A Operação Lava Jato começou em março contra lavagem de dinheiro operada por antigo parceiro do PSDB desde os tempos do BANESTADO, Alberto Youssef. Em determinado momento das eleições, com a delação premiada em andamento, fizeram vazar que Álvaro Dias e Sérgio Guerra também teriam sido abastecidos pelo esquema. Como se trata de políticos do PSDB, a notícia passou batida. Talvez porque se tratava de preparar a capa da Veja que viria na véspera do segundo turno das eleições…
Tudo muito nebuloso? Nebuloso nada. Jogada ensaiada, com a internação de Youssef na véspera para preparar a capa da Veja com o “eles sabiam de tudo” era a explicação que faltava para entender do inxerto de um morto do PSDB.
Os delegados da Operação Lava Jato e dublês de cabos eleitorais de Aécio Neves ainda precisam provar se são ou não apenas instrumentos golpistas de um Álvaro Dias, de um Aécio Neves ou de um FHC. Terão pela frente a chance de mostrar que a prisão dos grandes empresários não é mais uma jogada ensaiada para servir de álibi para as verdadeiras intenções golpistas.
Será que a prisão dos empresários serviria apenas para criar uma aura de legitimidade, de modo que a próxima tacada viria escudada por esta de agora, com vistas a alcançar um objetivo caro à cúpula do PSDB, o golpe?!
O que não podemos esquecer é que desde o momento em que FHC passou a faixa para o Lula há uma frustração muito grande na direita brasileira. FHC pensava igual Janio Quadros (para quem perdeu as eleições paulistanas e sofreu o vexame da cadeira desinfetada), que Lula seria um péssimo presidente a ponto de achar que voltaria ao Planalto nos braços do povo. Quando viu que as coisas não eram bem assim, o Instituto Millenium criou o clima para que Lula sofresse impeachment. FHC deu uma declaração em 2005 que traduz muito bem o tamanho de seu caráter: “se Lula for retirado do poder, assume o Vice, José Alencar, então vamos deixá-lo sangrando e assim ganharemos fácil em 2006”.
Mas Lula deu a volta por cima e se reelegeu apesar das idênticas tentativas de golpe naquela reeleição como às de agora, com Dilma. O famoso caso dos aloprados montados pelo núcleo do José Serra na Polícia Federal, com o famoso delegado Bruno estrelando o golpe, levou aquelas eleições de 2006 ao segundo turno. A única punição ao vazador das fotos vazadas à Globo, Delegado Bruno, foi uma suspensão de 9 dias.
O Mote Golpista

O que está acontecendo agora não é nada diferente do que já houve antes em vários momentos destes país. Pelo menos desde Getúlio há um projeto de golpe muito bem sintetizado por Lacerda, que a direita traz à tona toda vez que perde uma eleição. José Aníbal foi quem se encarregou de ressuscitar o lema de sempre dos dos golpistas sem votos. Neste momento eles estão no estágio do “se eleito, não pode tomar posse”. Ainda terão pela frente ainda o “se tomar posse, não pode governar”, como, aliás, fizeram todo o tempo. Basta lembrar que os mesmos que aprovaram a CPMF durante o governo FHC foram os mesmos que acabaram com a CPMF no governo LULA…
No estágio atual dos eventos relacionados ao golpe em andamento o que chama mais a atenção é total ausência de acusações aos executivos da maiores empresas brasileiras presos. Não há uma linha de acusação em relação às 9 empreiteiras: Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Engevix e Iesa. OAS, Odebrecht. Até parece que foram petistas e não executivos de grandes empresas os presos pela Operação Lava Jato…
Por que nestas horas não pedem pena de morte aos empresários presos?
Ouvi de um jornalista esportivo, Farid Germano Filho, de famosa famiglia envolvida no Escândalo do Detran Gaúcho, acusações ensandecidas contra Dilma simplesmente porque durante a operação de prisão dos principais dirigentes da empresas ela estava na Austrália participando do G20. Como se Dilma e não os agentes da Polícia Federal tem autoridade para prender.
Não disse nenhuma palavra, por exemplo, em relação à OAS, com quem o time e de sua famiglia fez a ARENA, e que está sendo acusada no desvio de dinheiro em esquema montado na Petrobrás. Os veículos de comunicação da velha mídia ainda não assimilaram a derrota e, por isso, não desceram do palanque. Por que será que não há uma única linha na velha imprensa pedindo severas punições a estes grupos empresariais. Simplesmente porque são elas que os finanCIAm! Por que Farid Germano Filho não falou nos executivos das maiores empreiteiras do Brasil presos por corrupção. Claro, por diversionismo, prefere atacar Dilma do que defender seus corruptos, simplesmente porque Dilma não fará nada contra ele, enquanto as empresas poderiam cortar financiamento eleitoral à famglia Germano ou ao Grupo Pampa, dona d’O Sul, TV Pampa e Rádio Grenal, dentre outras. Farid pode ser mau caráter, mas burro ele não é…
Duas imagens que não cabem no cérebro de um Germano, seja pai, filho ou bastardo:

A Odebrecht e a Queiróz Galvão, por exemplo, estão envolvidas no tremsalão também conhecido propinoduto tucano nos trens em São Paulo. Engraçado como as coisas que envolvem os tucanos andam mais devagar que a perfuração dos túneis, graças à parceria com gente como Rodrigo de Grandis. Mesmo que as justiças da Alemanha e Suíça tenham condenados respectivamente Siemens e Alstom, no Brasil o PSDB sofre de liberdade. Até parece que os ataques ao PT se deve única e exclusivamente para eliminar a concorrência, jamais eliminar a corrupção.
Gilmar Mendes tem parte na culpa dos corruptores
Para eliminar os principais focos de corrupção envolvendo as empreiteiras há, primeiro, que se mudar a cultura que impera no STF. Quando no STF a votação estava 6 x 1 a favor do financiamento público das eleições, Gilmar Mendes pediu vistas e até agora não tirou o traseiro de cima. É compreensível. Como líder do PSDB no STF, o que o PSDB pensa, Gilmar executa. Roberto Requião cobrou de Gilmar Mendes o retorno ao Plenário do STF para que concluísse a ação a tempo de influenciar nas eleições de 2014, mas o representante do PSDB no STF entendeu por bem que esta seria a grande chance de seu partido retornar ao Planalto. Deu no que deu, mas o PSDB não se desistiu. Por isso o tapetão, para o PSDB, é sua última e única chance de retornar ao poder. Quando ao nível de Gilmar Mendes basta dizer que chamou o TSE de Tribunal Nazista, e seus colegas de STF (Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Barroso e Teori Zavascki) de bolivarianos). Nada mal para um jagunço de Diamantino.
Vamos lembrar que as principais iniciativas para que se diminua o nível de corrupção partiram do Governo Federal. Contrariamente ao tempo de FHC, não mais se engaveta ou se impede a Polícia Federal de atuar. Graças à Lei nº. 12.846 sancionada pela Dilma em 2013 e que começou a vigorar a partir de janeiro deste ano. Esta lei define melhor os corruptores, pessoas físicas ou jurídicas. A nova lei permite aplicar aos sócios e executivos das empresas multas que variam de 0,1% a 20% sobre o faturamento, podendo inclusive resultar na extinção da empresa, vindas a figurar no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP).
Se Gilmar Mendes não tivesse sentado num processo já decidido, com o único intuito de tirar uma carta na manga para tentar reverter um escorre irreversível, um dos principais caminhos para acabar com a corrupção já estaria em andamento. A quem não interessa funcionamento público senão àqueles que são movidos pelos interesses das grandes empresas. Hoje o Congresso é escolhido pelos que mais recebem dinheiro privado para a campanha.
Financiamento Privado das Campanhas
Vou pegar dois casos, Eduardo Cunha, no Rio de Janeiro, e Beto Albuquerque no RS.
Eduardo Cunha é o representante da grandes empresas de telecomunicações, aos quais se aliou para tentar derrotar o marco civil da Internet. Matéria da Carta Capital de março dava conta que “Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, e apontado como o mais ferrenho defensor dos interesses das empresas de Telefonia nessa questão”. Na edição de ontem, 15/11/2014, a Carta Capital atualiza e dá sentido à informação de março: “Líder do PMDB e candidato a presidente da Câmara gastou 6,4 milhões de reais para reeleger-se. Empresas de setores defendidos por ele estão entre principais financiadores”. Como defender o interesse público se o político é financiado pelo interesse privado?! E o que é pior, com poderes suficiente para disputar a presidência do Congresso…. Elucidativo, não?!
Beto Albuquerque foi financiado pelo agronegócio e por isso defendeu a liberação dos transgênicos. Mas isso só se tornou público graças à sua participação como vice da Marina Silva. Coube à Folha o papel de revelar a relação do socialista com os transgênicos. Ao financiamento cabe a reciprocidade no Congresso.
Houvesse o financiamento público, este tipo de relação direta entre financiador e financiado deixaria de existir e nem por isso haveria mais prejuízo aos cofres públicos.
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