Ficha Corrida

04/11/2016

Os grupos mafiomidiáticos engordam os patos, com ajuda da FIESP, para depois come-los

Caixa Dois x Propina

EBC vai voltar a comprar conteúdo da Globo

Sob o comando de Laerte Rimoli, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) vai voltar a comprar conteúdo produzido pela rede Globo, em detrimento do investimento na produção própria; a prática tinha sido abolida durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff

4 de Novembro de 2016 às 05:39 // Receba o 247 no Telegram Telegram

247 – No governo Temer e sob o comando de Laerte Rimoli, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) vai voltar a comprar conteúdo produzido pela rede Globo, em detrimento do investimento na produção própria. A prática tinha sido abolida durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, informa a Coluna do Estadão.

Confira a nota:

“A EBC decidiu comprar conteúdo da TV Globo, retomando uma política abandonada na gestão petista. Justificativa é que a programação é mais barata e de qualidade. O presidente da EBC, Laerte Rimoli, esteve no Rio para encontro na emissora. "

EBC vai voltar a comprar conteúdo da Globo | Brasil 24/7

18/04/2016

HHhH

rede goebbels (2)Por trás deste amontoado de “agás” se esconde a frase em alemão “Himmlers Hirn heisst Heydrich, «o cérebro de Himmler se chama Heydrich».

A carreira de Eduardo CUnha, no estado sede da Rede Globo, é tão longeva quanto suas ligações com a malversação do dinheiro público. Ganhou notoriedade quando da parceria com PC Farias. Foi, digamos assim, um aprendizado, com pós-graduação na obtido na Telerj, a CRT carioca. Lá, como cá no RS, a primeira e única obra do PMDB foi entregar as companhia telefônica para grupos internacionais.

A lógica, desde sempre vendida pela RBS e Rede Globo, é que a iniciativa privada faz mais e melhor. Ora, então porque entregaram para empresas públicas da Espanha (Telefônica) e Itália (Telecom)? Nem serve de disfarce a entrega da CRT, de mão beijada, ao consórcio RBS & Telefônica, até porque a RBS é uma concessão pública…

Esta mesma lógica é que patrocina o evento golpista comandado por Eduardo CUnha. Por baixo do verniz que a Globo vende aparecem as digitais de cleptocracia nacional. Aliás, nada poderia ser mais emblemático na entrega do Estado à cleptocracia do que um processo comandado por alguém com a maior e mais longeva ficha corrida em lavagem de dinheiro. Assim como a máfia siciliana comprou a Forza Itália nortista, para poupar seus deputados sulistas da ligação direta, a FIESP compra, via Eduardo CUnha, o “somos todos CUnha” no analfabetismo político e no Congresso.

O poder do Eduardo CUnha também passa pela sua  blindagem no MPF, PF e se consolida, devido ao medo da Rede Globo, com os Pôncio Pilatos do STF.

Na Rede Goebbels a campanha difamatória contra a esquerda e qualquer política social (vide “Não somos racistas”), é serventia da casa. A construção do ideário golpista está no DNA da Rede Globo. O amestramento deu certo devido ao espírito de manada de uma massa de brasileiros que a assiste bovinamente. O resto, como  o dinheiro faz. A frase do Eliseu Rima Rica é emblemática do divórcio patinhos x cleptocratas: "Nós temos aviões para buscá-los". O poder econômico, mais uma vez, quer fazer o povo pagar o pato. Não por acaso a Lava Jato já começa a vazar documentos que a tornam nula. Será fácil ao consórcio Temer & CUnha provocar a Queda da Bastilha, digo, o Castelo de Areia da Lava Jato.

E assim, com Michel Temer e Eduardo CUnha nasce, sob a bandeira da Rede Globo, Terceiro Reich tupiniquim.

O primeiro foi em 1954, que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas. O Segundo Reich foi instalado, também sob os auspícios da Rede Globo (veja Editorial), em 1964, e durou 21 anos. A obra mais marcante deste período foi a prisão, tortura, estupro e esquartejamento de quem quer suspeitassem. A ditadura só era democrática na escolha das vítimas. Não distinguia em sexo, idade, raça, cor ou dinheiro. Não importava se fosse criança (Araceli), jovem (Wanda) ou mesmo deputado (Rubens Paiva). Bastava o desejo de sexo ou morte e a vítima poderia ser qualquer um.

O papel desempenhado pela Rede Globo no golpe em construção tem todos os cromossomas na doutrina hitlerista. A implantação e, principalmente, a consolidação da Alemanha Nazista deu-se com a construção prévia, via Goebbels, da campanha cujo objetivo era provocar o ódio. A marca de ódio implantado pela Rede Globo está tatuada na face dos “camicia gialla”…

Himmler era uma espécie de Eduardo CUnha, cujo cérebro é a Rede Globo. A Rede Globo cumpriu, com as Marchas dos Zumbis, a distribuição providencial de estatuetas, o mesmo papel das SS. Mas nada poderia ser mais próximo da o nazismo do que Os Carrascos Voluntários do Golpe Paraguaio no Congresso Pralamentar.

A propaganda consiste em forçar uma doutrina nos povos inteiros. A propaganda atua na sociedade, no ponto de vista de uma ideia e fá-las maduras para a vitória desta ideia”. – Hitler, no Mein Kampf.

31/03/2016

Fiesp patrocina pirataria

pato roubadoUma sociedade composta por varões fake só pode ter pato por mascote. A FIESP, que também patrocinou a Operação Bandeirantes – OBAN, agora também vende a imagem ao seus patinhos de que, no jogo do Golpe Paraguaio, tudo é permitido, inclusive praticar a pirataria. Não, não estou decepcionado. Decepcionado estaria se eu acreditasse no golpismo de nossa elite com Complexo de Vira-Lata. O uso de um pato holandês diz muito sobre a mentalidade e a criatividade do Federação das Indústrias de São Paulo. Nossos impolutos empresários querem sempre uma empresa já construída pelo Estado. Não desenvolvem uma Petrobrás, querem que o Estado lhes entregue de graça, como fez com a Vale do Rio Doce.

O exemplo gaúcho, que conheço melhor, ajuda a entender o método da FIESP. No RS, os sucessivos ventríloquos da RBS que chegaram ao Piratini sempre defenderam o Estado Mínimo e o lucro máximo da RBS. O ápice desta estratégia foi a eleição do cavalo paraguaio. A RBS apostou todas as fichas naquele que abria o Jornal Nacional com a fatídica frase: “Senhores, trago-vos boas notícias, Tancredo ainda não morreu”. E Tancredo sendo embalsamando no Sara Kubitschek enquanto ajustavam a Faixa Presidencial no já então embalsamado Sarney. Pois bem, com o aval dos grupos mafiomidiáticos nacionais, Antonio Britto foi ungido, embalsamado e preparado para assumir o Brasil a partir do RS. A decadência proposital da empresa de telefonia gaúcha serviu de escada para o início da entrega das empresas desenvolvidas pelos Estados Brasil afora. Foi assim que, como por milagre, a CRT caiu nos braços da famiglia Sirotsky. Poderia ter sido pior se a Telefonica de Espanha não tivesse passado a perna da RBS.

A qualidade destes grupos empresariais depende do grau de capacidade em corromper servidores e órgãos públicos. A Lista Odebrecht é a prova disto. Estão lá os que fizeram, mediante corrupção, a grandeza da Odebrecht. Hoje mesmo mais está sendo colhida mais uma Safra de corruptores. O que é a Lista Falciani do HSBC senão o encontro dos arautos da privataria com seu finanCIAdores na lavanderia?! O que é a Operação Zelotes senão a reunião da fina flor dos corruptores gaúchos (Gerdau, RBS – sempre ela!) com os corrompidos do CARF?! E nem vamos falar em outras operações made in RS, como a Leite Compensado, a Pavlova, Ouro Verde(Portocred). São todas operações envolvendo a fina flor do Macarthismo Gaudério

Que coincidência, a principal avalista e propagandista do Golpe, a Rede Globo, é, mesmo tempo, segundo a Revista Forbes, a mais rica e, também, a maior sonegadora. O FBI sabe, mas por aqui a capitã-mor da sonegação captura se se salva mediante a farta distribuição de estatuetas… Pelas mesmas razões, a CBF que patrocina a marcha dos zumbis, tem todos seus ex-presidentes sem poderem por os pés nos EUA. Aqui no Brasil, se a Rede Globo não “denunciar” no Jornal Nazional Socialista, não existe.

Quer saber quem é golpista basta ver quem são os finanCIAdores do golpe! Quem anuncia em veículo golpista é o que se não golpista! O Banco Itaú, que sempre patrocina a nata da corrupção, hoje passa a contar com a parceria do Banco Safra

O tempora, o mores! E como não poderia ser diferente partindo de grupos golpistas,  a Federação que deveria zelar pela honestidade nas relações comerciais, inclusive para não prejudicar seus representados, utiliza-se de produto pirata. A desfaçatez dos que condenam as políticas de inclusão social, por meio das cotas, tem sua maldade revelada por inteiro nas bilionárias transações de captura de agentes públicos (CARF).

Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês de quem roubou o o pato gigante

Por Fernando Brito · 30/03/2016

Da BBC, agora há pouco, reportagem de Ricardo Senra:

O artista plástico holandês Florentijn Hofman acusa a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de plagiar, em sua campanha contra aumento de impostos chamada “Não vou pagar o pato”, a obra Rubber Duck(ou pato de borracha), exposta em São Paulo, em 2008, e em cidades como Amsterdã e Hong Kong.

A BBC Brasil entrou em contato com a fábrica de Guarulhos (SP) que produziu a obra para o artista holandês em 2008 e descobriu que se trata da mesma que tem produzido os patos em contrato com a Fiesp.

Denilson Sousa, dono da Big Format Infláveis, reconheceu que empresa produziu os dois patos e disse que a Fiesp enviou uma foto da obra do artista como “referência”, mas que “nem sabe mais se tem o projeto de Hofman”.

À BBC Brasil, a equipe de Hofman afirmou que a Fiesp transformou o projeto artístico original em uma “paródia política” e que o uso do desenho é “ilegal” e “infringe direitos autorais”.

Como, por óbvio, não foi a fábrica de infláveis que “teve a ideia” da campanha, fica evidente que algum marqueteiro da Fiesp viu trabalho e “meteu a mão” não apenas na ideia, mas nos moldes do holandês.

Ou seja, além de não pagar pelos direitos do artista, sequer o consultou sobre o propósito com que ia usá-lo.

No meu tempo isso era crime e quem praticava crime era criminoso.

E. além do mais, para ficar diferente ou em homenagem àqueles que querem enganar com sua campanha pelo golpe, tiraram os olhos do patinho. Ceguinho, coitado, não pode ver que está sendo usado para enganar os “patos”.

Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês de quem roubou o o pato gigante – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

19/12/2015

Pecunia non olet; sed Aécio, olet

Enquanto a Vasa Jato mantém sua obsessão pela caçada ao Grande Molusco, o latim deita e rola nas esferas golpistas.

Como não lembrar, diante das altas cifras que correm pelas altas esferas, que foram exatamente estas personagens que mais duramente combateram a CPMF? Michel Temer, Eduardo CUnha, Rede Globo, Folha, Veja, Estadão, RBS, Marcola, Fernandinho Beira-Mar, famiglia Perrella, Aécio Neves, Marco Feliciano, Silas Malafaia lutaram bravamente contra a CPMF. Claro, e eles não o fizeram sem motivo. Se houvesse CPMF, esses milhões roubados e traficados pagariam CMPF. E com a migalha da CPMF poder-se-ia ter um sistema de saúde ainda melhor. São da mesma turma dos impostores do impostômetro. Não existiria Michel Temer sem uma FIESP sonegadora e golpista. Nem Marcola e seu PCC, contra quem a FIESP não se levanta. Por quê?! Por que a FIESP não financia uma companha contra o narcotráfico? Simples, ninguém dá tiro no próprio pé.

Todo cidadão que quer ver e viver numa sociedade mais justa deveria lembrar, ao lembrar do que se opõem a CPMF, outra contribuição do Imperador Vespasiano “Pecunia non olet”…

O latim do Temer – II: Simia spectat tuo cauda.

Por Fernando Brito · 19/12/2015

cesar

Prezado Vice-Presidente Michel Temer,

Tomo  liberdade de escrever esta humilde cartinha, a segunda, de novo inspirado no seu amor pelo latim, expresso na carta que o senhor enviou a Dilma Rousseff e tanto furor causou  com aquele “verba volant, scripta manent” com que ela se inicia.

Dada a sua erudição, hoje facilmente compensada pelo tradutor do Google, tomo a liberdade de repetir na língua de Virgílio o que eu, garoto, muitas vezes ouvi em português, da minha velha avó, lá no IAPI de Realengo.

Simia spectat tuo cauda.

Como seu latim é bom, ao contrário do meu, traduzo apenas para os que não compreenderam:

Macaco, olha o teu rabo….

Pois é…

Agora que encontraram no celular de Eduardo Cunha a mensagem de que uma doação de R$ 5 milhões feita ao senhor – ou por seu intermédio – furou a fila das verbas destinadas pela empreiteira OAS  para a “turma” – está escrito assim na mensagem – do PMDB, como é que fica o seu afetado ascetismo?

Ninguém, claro, o acusa de ter o animus furandi, a intenção de roubar, até porque auctori incumbit onus probandi, quem acusa tem a obrigação de cobrar, como se dizia antes do “neodireito” do Dr. Sergio Moro, que dispensa estas formalidades.

Mas o senhor certamente conhece a cítara Accusans debet esse melior accusato, que significa que quem aponta o dedo aos defeitos alheios deve ser melhor do que o acusado.

E como fica agora o senhor, que sabe que o dinheiro da política vem das empresas, mas que não se peja em servir-se da hipocrisia de que só um partido o faz, quando o seu também faz e, como indica a mensagem, o senhor também faz?

Acta, non verba, Dr. Temer, atos e não palavras servem para avaliar as pessoas.

Se o senhor intermediou uma doação empresarial para seu partido, se Eduardo Cunha era o “contador” que zelava para que não se “furasse fila” na caixinha, certamente está degraus abaixo da integridade moral de daquela que vem buscando derrubar, servindo-se da “onda” que se faz com aquilo que, sabe o senhor, é mais antigo na política que a Sé de Braga.

Talvez seja, aliás, por isso que suas funções fossem decorativas, para evitar que tais práticas pudessem interferir na administração partidas nada mais, nada menos, que do segundo da República.

Mas a sua carta, Dr. Temer, é já prevista no Corpus Juris Civilis, com que Justiniano lançou, desde Constantinopla, há um milênio e meio, as bases do civilismo: Acta simulata veritatis substantiam mutare non possuntos atos simulados não podem mudar a essência da verdade.

E a verdade essencial é que seus atos, como a carta, são movidos e estão impregnados pela traição e pela ambição.

Como, na Roma de Vespasiano, escreveu Caio Tácito:  Acribus initiis, incurioso fine.

Quando os princípios são ruins, são desgraçados os seus fins.

O latim do Temer – II: Simia spectat tuo cauda. – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

24/09/2014

FIESP troca Maluf por Marina

Filed under: FIESP,Marina Silva,MariNeca,Silas Malafaia — Gilmar Crestani @ 8:40 am
Tags:

ovo-da-serpenteMarina troca o ovo da sua mãe pelo da FIESP!

Nada mais sintomático do que aquela instituição cujo ex-presidente, Mário Amato, chegou a declarar que se LulaSe Lula for eleito, 800 mil empresários deixarão o País”. Lula venceu e o número de empresários aumentou. Só “saíram” aqueles que Gilmar Mendes concedeu habeas corpus…

Agora, mais uma vez aquela entidade empresarial, para se opor à candidata dos trabalhadores apoia a candidata do agronegócio e dos banqueiros. Na Classe A+ Marina tem 100%, desde os donos das velhas mídias, aos banqueiros e agora ao empresários da FIESP.

O apoio escancarado da Rede Globo, sabe se lá a troco de quê, também não deve ser desprezado sobre o que poderia significar um governo Marina. A Globo já saudou, em editorial, a chegada da ditadura. Ela, se isso lhe fosse proveitoso, também saudaria a eleição de Marina, não só em editorial, mas em suas contas bancárias.

Ingmar Bergman fez um filme primoroso para explicar a ascensão do nazismo: “O ovo da serpente”. A trajetória e a retórica entre Marina e Hitler se assemelham. Nada dos outros presta, por todos os lugares por onde passa faz terra arrasada, se a$$oCIA a o que é de mais atrasado. A retórica do ovo por quem mora na Av Paulista em apartamento cedido por empresário do agronegócio, já condenado por trabalho escravo, é um acinte. Prometer Banco Central independente por que o Banco Itaú a banca não é outra coisa que senão a promessa de desmatamento das ideias e dos ideais. Ao abandonar o Acre colhe dos acreanos um forte rejeição nas urnas. Não é também sintomático que o irmão de Darli Alves da Silva, que matou Chico Mendes, apoie Marina, e que a filha de Chico Mendes não vote em Marina?! Por que nos Estados natais de Marina e Aécio os rejeitem eleitoralmente? Por que Silas Malafaia manda mais em Marina que nos próprios negócios de sua igreja? Por que, para Marina, é mais fácil explicar o que acontece na Petrobrás mas tão difícil de explicar as 100 viagens no jatinho fantasma do PS(d)B e do Eduardo Campos… Por que Marina ser arvora em ser o “novo na política” mas se cerca do que há de mais atrasado, desde Heráclito Fortes, famiglia Bornhausen, Silas Malafaia, Pedro Simon, Ana Amélia Lemos

O pior de um ser humano e renegar suas origens, esquecer de seu passado, e se bandear de mala e cuia para os lados dos maiores responsáveis pelos atrasos do Brasil! Por que Marina só condena o partido dos trabalhadores, mas não condena a FEBRABAN, a UDR, o agronegócio, a CIA e os Grupos MafioMidiáticos. Por que Marina sempre vai com as outras?! Por que quanto maior é o tempo de exposição Marina só aumenta em rejeição? Por que Marina sempre volta atrás no que diz, como num samba do crioulo doido?

Oremos, porque, diante destes apoios, se Marina ganhar o trabalhar escravo vai ser seu lema de governo!

Presidente da Fiesp diz que Marina é ‘boa opção para o Brasil’

Em entrevista ao SBT, Steinbruch afirma que Dilma é centralizadora e fechada em si mesma

DE SÃO PAULO

O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), considera a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, "uma boa opção para o Brasil andar para a frente."

Já a presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição pelo PT, é classificada por ele de centralizadora, "fechada em si mesma" e alguém que "se distancia da realidade".

As opiniões de Steinbruch foram manifestadas em entrevista ao SBT que foi ao ar nesta terça-feira (23).

Foi a segunda manifestação de um empresário de peso favorável a Marina em menos de um mês. O primeiro foi o banqueiro Roberto Setubal, que disse ver "com naturalidade" a eleição de Marina, durante a festa de 90 anos do Itaú Unibanco.

Ao avaliar as chances dos principais candidatos à Presidência, Steinbruch disse que Dilma é favorita "por ser presidente e ter a máquina do governo à sua disposição".

Sobre a candidata do PSB, afirmou que tem "substância" e é "consistente", por ter resistido a "12 minutos de bombardeio do PT, mais 6 minutos de bombardeio do PSDB e se defendeu com 2 minutos do PSB [no horário eleitoral de rádio e TV]".

O empresário não mostrou muita fé numa reação do senador Aécio Neves (PSDB), terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos. "Tinha uma boa oportunidade. Foi atropelado, como todos, por uma onda. Ainda não terminou. vamos ver qual é o final da história."

Dono da siderúrgica CSN e colunista da Folha, Steinbruch fez várias críticas ao governo durante a entrevista. Disse que a gestão petista gasta dinheiro de forma desordenada, vai mal na condução da economia e não tem política industrial.

Steinbruch disse também que o país está à beira de uma recessão, com desemprego crescente, e criticou a atuação da Receita Federal, que na sua visão aplicaria autuações desproporcionais às empresas.

ATRITOS

O empresário discute com o fisco uma autuação de R$ 4 bilhões aplicada à CSN, por supostamente ter deixado de pagar impostos sobre os ganhos na venda de parte de uma mineradora em 2008. A siderúrgica recorreu.

Sobre Dilma, afirmou que a presidente "trabalha duro, quer acertar". Mas que por ser muito "dura com as pessoas, inibe aqueles que a cercam de falar a verdade ou de levar os problemas".

Steinbruch e Dilma já tiveram atritos por causa da Transnordestina, ferrovia de 1.700 quilômetros projetada para começar no sertão do Piauí e cortar três Estados até chegar ao litoral de Ceará e Pernambuco.

Dona da concessão, a CSN atrasou a obra e irritou Dilma, que enxergava na demora uma tentativa de pressionar o governo a rever pontos do contrato. No ano passado, o governo fez concessões e a operação ficou mais parecida com o que a CSN pedia.

02/06/2014

Para FIESP e deficientes mentais, não havia corrupção na ditadura

Filed under: Cidadão Boilesen,Ditadura,FIESP,Operação Condor,Operação OBAN — Gilmar Crestani @ 7:52 am
Tags:

ditadura sanguináriaAproximação da Fiesp com militares estimulou negócios

Indústrias se organizaram para vender às Forças Armadas, dizem documentos achados na Escola Superior de Guerra

Grupo criado para apoiar o golpe de 1964 mobilizou empresas para possibilidade de guerra civil no Brasil

RICARDO MENDONÇADE SÃO PAULO

Um conjunto de documentos dos anos 70 arquivados na ESG (Escola Superior de Guerra) mostra que a união dos empresários paulistas com os militares nos preparativos do golpe de 1964 ajudou a estimular negócios para as empresas nos anos seguintes.

A conclusão surge da leitura das transcrições de palestras que os próprios industriais ministraram na ESG entre 1970 e 1976, material obtido pela Folha na instituição.

Tudo começou poucos dias após o golpe, quando a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) criou um órgão de apoio aos militares em seu próprio interior.

A iniciativa era de industriais que diziam ter ajudado com dinheiro e equipamentos na derrubada do governo João Goulart, ação que resultou em 21 anos de ditadura.

Subordinado à presidência da Fiesp, o órgão foi batizado de GPMI (Grupo Permanente de Mobilização Industrial). Seu objetivo era converter a indústria paulista em fornecedora de material bélico, caso grupos de esquerda reagissem contra o golpe e deflagrassem uma guerra civil.

Numa apresentação feita em 1972, o então presidente da Fiesp, Thobaldo De Nigris, explicou que cabia ao GPMI planejar a "implantação do maior número de fábricas capazes de, no menor prazo industrialmente possível, produzirem os artigos de que necessitará o país na hipótese de uma mobilização geral".

Uma siderúrgica precisava estar preparada para fabricar aço para granadas de artilharia ou morteiros, exemplificou. Uma tecelagem, apta para, com rápidos ajustes, fornecer levas de uniforme verde-oliva. E assim por diante.

Não houve reação ao golpe de 1964, e a guerra não aconteceu. Mesmo assim, o GPMI foi mantido pela Fiesp e passou a ter como tarefa a organização da participação de indústrias paulistas nas concorrências das Forças Armadas.

O grupo recebia os pedidos dos militares, encaminhava as demandas aos sindicatos das indústrias capazes de entregar a encomenda e fazia o contato entre o comprador e as empresas escolhidas para fornecer às Forças Armadas.

Em sua fundação, semanas após o golpe de 1964, o GPMI era composto por dez representantes da elite do empresariado e 11 militares.

Entre os civis estavam Raphael Noschese, presidente da Fiesp, De Nigris e Mário Amato, empresários que assumiriam a presidência da entidade nos anos seguintes.

No time dos militares, os mais destacados eram o major brigadeiro Márcio de Souza Melo, que depois foi ministro da Aeronáutica no governo Castello Branco, e o general Edmundo Macedo Soares e Silva, ex-governador do Rio e depois ministro da Indústria do governo Costa e Silva.

Arquivos do jornal "Correio da Manhã" mostram que já em 1966 o industrial Vitório Ferraz, o primeiro presidente do GPMI, trabalhou com militares pela instalação de uma fábrica de aviões no Ceará. Ele falava em investimentos de até Cr$ 40 bilhões (cerca de R$ 440 milhões hoje).

Em 1967, o GPMI encaminhou uma intenção de compra de navios pela Marinha.

ORGULHO

Numa exposição na ESG em 1970, Ferraz afirmou que "até hoje orgulha-se o GPMI de dizer que todas as solicitações feitas foram atendidas".

Na palestra de 1972, De Nigris disse que o GPMI havia encaminhado 61 concorrências das Forças Armadas em 1970 e 66 no ano seguinte.

O empresário mencionou como bom exemplo do intercâmbio com os militares a venda de 10 mil unidades da "primeira ração racional de combate totalmente brasileira, com duração de seis meses, à prova de água e totalmente balanceada".

A primeira década da ditadura instalada pelo golpe de 1964 foi um período de expansão dos gastos militares. Até 1964, essas despesas não passavam de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 1970, elas bateram um recorde e alcançaram 2,5% do PIB.

Em 1973, o empresário Quirino Grassi propôs na ESG a criação de um fundo com contribuições de cada ministério militar para facilitar os negócios com o setor privado. Ele também pediu incentivos fiscais para "indústrias consideradas mobilizáveis".

Já era, porém, o início de um período de esfriamento nas relações dos militares com os empresários. Em 1974, depois do primeiro choque do petróleo, as despesas totais das Forças Armadas despencaram para 1,3% do PIB.

O governo Ernesto Geisel, a partir de 1974, foi o momento em que parte do empresariado começou a se distanciar do regime, lembra o historiador Marco Napolitano, professor da USP. Em 1979, os gastos das Forças Armadas ficaram abaixo de 1% do PIB.

Veja a íntegra dos documentos da ESG
folha.com/no1463425

    23/12/2013

    Antes tarde do que nunca

    Filed under: FIESP,IPTU,Joaquim Barbosa,Paulo Skaf — Gilmar Crestani @ 8:13 am
    Tags:

    A Folha de São Paulo mostra, depois que Joaquim Barbosa derrubou, que o aumento do IPTU era para quem podia e deveria pagar mais, e que para outros, os que têm mais necessidades, diminuiria.

    50% escapam das altas seguidas do IPTU

    Decisão da Justiça evita que 1,1 milhão de imóveis em SP tenham aumentos seguidos até 2017 acima da inflação

    Por outro lado, 250 mil contribuintes pagariam menos imposto com modelo da prefeitura, mas perderam benefício

    GIBA BERGAMIM JR.DE SÃO PAULO

    A suspensão decidida pela Justiça do reajuste do IPTU previsto pelo prefeito Fernando Haddad (PT) evitará aumentos de até 35% em 2014 e pode evitar que mais de metade dos imóveis –1,1 milhão– paguem aumentos parcelados até 2017.

    Por outro lado, um grupo de 250 mil contribuintes sairá no prejuízo: são os que ganhariam isenção ou que teriam até mesmo redução do imposto de acordo com a proposta do prefeito.

    Esses imóveis, que representam 8% do total de 3,1 milhões (incluindo isentos), terão ano que vem correção inflacionária de 5,6% do IPTU.

    A mudança ocorrerá devido à decisão do Tribunal de Justiça que barrou, provisoriamente, a alta planejada pela gestão petista.

    O Supremo Tribunal Federal manteve a decisão.

    De acordo com apresentação do secretário de Finanças, Marcos Cruz, à Câmara de São Paulo, com a atualização da Planta Genérica de Valores, 227,3 mil passariam a pagar menos imposto em comparação com 2013.

    Outros 23,4 mil sairiam da condição de pagantes para a de isentos do imposto. Com a decisão judicial, perderam esse benefício. Os isentos, em 2013, somaram cerca de 1 milhão de imóveis.

    A última atualização da planta genérica ocorreu em 2009. O plano de Haddad era limitar os reajustes em 2014 a 20% para imóveis residenciais e 35% para os demais.

    O que ultrapassasse esses percentuais seria dividido nos anos posteriores.

    Levantamento da secretaria mostra que, se não houvesse o teto para o aumento, aproximadamente 1,5 milhão de imóveis teriam, em 2014, reajustes acima dos tetos.

    DISTRITOS

    Dos 96 distritos paulistanos, em 25 haveria redução média do imposto, de acordo com a ideia de Haddad.

    Entre eles, Pirituba (zona norte) e Sapopemba (leste). Outras 22 regiões teriam reajuste menor que a inflação –como Vila Matilde (leste) e Freguesia do Ó (norte).

    Mas em outros 49 –que somam 1,1 milhão de imóveis residenciais pagantes do imposto — haveria aumentos médios superiores à inflação. Neste caso, os beneficiados estão, por exemplo, nos Jardins e Butantã (zona oeste).

    A briga na Justiça pelo IPTU foi iniciada depois que o PSDB e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) entraram com ações contra o aumento.

    Os argumentos eram que os contribuintes não tinham condições de arcar com a alta e que o projeto foi aprovado na Câmara, segundo os reclamantes, de forma irregular –em sessão que se antecipou a audiência pública.

    Na semana retrasada, o Tribunal de Justiça concedeu uma liminar (decisão provisória) às organizações, barrando a alta do imposto.

    Na última sexta-feira, o STF negou recurso apresentado por Haddad.

    Em fevereiro próximo, o TJ irá julgar o mérito da ação. Só após isso, o prefeito irá decidir como agir. Haddad já disse que, em 2014, por conta da decisão judicial, haverá apenas a correção inflacionária, mas que não está definido como será em 2015.

    22/12/2013

    Sorry, periferia!

    Filed under: FIESP,Joaquim Barbosa,Paulo Skaf — Gilmar Crestani @ 9:49 pm
    Tags: ,

    Robin Hood, quem diria, trocou a floresta Sherwood pelos Jardins (Jardim América, Jardim Europa, Jardim Paulista, Jardim Paulistano). Joaquim Barbosa veste a farda de capitão-de-mato e, na morte de Ronald Biggs, homenageia o trem pagador…

    Skaf e Alckmin se deram bem: periferia pagará mais IPTU para suas mansões pagarem menos

    Mansão de Paulo Skaf na Rua Guadelupe, no Jardim América.
    (Foto do Google Street)

    Outra mansão de Paulo Skaf, no bairro nobre do Morumbi. (foto aérea do Google Maps).
    As duas mansões pagarão menos IPTU em 2014, para moradores de casas populares pagarem mais.
    Graças a decisão do ministro Joaquim Barbosa do STF.

    O presidente da FIESP, Paulo Skaf (PMDB-SP), é um feliz dono de uma mansão na nobre Rua Guadelupe, no também nobre Jardim América, em São Paulo. Mas uma mansão só não basta. Essa riqueza é em dose dupla. Skaf tem outra mansão no Morumbi, outro bairro nobre de São Paulo.
    Ele entrou na justiça contra a Prefeitura de São Paulo para o IPTU de suas mansões não ter um reajuste diferenciado em relação a quem mora na periferia da capital paulista, por mais modesta que seja a casa.
    Com isso um morador do Parque do Carmo, em vez de ter uma redução de 12,1% no IPTU como propunha o prefeito Fernando Haddad (PT-SP), terá reajuste de 5,6%, igual ao reajuste das mansões do Skaf.
    Graças à sentença judicial do Tribunal de Justiça de SP e do ministro Joaquim Barbosa no STF, o morador de uma residência modesta no Parque do Carmo irá pagar mais para o "Doutor" Paulo Skaf pagar menos em suas duas mansões.

    Isso mostra o quanto é difícil fazer justiça social no Brasil, pois até o judiciário impede prefeitos e vereadores eleitos de fazerem o básico e atenderem os anseios populares da maioria da população.

    PSDB de Alckmin entrou na justiça para classe média remediada e pobres pagarem mais IPTU em 2014, enquanto o governador tucano pagará menos pelo seu apartamento no condomínio de luxo com piscinas, jardins, quadra poliesportiva, no Morumbi, bairro nobre de São Paulo.

    O governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que entrou na justiça contra mudanças no IPTU, junto com Skaf, também se deu bem. O IPTU de seu apartamento no bairro nobre do Morumbi também terá um reajuste menor, subsidiado pelo pobre morador do Parque do Carmo, de Campo Limpo, de Guaianases, de São Mateus e outros bairros que ainda não tem a mesma urbanização da rua onde mora Paulo Skaf e onde Geraldo Alckmin tem apartamento.

    Os Amigos do Presidente Lula

    23/11/2012

    Mega quadrilha: FIESP, Mário Amato, OBAN, Cidadão Boilesen

    Filed under: Cidadão Boilesen,FIESP,Operação OBAN — Gilmar Crestani @ 8:51 am

    Comissão acusa agentes da ditadura por cinco mortes

    Grupo que investiga período militar divulgou ontem seus primeiros textos

    Documento elaborado por Claudio Fonteles liga Fiesp à produção de armas para militares que derrubaram Goulart

    RUBENS VALENTEMATHEUS LEITÃODE BRASÍLIA

    O coordenador da Comissão da Verdade, Claudio Fonteles, divulgou ontem textos que acusam 11 agentes do Estado, militares e civis, pela morte sob tortura de cinco militantes de esquerda durante a ditadura militar (1964-1985).

    Com base numa análise de três peritos da Polícia Civil de Brasília que colaboram com a comissão, ele também afirmou que o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) foi morto sem esboçar reação ou tentar pegar sua arma, ao contrário da versão oficial.

    Ele atribuiu a responsabilidade pela morte ao general Milton Tavares (1917-1981), ex-chefe do CIE (Centro de Informações do Exército): "De tudo, resta claro que Marighella foi eliminado por agentes públicos do Estado, sob a supervisão do general Milton".

    Fonteles divulgou ontem, no site da comissão, 11 textos sobre episódios diversos da ditadura. É a primeira vez que a comissão torna públicos textos produzidos por algum de seus integrantes. Para Fonteles, a intenção é "abrir amplo espaço de diálogo, visando enriquecer essa pesquisa inicial com sugestões e críticas".

    Os principais documentos citados por Fonteles já foram objeto de reportagens jornalísticas, estudos acadêmicos e livros. Com seus textos, ele antecipa conclusões que a comissão poderá vir a adotar.

    Ele afirmou que o metalúrgico Manoel Fiel Filho (1927-1976), o militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) Joaquim Câmara Ferreira (1913-1970), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto (1940-1969), o engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira (1944-1971) e o sargento da Aeronáutica João Lucas Alves (1935-1969) morreram sob tortura por agentes do Estado.

    No caso de Câmara Ferreira, cita o envolvimento do delegado Sérgio Paranhos Fleury, do extinto Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo.

    Fonteles disse que agentes e médicos legistas encobriram a morte de Aldo de Sá Brito Souza Neto (1951-1971), da ALN. Documento citado por Fonteles diz que quando a família foi reclamar o corpo, militares afirmaram que Aldo estava vivo, e mostraram o corpo de outra pessoa.

    Fonteles disse ainda que houve obstrução do Ministério da Justiça na apuração da morte do padre Silva Neto.

    ARMAMENTOS

    Em outro texto, Fonteles relacionou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) à produção de armas para o movimento de militares que derrubou o presidente João Goulart, em 1964. Fonteles citou relatório confidencial produzido pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), hoje sob guarda do Arquivo Nacional, que descreve a criação do GPMI (Grupo Permanente de Mobilização Industrial) no dia 31 de março de 64, data do golpe militar.

    Tal órgão, segundo o documento, teve a função de "fornecimento de armas e equipamentos militares aos revolucionários paulistas". Procurada pela Folha, a Fiesp não havia se manifestado até a conclusão desta edição.

    Fonteles apontou: "Portanto, a Fiesp na data mesma da eclosão do golpe militar, que em nosso país redundou no Estado ditatorial-militar, celebrou ‘a primeira tentativa de união industrial-militar’, sob o fundamento de que ‘não é possível existir qualquer poderio militar sem uma indústria que faça esse poderio’".

    A tese não é inédita e foi abordada em estudos acadêmicos sobre as relações entre os militares golpistas e setores da sociedade civil.

    Um total de 75 documentos produzidos pelo GPMI está hoje sob guarda da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.

    04/11/2011

    A corrupção e a tartaruga de Alice

    Filed under: A$$oCIAdos,Corruptores,FIESP,Grupos Mafiomidiáticos,Marcos Coimbra — Gilmar Crestani @ 9:44 am
    Tags:

    Marcos Coimbra – mcoimbra@br.inter.net

    Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.

    03.11.2011 11:54

    A corrupção e a tartaruga de Alice

    A mídia brasileira não hesita no emprego de sua peculiar aritmética. Foto: Gildo Lima/AE

    Em uma das passagens mais conhecidas de Alice no País das Maravilhas, a heroína entabula um diálogo com a Falsa Tartaruga, um ser melancólico, sempre triste por ter deixado de ser uma tartaruga de verdade.

    A alturas tantas, a tartaruga relembra os dias na escola e as matérias que estudara: “Reler e escrevinhar, é claro (…) e os diferentes ramos da aritmética: Ambição, Distração, Enfeiamento e Escárnio”. Quando a menina lhe pede que explique o que quer dizer o terceiro, ela responde: “Você sabe o que é embelezar, imagino (…) então você sabe o que é enfeiar”.

    A mídia conservadora brasileira é uma espécie de Falsa Tartaruga. Ela não hesita no emprego de sua peculiar aritmética de enfeiar, confundir e escarnecer.

    Sua proeza mais recente é a fabricação de uma conta sobre o tamanho da corrupção no Brasil, seguida de sua difusão maciça. Faz como ensinava um famoso propagandista alemão: para transformar uma mentira em verdade, é preciso repeti-la mil vezes.

    Hoje, ela fala em 85 bilhões de reais anuais, como se pode ver na capa da principal revista da direita nativa. Ontem, eram 70 bilhões. Amanhã, sabe-se lá. E não importa. O relevante é trombetear uma cifra que impressione, qualquer que ela seja.

    A mídia conservadora pega o número e o põe nas manchetes, na boca de comentaristas televisivos, em suas “análises”. Ficam todos compungidos com o tamanho do problema. Como se não fosse ela mesma que lhe deu a dimensão que tanto a assusta.

    Tudo começou com a divulgação de um estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, que tinha a intenção de estimar os “custos econômicos da corrupção” no Brasil. Como passou a ser referência, vale a pena entender o que fizeram seus autores.

    Seu ponto de partida foi usar de forma questionável algo banal, os estudos sobre percepção de corrupção, que perguntam a determinado público se acha que ela existe e se seria grande ou pequena. Como as respostas decorrem de impressões, o resultado, óbvio, é subjetivo.

    Se, por exemplo, a mídia estiver falando muito do assunto, os entrevistados podem imaginar que a corrupção aumentou, sem que tenha crescido um só milímetro objetivamente. Vice-versa, podem achar que diminui enquanto cresce.

    O que o estudo da Fiesp fez de mais condenável foi usar uma medida de percepção da corrupção para inferir seu custo real. Inovaram, fazendo algo que, mundo afora, ninguém faz.

    Um problema adicional da metodologia é a fragilidade de suas bases de dados. Para chegar à “corrupção percebida”, a fonte são avaliações de técnicos -estrangeiros (vinculados, tipicamente, a empresas de cálculo de risco), somadas a alguns poucos e modestos estudos com empresários brasileiros. Exemplificando: o Fórum Econômico Mundial faz, em média, 98 entrevistas por país; o Institute for Management Development, 83. Qualquer um vê que seu tamanho é insuficiente.

    São pesquisas que usam questionários autorrespondidos, o que as complica ainda mais. Quando a Transparência Brasil quis fazer algo parecido, convidou 4 mil empresas, mas obteve apenas 76 respostas. Como imaginar que essas 0,019% sejam representativas, se foram só elas que quiseram participar?

    Os técnicos da Fiesp utilizaram o Índice de Percepção da Corrupção (IPC), calcula-do pela Transparência Internacional para 180 países, e resolveram inventar (verificaram que o Brasil melhorou de 1996 para 2009, mas preferiram deixar isso de lado).

    O IPC brasileiro, em 2009, era 3,7 (em uma escala que chega a 10, que significa zero de corrupção percebida). E se nosso índice fosse maior, se a percepção fosse menor?

    Mas quanto? Talvez achando que suas especulações pareceriam mais “científicas”, escolheram 12 países a esmo para calcular seu IPC médio. Ficaram, sabe-se lá por que, com Coreia do Sul, Costa Rica, Japão, Chile, Espanha, Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Canadá, Cingapura e Finlândia.

    Se a corrupção percebida no Brasil fosse igual (por alguma razão misteriosa) à média desses países, nosso IPC iria para 7,45. E daí? Iria para menos se substituíssemos a Finlândia pela Holanda, “mais corrupta”. Para mais, se trocássemos a Espanha pela Eslovênia, “menos corrupta”. E daí?

    Daí vem a prestidigitação do estudo da Fiesp. Tomaram um modelo neoclássico de crescimento econômico e resolveram torná-lo “sensível ao índice de percepção da corrupção”. Para isso se deram ao direito de modificar o modelo (sem dizer como) para “incluir os efeitos da corrupção sobre o crescimento de longo prazo do produto per capita” (embora continuassem a falar, somente, de percepções).

    Se, então, nosso IPC fosse 7,45 e se o modelo que inventaram fosse verdadeiro, o produto per capita brasileiro seria 1,36% maior ao ano, entre 1990 e 2008. Como o IPC real é menor, teria havido, nessa lógica estranha, um “prejuízo” (o “custo da corrupção”) de 41,5 bilhões de reais anuais.

    E se o IPC brasileiro fosse 10? Se ne-nhum dos empresários ouvidos achasse que há qualquer tipo de corrupção no Brasil? Se fôssemos o único país do mundo com esse índice (melhor que o da Dinamarca, o “menos corrupto”)?

    Aí o “prejuízo” de ter o IPC de 3,7 seria maior. Chegaria a 69,1 bilhões de reais anuais (a preços de 2008), que nossa mídia arredondou para 70 bilhões.

    E assim se explicam os números que andam por aí: pesquisas limitadas, metodologias discutíveis, inferências sem fundamento. Eles não dizem simplesmente nada.

    Se alguém quiser um exemplo melhor da aritmética da Falsa Tartaruga, vai ter trabalho. Faz tempo que não vemos uma discussão tão sem pé nem cabeça. •

    A corrupção e a tartaruga de Alice | Carta Capital

    Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

    %d blogueiros gostam disto: