A abertura das embaixadas dos EUA e Cuba mostram que o mundo evoluiu, menos a manada da direita brasileira que continua sendo amestrada pela Rede Globo. Não é sem motivo que enquanto os dois arqui-inimigos baixam as armas a direita brasileira levanta a bandeira do golpismo.
A involução da espécie homo brasiliensis pode ser medida pela desproporção com que congressistas, do tipo Eduardo CUnha, Feliciano e Malafaia dedicam ao nosso cu em comparação com a modernidade do país. Só Freud pode explicar esta fixação da direita hidrófoba, homofóbica e do vai pra CUba e nos destinos dos cus dos brasileiros.
Agora que Cuba deixou de servir de álibi golpista aos EUA uma pergunta aos coxinhas: quantos tempo os EUA sobreviveriam a um bloqueio econômico? Resposta, o mesmo tempo que um vampiro sobrevive sem o sangue de suas vítimas.
Se Cuba não mudou o que mudou? Os EUA. Então Cuba estava certa e os EUA, errados. Se os EUA estavam errados, não caberia um indenização por tantos anos de bloqueio econômico?
E os países capachos que apoiaram um erro?
É nisso que dá países ventríloquos, da diplomacia dos pés descalços, como o foi o de FHC.
Com festa, EUA e Cuba reabrem embaixadas
Chanceleres celebram distensão após 54 anos, mas ressaltam diferenças entre países em discursos em Washington
Cubano pede fim de embargo; mojitos, protestos, palmas e gritos de ‘Viva Fidel’ se misturam em cerimônia
MARCELO NINIODE WASHINGTON
Entre vivas e protestos, a bandeira de Cuba voltou a tremular em sua embaixada nos EUA nesta segunda (20), mais de meio século após o rompimento entre os países. A reabertura da representação cubana em Washington, no mesmo imponente casarão onde funcionou até 1961, sela o histórico restabelecimento das relações diplomáticas, anunciado em dezembro.
"Eu não podia morrer sem ver isso", exultava o aposentado cubano Eloy Hernández, 88, que vive há 37 anos nos EUA. Sentado em uma cadeira dobrável sob um sol escaldante, ele mal escondia a emoção de viver um momento pelo qual esperou 54 anos.
"Nada é para sempre e um dia as coisas tinham que mudar. Espero que mudem para melhor também em Cuba."
Aliviando a ansiedade de Hernández e de dezenas de outros cubanos que foram ao local, a cerimônia começou com apenas seis minutos de atraso. Às 10h36 (11h36 de Brasília), a bandeira cubana foi hasteada no local pela primeira vez em 54 anos, sob aplausos e gritos de "Viva Fidel" da delegação cubana.
Com a reaproximação, a mansão no centro de Washington que funcionava como Escritório de Interesses cubanos volta a ser a Embaixada de Cuba nos EUA.
PROTESTOS
A rápida cerimônia arrancou aplausos também de cidadãos cubanos que não simpatizam com o regime socialista dos irmãos Castro.
"Viva Cuba"!, gritou a assistente de enfermagem Fanny Tromp, 65, há mais de duas décadas nos EUA. "Minha esperança é que isso acelere as reformas em Cuba, para o bem do povo. Mas não creio numa mudança de regime", disse, torcendo o nariz.
Entre as dezenas de pessoas que foram testemunhar o momento histórico, a maioria era a favor da reaproximação. Mas também houve protestos. No mais dramático, um homem se encharcou de tinta vermelha simbolizando "o sangue derramado pela ditadura castrista". Outros pediam com cartazes a libertação de prisioneiros políticos.
Apesar do clima de celebração, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, foi duro em seu discurso. Criticou o embargo dos EUA e exortou o presidente Barack Obama a usar o poder Executivo para removê-lo: "Os eventos históricos que vivemos só terão sentido com a retirada do bloqueio econômico, comercial e financeiro que tantos danos e privação causa a nosso povo".
Entre os 500 convidados havia celebridades, como o cantor cubano Silvio Rodriguez e o ator americano Danny Glover, além de diplomatas e políticos. A festa foi brindada com mojitos servidos no bar Ernest Hemingway, no segundo andar da embaixada.
Pouco depois, ao lado de Rodríguez, foi a vez de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, lembrar as "profundas diferenças" que persistem, citando temas como direitos humanos e a aplicação da lei internacional. Mas defendeu o diálogo para enterrar a hostilidade.
"Este marco histórico não significa o fim das diferenças que separam nossos governos, mas reflete a realidade de que a Guerra Fria terminou há muito tempo, e que os interesses dos dois países são mais bem servidos com engajamento que com distância", disse Kerry.