Ficha Corrida

21/07/2015

Wyllys enfia uma carta no CUnha do Eduardo

Filed under: Dia do Amigo,Eduardo Cunha,Jean Wyllys — Gilmar Crestani @ 10:18 am
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Sempre achei que devia haver algo de errado com quem se preocupa mais com o cu dos outros do que com a própria educação. Esses evangélicos do tipo Eduardo CUnha dedicam muito tempo, como se a vida fosse eterna, em busca de regularem o uso do cu dos outros do que na própria educação e de seus filhos, se os têm.

Nesta carta, Jean Wyllys dedica, no dia do amigo, umas lições ao herói da direita hidrófoba. O herói do MBL, da Marcha dos Zumbis, do Napoleão das Alterosas, segundo Wylllys, não sabe “Amar, verbo intransitivo”….

Meu ‘correio elegante’ para Eduardo Cunha. Por Jean Wyllys

Postado em 20 jul 2015 – por : Diario do Centro do Mundo

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Publicado na tpm.

De: Jean Wyllys
Para: O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

Brasília, inverno de 2015

Senhor Eduardo Cunha (não me sinto à vontade de me dirigir a você como “caro”, pois você ainda não me é caro; e estou usando o pronome “você” porque não estamos em sessão da Câmara Federal, logo, estou livre da obrigação de me dirigir a você como “vossa excelência”, e porque, confesso, não reconheço em você qualquer excelência além dessa conferida pela liturgia do parlamento):

Escrevo-lhe estas linhas a pedido de terceiros. Estes me desafiaram a abrir um diálogo com alguém que não tivesse qualquer empatia em relação a mim ou àqueles e àquelas que represento (as e os integrantes dos “grupos difamados”, como definiu a filósofa judia Hannah Arendt, cuja obra você talvez nunca tenha lido). Quando me fizeram esta proposta, pensei imediatamente em você. Pensei também no questionamento levantado por outra filósofa, a minha amiga Marcia Tiburi: é possível conversar com um fascista? Eu decidi que vale a pena tentar, principalmente se o objetivo da conversa é tentar despertar, no fascista, algum tipo de emoção política benéfica, como o amor, a empatia, a compaixão e a solidariedade.

Tenho certeza de que ocupado como você está em se manter na presidência da Câmara (conquistada graças aos favores que parte expressiva do baixo clero lhe deve, sobretudo no que diz respeito ao financiamento de suas campanhas por grandes empresas e igrejas evangélicas com as quais você tem relações estreitas) e em chantagear a presidenta Dilma com a desgovernabilidade, caso ela não lhe ceda os cargos que deseja na administração pública e por meio dos quais espera manter e estender sua influência política, você não tenha atentado para a notícia de que a Controladoria Geral da União determinou, no último dia 9 de junho e com base na Lei de Acesso à Informação, que a Fundação Casa de Rui Barbosa liberasse o trecho de uma carta do escritor Mário de Andrade ao colega Manuel Bandeira.

Nela, o primeiro trata de sua homossexualidade policiada e reprimida por pessoas homofóbicas do meio social e intelectual em que circulava – repressão e policiamento que perduraram inclusive na decisão dos guardiões dos acervos de ambos os escritores de não permitirem, nos anos que se sucederam às mortes de Mário de Andrade e Manuel Bandeira, o acesso de pesquisadores ao referido trecho da carta.

Como suponho que você, Cunha, não leia romances, novelas, contos, crônicas nem poemas – do contrário, teria um mínimo de interesse por modos de vida e valores que não estivessem atrelados ao acúmulo de riquezas materiais e poderes –, informo-lhe que Mário de Andrade é um dos artífices do modernismo brasileiro e autor de um romance clássico cujo título não poderia ser mais providencial a esta carta que ora lhe escrevo: Amar, verbo intransitivo. Você já foi capaz de pensar no verbo amar sem transitividade, Cunha? De amar mais que pessoas específicas – esposa, filhos – e objetos? De amar sem objetos?

Eu decidi lhe falar sobre essa notícia porque o conteúdo a que ela se refere significa mais que um evento literário e o fim de uma especulação: tem a ver com a homofobia – sistema de repressões, opressões, humilhações e exclusões do qual você é, hoje mais que antes, ícone e mantenedor.

A homofobia (entenda esta palavra tão usada e abusada como o conjunto das violências simbólicas e reais perpetradas contra a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) não é uma questão política menor, como o querem os cínicos e analfabetos políticos. Por meio dela, os heterossexuais asseguram sua suposta “superioridade moral” e prioridade nas políticas públicas; parlamentares canalhas associados a igrejas fundamentalistas enriquecem e acumulam poder político; e religiões milenares disputam o controle da sexua-lidade humana. A homofobia é relevante politicamente também porque incide negativamente sobre o PIB, o IDH e o progresso da nação, já que elimina (ou dificulta drasticamente) o desenvolvimento intelectual e social de milhões de brasileiras e brasileiros.

Quantas mentes brilhantes não puderam se inserir no mercado de trabalho, contribuir mais ou foram ceifadas por causa desse sistema? Gênios como Mário de Andrade, Santos Dumont e Assis Valente não se destacaram por causa da homofobia, mas apesar da homofobia! Para uma pessoa homossexual (e principalmente para uma pessoa transexual) ser reconhecida nessa sociedade sexista e homofóbica é necessário um esforço mil vezes maior do que o que precisa uma pessoa heterossexual e cisgênero. Ela é vítima daquilo que o sociólogo Göran Therborn chama de “desigualdade existencial”. Consegue entender, Cunha? Se não, posso dar outro exemplo: o escritor João Silvério Trevisan, um dos mais talentosos que conheço, amarga hoje relativo ostracismo por ser homossexual assumido e ativista, enquanto impostores e sem-talento heterossexuais são eleitos “imortais” por uma Academia Brasileira de Letras ainda misógina e homofóbica.

O apagamento da homossexualidade das biografias de alguns gênios e heróis, mesmo quando feito por eles mesmos em função do estigma e/ou da homofobia que internalizaram, priva as gerações mais novas de referências positivas que lhes permitiriam viver sua orientação sexual sem vergonha e com orgulho. A homossexualidade não é um fato “escabroso” para ser apagado da biografia de uma pessoa pública. Muito menos algo que deva ficar encerrado “entre quatro paredes”, na medida em que nunca se apaga, da biografia de gênios e heróis heterossexuais, as relações sexuais e amorosas que tiveram ao longo de suas vidas (as histórias sobre as muitas mulheres do poeta Vinicius de Moraes estão aí pra provar).

Não reproduzirei aqui todo o trecho da carta de Mário a Manuel, mas peço que você preste atenção neste pedacinho: “Me dão todos os vícios que, por ignorância ou por interesse de intriga, são por eles considerados ridículos”. Consegue identificar a que ele se refere? À difamação! Processo de destruição da imagem pública por meio de mentiras e calúnias facilmente assimiláveis por ignorantes e preconceituosos. Processo de que sou vítima hoje e que é tocado por seus aliados ou paus-mandados dentro e fora do Congresso Nacional. Ou você vai negar que houve dedo seu naquela presepada constrangedora feita pela Frente Evangélica no plenário da Câmara, usando fotos fraudulentas, com o intuito de difamar a Parada LGBT de São Paulo?

O que Mário pede a Manuel é, não de maneira explícita, que este se coloque em seu lugar de modo a reconhecer e compreender seu sofrimento. Este exercício aparentemente simples, mas ainda pouco praticado, se chama empatia. Empatia é quase amor, se não for amor mesmo. Jesus, nos evangelhos, traduziu esse exercício em uma frase que se tornou a ética de seus primeiros seguidores: “Amai-vos uns aos outros como a vós mesmos!”.

Colocar-me em seu lugar é muito fácil, já que você está no lugar privilegiado de um homem branco, heterossexual, cisgênero, adulto, cristão, riquíssimo e presidente da Câmara dos Deputados. Difícil é lhe amar! Mas eu sou capaz de lhe amar caso você mude e deixe de ser um fascista.

Você, Cunha, e todos os seus asseclas, que gostam tanto de usar o nome de Jesus em vão ou para fins de manipulação do eleitorado cristão, seriam capazes desse exercício de empatia prescrito por Ele? Seriam capazes de se colocar no lugar do outro, como Jesus o fez tantas vezes? Seriam capazes de amar de verdade e intransitivamente alguém radicalmente diferente de vocês?

Está aberto o diálogo.

Jean Wyllys

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Diário do Centro do Mundo » Meu ‘correio elegante’ para Eduardo Cunha. Por Jean Wyllys

30/08/2014

Macunaíma, camaleão sem nenhum caráter

Filed under: Coerência,Jean Wyllys,Macunaíma,Marina Mala Faia,Marina Silva — Gilmar Crestani @ 9:57 pm
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marina  in natura

A candidata dos quatro tuítes

30 de agosto de 2014

por Paulo Moreira Leite

Conflitos banais da campanha confirmam a imensa fragilidade política de Marina Silva para falar de gays, juros, salário mínimo…


Denunciado por Jean Willys, o recuo dos quatro tuites na definição do preconceito contra homossexuais no plano do racismo foi a mais recente demonstração de um traço político marcante de Marina Silva: a imensa fragilidade política para defender seus pontos de vista e enfrentar contradições e conflitos. Quando isso acontece, ela prefere fingir que tudo não passou de um mal entendido.
Não vamos nos enganar: a defesa resoluta dos direitos dos homossexuais pode implicar na retirada do apoio do tristemente famoso deputado e pastor Feliciano, dono de uma retórica escandalosa que em 2013 provocou repúdio de vários setores da juventude e da consciência democrática do país – mas foi confortado por Marina, que na época enxergou “preconceito” nas críticas ao parlamentar.
Não foi o primeiro caso e é parte do personagem “Marina Silva” que se apresenta na campanha. A aura de predestinada pressupõe uma concorrente acima dos homens e das mulheres, das classes e dos interesses. Atuando num plano superior, Marina não erra.
Até hoje os colegas de governo Lula não conseguem conter o riso quando recordam o depoimento de Marina Silva no Jornal Nacional. Questionada pela nomeação de um candidato a vice presidente que fez campanha aberta pela liberação dos transgênicos, Marina reescreveu a própria história. Disse que nunca foi contra os transgênicos. Apenas gostaria de um sistema que permitisse o convívio da soja transgênica com a soja natural.
“Ela simplesmente ameaçou pedir demissão do cargo,” recorda um ministro que seguiu o debate de perto. Um alto funcionário do ministério do Meio Ambiente recorda que aliados de Marina chegaram a homenagear a ministra com flores — uma forma de marcar publicamente seu descontentamento.
A Medida Provisória que liberava os transgênicos não proibia a soja natural — apenas autorizava o plantio e comercialização da versão modificada genéticamente. Com sua declaração, a candidata perdeu uma excelente oportunidade para reconhecer perante os brasileiros a quem pede seu voto que errou ao combater os transgênicos –ou que foi incoerente ao aceitar um vice que nunca escondeu que fazia campanha por eles e até recebeu apoio financeiro do setor interessado. Preferiu investir em seu personagem Mas não foi só. A mesma MP, que tratava de biossegurança de forma geral, foi alvo de Marina por outra razão: autorizava pesquisas com células-tronco, que ela condenava. A ironia, no caso, é que as pesquisas tinham apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia, cujo titular era Eduardo Campos, titular da chapa presidencial do PSB até a tragédia do Cessna.
O Valor Econômico de hoje registra que o mercado financeiro está abandonando Aécio Neves para apoiar Marina e explica: “o sonho de dez entre dez integrantes do mercado financeiro é ver a derrota da candidata do PT.”
Num esforço para não decepcionar nenhum dos dez entre dez, o programa de Marina Silva não faz menção a uma das grandes conquistas dos trabalhadores no governo Lula-Dilma — a legislação que garante reajustes automáticos do salário mínimo, sem necessidade de se promover conchavos anuais no Congresso em nas semanas anteriores ao 1. de maio. Com isso, deixa a porta aberta para que
Outra ponto do programa vem dos bancos privados mas este já foi atendida e, a julgar pela desenvoltura da coordenadora do programa de governo Neca Setubal, herdeira do Itaú, não deve cair nem com um milhão de tuites.
O programa de governo defende a ampliação da participação dos bancos privados no mercado de crédito, diminuindo a participação dos estatais. É coerente com a ideologia privatizante de Marina. Também é prejudicial do ponto de vista do consumidor.
Os bancos privados perderam terreno no mercado de crédito, depois da crise de 2008, porque se recusaram a competir pelos clientes. Mantiveram seus juros nas alturas, mesmo depois que o Banco Central trouxe a taxa Selic para índices compatíveis com aquele momento econômico. O Banco do Brasil e a Caixa só cresceram, a partir de então, porque resgataram clientes que o setor privado decidira abandonar, ameaçando quebrar empresas pela falta de capital de giro e empréstimos que costumavam ser renovados automaticamente.
Atendendo a determinação de Lula — uma imperdoável intervenção aparelhista do Estado petista, certo? — os bancos privados se afastaram da política de mercado para atender ao interesse público.
Essa é a questão.Quando fala em ampliar o espaço dos privados, o programa de governo esconde principal. O mercado de crédito funciona — ou deveria funcionar — sob regime de livre concorrência, onde cada um explora a fatia do mercado que conquistou. Nessa situação, a única forma de mudar a posição de uns e outros é obrigar os bancos que cobram menos a elevar seus juros, permitindo que as instituições que tem taxas maiores ganhem novos clientes.
Em qualquer caso, é uma medida que, elevando o custo do dinheiro, contribui para esfriar ainda a economia, estimulando uma recessão de verdade. Para beneficiar bancos privados, prejudica-se o consumidor e o empresário.
Alguma surpresa? Nenhuma.
Proprietária de uma retórica de palavras fortes, Marina é fraca de conteúdo — situação típica de discursos estruturados mas vazios.

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Paulo Moreira Leite

Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília. É também autor do livro "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA, IstoÉ e Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

A candidata dos quatro tuítes | Paulo Moreira Leite

17/01/2013

A Rosinha é que não vai gostar de ficar sabendo disso

Filed under: Jean Wyllys,Prostituição — Gilmar Crestani @ 7:58 am

Até parece retaliação de quem não gosta da fruta, né não Gabeira e AeroWyllys…

Sabe aquele jogador que levanta o braço para acusar impedimento. Pois é, ele é o primeiro a levantar o braço, geralmente é o culpado. Esse é o meu Garotinho!!

Jean Wyllys afirma que 60% dos deputados contratam prostitutas

Parlamentar do PSOL-RJ é autor de projeto de lei que legaliza a prostituição no Brasil

DE BRASÍLIA, para a FOLHA

Autor de um projeto de lei que legaliza a prostituição, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que 60% dos homens do Congresso usam os serviços de prostitutas.

A declaração foi feita em entrevista ao portal iG, ao avaliar qual seria a chance de sua proposta ser aprovada, uma vez que o tema é tabu para a maioria dos deputados.

"Eu diria que 60% da população masculina do Congresso Nacional faz uso dos serviços das prostitutas, então acho que esses caras vão querer fazer uso desse serviço em ambientes mais seguros", disse Wyllys.

A frase não foi bem recebida por representantes da bancada evangélica, que pretendem trabalhar pelo arquivamento da proposta.

"Se ele [Wyllys] sabe quem faz isso, por uma questão de responsabilidade eu o desafio a dizer os nomes dos deputados que vão aos prostíbulos", disse o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica.

O projeto de Wyllys prevê que será considerada profissional do sexo toda pessoa maior de 18 anos e absolutamente capaz que voluntariamente presta serviços sexuais mediante remuneração. Segundo o texto, os profissionais poderão atuar de forma autônoma ou em cooperativa e terão direito a aposentadoria especial com 25 anos de serviço.

Na proposta, o parlamentar também diferencia a prostituição da exploração sexual.

"É de um moralismo superficial causador de injustiças a negação de direitos aos profissionais cuja existência nunca deixou de ser fomentada pela própria sociedade que a condena", afirmou o deputado, que não foi localizado pela Folha ontem.

Proposta similar foi apresentada pelo ex-deputado Fernando Gabeira em 2003. Após pressão de integrantes de setores conservadores da Casa, ela teve como destino o arquivo.

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