Ficha Corrida

31/08/2014

Quem come PIB?

 

Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição!

Gilberto . – dom, 31/08/2014 – 09:12 – Por Gilberto

O artigo é de alguns meses atrás, mas nunca é tarde para voltar a usar a razão…

Com mais razão ainda, no dia em que a verdade começa a se restabelecer.

De O Globo de 25/03/2014

Maria da Conceição Tavares: ‘Ninguém come PIB, come alimentos’

Mesmo com o atual crescimento baixo, desemprego e renda não pioraram, diz economista

Por Cássia Almeida

Quais foram os erros da política econômica do regime militar?

O erro foi um modelo que persegue o crescimento a qualquer custo, à custa da classe trabalhadora, do bem-estar social, coisa criminosa. Foi uma maravilha crescer, mas cresceu aleijado, não é ideia muito boa. É melhor não crescer muito e não aleijar. Não fazer da maneira desvairada, agressiva como fizeram. Com crédito ao consumo, ao consumo de luxo das classe altas, houve perda salarial fortíssima.

O que ficou de herança da política daquela época?

Sobrou uma industrialização mais branda. As décadas de 80 e 90 foram muito ruins. Em 90, com neoliberalismo, vivemos um período de desindustrialização. Só voltamos a crescer com Lula, mas não no mesmo patamar, mas com um programa de distribuição de renda, com salário mínimo subindo acima da média, previdência, Bolsa Família, uma porção de políticas sociais para combater a pobreza, para melhorar a distribuição. E melhorou. O Coeficiente de Gini (indicador de concentração de renda) voltou aos níveis dos anos 60. Nesse sentido não é um modelo só desenvolvimentista, é um modelo social. Uma tentativa de fazer tardiamente um modelo de estado de bem-estar social.

A concentração de renda aumentou durante o regime…

O grosso do aumento da concentração foi no regime militar. Mas é claro que a crise da dívida externa nos anos 80 e o baixíssimo crescimento e o neoliberalismo dos anos 90 não ajudaram nada. Continuou concentrando. O regime concentrava com crescimento, o emprego crescia. Nas décadas de 80 e 90, não. Teve aumento do desemprego, coisa que agora também não tem. Além de política de salário, tem uma política de emprego.

Há críticas que a política industrial atual seria semelhante à do regime?

Não se assemelha em nada. Era um período de industrialização pesada, forte. Não estamos num período de industrialização pesada. Estamos investindo em infraestrutura basicamente.

E a escolha de campeões nacionais? Está dando certo?

Não acho uma maravilha de ideia. Muito praticada na Coreia, no Sudeste da Ásia. Não tenho certeza se está dando certo. Uma coisa é falar, outra coisa é provar. Se ocorreu, não tenho dado nenhum para afirmar. A oposição tem que pesquisar e botar os números. Fica tudo no gogó. De qualquer maneira, é uma concentração de capital, sem dúvida.

Com a crise de 2008, o neoliberalismo sofreu um golpe, não?

O que aplicaram foi um modelo ultraliberal. Não acho que o neoliberalismo esteja morto. Estou sempre na defensiva nesse particular. Os porta-vozes estão aí, cada vez falam mais alto.

O Brasil cresce pouco…

A crise (global de 2008) bateu aqui em 2009. Em 2010 o crescimento já tinha retomado, mais instável e mais brando. O crescimento não está essa Brastemp, mas não piorou o emprego, nem a distribuição de renda, o que para mim é o essencial. Ninguém come PIB, come alimentos.

Há analistas que chegaram a defender mais desemprego para combater a inflação…

Imagina, é um absurdo! O governo está combatendo a inflação da melhor forma que pode. Aumentar o desemprego para combater a inflação… Vou te contar, é pior que o Fundo Monetário. Não leio mais economia para não me aborrecer. É um festival de besteira. Não acho que inflação passe da meta. Não vejo pressão inflacionária, a não ser que tenha uma grande desvalorização. Mas não creio. O difícil é saber o que vai acontecer com a economia mundial, que sempre dá reflexo aqui. Não dá para ser ultraotimista, nem ultrapessimista. Estou moderadamente otimista.

Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição! | GGN

28/06/2014

Fazendo de conta dos economistas do apocalipse

Filed under: Economia,Empreguismo,Luiz Carlos Mendonça de Barros — Gilmar Crestani @ 9:40 am
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PSDB tecnicasHá um raciocínio que não bate com o dos economistas do PSDB, até porque me parece lógico que quanto mais empregos forem criados, menor é a taxa de desemprego. E, a cada novo emprego criado, diminui uma unidade da necessidade. Assim, ó. O crescimento dos empregados é inversamente proporcional ao número de desempregados, de tal modo que a tendência, em se mantendo a continuidade do emprego, é… zerar.

Ora, é evidente que quanto mais próximo de zero desempregados, menor é taxa de emprego.  O que talvez o ex-ministro da época da maior taxa de desemprego que este país já teve não se dá conta é que haveria de termos uma hecatombe econômica para regredirmos ao nível de desemprego da era FHC. As viúvas de FHC não se cansam de previsões alarmistas, por que a ressurreição deles depende de uma catástrofe econômica.

Xô, urubus!

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

Brasil: um ajuste clássico

Menos consumo –privado e do governo–, menos crédito e menos euforia são remédios inevitáveis

Os dados econômicos mais recentes mostram que o ajuste pelo qual passa a economia brasileira continua sua marcha inexorável na direção de uma economia próxima da recessão. Mesmo o mercado de trabalho, que vinha resistindo à desaceleração econômica, começou a vergar-se sob o peso da queda do consumo e da confiança dos agentes econômicos –empresas e consumidores– no futuro.

Em maio, as estatísticas do Caged, que consolidam as admissões e as demissões dos brasileiros com carteira de trabalho assinada, pela primeira vez em muitos anos apontam uma destruição de empregos formais, quando corrigidas pelo fator sazonal usado pela Quest Investimentos para o mês.

Para que o leitor da Folha tenha uma ideia mais clara da desaceleração ocorrida no mercado formal do trabalho no período do governo Dilma, criei a tabela ao lado que mostra, para cada ano, a criação de vagas acumuladas em 12 meses.

No restante do ano esta tendência de acomodação em vários setores da economia deverá agravar-se, pois o humor dos principais agentes econômicos tende a continuar em baixa. A proximidade das eleições, em um ambiente de forte competição, adicionará doses de precaução em grande parte das empresas, fazendo com que posterguem para 2015 as principais decisões de investimento.

O leitor da Folha já conhece a minha opinião sobre este período tão fraco da atividade econômica: vivemos os movimentos iniciais de ajuste clássico de uma economia de mercado, depois que um longo período de crescimento e mudanças estruturais importantes criaram desequilíbrios de oferta e demanda. De certa forma o governo Dilma foi vítima da euforia pré-eleitoral de 2009 e de 2010, quando a cautela e o bom senso já indicavam a necessidade de um freio na euforia do consumo e dos gastos do governo.

Os problemas que vivemos hoje foram agravados pela demora em reconhecer este ajuste cíclico e pela utilização de estímulos econômicos em desalinho com o caminho natural para evitar maiores dificuldades nesta situação: menos consumo –privado e do governo–, menos crédito e menos euforia na sociedade são remédios inevitáveis.

E, como nos ensina a história, a parcela do setor privado que também deixou a euforia das vendas sempre crescentes contaminar seu planejamento dos negócios vai viver um período de extremas dificuldades. Juros nas alturas e vendas em baixas não deixarão de cobrar um elevado preço para algumas empresas. O melhor exemplo desta armadilha está no setor de automóveis, depois de um longo período de euforia e novos investimentos.

Em poucos anos passamos de um mercado de menos de 2 milhões de veículos para outro de 3,5 milhões, com vendas turbinadas por um crescimento de renda de mais 4% ao ano e do crédito ao consumo que dobrou neste mesmo período.

Vamos agora viver um final de década com taxas bem mais modestas de expansão do mercado e pela necessidade de diminuir os níveis físicos de produção. Uma experiência catalogada por Joseph Schumpeter, economista austríaco da primeira metade do século passado, como um processo de destruição criativa. No final de um curto período, a indústria terá menor capacidade de produção, mas com índices de eficiência e qualidade maiores dos verificados na última década.

Outros setores vão passar pelo mesmo processo de ajuste, com resultados semelhantes ao do setor de veículos. O setor sucroalcooleiro deve ser um deles e vai viver de forma intensa o fenômeno da destruição criativa. Mas aqui a motivação criada por uma certa euforia nos anos Lula terá um efeito menor do que o da política de preços dos combustíveis operada pela Petrobras.

lcmb2@terra.com.br

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 71, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso). Escreve às sextas-feiras, a cada 14 dias, nesta coluna.

22/12/2013

O STF é traz parente!

Filed under: Empreguismo,Meretrizmo,Nepotismo,STF — Gilmar Crestani @ 9:42 pm
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E viva o rufião da moral alheia!

STF tem 269 funcionários por gabinete. Mais do dobro do Senado

Sempre alvo de denuncismo no noticiário – muitas vezes merecido – o Congresso Nacional foi constantemente criticado como se fosse o poder mais perdulário nos gastos públicos. Principalmente o Senado por ter apenas 81 senadores, enquanto a Câmara possui 513 deputados. Pois não é que o Supremo Tribunal Federal (STF) deixa o Senado no chinelo!

O STF tem 269 funcionário por ministro, enquanto no Senado a relação é de 105 funcionários por senador. Os números, obtidos nos portais da transparência, incluem concursados, comissionados e terceirizados.

Com apenas 11 ministros, o STF tem 1086 funcionários efetivos (concursados), 576 comissionados (nomeados sem concurso), e cerca de 1297 terceirizados. Todos os números chamam atenção pela excesso, mas em especial os 576 comissionados, em um órgão de natureza técnica, com os ministros tendo cargos vitalícios. Para quê tantos cargos escolhidos a dedo, sem concurso? Vá lá que cada ministro leve 2 ou 3 assessores de sua estrita confiança. Mais do que isso, deveriam utilizarem-se dos recursos humanos concursados à disposição.

Além do elevado número de funcionários, a Corte inflou o número de beneficiários do plano de saúde STF-Med, segundo reportagem  de um jornal carioca publicada no domingo (15), — e que não foi propagado pela grande imprensa. Informou ao Ministério do Planejamento, para efeito de repasse de verbas, haver entre 6,1 mil e 6,7 mil servidores e dependentes nos últimos três anos, quando o número real era 4,2 mil beneficiários. O erro onerou indevidamente o tesouro nacional em R$ 5,6 milhões por ano, acima do valor que deveria ser repassado.

Outra notícia envolvendo o STF  que também não teve repercussão na imprensa, foi o fato de o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinar  ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) que restabeleça a remuneração completa do desembargador Arthur Del Guércio Filho, afastado das funções desde 3 de abril por suspeita de corrupção e alvo de procedimento disciplinar.

Del Guércio está sob investigação da Polícia Federal, por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A apuração mostra que era hábito do magistrado enviar torpedos por celular para advogados solicitando quantias em dinheiro, até R$ 35 mil na maioria das incursões. "Tudo a sugerir um verdadeiro padrão de comportamento desbordante da mais comezinha postura expectável de um magistrado", recriminou o presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori, quando foi aberto o procedimento disciplinar, há 8 meses. Para Joaquim Barbosa, "a irresignação (de Del Guércio) merece acolhida".

Os Amigos do Presidente Lula

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