Aos poucos os jornais dão dicas de como se adaptar para sobreviver em governos saarianos. Além de sobreviver em tendas, com caminhões pipas, a crise hídrica põe em evidência o darwinismo do cinismo e do mau caratismo. Não há, segundo o prócer tucano, Geraldo Alckmin, racionamento em São Paulo; há “crise hídrica”.
Agora, imagine-se isso em algum governo do PT. Pior, mesmo não existindo crise de abastecimento de energia, a tucanada da mídia vive falando em caos e apagão.
Por que será que os grupos mafiomidiáticos tem tanta simpatia pelo PSDB e ódio ao PT? Seria porque o PSDB distribui milhares de assinaturas da Folha, Estadão, Veja nas escolas públicas de São Paulo?!
A piada é que, por falta d’água, Lava Jato não pega tucano…
CRISE DA ÁGUA
Corte a seco
Salões de beleza sugerem técnicas para lavar e cortar cabelos sem gastar muita água; cabeleireiros recomendam produto que limpa sem enxágue
THAIS BILENKYDE SÃO PAULO
A escassez de água levou os salões de beleza em São Paulo a inventar técnicas de crise para manter a aparência dos clientes.
O tempo em que se lavava o cabelo duas ou três vezes, com direito a massagem e água morna, ficou para trás.
Agora, cabeleireiros sugerem corte a seco, pedem para os clientes chegarem com a cabeça lavada ou resolvem a questão com algumas borrifadas de água.
Fazer reflexo ou tintura virou tarefa inglória. Salões lamentam não ter água suficiente para os enxágues abundantes necessários para remover a química. E esses são os procedimentos mais lucrativos.
Os proprietários dizem ainda não saber qual será o tamanho do prejuízo que a crise da água pode trazer, mas se preparam para tempos difíceis.
Alguns salões chegam a oferecer lavagem com água gelada tirada num balde da caixa-d’água, mas as mulheres não costumam aceitar.
Alessandro Tiso, 40, do salão Tiso, em Perdizes (zona oeste), tem tentado remanejar os clientes para as manhãs, antes de o abastecimento da Sabesp ser interrompido.
"Se a pessoa reluta, não tem como fazer", conta. "O telefone ficou mais quieto."
O Studio W, com unidades nos shoppings Iguatemi e JK, entre outras, fez um pacote de medidas. A água com que se lava os fios se usa para limpar pinceis de tintura. A toalha usada para secar o cabelo de uma cliente serve para acomodá-la no lavatório.
"Para as mulheres que têm cabelo bem liso, a gente sugere fazer corte a seco. Elas não são obrigadas, mas têm a possibilidade", conta a diretora Rosângela Barchetta.
‘XAMPU SECO’
Uma alternativa é o "xampu seco", um produto que tira a oleosidade dos fios e dispensa enxágue. Antes comum em nécessaires femininas, agora é também recomendado por cabeleireiros.
"A menina pode lavar o cabelo em um dia, passar ‘xampu seco’ e dar uma ‘escovadona’ no seguinte e, no terceiro, faz um ‘presinho’ básico. Vai economizar bem", diz o cabeleireiro Celso Kamura.
"Qualquer cabelo pode ficar mais de um dia sem lavar. É meio noia [lavar todos os dias]. A oleosidade é a melhor hidratação", pondera.
João Boccaletto, sócio do salão Lab. Duda Molinos, em Higienópolis, tem sugerido uma lavagem econômica. Começa com a cliente na cadeira. Ele umedece o cabelo com um borrifador, passa xampu, massageia o couro cabeludo e só depois a leva ao lavatório.
Boccaletto também prioriza emolientes para fazer mãos e pés. "Mas sempre aparece uma pirada que quer pôr o pé naquela bacia branca velha cheia de água", comenta.
Sua cliente, a jornalista Camila Gabriel, 37, aprova as medidas. "Se não fizer diferença pra mim e fizer diferença para a economia, acho incrível", diz. Mas, quando vai ao salão, ela se despreocupa.
"Eu terceirizo o problema. Não tenho como controlar a quantidade de água que a profissional usa", reconhece.
A rede Soho enfrentou problemas. A unidade da Vila Mariana (zona sul) chegou a ficar quatro dias sem água. Com a crise, a rede passou a sugerir água borrifada em vez da lavagem. A receita do serviço "caiu drasticamente", segundo a rede, mas surtiu efeito.
Em dezembro de 2013, 92% dos clientes que cortavam o cabelo também lavavam. No mesmo mês de 2014, 11% mantiveram a dobradinha.