Ficha Corrida

02/07/2014

Honestidade, coerência, ética e fdputisse

Filed under: Ética,Coerência,Copa 2014,FDP,Honestidade — Gilmar Crestani @ 9:01 am
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Incoerência, teu nome é Coxinha!

SQN

19/06/2014

Ladrões fdp!

Filed under: FDP,Ladrões,Manipulação,Roubo — Gilmar Crestani @ 9:05 pm
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nao vai ter copaJosé Genoíno foi preso por ser Presidente do PT. Não roubou, mas, para punir José Dirceu pelo que devia e pelo que não devia, só punindo José Genoíno. José Genoíno não roubou. Não há uma linha, um prova. Nada. Como admitiu Joaquim Barbosa, do Assas JB Corp., “foi feito pra isso, sim!”

E a felicidade roubada de milhões de brasileiros pelo simples desejo de causar dano à Dilma e ao PT, como admitiu uma das diretoras do Grupo Folha, D. Judith Brito? Quem prende bandido que rouba felicidade, a alegria de um povo? Ninguém! Estes bandidos podem trabalhar onde quiserem, mas só são bem pagos quando trabalham para os a$$oCIAdos do Instituto Millenium e seus financiadores ideológicos. A torcida das cinco irmãs (Veja, Folha, Estadão, RBS & Globo) contra Dilma e o PT extrapolou todos os limites. Que os partidos de oposição fizessem isso é do jogo político. E assim é e deve ser em todas as democracias. Agora, esses FDP que ocupam espaços na velha mídia como penas de aluguel causam mortes por assustarem com febre amarela, torcem pelo aumento da tarifa de energia, ou condenam quando aumentam, só pela torcida de encontrar uma bagana onde se agarram como viciados inveterados.

Arrependimento é bonito, mas quem vai devolver a frustração, a felicidade roubada. Bando de FDP e depois posam de Madalenas Arrependidas!

mariliz pereira jorge

A Copa dos arrependidos

19/06/2014 02h00

Eu me arrependi. Me arrependi de não ter comprado ingressos, de não ter tirado férias, de não estar hoje em Porto Alegre e amanhã em Manaus. De não poder torcer ao vivo pelo Brasil, pela Austrália ou por Gana. Me arrependi de ter ficado de mimimi na hora errada.

Eu gosto de futebol, mas gosto de várias outras coisas muito mais do que de futebol. E uma delas é Copa do Mundo. Um não tem nada a ver com o outro, ainda que tenha tudo a ver. Cada uma delas marca a gente de um jeito diferente.

Me lembro onde estava em todos os anos desde 1982, quando o Brasil foi desclassificado e meu pai levou meu irmão e eu para tomar um sorvete e esfriar os ânimos. Os ânimos dele. Eu ainda não entendia muito bem a dimensão de tudo aquilo, mas ainda lembro da cara de desconsolo do velho e do silêncio sepulcral da cidade. Acho que foi quando eu descobri o que era decepção. Foi a Copa do sorvete.

Teve um ano, que a gente se reunia na chácara de uns amigos para fazer churrasco e ver todos os jogos do Brasil. Não lembro da escalação, nem quem ganhou a Copa, mas lembro do Ricardo, um menino de franja caída sobre os olhos, por quem eu era apaixonada, que chegava sempre chapado num Fiat 147 rebaixado. Ele mal olhava para mim, mas eu só tinha olhos para ele. Foi a Copa do Ricardo.

Em 1998, eu estudava no Canadá. Já no primeiro jogo, descobrimos em Little Portugal um bar sintonizado no jogo. Encheu de brasileiro, ganhamos sei lá contra quem, fechamos a rua, teve Carnaval, a polícia não entendeu nada. No segundo jogo, o esperto do portuga, dono do bar, conseguiu transmissão da Globo e passou a cobrar 10 doletas de entrada. Entupia. Perdemos na final, a rua lotada de brasileiros e gringos na maior festa. Os policiais não se conformavam: haven’t you lost the game? Foi a Copa do Galvão.

O ano do Japão e da Coréia do Sul eu não esqueço, pelo menos do perrengue. Colocava o despertador para acordar de madrugada e ir para a sala enrolada num cobertor. Ouvia os gritos nos prédios ao lado, as luzes acendiam. O Brasil ganhava, ninguém mais dormia e eu morria de arrependimento de não estar no bar mesmo com frio e com sono. Mas o que eu me lembro mesmo foi que me reuni com um turma para tomar café da manhã e ver a final. A gente ganhou, mas ver jogo de madrugada é muito chulé. Foi a Copa do #nãovaitercerveja.

Então, chega o ano em que a Copa é no Brasil. Sempre quis uma Copa no Brasil. Vou tirar férias, passar o mês viajando pelo país, assistir a todos os jogos possíveis, fazer festa na rua, me embebedar abraçada com gente desconhecida.

Broxei junto com o clima anti-copa e não fiz nada para participar dela.

Ela chegou e eu fiquei de fora. Engrossei a massa dos sem-ingresso. Também quero cantar o hino à capela, quero ir na FIFA Fun Fest, quero beber na Vila Madalena até de manhã com gente feliz e estrangeira. Quero esquecer até 13 de julho que tudo foi feito errado.

Ontem, quando ficava pronta para ir ao trabalho, um amigo me ofereceu ingressos para ver a Espanha ser despachada de volta pra casa. Sem condição. Tinha que bater ponto em Curicica. Assisti ao jogo pela TV. Continuo em último no bolão. Mas tenho me divertido mesmo à distância como nunca em todos os mundiais da minha vida com tudo que leio, vejo e ouço. Eita, povo criativo. Eita, povo emocionante.

Ainda tenho esperança de emplacar um jogo ao vivo e fazer num dia só o que planejei para o mês todo. Tem gente que está preocupado se o Brasil vai ganhar, eu só quero me divertir. Está sendo a Copa das Copas.

mariliz pereira jorge

Mariliz Pereira Jorge é formada em comunicação social, tem pós-graduação em relações internacionais, curso de marketing estratégico e especialização em nutrição e aromaterapia. Já trabalhou na Folha e escreveu para as revistas ‘Veja’, ‘Men’s Health’ , ‘VIP’ e ‘Boa Forma’, entre outras. Atualmente, é editora do ‘Encontro com Fátima Bernardes’, da TV Globo.

A Copa dos arrependidos – 19/06/2014 – Mariliz Pereira Jorge – Colunistas – Folha de S.Paulo

04/06/2014

Banditismo MafioMidiáticos

Aeroporto

Banditismo escrito

Um porco e três filhos da puta

Pablo Villaça

Alexi Lalas escreve que está no Rio: "Não fui roubado e meus órgãos não foram extraídos". O Globo traduz: "AINDA não fui roubado". Canalhas.

É assim que esta mídia de merda manipula os imbecis: pintando um Brasil pavoroso que não encontra reflexo na realidade. Querem convencer o povo de que o Brasil é digno de vergonha. O objetivo: colocar no poder quem favorece seus próprios interesses. Querem salários baixos e um povo miserável que se contenta com migalhas enquanto o 1% mais rico nada em benefícios.

No entanto, eles não têm os votos pra isso e, portanto, precisam que o POVO faça o trabalho para eles, votando contra os próprios interesses. Daí a manipulação contínua.

"Não, a imprensa não age com má fé! Isso é paranoia!". A paranoia não inventa as manchetes negativas que distorcem os fatos diariamente. Um estrangeiro escreve que "Não foi roubado" e um dos principais jornais do país traduz como "AINDA não foi roubado". Isso é o quê? Caráter? Honestidade? Como não ficar possesso de raiva diante deste tipo de canalhice? Como posso ver alguém defender a versão da mídia e ficar passivo? Não dá.

A competição faz parte da democracia. Mas a competição limpa. A imprensa deveria OBSERVAR e REPORTAR, não MOLDAR A REALIDADE e MENTIR.

Enfim. Podem ter vergonha do Brasil, seus vira-latas com complexo de colonizados. De minha parte, tenho orgulho pra caralho desse país.

SQN

18/01/2014

NA juGullar do inVejoso!

Filed under: FDP,Ferreira Gullar,José Sarney,Maranhão — Gilmar Crestani @ 8:19 am
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O silêncio do maranhense Ferreira Gullar diante do caos no estado dos Sarney

Ferreira_Gullar04

José Ribamar Ferreira, ou Ferreira Gullar, como passou a se chamar o poeta maranhense, prefere o silêncio diante da violência no estado dos Sarney.

Fabio Lau, via Conexão Jornalismo

Ferreira Gullar há muito decidiu ser pedra de atiradeira. Com alvo único. Lula. O poeta e escritor formado nas hostes comunistas, um remanescente dos tempos em que o Partidão era o berço das transformações, decidira, de maneira oportuna, ganhar espaço na mídia conservadora para atacar o operário. Via no PT e em Lula tudo o que o inferno prepara em conteúdo e vestimentas para massacrar a sociedade que Gullar jura ter desejado um dia ver liberta.

Em entrevista ao jornal O Tempo, replicada na revista Veja em 2010, Gullar não hesitou em se revelar um merecedor de tamanha deferência. Afinal, sua fala sairia na coluna de Reynaldo Azevedo, uma espécie de Lacerda dos tempos modernos. Disse Ferreira Gullar sobre o presidente que tentava eleger Dilma sua sucessora: “o Lula é de fato uma pessoa desonesta, um demagogo, e isso é perigoso!” – A frase foi sublinhada e ganhou título na coluna de Azevedo.

Mas para Ferreira Gullar não basta acabar com Lula, o presidente que trouxe milhões de brasileiros para a zona de consumo, ampliou a classe média e inseriu na escola, especialmente universidades, um grupamento social que vivia à margem da possibilidade de crescer. Para Gullar, “o Socialismo acabou, e só alguns malucos dizem ao contrário”! Trata-se da máxima dos “coxinhas” de ocasião: o Socialismo teria acabado com a queda do Muro de Berlim. Mas o capitalismo permanece vivo, pujante e tão ameaçador quanto antes.

Mas toda esta fala em torno de Ferreira Gullar vem para destacar o seguinte: a crise porque passa seu Maranhão não tem afetado o há muito cidadão do Rio. Amigo de Sarney, amante de seus livros, incapaz de criticar o ex-presidente, ele mantém silêncio. Nenhuma fala, menção em blog ou em coluna dos amigos. A desgraça do povo maranhense, com sua miséria, mais baixo IDH, mortalidade infantil nas alturas, saneamento básico precário e escolaridade abaixo da média nacional, nada disso ele atribui ao seu amigo Sarney e sua descendência.

Neste particular, o outrora comunista prefere o silêncio. Que, nos últimos tempos, tem se revelado o seu melhor discurso. Como já disse Romário, algumas pessoas são de fato poetas. Quando estão caladas.

Fábio Lau é jornalista e editor do Conexão Jornalismo.

O silêncio do maranhense Ferreira Gullar diante do caos no estado dos Sarney | bloglimpinhoecheiroso

16/03/2013

Filme revela como EUA deram o Golpe de 1964

Filme de Tavares ajuda a desacreditar Historialismo (ler em tempo) que atribui apenas a brasileiros a reação ao Governo trabalhista legitimamente eleito

O presidente Lyndon Johnson (D) deu aval para o embaixador Gordon (E) desestabilizar Goulart e autorizou envio de navios ao Brasil

Saiu no IG reportagem de Raphael Gomide:

Com arquivos e áudios da Casa Branca, filme revela apoio dos EUA ao golpe de 64

“O Dia que Durou 21 anos” revela conversas de Kennedy e Lyndon Johnson sobre o Brasil. Embaixador Lincoln Gordon coordenou com governo e CIA ações de desestabilização de Goulart e o envio de força-tarefa naval para ajudar conspiradores
O filme “O Dia que Durou 21 anos”, de Camilo Tavares, revela como os Estados Unidos colaboraram para o golpe militar de 1964, que derrubou o presidente brasileiro João Goulart, com base em documentos sigilosos de arquivos norte-americanos e áudios originais da Casa Branca. O documentário, que será lançado dia 29, apresenta áudios de conversas dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson com assessores sobre o Brasil e mostra como os vizinhos do norte apoiaram os conspiradores, com ações de desestabilização e até militares.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil no início dos anos 1960, o intelectual brasilianista de Harvard Lincoln Gordon, aparece como quase um vilão, com seus alarmantes telegramas para os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson, em que apontava o risco iminente de o Brasil seguir Cuba em direção ao comunismo. “Se o Brasil for perdido, não será outra Cuba, mas outra China, em nosso hemisfério ocidental.” No contexto da Guerra Fria da época, pouco após Cuba se tornar socialista, esse era o pior pesadelo dos americanos.
Em conversa com Kennedy, cujo áudio é reproduzido, Gordon avalia que o presidente brasileiro poderia ser um “ditador populista”, nos moldes do argentino Juan Perón. Em novembro de 1963, Lyndon Johnson afirma que não vai “permitir o estabelecimento de outro governo comunista no hemisfério ocidental”.
EUA bancaram ações de propaganda e desestabilização do governo Goulart

João Goulart ao lado de um de seus algozes, o embaixador Lincoln Gordon

O documentário mostra, então, as ações de propaganda dos EUA, coordenadas por Gordon, para desestabilizar o governo brasileiro. Cita a criação e o financiamento de supostos institutos de pesquisa anti-Goulart, como o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) para bancar “pesquisas” e campanhas de 250 candidatos a deputados, oito a governador e 600 a deputado estadual no País. Além disso, o estímulo de greves e artigos na imprensa contra o governo eram o “feijão com arroz” de “ações encobertas” da CIA (Agência Central de Inteligência) onde pretendia derrubar regimes, como explica o coordenador do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, Peter Kornbluh.
Em telegrama para Washington, Gordon admite: “Estamos tomando medidas complementares para fortalecer as forças de resistência contra Goulart. Ações sigilosas incluem manifestações de rua pró-democracia, para encorajar o sentimento anticomunismo no Congresso, nas Forças Armadas, imprensa e grupos da igreja e no mundo dos negócios.” Entrevistado, o assessor de Gordon na embaixada, Robert Bentley, não nega o financiamento americano, apenas sorri, cala e diz: “Isso era uma polêmica quando cheguei [ao Brasil].”
O filme reitera ainda a importância do adido militar da embaixada Vernon Walters, amigo de oficiais brasileiros desde a 2ª Guerra Mundial, como o general Castelo Branco, que viriam a ser fundamentais na derrubada de Goulart. Cabia a Walters identificar insatisfeitos entre militares. O oficial descreve Castelo Branco, então chefe do Estado-Maior do Exército, como “altamente competente, oficial respeitado, católico devotado e admira papel dos EUA como defensores da liberdade”. Segundo Bentley, “havia muita confiança em Castelo Branco”, o “homem para sanear a situação, do ponto de vista dos interesses americanos”.
Força-tarefa naval para apoiar o golpe pedido de ajuda de militares brasileiros

Força-tarefa naval, com porta-aviões, foi autorizada a ser enviada ao Brasil para apoiar o golpe de 64


Quando a situação esquenta, os EUA concordam em mandar navios de guerra para a costa brasileira, na chamada Operação Brother Sam, com o objetivo de intimidar e dissuadir o governo de resistir ao golpe. O presidente norte-americano autoriza, em áudio, a fazer “tudo o que precisarmos fazer. Vamos pôr nosso pescoço para fora (nos arriscar).”
Um telegrama do Departamento de Estado dos EUA para Gordon descreve as medidas tomadas para “estar em posição de dar assistência no momento adequado a forças anti-Goulart, se decidido que isso seja feito”. A operação Brother Sam incluía enviar “uma força-tarefa naval, com um porta-aviões, quatro destróieres (contratorpedeiros) e navios-tanques para exercícios ostensivos na costa do Brasil”, além de 110 toneladas de munição e outros equipamentos leves, incluindo gás lacrimogêneo, para controle de distúrbios por avião.
Um telegrama “top secret” da CIA, de 30 de março – véspera da eclosão do movimento – mostra como os americanos estavam bem informados e articulados com os conspiradores. No documento intitulado “Planos de Revolucionários em Minas Gerais”, os espiões dizem que “Goulart deve ser removido imediatamente. Os governadores de São Paulo e Minas Gerais chegaram definitivamente a um acordo. A ignição será uma revolta militar liderada pelo general Mourão Filho. As tropas vão marchar para o Rio de Janeiro.”
Documento assinado pelo secretário de Estado dos EUA, Dean Rusk confirma que os golpistas pediram apoio militar aos EUA. “Pela primeira vez, os golpistas brasileiros pediram se a Marinha americana poderia chegar rapidamente à costa sul brasileira.” Para o professor de História da UFRJ Carlos Fico, a retaguarda da Brother Sam foi fundamental para dar segurança aos militares que derrubariam o regime. Apesar dos documentos e de forma pouco convincente, o diplomata Bentley, nega ter ouvido falar na operação.
Newton Cruz: “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão saiu!”

João Goulart, no comício da Central do Brasil, às vésperas de ser deposto

O filme tem ainda momentos engraçados. “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão [general Olympio Mourão Filho, que liderou as tropas de Juiz de Fora em direção ao Rio] saiu!”, ri o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações). A filha do general Mourão Filho, Laurita Mourão, diz que o pai chamou de “covarde” Castelo Branco, o primeiro presidente militar após o movimento, ao ser criticado por suposta precipitação ao mover tropas em direção ao Rio. “Castelo Branco, você é um medroso, é um…” Nas palavras da filha, ele também “foi entregar a Revolução a Costa e Silva [posteriormente também presidente do regime], que estava dormindo, de cuecas.”
Após o sucesso da iniciativa, Gordon escreve aos EUA. “Tenho o enorme prazer de dizer que a eliminação de Goulart representa uma grande vitória para o mundo livre”. Robert Bentley conta que participou, no gabinete vazio de Goulart, de reunião sobre a posse do novo regime em que estava o presidente do Supremo Tribunal Federal. Ao telefone para o embaixador, foi perguntado se a posse do novo regime tinha sido legal, e respondeu: “’Parece que foi legal, não sei dizer’. Acordei 12h depois e [os EUA] tinham reconhecido o governo.”
“Acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo”, disse Lyndon Johnson

Filme estreia dia 29

Poucos dias após o golpe, em um interessante áudio, o presidente Johnson debate com o assessor de Segurança McGeorge Bundy o tom da mensagem para o novo presidente do Brasil.
– Há uma diferença entre Gordon, que quer ser muito caloroso, e nossa visão da Casa Branca, de que o sr. deveria ser um pouco cauteloso, porque estão prendendo um monte de gente.
– Eu acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo. Não vou fazer nenhuma cruzada contra eles, mas eu não quero… Eu gostaria que tivessem colocado alguns na prisão alguns antes que Cuba fosse tomada – responde Johnson.
– Uma mensagem mais rotineira seria desejável neste momento.
– Eu seria um pouco caloroso – diz o presidente.
– É mesmo? Isso vai ser publicado.
– Eu sei, mas eu estou me lixando!, finaliza o presidente.
Juracy Magalhães: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”
O filme avança, mostrando o Ato Institucional nº 1, que cassa os direitos políticos e mandatos de parlamentares e de militares. Um deputado chora sobre a mesa, na Câmara. E lembra, para ilustrar a proximidade do regime militar brasileiro com os EUA, a célebre frase que marcou o militar Juracy Magalhães, embaixador do Brasil em Washington: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”.
Projeto familiar

Kennedy recebe o embaixador no Brasil, Gordon

O documentário é também um projeto familiar e uma homenagem do diretor, Camilo Tavares, ao pai, o jornalista e ativista político Flávio Tavares – um dos 15 presos trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Rio em 1969.
Flávio aparece na famosa foto dos presos (abaixo) diante do avião que os levaria ao exílio, no México – onde o diretor nasceria, em 71 –, e em um flash rápido, em lista de “procurados”, com o nome de Flávio Aristides. É também Flávio Tavares quem faz as entrevistas, ficando frente a frente com ex-adversários, o diplomata Bentley e Jarbas Passarinho, ministro que assinou sua extradição. A mulher de Camilo, Karla Ladeia, é produtora-executiva.
Para o embaixador Elbrick, seu sequestro foi uma tentativa de “constranger os governos brasileiro e norte-americano”. Mas há outros momentos de constrangimento americano no filme. Após aparecer a foto de um homem pendurado em um pau-de-arara, Bentley é questionado sobre as violações a direitos humanos. “É difícil de justificar oficialmente. Mas lamento… lamento (ri), de qualquer maneira.” À época, entretanto, as mensagens internas do governo americano pregavam a discrição. “Embora não busquemos justificar atos extra-legais ou excessos do governo, concluí que nossa melhor decisão é nos aproximarmos ao máximo do silêncio de ouro”, recomenda Gordon.
O filme surpreende ainda com depoimentos inusitados e críticos de protagonistas do regime, como o general Newton Cruz, chefe do SNI. “Quando a Revolução nasceu era para fazer uma arrumação da casa. Ninguém passa 20 anjos para arrumar a casa!”
O filme conclui com uma frase ácida do coordenador do Arquivo de Segurança Nacional, o norte-americano Peter Kornbluh. “Tudo isso foi feito em nome da democracia, supostamente.”

Presos libertados pelo sequestro do embaixador Charles Elbrick, dos EUA. Flávio Tavares, pai do diretor, é o primeiro à direita, agachado

Em tempo: ” historialismo ” nao é História nem Jornalismo – PHA

Filme revela como EUA deram o Golpe de 1964 | Conversa Afiada

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