.

3) Eis que na sexta-feira, 10/10, mandei a coluna em cima da hora, só para variar. Nas linhas tortas -o velho Graça me entenderia nessa hora, embora corrigisse a minha escrita adjetivosa-, tratava do Fla-Flu eleitoral, defendia que os jornais saíssem do armário –como as publicações americanas- e tecia queixas à cobertura desequilibrada da Folha e da imprensa no geral. E repare que a Folha, senhoras e senhores, é bem melhor em se comparando aos outros jornalões, vide grande revelação do aeroporto privado de Aécio e o mínimo questionamento do choque de gestão nas Gerais, esse fetiche econômico insustentável até para a Velhinha de Taubaté do meu amigo Veríssimo.

Bem, como eu ia falando, defendia na coluna que os jornais assumissem suas explícitas posições, donde encerrei o desabafo gonzo-lírico-político usando o direito de declarar minha preferência pela Dilma.

4) A direção do jornal entendeu que o texto feria um dos princípios da casa; o de não permitir fazer proselitismo político ou eleitoral em favor de nenhum candidato. Sugeriu, civilizadamente, que alterasse o texto. Prosa vai, prosa vem. Refleti e mantive a escrita. Argumentei que outros colunistas, de alguma forma, feriam o princípio interno, no que me acho prenhe de razão, né não? Ou seriam textos inocentes?

5) Finquei pé, mais honra do que birra, pantins e queixumes. A direção do jornal sugeriu que eu poderia publicar, porém na página 3., na segunda-feira. É a página de "tendências & debates", na qual convidados, não gente da casa, manifesta livremente suas opiniões, inclusive de voto. Migrar para um espaço de "forasteiros" não me fez a cabeça, não achei que fosse a solução para o impasse. Qual o faroeste dos irmãos Cohen, achei que também teria o direito de ser, pelo menos um dublê, à esquerda, dos caras que botam para quebrar nas suas colunas da Folha. O faroeste moderno se chama "Onde os fracos não têm vez".

6) Daí o meu pedido de desligamento como colunista do jornal, função que exercia na figura de PJ (pessoa jurídica mediante nota fiscal), não como funcionário contratado pelo grupo Folha.

7) No dia seguinte, não mais na condição de colunista, soltei uma saraivada de posts de escárnio e maldizer nas redes sociais, em um espasmo de ira & lirismo que defini, no twitter, como um manifesto gonzo-político livremente inspirado na minha atual releitura de Hunter Thompson e na memória do genial Nezinho do Jegue, personagem de "O Bem Amado", do baiano Dias Gomes, que, uma vez alcoolizado, insultava a humanidade. Eis um direito divino, dionisíaco, um direito dos malucos, além muito além de todas as Constituições, como diria o gênio-mor Antonin Artaud e seu duplo.

8) Um dos posts dessa performance dionisíaco-tuiteira-brizolista, meu caro e amado Zé Celso, vociferava também contra os petistas, considerando que não desejava o (inevitável e irrefreável) uso da minha opinião como propaganda oficial. "Phueda-se o PT", com PH e tudo, dizia este monstruoso cronista. Relembrava que o governo do PT e de todas as siglas da sacanagem alfabética têm que ser investigados sim. Meu reclamo é/era pontual; por que só os caras de um lado são responsabilizados pela história universal da infâmia e ninguém publica, para valer, o "rebuceteio" –para usar um clássico da pornochanchada nacional- do outro lado da suruba pornô-política, querido Reinaldo Moraes?

É muito desequilíbrio. É praticamente jornalismo de campanha. Não cobertura.

9) O pedido de demissão. Finalmente explico. Mais demorado do que a declaração de voto da queridíssima Marina, que infelizmente esqueceu a nova política na qual eu caí feito um patinho de primeiro turno na lagoa Rodrigo de Freitas.

A demissão. Suspense à Hitchcock.

Vixe. Volver a los 17, como cantaria Mercedes Sosa, a quem escuto ao fundo dessa escrita, alternando com Nação Zumbi, óbvio. Volver à minha pobre coluneta do caderno de Esporte da Folha. Defendi meu patrimônio imaterial único e universal, quase um sufrágio, meu direito, daí o finca-pé que resultou no meu pedido de afastamento do universo folhístico.

Ingenuidade achar que, em período de extremada passionalidade e justíssima crítica ao desequilíbrio na cobertura da "imprensa burguesa" (outro termo vintage comuno-anarquista usado e abusado nos meus posts com toda sinceridade desse mundo) neguinho não fosse compartilhar essa bagunça barroca toda, agora falo com meu irmão Wally Salomão, para o que der e viesse. Rede social é como aquela parada bíblica do olhai os lírios do campo, eles não tecem, eles não fiam…

10) Enfim, o resto é barulho, mas creio que narrei, com alguma vantagem pessoal comum aos narradores de primeira pessoa, a onda toda –ai de mim, amigo Walter Benjamin! Donde reafirmo, não há heroísmo algum além de uma refrega dramática de um velho cronista, talvez um pouco ultrapassado e dionisíaco, com la prensa burguesa, reafirmo o clichê da velha bossa, afinal de contas renascemos sempre num Cocoon metafísico de águas imaginárias e milagrosas.
Como diria, agora meu brother Arnaldo Baptista, quero voltar pra Cantareira.

Deus abençoe os velhos e as crianças, eis meu dizer sobre essa confusão toda que eu achei tão normal como falar do seu candidato no boteco da esquina, era assim na vida antigamente.
Por que isso virou tão chato e eu não posso?

Justo num texto tão babaca, defendendo uma candidatura que só consegue ser mil vezes melhor do que Aécio mesmo. Afinal de contas essa peleja é um W.O. da porra. Ou deveria ser para quem tivesse juízo.

Ah, cadê a dialética do esclarecimento das espumas flutuantes dos mares de cerveja, viejo Wander Wildner?

Aliás, por que eu não poderia escrever aquele texto babaca, aliás eu tenho sido um péssimo cronista, tanto de amor como de futebol, preciso me reciclar, reler todo o Machado de Assis, ele me ensina, também relatei isso aos meninos folhais.

Eu careço ouvir todo Jards Macalé, meu ídolo. Esse episódio cá Folha, aliás, não é político, é ridículo se pensamos na grandeza da vida. As folhas das folhas da relva, menino Holden, é o que doravante me interessa como razão de viver debaixo de uma árvore ou sob o guarda-chuva moral dos caras que viram polícia do texto sem saber que uma besteirinha de nada pode virar idiotice e totalitarismo.

Agora voltei de vez para "O Apanhador…", mas, juro, me perdõe, pela confusão toda com o jornal, com as redes sociais e qualquer coisa. Como dizia Holden, "gosto de Jesus e tudo, os apóstolos é que são uns chatos."

Beijos, Xico Sá, Copacabana, primavera do ano da graça de 2014

Xico Sá explica demissão da Folha por declaração de voto em Dilma | GGN

13/10/2014

Xico Sá, cabra marcado pra morrer

Liberdade de expre$$ão made in Folha. Eliane Cantanhêde faz campanha diuturnamente contra o PT. Disseminou a febre da febre amarela, criou o caos aéreo, e o ‪#‎naovaitercopa‬. A Folha nunca pôs reparo, simplesmente porque ela é casada com Gilnei Rampazzo, que cuidas das campanhas do PSDB paulista, partido do qual Judith Brito (da ANJ) se perfilou para fazer oposição. Bem diferente em relação ao Xico Sá, colunista de longa data, e um dos participantes do programa Extraordinários no Sportv, que foi posto pra rua porque ousou divergir e apoiar Dilma.

O Instituto Millenium não perdoa dissidência e trata os divergentes como desertores.
Não sei se isso ajuda a mudar alguma coisa, mas a luta não é só contra o que Aécio representa, mas a favor da diversidade de opiniões, à liberdade de expressão.  Todo dia um jornalista deserda das redações, solta os grilhões que os patrões os prendem e voltam para os braços do povo. O ódio de classe com que as cinco famiglias (Civita, Frias, Mesquita, Marinho & Sirotsky) tratam seus subordinados está por acabar. Como se pode ver, falta uma Lei Áurea para jornalista que não é puxa-saco do patrão.

Proibido de apoiar Dilma, Xico Sá deixa a Folha

:

Um dos mais veteranos colunistas da Folha, o jornalista Xico Sá deixou o jornal após ser impedido de publicar artigo em que declarava seu apoio à presidente Dilma Rousseff; em email ao 247, o editor-executivo da Folha, Sergio Dávila, confirmou a saída; "Sim, Xico Sá pediu demissão da Folha. Em sua última coluna semanal, que seria publicada no sábado 11/10 no caderno Esporte, ele declarava voto num dos candidatos à corrida presidencial, o que fere a política do jornal, segundo a qual os colunistas devem evitar fazer proselitismo eleitoral em seus textos"; Xico Sá declarou seu voto em Dilma no Twitter, no sábado, e criticou a "imprensa burguesa"; "Pq não investigar todos?", questionou

13 de Outubro de 2014 às 17:48

247 – O jornalista e escritor Xico Sá pediu demissão da Folha de S. Paulo depois de ter tido um artigo vetado pelo jornal. Na coluna, que seria publicada no sábado 11, no caderno Esporte, ele declarava seu voto na presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. A informação foi confirmada ao 247 nesta tarde pelo editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila. Leia abaixo seu email:

Sim, Xico Sá pediu demissão da Folha. Em sua última coluna semanal, que seria publicada no sábado 11/10 no caderno Esporte, ele declarava voto num dos candidatos à corrida presidencial, o que fere a política do jornal, segundo a qual os colunistas devem evitar fazer proselitismo eleitoral em seus textos. Se quiserem, podem escrever artigo em que revelam seu voto e defendem candidatura na pág. A3 da Folha. Esta opção foi dada a Xico Sá, que recusou a oferta.

No sábado, Xico Sá disparou ataques contra o que chamou de "imprensa burguesa" e contra o candidato Aécio Neves (PSDB) em sua página no Twitter. Ele também declarou seu voto em Dilma na rede social.

"Phoda-se o PT, a merda é q ñ há a mínima manchete contra os outros. ai tá a putaria jornalística e eu,lá de dentro, sei cuma funciona", escreveu Xico Sá no Twitter. "Amo encher a boca e dizer IMPRENSA BURGUESA. é q só há um lado a fuder, nisso é desonesta, escrota, fdp. P q ñ investigar todos?", questionou em seguida.

"Nego acha q por trabalhar na imprensa burguesa desde os 18 anos ñ posso ser contra a orientação política dos chefes. oxi,ai q devo ser mesmo. um dia ainda vou contar tudo q a imprensa ñ deixa sair se for contra a orientação política dos grandes jornais. só podem os reinaldões etc", ameaçou, citando o colunista Reinaldo Azevedo, de Veja.

Sobre as eleições, publicou: "façam bonito, vcs são do jogo, mas o governo brasileiro foi muito importante para o meu povo e eu estou com meu povo. Dilma é foda!!!". E ainda: "se fosse votar por vcs burguês era Aécio até o talo; mas cuma prefiro votar pelo meu povo da porra e q necessita, é Dilma, carajo". Xico Sá criticou Aécio e perguntou: "na boa, do fundo del corazón, cuma alguém pode em Aécio? juro q não vou julga-lo por nenhuma das 50 escrotidões q poderia julgá-lo".

xico sá ha retwitteado

xico sá @xicosa ·  12 h Hace 12 horas

O sol de Kafka nas bancas de revistas #Copacabana http://instagram.com/p/uGN-d2n9Xr/

Río de Janeiro, Río de Janeiro

xico sá @xicosa ·  12 h Hace 12 horas

O gênio Nezinho do Jegue, diga-se, viva Dias Gomes, maravilhoso comuna da Bahia e do mundo

Río de Janeiro, Río de Janeiro

xico sá @xicosa ·  12 h Hace 12 horas

meu desabafo gonzo-político ficou algo entre o Nezinho do Jegue(o Bem Amado) e um Bakunin sincero de várzea. A tal da gota d’água, seu Chico

Río de Janeiro, Río de Janeiro

xico sá @xicosa ·  13 h Hace 13 horas

@tainanogueira_: hoje maior preocupação que quero ter é: escolher entre biquini de florzinha ou de arco-iris” aí sim, preocupação decente

xico sá @xicosa ·  23 h Hace 23 horas

da série "como pude": como pude perder a farra da Chiquita no Círio de Nazaré,a maior festa sacro-profana desde a Roma Antiga

Río de Janeiro, Río de Janeiro

xico sá @xicosa ·  24 h Hace 24 horas

Um espectro ronda min’alma, o espectro do brizolismo

xico sá ha retwitteado

Tupinambánarquista @NaTransversal ·  24 h Hace 24 horas

Queria só dizer uma coisa: analisem os mapas de votos nulos, queridos, surpreendam-se que quem cansou de votar é… http://fb.me/1DofsKUJT

Proibido de apoiar Dilma, Xico Sá deixa a Folha | Brasil 24/7

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