É inacreditável, mas apesar de todas as evidências, os EUA continuam acusando seus adversários políticos de fazerem exatamente o que só ele faz. E tudo em função da necessidade da energia que move a economia norte-americana, o petróleo.
Nenhum outro país praticou tanto terrorismo que os EUA. No entanto, posa de moralista fazendo acusações a torto e a direito contra todos que não se lhe ajoelham. O Brasil se dobrou tanto no tempo de FHC a ponto de nossos diplomatas terem de tirar os sapatos para entrarem nos EUA. Os vira-latas adoram, os capachos, idem. Mas quem tem espinha dorsal não se dobra como moluscos.
É o caso do Irã. Os persas tem uma história de milênios. Depois que foram derrotados pelos gregos, os persas ficaram no seu reduto. Não há uma única invasão atribuída ao Irã. E não custa lembrar que os EUA treinaram e deram armas ao Iraque de Saddam Hussein para fazer a famigerada guerra Irã-Iraque.
Agora surge mais esta informação. A de que os EUA estavam se imiscuindo nos assuntos internos do Irã, para detonar seus conhecimentos na área da energia atômica. Taí, ó, a causa de tanto ódio ao Irã. Para assassinar o ex-parceiro, Saddam Hussein, os EUA, em parceria com a velha mídia, inventaram a tal da existência de armas de destruição em massa. Para detonar com o Irã, inventaram o uso do conhecimento nuclear para fabricar bomba atômica. Agora vem a tona mais um caso em que cidadãos norte-americanos, enojados com uma política belicista e terrorista contra países detentores de muito petróleo, denunciam as manipulações.
Estou lendo Guerras Sujas, em que o especialista em espionagem norte-americana, Jeremy Scahill. Lá pelas página tantas há a seguinte informação: ““A história das operações secretas nas décadas de 1950 a 1970 não foi feliz”, disse Clarke aos legisladores. A CIA orquestrou a deposição de governos populistas na América Latina e no Oriente Médio, apoiou esquadrões da morte em toda a América Central, instrumentalizou o assassinato do líder rebelde Patrice Lumumba no Congo e fomentou a ação de juntas militares e ditaduras. O dilúvio de assassinatos ficou tão fora de controle que em 1976 um presidente republicano, Gerald Ford, precisou editar a Ordem Executiva 11905 que proibia explicitamente os Estados Unidos de levar a termo “assassinatos políticos”.7”
Esse é o país que quer ensinar bons modos aos muçulmanos, para quem nossos vira-latas ficam prostrados como muçulmanos virados pra Meca apenas para que o traseiro esteja na posição que dá mais prazer os EUA.
Jeffrey Sterling se soma a outras figuras que exemplificam a liberdade de expressão made in USA, como Bradley Manning, Julian Assange, Edward Snowden.
Júri americano condena ex-agente da CIA
Para jurados, Sterling forneceu a jornalista dados sobre missão secreta no Irã
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS, na Folha de 27/01/2015
Um ex-agente da CIA (agência de inteligência dos EUA) foi condenado nesta segunda-feira (26) acusado de fornecer detalhes secretos de uma operação dos EUA para frustrar as ambições nucleares do Irã a um repórter do jornal "The New York Times".
Os jurados de um tribunal federal decidiram, no terceiro dia de deliberações, que Jeffrey Sterling, 47, é culpado de todas as nove acusações de que foi alvo.
No início do dia, os jurados haviam dito ao juiz que não poderiam chegar a um veredito unânime. Ao fim do dia, porém, após o juiz instá-los a continuar a analisar o caso, eles entregarem o veredito de que Sterling era culpado.
No julgamento, que durou duas semanas, o ex-agente da agência americana estava sendo acusado de ter fornecido ao jornalista James Risen detalhes sobre a missão secreta que o governo dos EUA realizava para minar o programa nuclear iraniano.
A ex-secretária de Estado Condoleezza Rice chegou a dizer que a missão era um dos segredos mais bem guardados do governo americano.
O julgamento vinha sendo adiado havia anos, e os procuradores vinham pressionando o jornalista para que divulgasse suas fontes.
Em janeiro do ano passado, Risen recorreu à Suprema Corte dos Estados Unidos contra uma ordem que o obrigava a revelar a fonte utilizada no livro que escreveu e no qual revelava segredos da agência de inteligência.
LIVRO
Em 2006, Risen publicou o livro "Estado de Guerra", no qual relata a tentativa da CIA de conseguir que um ex-cientista russo transmitisse ao Irã projetos nucleares com falhas para prejudicar o seu programa atômico, fazendo com que ele nunca chegasse a termo.
O jornalista acabou sendo intimado a depor contra o ex-oficial da CIA.
Na apelação à Suprema Corte, os advogados de Risen afirmaram que revelar a fonte de informação vai contra a liberdade de imprensa na investigação de supostas condutas irregulares do governo.
Risen acabou não sendo obrigado a depor quando ficou claro para os promotores que ele não revelaria suas fontes mesmo se acabasse preso por desacato.
A promotoria havia reconhecido que não havia provas diretas contra Sterling, mas disse que as provas circunstanciais contra ele eram esmagadoras.
Em seu livro, Risen descreve a missão da CIA como "irremediavelmente mal feita".
Ele afirmou ainda que os dados que seriam fornecidos ao Irã pelo cientista russo poderiam acabar sendo úteis caso os iranianos conseguissem separar as informações corretas das falsas.
A defesa de Sterling diz que é mais fácil que o jornalista tenha obtido informações sobre a missão com algum congressista.