Ficha Corrida

24/01/2015

Pior ano petista(2014) foi melhor que o melhor ano do PSDB (2002)

DesempregooPara constatar isso bastaria saber fazer comparação.  Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem, foram criados 396.993 postos de trabalho formais em 2014. Mesmo tendo sido o pior ano, criou. E se levarmos em conta que ainda assim vivemos com taxa de pleno emprego (4,6% de desemprego), mesmo que não crie mais nenhum, a estabilidade projetada para 6% continua sendo a mais baixa taxa de desemprego da história.

Considerando a crise que assola dos demais países, notadamente da zona do Euro, não há do que reclamar. Na Espanha, mesmo com a melhora em 2014, o desemprego continua em torno de 26%.

Não há como não notar que a situações do desemprego cresce em São Paulo em virtude do fechamento de empresas por falta d’água. Neste caso não há tom pejorativo. A migração de empresas de São Paulo para outros locais tem grande participação no baixo crescimento.

Há um parâmetro para se ler a ênfase no “pior” da Folha. Se pegarmos um litro e completarmos de 600 ml para 900 ml (de 2002 a 2013) verifica-se que colocar apenas 1 ml é pouco, “pior”, mais ainda será 901 ml. Muito distante dos 600 ml…

Segundo dados obtidos via RAIS, nos anos de 1994/2002 foram criados 5 milhões, já nos anos 2003/2013 foram criados 20,4 milhões de empregos.

Para bom entendedor, os subtítulos da matéria da Folha são suficientemente claros: as contas externas por pior que tenha sido também foi melhor que melhor ano de FHC, em 2001. Da mesma forma o desemprego, o pior ano de Dilma foi melhor que o melhor ano de FHC, em 2002.

O tom negativista, o torcidômetro dos fracassomaníacos é autoexplicativo.

 

Geração de empregos em
2014 foi a pior dos anos PT

Governo também registrou o maior deficit nas contas externas desde 2001

Criação de vaga formal é a menor na era PT

Com demissões da indústria e na construção, mercado de trabalho tem pior ano de geração de emprego desde 2002

Economia não tem mais fôlego para manter um ritmo aquecido de geração de emprego, diz ministro do Trabalho

DE BRASÍLIA

O mercado de trabalho brasileiro teve em 2014 o pior ano de criação de vagas formais nos anos de PT no comando do Palácio do Planalto, iniciado em 2003 com a posse de Luiz Inácio Lula de Silva.

Refletindo a desaceleração da economia, as contratações de trabalhadores com carteira assinada superaram as demissões em 396,9 mil vagas, um terço do dado de 2013 e o pior resultado desde 2002, o início da atual série histórica.

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

As demissões na indústria e na construção civil foram as principais responsáveis pelo fraco desempenho do mercado de trabalho em 2014.

Em sua última previsão, em meados de dezembro, o governo esperava fechar 2014 com 700 mil vagas de trabalho criadas no ano.

No entanto, as demissões do último mês de 2014, que tradicionalmente é marcado pelo fechamento de postos criados para atender a demanda de fim de ano, excederam o esperado –foram 555,5 mil vagas fechados.

Foi o pior dezembro desde 2008, quando foram fechadas 654,9 mil vagas extintas.

O ministro Manoel Dias (Trabalho) afirmou que o mercado de trabalho, com índice de desemprego baixo, não tem mais fôlego para manter um ritmo aquecido de geração de emprego.

Com as incertezas da economia no ano passado, com Copa do Mundo, eleição e a Operação Lava Jato, muita gente adiou investimentos, o que teve impacto na geração de empregos, afirmou.

Dias não fez previsões para 2015. Afirmou que será preciso acompanhar os impactos dos ajustes fiscais que estão sendo adotados pelo governo para arrumar as contas públicas. Mesmo assim, ele afirma que haverá aumento no emprego formal neste ano.

SETORES

Os setores que sustentaram a criação de vagas em 2014 foram os de serviços (476,1 mil postos) e comércio (108,8 mil postos).

Na indústria, 163,8 mil vagas foram fechadas em 2014. No ano anterior, a indústria havia ampliado em 122,8 mil vagas força de trabalho.

O setor de material de transporte, afetado pela crise global e pela retração na demanda de importantes compradores, como Argentina, registrou a maior perda, com 41,4 mil postos fechados.

As indústrias metalúrgica e mecânica, que compõem a cadeia automobilística, demitiram 29,9 mil e 18,5 mil trabalhadores, respectivamente.

A indústria automotiva teve queda de 15% na produção em 2014, consequência dos problemas da economia brasileira, com aperto do crédito, e da crise argentina.

TAXA DE DESEMPREGO

Apesar da menor geração de vagas no ano, a taxa de desemprego de novembro (dado mais recente de seis regiões metropolitanas) permaneceu baixa: 4,8%.

A expectativa de analistas, porém, é que ela suba neste ano, chegando a 6%, refletindo o PIB fraco.

    23/12/2014

    Brasil quebrado e dólar alto dá nisso

    piguentosA manipulação dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium é escandalosa. É claro que o Brasil não vive o melhor dos mundos, que há muito que melhorar, que a corrupção continua escandalosamente grande. Mas é também verdade que há avanços evidentes na qualidade de vida, no combate à corrupção, no fortalecimento das instituições. Só há algo que não muda. O comportamento golpista da velha mídia. Não é sintomático que tenham sido exatamente as cinco irmãs que tenham dado suporte à ditadura que agora  combatem diuturnamente qualquer avanço social?!

    O exemplo paradigmático do quanto a melhoria econômica dos menos privilegiados prova ojeriza aos privilegiados de sempre foi dado por Danusa Leão, ex-articulista da Folha: “Ir a Nova York já teve sua graça, mas, agora, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça?” Ou daquele comentário do funcionário da RBS, Luis Carlos Prates, atacando a facilidade com que os pobres agora podem adquirir carro… O ódio de classe, o fascismo golpista tem raízes plantadas bem fundas pela velha mídia.

    Os mesmos que mamam nas tetas públicas mas agridem qualquer chance de que outros mais necessitados possam também ser atendidos pelo Estado. Como na corrupção, a velha mídia não combate a corrupção, apenas combate a concorrência.

    Não fosse assim dariam o mesmo tratamento aos casos de corrupção envolvendo administrações do PT, PMDB, PSDB, DEM.

    MERCADO ABERTO

    MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

    Fluxo na TAM para o Natal sobe 10% ante 2013

    O movimento no embarque internacional de Guarulhos, em São Paulo, cresceu 22% em voos da TAM no período de 16 até a segunda-feira, 22 de dezembro, em comparação à média observada no início deste mês.

    Foram cerca de 6.000 passageiros por dia nos voos internacionais da companhia, que é responsável por boa parte das decolagens do aeroporto, considerado seu principal "hub".

    A média diária registrada entre os dias 4 e 10 de dezembro foi de pouco menos de 5.000 passageiros por dia.

    Na comparação com o período próximo ao Natal no ano passado, o aumento foi de 10% no volume de passageiros que viajaram.

    Ao longo dos dias restantes no período das festas, a demanda fica menos concentrada, segundo Claudia Sender, CEO da TAM.

    A executiva afirma não ter observado cancelamentos em razão da alta do dólar. "Pessoas que procuram passagens no último momento apareceram menos", diz. "O mais complicado para o setor não é o aumento da taxa de câmbio, e sim a variação muito forte da moeda americana." A volatilidade deixa o passageiro inseguro para viajar.

    "Se o turista sabe que o dólar está alto, ele se organiza, fica em hotel mais barato."

    Dos embarques no período, cerca de 40% são de menores de 18 anos, o que dificulta as partidas, afirma.

    07/11/2014

    Brasil quebrado da mídia satisfaz o apetite estrangeiro

    Filed under: Brasil,Economia,Manipulação — Gilmar Crestani @ 8:59 am
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    Brasil sil silCresce apetite de estrangeiros pelo Brasil

    Advent, megagestora de ‘private equity’, capta US$ 2,1 bi para investir na América Latina; 60% devem vir para o país

    Gavea levanta US$ 1 bi, e Carlyle, US$ 200 mi; atraídos por alto retorno, investidores apostam no longo prazo

    RAQUEL LANDIM, DE SÃO PAULO, para a FOLHA

    Com as empresas brasileiras em dificuldades por causa da estagnação econômica e com o real mais desvalorizado, o apetite dos estrangeiros por ativos brasileiros nunca esteve tão alto.

    A Advent, uma das maiores gestoras de fundos de "private equity", obteve US$ 2,1 bilhões no exterior para comprar empresas na América Latina. É o maior fundo desse tipo já formado para aplicar na região e 60% do dinheiro deve vir para o Brasil.

    Os fundos de "private equity" apostam em empresas em dificuldades, adquirindo participação e/ou fomentando fusões. Eles interferem na gestão das companhias e, alguns anos depois, vendem sua fatia para um sócio estratégico ou na Bolsa de Valores.

    Outros gestores também captaram volumes signifi- cativos de recursos recentemente. A Gavea Investimentos e o americano Carlyle conseguiram levantar, respectivamente, US$ 1 bilhão e US$ 200 milhões.

    Os fundos de "private equity" vão ganhar espaço no Brasil porque as empresas hoje têm menos alternativas de financiamento. O crédito bancário mingou, e as ações estão em queda na Bolsa.

    As empresas também estão precisando de recursos, porque viram seus lucros diminuir, e suas dívidas, aumentar. Nessa situação, os ativos ficam mais baratos.

    De acordo com Patrice Etlin, principal sócio da Advent no Brasil, o fundo foi fechado em apenas seis meses e acabou deixando de fora muitos investidores que queriam aplicar recursos.

    Mais da metade desse capital veio dos Estados Unidos (48%). O restante ficou dividido entre Europa (21%), Oriente Médio (12%), Ásia (12%) e América Latina (7%).

    "Apesar das incertezas provocadas pelas eleições no Brasil, a demanda foi forte, porque a visão desses investidores é de longo prazo. Muitos são fundos de pensão e apostam no futuro do país nas próximas décadas", diz.

    LUCROS EXPRESSIVOS

    Os lucros expressivos também são um chamariz para o investidor. Segundo levantamento do GVCepe (Centro de Estudos de Private Equity da Fundação Getulio Vargas), o retorno médio dos fundos de "private equity" é de 17,1% ao ano no Brasil.

    O estudo também aponta que, em 86% dos casos, os fundos formados entre 2010 e 2012 venderam sua participação nas empresas por 3,4 vezes mais do que o valor que pagaram inicialmente.

    "Essas taxas são quase duas vezes superiores aos melhores retornos dos fundos nos EUA", disse Cláudio Furtado, diretor do GVCepe.

    A Advent, por exemplo, gastou R$ 580 milhões na compra da Cetip (registro de títulos) e da Kroton (educação). Depois de quatro anos, vendeu sua fatia nesses negócios por R$ 5,8 bilhões.

    24/10/2014

    Desemprego em baixa, Brasil em alta

    Filed under: Desemprego,Desespero da Veja,Economia — Gilmar Crestani @ 9:21 am
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    DesempregooSem contar com o baixo desemprego, a Folha traz outra informação, talvez até mais importante: “Parte dessas pessoas são jovens que, com a melhora do nível da renda dos chefes de família, postergam a entrada no mercado de trabalho para estudar por mais tempo.” Como então dizer que o Brasil ficou pior e que a inflação corroeu os salários? O Brasil não está quebrado, a inflação galopante e o futuro incerto?

    A informação se torna ainda mais relevante se nos compararmos com os países da Europa, como Espanha, Portugal, França, Itália, Grécia e até a Alemanha. Comparar que o desastre que foi FHC neste tema seria até covardia. Quem sobreviveu sabe.

    Desemprego cai para 4,9% em setembro

    Aumenta, porém, para 19,1 milhões o número de pessoas em idade ativa que deixam de procurar trabalho

    Rendimento médio real do trabalhador em setembro foi de R$ 2.067,10, com alta de 0,1% sobre o de agosto

    LUCAS VETTORAZZODO RIO

    A taxa de desemprego no Brasil em setembro ficou em 4,9%, no seu menor nível para o mês desde 2002, segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) divulgada nesta quinta (23) pelo IBGE.

    A taxa de desocupação teve queda tanto em relação à de agosto passado (5%) e quanto sobre a verificada em setembro de 2013 (5,4%).

    Por outro lado, o número de ocupados teve uma leve queda de 0,2% ante agosto e ficou em 23,10 milhões de pessoas no país em setembro –o IBGE considera a variação como estabilidade.

    Em relação a setembro do ano passado, quando a população ocupada esteve em 23,13 milhões, a queda do pessoal ocupado foi de 0,4%.

    A PME verifica seis regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

    De acordo com analistas ouvidos pela Folha, em um cenário normal, o recuo, ainda que pequeno, na criação de vagas teria reflexo no aumento da taxa de desemprego. A taxa de desocupação só não avançou porque aumentou o número de pessoas que não estão trabalhando, mas também não estão procurando emprego.

    Quando o desempregado para de procurar emprego, ele deixa o índice de desocupação e entra na chamada Pnea (População Não Economicamente Ativa). Esse contingente aumentou em setembro e atingiu 19,1 milhões de pessoas.

    Na passagem de agosto para setembro, 133 mil pessoas entraram nessa condição, uma alta de 0,7%.

    Na comparação com setembro de 2013, a alta foi de 3,7%, com 690 mil novas pessoas nessa situação.

    Parte dessas pessoas são jovens que, com a melhora do nível da renda dos chefes de família, postergam a entrada no mercado de trabalho para estudar por mais tempo.

    RENDIMENTOS

    O rendimento médio real do trabalhador em setembro foi de R$ 2.067,10 –0,1% mais alto ante agosto e 1,5% diante de setembro de 2013.

    "O crescimento da renda está abaixo da média do ano passado e a indústria fecha vagas à medida que a economia desacelera. Apesar da baixa taxa de desocupação, o cenário não é positivo", afirmou o economista da Tendências, Rafael Bacciotti.

    No mês passado, houve uma redução de 59 mil postos de trabalho na indústria em relação ao verificado em agosto. Esse volume representa uma queda de 3,5% do número de ocupados no setor, que fechou setembro com 3,4 milhões de empregados.

    Na comparação com igual período do ano passado, a quantidade demissões disparou, com recuo de 6,4% da força de trabalho para 3,6 milhões de empregados.

    Analistas chamam a atenção para a desaceleração do crescimento da renda e das demissões nos setores da indústria e da construção.

    "O desavisado pode achar que o desemprego está em um nível bom, mas o dinamismo do mercado parou e a tendência é a renda diminuir ao longo dos próximos meses", disse Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV.

    22/10/2014

    É a economia, estúpido!

    Filed under: Dilma,Economia,PIBe — Gilmar Crestani @ 8:40 am
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    Até parece que a economia está fora da realidade, que tem vida própria como um ente da natureza. O vento sopra independente da intervenção humana. A economia é fruto, para o bem e para o mal, das decisões que os governantes tomam. Quando a economia vai mal, a Folha diz: PIBinho da Dilma. Quando vai bem, não tem pra ninguém. É evento que acontece espontaneamente.

    Num cenário internacional de crise, o Brasil tem mantido uma taxa de desemprego de 6%, considerado como de pleno emprego. Há uma diferença oceânica, por exemplo, com a Espanha, onde o desemprego ainda beira os 27%. Sem contar que outros países chamados de primeiro mundo estão também com crescimento inferiores ao Brasileiro. E tudo mantido com aumentos reais de salários. É isso que tanto magoa Armínio Fraga, que ataca valorização do salário mínimo e já prevê arrocho nas contas caso Aécio Neves seja eleito.

    Choque de gestão é isso aí, o resto é conversa toxicômano.

    A pergunta que não quer calar: É a economia que ajuda Dilma ou foi a gestão da Dilma que melhorou a economia?

    cp22102014ELEIÇÕES 2014

    Otimismo com economia aumenta e ajuda Dilma na disputa eleitoral

    Pesquisa Datafolha mostra que só 31% acham que inflação irá subir, o patamar mais baixo registrado desde 2007

    Levantamento desta terça mostra que a petista mantém 52% das intenções de voto ante 48% de Aécio

    DE SÃO PAULO

    O mercado financeiro, a maioria dos economistas e alguns organismos internacionais podem estar muito pessimistas com a economia do país em 2015. Mas os brasileiros em geral estão na contramão desse sentimento, o que ajuda a explicar o aumento da aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) e sua reação na corrida pela reeleição.

    O exemplo mais eloquente disso é o da inflação. Pesquisa Datafolha realizada nesta terça (21) mostra que a expectativa de aumento dos preços desmoronou para o patamar mais baixo da série do instituto, desde 2007.

    Em abril, no momento de maior pessimismo, 64% achavam que a inflação iria aumentar. No fim de setembro, 50% continuavam esperando o pior. Agora, apenas 31% acreditam nisso.

    No sentido oposto, a esperança de queda da inflação também é recorde. Para 21%, o índice irá diminuir.

    Ao opinar sobre desemprego, poder de compra, situação econômica do país e a própria situação, a tendência é a mesma: otimismo crescente, pessimismo cadente.

    Os dados da corrida eleitoral do Datafolha desta terça são quase idênticos aos da pesquisa da segunda, um dia antes. Em votos válidos, Dilma registrou 52%; Aécio Neves (PSDB), 48%. Empate técnico no limite máximo da margem de erro, de dois pontos.

    Em votos totais, Dilma oscilou de 46% para 47%, Aécio manteve os 43%. Brancos e nulos foram de 5% para 6%; indecisos, de 6% para 4%.

    A explicação para o aumento do otimismo pode ser a própria campanha eleitoral. Inclusive a de Aécio.

    Isso porque tanto a maioria dos eleitores da petista quanto a maioria dos adeptos do tucano apostam que seus respectivos candidatos irão vencer. Então, naturalmente, todos tendem a crer que o próximo presidente terá condições de promover melhorias.

    Entre os que votam em Dilma, 82% acham que ela será reeleita. No grupo dos que votam em Aécio, 78% acham que o vencedor será ele.

    O descompasso com as perspectivas econômicas parece grande. Depois de entrar em recessão entre janeiro e junho, a economia teve leve recuperação em julho e agosto, mas nada que altere a previsão de que o PIB deve crescer perto de 0,3% neste ano.

    Já a inflação, que havia perdido fôlego entre junho e agosto, voltou a acelerar em setembro, com aumento dos preços dos alimentos. O aumento do custo de vida superou o limite fixado pelo próprio governo e está em 6,75%.

    Nos segmentos sociais, a pesquisa confirmou avanços de Dilma entre as mulheres (de 42% para 47% desde o dia 9), no grupo dos que recebem entre dois e cinco salários mínimos (de 39% para 45% desde o dia 15) e no Sudeste (de 34% para 40% desde o dia 9).

    Também detectou um forte aumento do interesse pela disputa: 50% dizem ter "grande interesse" pela eleição (no fim de agosto, eram 39%).

    Combinado com o acirramento da disputa, isso torna o último debate ainda mais importante. O encontro da TV Globo será na próxima sexta.

    O Datafolha ouviu 4.355 eleitores.

    (RICARDO MENDONÇA E MARIANA CARNEIRO)

    09/10/2014

    Qual a diferença entre Dilma e Aécio?

    Filed under: Aécio Neves,Dilma,Economia,George Soros,Kenneth Maxwell — Gilmar Crestani @ 8:58 am
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    Dilma Fome_nComo diz o brasilianista (especialistas de fora incumbidos de recrutar entreguistas de dentro), “quanto mais os mercados torcerem por Aécio, mais automática será a vitória de Dilma”. O que isto significa? Isto explica a diferença entre os dois projetos: Dilma tem seu programa centrado no ser humano, onde o emprego é parte importante, pois, com isso mantém a dignidade das famílias.

    Aécio é o representante do “mercado”.

    Mas o que são os mercados? São algumas pessoas que trabalham com especulação financeira, como o multimilionário George Soros, com quem Armínio Fraga trabalhou em Nova York. Na Argentina chamam de “fundos abutres”.

    A concepção econômica que subjaz ao ideário da direita vê no empregador um benemérito, que atua como mecenas. Vê o mundo a partir da visão do capital. Resumindo, entendem que onde abunda dinheiro, migalhas sempre vão cair da mesa favorecendo cada um à medida dos seus “méritos”. Não é por outra razão que a primeira proposta de Aécio é o arrocho nas contas pública. Significa o seguinte, redução do papel do Estado, deixando o dinheiro público nas mãos dos empresários, que, nesta visão, são os que sabem usar dinheiro. Eike Batista é um exemplo do que pode acontecer com o dinheiro público nas mãos dos empresários. Quando dá lucro, fatura e goza. Quando dá prejuízo, o Estado cobre e os trabalhadores perdem emprego. Os fundos abutres correram o risco, ganharam muito dinheiro mas quebraram a Argentina. Quando a Argentina quebrou, os fundos não admitiram o prejuízo. Além do lucro auferido durante as gestões de Carlos Menem, querem que a Argentina também pague pelo prejuízo. São os tais de investimentos de risco… sem risco.

    Resumindo, em palavras bem claras: um projeto (Dilma) centra suas ações na melhoria coletiva, de todos os cidadãos; no outro (Aécio), a melhoria dos cidadãos dependeria da boa saúde dos grandes grupos econômicos. Para a direita, priorizar o coletivo é coisa de comunista; para a esquerda, priorizar quem já dispõe de recursos, é elitismo. Para a esquerda a sociedade só melhora se houver condições de vida digna à grande maioria; para a direita, a sociedade melhora priorizando os melhores: os que já tem, merecem mais. É a tal da meritocracia… Neste sentido, a direita não vê mérito em auxiliar famílias em condições sub-humanas (para a direita, Bolsa Família é Bolsa Esmola). Se estas famílias se encontram nestas condições, a direita pensa que isso se deve exclusivamente a delas e por isso não merecem ajuda.

    Há uma velha máxima do direito que a direita adora: dar a cada um o que é seu. Vem do Império Romano, “a César o que é de César”. Parece lógico, mas é uma lógica que diz exatamente isso: aos ricos, a riqueza; aos pobres, a pobreza!

    KENNETH MAXWELL

    Professor Garcia

    Os mercados já se decidiram quanto ao segundo turno. A Bolsa de Valores de São Paulo sobe quando Dilma cai, e cai quando Dilma sobe. Há algum tempo "os mercados" querem "qualquer um que não Dilma". Queixam-se das políticas "intervencionistas". E o Brasil sob Dilma tem um relacionamento agitado com o mundo, envenenado pelas revelações de Edward Snowden de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA grampeava o celular da presidente –o que a levou a cancelar uma visita "de Estado".

    A política externa de Dilma cabe em larga medida ao professor Marco Aurélio Garcia. Oponente radical do regime militar, foi um dos fundadores do PT, coordenou as campanhas de Lula (1994, 1998, 2006) e foi um dos organizadores do "Fórum de São Paulo", uma reunião de movimentos esquerdistas da América Latina e Caribe.

    O governo Dilma não criticou a incursão russa na Ucrânia e a anexação da Crimeia. A busca de acordos com os países do grupo Brics também veio à custa do silêncio quanto a questões essenciais de política externa.

    Aécio, por outro lado, é encarado como "favorável ao livre mercado". Seu assessor econômico é Armínio Fraga, que deve se tornar ministro da Fazenda caso Aécio seja eleito. Fraga tem doutorado pela Universidade de Princeton e trabalhou em Nova York como administrador de fundos para George Soros.

    À frente do Banco Central, Fraga receberia crédito por adotar uma taxa de câmbio flutuante e o modelo de metas inflacionárias. Ele fundou a Gávea Investimentos, companhia de administração de ativos adquirida em 2010 pela Highbridge Capital Management, de Nova York, subsidiária do banco JP Morgan. Seu plano de política econômica ficou claro em entrevista ao "Wall Street Journal", em 2013, em que criticou a manipulação dos preços da energia e dos combustíveis, advogou retorno à ortodoxia econômica, liberalização do investimento em infraestrutura, reforma da Petrobras e a redução do papel dos bancos do governo.

    O coordenador para assuntos internacionais é Rubens Barbosa, antigo embaixador brasileiro em Washington (1999-2004) e Londres (1994-1999). Caso Aécio seja eleito, ele deve virar ministro do Exterior. Suas opiniões refletem às de muita gente nos altos escalões da política externa, que se preocupam com a falta de críticas à Venezuela, Cuba e Argentina. Barbosa é diretor do Albright Stonebridge Group e do conselho de comércio externo da Fiesp.

    A divisão entre Dilma (e Marco Aurélio Garcia) e Aécio (e Fraga e Barbosa) não poderia ser mais aguçada. Fica claro quem EUA e Europa gostariam de ver vitorioso –assim como quem Rússia, Venezuela, Argentina e Cuba prefeririam. Não se sabe se isso influenciará os eleitores. A considerar as lições da história, quanto mais os mercados torcerem por Aécio, mais automática será a vitória de Dilma.

    KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    26/09/2014

    Que horror!

    Filed under: Dívida Pública,Economia,PIBe — Gilmar Crestani @ 9:08 am
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    divida externaAssim não dá mais, vou pra Miami! O Brasil está com um crescimento acima da Alemanha (0,2%). Não bastasse ter pago tudo o que FHC tomou emprestado do FMI, Brasil passou a emprestar para o FMI, e, oh crueldade, com os BRICs, criou um banco. Agora, contra tudo o que os Goebbels da direita hidrófoba vem repetindo, o Estadão diz que também a dívida pública vem caindo. Ora, é muita pretensão não ter de tirar os sapatos pra entrar nos EUA! Oh, Miami, tô indo!

    Dívida pública federal cai 0,17% em agosto

    LAÍS ALEGRETTI E VICTOR MARTINS – AGÊNCIA ESTADO

    25 Setembro 2014 | 14h 37

    Tesouro Nacional considerou ‘um bom volume de emissão’ de títulos da dívida em agosto; participação de estrangeiros cresceu para 18,8% do total de aquisições

    O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,17% em agosto (o equivalente a R$ 3,64 bilhões), atingindo R$ 2,16 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 25, pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 2,17 trilhões.

    A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 15,17 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,33% e fechou o mês em R$ 2,07 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,53% maior, somando R$ 94,42 bilhões em agosto.

    Títulos. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, classificou como "um volume bom de emissão" os R$ 52,28 bilhões emitidos pelo Tesouro Nacional em agosto. Os resgates, por sua vez, somaram R$ 71,10 bilhões, o que resultou num resgate líquido de R$ 18,81 bilhões.

    Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto. A participação dos investidores estrangeiros no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu de 18,52% em julho para 18,80% em agosto, somando R$ 390,16 bilhões, segundo os dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 385,67 bilhões.

    Tesouro Direto. O Tesouro Direto chegou a 419,037 mil investidores cadastrados em agosto. "O Tesouro atribui isso, mais uma vez, ao crescente conhecimento dos investidores sobre essa opção e ao reconhecimento do programa como opção de investimento segura e rentável. A rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto foi bastante expressiva", disse Garrido. No mês passado, o Tesouro Direto emitiu R$ 380 milhões. Os resgates somaram R$ 223,74 milhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 156,41 milhões.

    25/09/2014

    Comparando Brasil x Alemanha

    Filed under: Alemanha,Brasil,Economia,Recessão — Gilmar Crestani @ 9:25 am
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    Recessão já ronda economia alemã

    JACK EWING – THE NEW YORK TIMES/ O ESTADO DE S.PAULO

    25 Setembro 2014 | 02h 06

    Indicadores de confiança reforçam estagnação da atividade econômica do país, que já registrou PIB negativo no segundo trimestre

    FRANKFURT – Um dos principais indicadores da confiança das empresas alemãs caiu ontem mais que o esperado, para seu patamar mais baixo desde 2012, intensificando os temores de que a mais forte economia da zona do euro esteja ameaçada de entrar em recessão.

    A vigorosa atividade econômica da Alemanha serviu de âncora para o restante da zona do euro durante quatro anos de crise intermitente e de crescimento irregular. Uma estagnação do crescimento alemão faz prever problemas para países como França e Itália, que dependem fortemente do comércio com a Alemanha, e se encontram em condições econômicas muito piores.

    A economia alemã já registrou um declínio no segundo trimestre, quando a produção caiu 0,2% em comparação com o trimestre anterior. Outro declínio trimestral consecutivo colocará o país em recessão.

    "A maior economia da zona do euro atingiu um estágio perigoso entre um período fraco e uma quase estagnação mais prolongada", disse Carsten Brzeski, economista do Ing Bank, numa nota aos clientes.

    A pesquisa do Instituto Ifo de Munique mostrou que seu índice do clima para os negócios, um composto de expectativas dos gerentes em relação ao futuro e sua avaliação da situação atual, caiu de 106,3 em agosto, o patamar mais baixo desde abril de 2012, para 104,7 em setembro.

    Na pesquisa, as expectativas para as empresas nos próximos seis meses chegaram ao seu nível mais baixo desde dezembro de 2012, caindo de 101,7 em agosto para 99,3. A pesquisa, que ouviu 7 mil gerentes, mede o clima em relação a 2005, quando o Índice foi fixado em 100.

    "A economia alemã não está mais percorrendo um caminho suave", disse em um comunicado Hans Werner Sinn, presidente do Instituto Ifo.

    A pesquisa do Ifo representa o mais recente alerta sobre o enfraquecimento da produção econômica na zona do euro, que ainda não voltou a registrar os níveis apresentados antes do início da crise financeira de 2008. Na terça-feira, uma pesquisa entre os diretores de compras da zona do euro realizada pela Markit Economics, uma empresa de análise de dados, também assinalou a redução do crescimento.

    Na segunda-feira, Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse aos membros do Parlamento Europeu em Bruxelas que "a recuperação econômica na zona do euro está perdendo impulso".

    Fator Ucrânia. A economia alemã foi afetada pela tempestade na Ucrânia, que desestabilizou os consumidores e as empresas e fez com que passassem a conter seus gastos. As sanções que o Ocidente impôs à Rússia por sua intervenção na Ucrânia, além de intensificarem os problemas na economia russa, reduziram a demanda e enfraqueceram o rublo. As exportações alemãs foram afetadas pelo crescimento fraco do restante da zona do euro e pelo declínio de países em desenvolvimento como a China.

    Em Berlim foi sugerido um aumento dos gastos em infraestrutura, como construção de autoestradas ou campi universitários, mas o governo de Angela Merkel mostrou pouca propensão para maciços estímulos fiscais.

    Ao contrário, Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças, disse estar orgulhoso porque o governo não precisará tomar dinheiro emprestado no próximo ano.

    Cada novo sinal de recuo do crescimento aumenta as expectativas de que o Banco Central Europeu dentro em breve tenha de recorrer a compras em grande escala de títulos do governo, o mesmo afrouxamento quantitativo utilizado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) para estimular o crescimento nos Estados Unidos. Os economistas do Barclays e do Commerzbank, entre outros, preveem que o banco central começará o afrouxamento quantitativo no início do próximo ano.

    Risco de indisposição. Entretanto, outros economistas duvidam que o banco central esteja disposto a correr o risco de indispor a Alemanha, onde muitas pessoas consideram as compras de títulos do governo pelo banco central uma transferência de fato da riqueza dos países mais ricos da Europa para os mais pobres.

    "O BCE está disposto a fazer todo o possível menos comprar títulos do governo", afirmou Joachim Fels, principal economista do Morgan Stanley.

    A maioria dos economistas não acredita que o banco central anuncie planos de compra de títulos do governo em sua próxima reunião, no dia 2 de outubro. A instituição já anunciou que comprará títulos da dívida do setor privado, a partir do próximo mês, e que fornecerá maiores detalhes na próxima semana.

    Alguns economistas consideram exagerados os temores de outra recessão da zona do euro. James Paulsen, diretor de estratégia de investimentos da Wells Fargo Asset Management, observou que a economia dos Estados Unidos também enfrentou problemas antes de recuperar o impulso.

    "Não é incomum durante uma recuperação haver pausas temporárias", afirmou numa entrevista na semana passada. Referindo-se à economia da zona do euro, ele acrescentou: "O que vem acontecendo nos últimos meses me parece familiar"./Tradução de Anna Capovilla

    05/09/2014

    Bancos e velha mídia: os olhos não veem o que o nariz sente

    O economista que tantos anos serviu ao tucanato mostra o óbvio, mas que os a$$oCIAdos do Instituto Millenium não podem aceitar pois o histerismo é sua razão de vida. O crescimento econômico, pós 2008, foi pequeno no mundo todo. Mesmo Alemanha, Japão e China tiveram recessão. Por que o Brasil teria crescimento reduzido? Ora, o PIB da Alemanha, neste ano, está em 0,2% como registrou o Estadão. O Japão continua patinando e até a China baixou sua previsão de crescimento. Sem contar um dado positivo em relação ao Brasil: pleno emprego e aumento real do salário mínimo.

    Os ataques econômicos ao Governo Federal têm endereço certo. Partem dos Bancos. Primeiro foi o Santander, que precisa de mais dinheiro para sustentar a matriz, já que a Espanha está falida, com desemprego na ordem 27%. O Banco Itaú sempre foi um financiador ideológico da Rede Globo. E a Rede Globo sempre foi golpista. Escreveu editorial saudando a chegada da ditadura e com ela fez parceria, como faria com o diabo, para derrotar trabalhadores. O episódio da Proconsult foi apenas mais um da série de que faz parte o Escândalo da Parabólica, do Rubens Ricúpero.

    O que querem os bancos? Juros mais altos para faturarem mais. É a tal de financeirização da economia, quando vale mais a pena aplicar o dinheiro do que investir. Os bandos são os maiores anunciantes da velha mídia. Uma coisa leva a outra, como o nariz do cachorro no próprio rabo. Ora, não é por outra razão que a RBS desova funcionários para ocupar postos políticos e o Banco Itaú captura, via Neca Setúbal,  Marina Silva para voltar a mandar no Banco Central.

    LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

    O Brasil não é a Venezuela

    Recessão é ajuste natural após período de boom; basta uma política adequada para economia voltar aos trilhos

    Existe hoje um clima de quase pânico em parte da elite brasileira. Sou testemunha deste fato, pois, por dever profissional, tenho contato com um grande número desses desesperados. A leitura deste pessoal é a de que estamos caminhando celeremente para o mesmo caminho trilhado pela Argentina e pela Venezuela.

    O leitor sabe que não concordo com essa leitura catastrofista por várias razões. Uma delas é que a recessão que vivemos hoje nada mais representa do que o caminho natural de toda a economia de mercado depois de um período de boom econômico, como o que vivemos entre 2004 e 2011. Esse ajuste foi evitado no início do mandato da presidenta Dilma pela aplicação de doses maciças de anabolizantes com alto conteúdo de expansão do crédito dos bancos públicos e aumento dos gastos do governo.

    Entre 2004 e 2007 o crédito cresceu a uma taxa de 25% ao ano nos bancos privados e de 20% no caso dos bancos públicos. Entre 2007 e 2008, esta taxa acelerou-se para mais de 35% ao ano no segmento privado, com os bancos oficiais ficando para trás, crescendo apenas 20% ao ano.

    Mas, a partir do agravamento da crise americana, no segundo semestre de 2008, essas posições se inverteram, com os bancos privados pisando no freio e trazendo a taxa de expansão de seus empréstimos para menos de 10% ao ano e os bancos oficiais expandindo suas operações a uma taxa que chegou a 40% nas vésperas das eleições de 2010.

    Era o governo reagindo à crise externa e defendendo a eleição de sua candidata a presidente da República. Passadas as eleições, a política econômica do governo voltou à normalidade, com os bancos públicos reduzindo a taxa de expansão de suas operações para algo próximo a 20% ao ano, a mesma verificada então nos bancos privados.

    Pois foi nesse momento que a queda da atividade passou a tomar conta da economia brasileira dentro de um processo natural de ajustes, como escrevi acima. O governo, em vez de aceitá-lo –e administrar esse ajuste–, decidiu aumentar suas apostas no crescimento do consumo e, mais uma vez, os bancos públicos foram chamados a agir.

    As taxas anuais de crescimento de suas operações voltaram a crescer, chegando a 30% ao ano em 2013. Neste cenário, as vendas ao consumo aumentaram, dando a impressão de que a economia –como no passado– voltaria a responder positivamente aos mesmos anabolizantes.

    Ledo engano, pois as condições eram outras e a inflação apareceu com força, obrigando o Banco Central a mudar o sinal de sua política monetária. Pressionado pelos efeitos de uma inflação que, mesmo com juros mais altos, ameaçava sair do controle, o governo jogou a toalha e, nos últimos meses, ordenou que os bancos públicos normalizassem suas operações.

    Hoje a taxa de expansão caiu para 18% ao ano e deve continuar a desacelerar, seguindo a direção dos bancos privados, que vem expandindo suas operações a uma taxa modestíssima para nossos padrões, de 8% ao ano.

    Volto agora ao início de minha coluna e reafirmo minha posição de que esta recessão que estamos vivendo é "ainda" fruto de um ajuste natural e benéfico de nossa economia. Com uma política econômica adequada, será questão de pouco tempo voltarmos ao leito natural de crescimento, que deve ser hoje da ordem de 3% ao ano. O que nos afasta de forma clara do mesmo caminho trilhado pela Venezuela e Argentina.

    E parece que essa é também a leitura do mercado internacional de capitais, pois o Brasil teve uma demanda de US$ 4,8 bilhões para a emissão de US$ 500 milhões de títulos de dez anos de prazo anunciada há poucos dias. Aproveitando-se da situação em que as ofertas de compra representaram mais de nove vezes o valor da emissão, o Tesouro vendeu um total de US$ 1 bilhão, pagando juros anuais de 3,88%, ou seja, 1,4 ponto percentual mais do que o título equivalente do Tesouro americano.

    Como eu, todos os compradores destes papéis –e de outros emitidos pelo governo brasileiro no exterior e aqui no país– estão longe da histeria dos brasileiros preocupados com nosso futuro de Venezuela.

    lcmb2@terra.com.br

    LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 71, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso). Escreve às sextas-feiras, a cada 14 dias, nesta coluna.

    04/09/2014

    A reitora Marilza tem QI do mesmo nível do Sistema Cantareira

    Filed under: Economia,Lógica,PSDB,Sistema Cantareira,UNESP — Gilmar Crestani @ 9:28 am
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    águaoÉ inacreditável o raciocínio da Reitora da UNESP. Marilza Rudge está mais para CRUESP do para UNESP. Botar a culpa no fraco desempenho da economia para justificar a quebra das Universidade Paulistas é de uma pobreza franciscana sem precedentes para uma reitora. De uma reitora eu esperaria algo mais decente. Tivesse ela razão, então todas as Universidades Estaduais deste país estariam nas mesmas condições das estaduais paulistas. Será que a moça não se dá ao respeito de se perguntar: “por quê São Paulo”? O que tem em comum aí senão quase trinta anos de comando do PSDB?! Por que a UERJ, do Rio não está quebrando? Por que a UERGS não está quebrando? Estes não são estados da mesma federação a que pertence a UNESP?

    Vê-se que Geraldo Alckmin tem culpa in eligendo, pois colocar uma anta destas como reitora é de uma lógica toda tucana: para quebrar. Quebrar ou vender são as únicas coisa que o PSDB sabe fazer.

    UNIVERSIDADES EM CRISE

    Universidades esperam repasse menor do Estado

    Reitora afirma que desempenho fraco da economia reflete nos salários

    Docentes e servidores receberão reajuste salarial de 5,2%; entidades definirão se mantêm paralisação

    THAIS BILENKYNATÁLIA CANCIANFÁBIO TAKAHASHIDE SÃO PAULO

    O fraco desempenho da economia fez as universidades paulistas reduzirem a expectativa de repasses do Tesouro estadual em 2014. Até agosto, USP, Unicamp e Unesp receberam R$ 5,5 bilhões, resultado 4% abaixo do esperado.

    Os valores são uma porcentagem da receita do ICMS (principal imposto paulista), maior fonte de financiamento das universidades. Se economia arrefece, a arrecadação também cai.

    "PIB baixo tem reflexo nos nossos salários", diz Marilza Rudge, reitora da Unesp e presidente do Cruesp, conselho que reúne os três reitores.

    Em meio a esse cenário, o Cruesp anunciou nesta quarta-feira (3) reajuste salarial de 5,2% aos funcionários e docentes das três instituições.

    As duas categorias estão em greve há cem dias. "Esperamos que agora suspendam [a paralisação]", diz Rudge.

    As entidades dos setores farão assembleias para decidir –elas pedem 9,78%

    Mesmo com o reajuste, as universidades esperam, com cortes de outros gastos, terminar o ano com um comprometimento menor de seus orçamentos com a folha salarial.

    A USP deve chegar a 104,95%, ante 105,6% atuais. A Unicamp estima 94,85%; hoje, são 97%. A Unesp quer passar de 95% para 93,2%.

    Para reduzir gastos, a USP aprovou na terça um plano de demissões voluntárias que prevê corte de até 10% dos servidores. O alvo são funcionários técnico-administrativos de 55 a 67 anos e com mais de 20 anos na universidade, a maioria já aposentada ou em condições de se aposentar.

    Um estudo apontava 2.800 servidores nesse perfil. Se todos aderissem, o custo do plano seria de R$ 700 milhões.

    A USP disse que, "dada a situação financeira", redimensionou para R$ 400 milhões o projeto. A estimativa passou a ser de 1.700 funcionários. A universidade tem 17,5 mil servidores não docentes.

    Hoje, 97% são contratados por CLT. Como esse regime não prevê aposentadoria integral, a adesão ao plano pode ser maior do que a estimada.

    A meta, se atingida, significará para a USP economia de R$ 22 milhões/mês. Ainda assim, até 2017, a universidade deve continuar usando reservas orçamentárias, conforme documento apresentado ao Conselho Universitário.

    A poupança deve cair de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,2 bilhão, em valores aproximados.

    Os voluntários poderão se inscrever a partir de outubro. As demissões ocorrerão de janeiro a março. Servidores fora do perfil também podem se candidatar, diz a USP.

    31/08/2014

    Quem come PIB?

     

    Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição!

    Gilberto . – dom, 31/08/2014 – 09:12 – Por Gilberto

    O artigo é de alguns meses atrás, mas nunca é tarde para voltar a usar a razão…

    Com mais razão ainda, no dia em que a verdade começa a se restabelecer.

    De O Globo de 25/03/2014

    Maria da Conceição Tavares: ‘Ninguém come PIB, come alimentos’

    Mesmo com o atual crescimento baixo, desemprego e renda não pioraram, diz economista

    Por Cássia Almeida

    Quais foram os erros da política econômica do regime militar?

    O erro foi um modelo que persegue o crescimento a qualquer custo, à custa da classe trabalhadora, do bem-estar social, coisa criminosa. Foi uma maravilha crescer, mas cresceu aleijado, não é ideia muito boa. É melhor não crescer muito e não aleijar. Não fazer da maneira desvairada, agressiva como fizeram. Com crédito ao consumo, ao consumo de luxo das classe altas, houve perda salarial fortíssima.

    O que ficou de herança da política daquela época?

    Sobrou uma industrialização mais branda. As décadas de 80 e 90 foram muito ruins. Em 90, com neoliberalismo, vivemos um período de desindustrialização. Só voltamos a crescer com Lula, mas não no mesmo patamar, mas com um programa de distribuição de renda, com salário mínimo subindo acima da média, previdência, Bolsa Família, uma porção de políticas sociais para combater a pobreza, para melhorar a distribuição. E melhorou. O Coeficiente de Gini (indicador de concentração de renda) voltou aos níveis dos anos 60. Nesse sentido não é um modelo só desenvolvimentista, é um modelo social. Uma tentativa de fazer tardiamente um modelo de estado de bem-estar social.

    A concentração de renda aumentou durante o regime…

    O grosso do aumento da concentração foi no regime militar. Mas é claro que a crise da dívida externa nos anos 80 e o baixíssimo crescimento e o neoliberalismo dos anos 90 não ajudaram nada. Continuou concentrando. O regime concentrava com crescimento, o emprego crescia. Nas décadas de 80 e 90, não. Teve aumento do desemprego, coisa que agora também não tem. Além de política de salário, tem uma política de emprego.

    Há críticas que a política industrial atual seria semelhante à do regime?

    Não se assemelha em nada. Era um período de industrialização pesada, forte. Não estamos num período de industrialização pesada. Estamos investindo em infraestrutura basicamente.

    E a escolha de campeões nacionais? Está dando certo?

    Não acho uma maravilha de ideia. Muito praticada na Coreia, no Sudeste da Ásia. Não tenho certeza se está dando certo. Uma coisa é falar, outra coisa é provar. Se ocorreu, não tenho dado nenhum para afirmar. A oposição tem que pesquisar e botar os números. Fica tudo no gogó. De qualquer maneira, é uma concentração de capital, sem dúvida.

    Com a crise de 2008, o neoliberalismo sofreu um golpe, não?

    O que aplicaram foi um modelo ultraliberal. Não acho que o neoliberalismo esteja morto. Estou sempre na defensiva nesse particular. Os porta-vozes estão aí, cada vez falam mais alto.

    O Brasil cresce pouco…

    A crise (global de 2008) bateu aqui em 2009. Em 2010 o crescimento já tinha retomado, mais instável e mais brando. O crescimento não está essa Brastemp, mas não piorou o emprego, nem a distribuição de renda, o que para mim é o essencial. Ninguém come PIB, come alimentos.

    Há analistas que chegaram a defender mais desemprego para combater a inflação…

    Imagina, é um absurdo! O governo está combatendo a inflação da melhor forma que pode. Aumentar o desemprego para combater a inflação… Vou te contar, é pior que o Fundo Monetário. Não leio mais economia para não me aborrecer. É um festival de besteira. Não acho que inflação passe da meta. Não vejo pressão inflacionária, a não ser que tenha uma grande desvalorização. Mas não creio. O difícil é saber o que vai acontecer com a economia mundial, que sempre dá reflexo aqui. Não dá para ser ultraotimista, nem ultrapessimista. Estou moderadamente otimista.

    Eis que retorna a razão, bem vinda de volta Conceição! | GGN

    14/08/2014

    PIBinhos pelo Mundo

    Filed under: Economia,PIBe,Pibinho,Tigres Asiáticos — Gilmar Crestani @ 7:57 am
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    fhc lula_nAs principais manchetes do caderno Mundo da Folha de São Paulo dão conta da situação econômica em várias partes do Mundo, do México ao Japão, da Europa à China. Estivesse o PSDB no poder, seria desculpa suficiente para passar o pires no FMI. Foi-se o tempo em que uma dor de barriga nos Tigres Asiáticos ou uma diarreia no México abalavam os pilares da economia do Farol de Alexandria.

    O desarranjo econômico ao redor do mundo, ninguém duvida, influencia a economia brasileira. Vimos isso em 2008, mas Lula transformou o tsunami que varreu bancos norte-americanos, ingleses, espanhóis, italianos e gregos numa marolinha. Fosse o PSDB, o arrocho, o PDV e outras velhas receitas do FMI teriam sido impostas a golpes de Parabólica

    Quem foi que lucrou com a crise de 2008? O capital especulativo, que frequenta a Bolsa de Valores nas madrugadas, razão pela qual está todo ouriçado com a forte possibilidade de que o PSDB seja varrido da face da terra nestas eleições. A velha receita do FMI, por triste coincidência, está sendo retomada pelo governador do PSDB, Geraldo Alckmin, em São Paulo: USP traça plano de demissão voluntária para amenizar crise

    Entendeu ou precise que desenhe?!

    28/06/2014

    Fazendo de conta dos economistas do apocalipse

    Filed under: Economia,Empreguismo,Luiz Carlos Mendonça de Barros — Gilmar Crestani @ 9:40 am
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    PSDB tecnicasHá um raciocínio que não bate com o dos economistas do PSDB, até porque me parece lógico que quanto mais empregos forem criados, menor é a taxa de desemprego. E, a cada novo emprego criado, diminui uma unidade da necessidade. Assim, ó. O crescimento dos empregados é inversamente proporcional ao número de desempregados, de tal modo que a tendência, em se mantendo a continuidade do emprego, é… zerar.

    Ora, é evidente que quanto mais próximo de zero desempregados, menor é taxa de emprego.  O que talvez o ex-ministro da época da maior taxa de desemprego que este país já teve não se dá conta é que haveria de termos uma hecatombe econômica para regredirmos ao nível de desemprego da era FHC. As viúvas de FHC não se cansam de previsões alarmistas, por que a ressurreição deles depende de uma catástrofe econômica.

    Xô, urubus!

    LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

    Brasil: um ajuste clássico

    Menos consumo –privado e do governo–, menos crédito e menos euforia são remédios inevitáveis

    Os dados econômicos mais recentes mostram que o ajuste pelo qual passa a economia brasileira continua sua marcha inexorável na direção de uma economia próxima da recessão. Mesmo o mercado de trabalho, que vinha resistindo à desaceleração econômica, começou a vergar-se sob o peso da queda do consumo e da confiança dos agentes econômicos –empresas e consumidores– no futuro.

    Em maio, as estatísticas do Caged, que consolidam as admissões e as demissões dos brasileiros com carteira de trabalho assinada, pela primeira vez em muitos anos apontam uma destruição de empregos formais, quando corrigidas pelo fator sazonal usado pela Quest Investimentos para o mês.

    Para que o leitor da Folha tenha uma ideia mais clara da desaceleração ocorrida no mercado formal do trabalho no período do governo Dilma, criei a tabela ao lado que mostra, para cada ano, a criação de vagas acumuladas em 12 meses.

    No restante do ano esta tendência de acomodação em vários setores da economia deverá agravar-se, pois o humor dos principais agentes econômicos tende a continuar em baixa. A proximidade das eleições, em um ambiente de forte competição, adicionará doses de precaução em grande parte das empresas, fazendo com que posterguem para 2015 as principais decisões de investimento.

    O leitor da Folha já conhece a minha opinião sobre este período tão fraco da atividade econômica: vivemos os movimentos iniciais de ajuste clássico de uma economia de mercado, depois que um longo período de crescimento e mudanças estruturais importantes criaram desequilíbrios de oferta e demanda. De certa forma o governo Dilma foi vítima da euforia pré-eleitoral de 2009 e de 2010, quando a cautela e o bom senso já indicavam a necessidade de um freio na euforia do consumo e dos gastos do governo.

    Os problemas que vivemos hoje foram agravados pela demora em reconhecer este ajuste cíclico e pela utilização de estímulos econômicos em desalinho com o caminho natural para evitar maiores dificuldades nesta situação: menos consumo –privado e do governo–, menos crédito e menos euforia na sociedade são remédios inevitáveis.

    E, como nos ensina a história, a parcela do setor privado que também deixou a euforia das vendas sempre crescentes contaminar seu planejamento dos negócios vai viver um período de extremas dificuldades. Juros nas alturas e vendas em baixas não deixarão de cobrar um elevado preço para algumas empresas. O melhor exemplo desta armadilha está no setor de automóveis, depois de um longo período de euforia e novos investimentos.

    Em poucos anos passamos de um mercado de menos de 2 milhões de veículos para outro de 3,5 milhões, com vendas turbinadas por um crescimento de renda de mais 4% ao ano e do crédito ao consumo que dobrou neste mesmo período.

    Vamos agora viver um final de década com taxas bem mais modestas de expansão do mercado e pela necessidade de diminuir os níveis físicos de produção. Uma experiência catalogada por Joseph Schumpeter, economista austríaco da primeira metade do século passado, como um processo de destruição criativa. No final de um curto período, a indústria terá menor capacidade de produção, mas com índices de eficiência e qualidade maiores dos verificados na última década.

    Outros setores vão passar pelo mesmo processo de ajuste, com resultados semelhantes ao do setor de veículos. O setor sucroalcooleiro deve ser um deles e vai viver de forma intensa o fenômeno da destruição criativa. Mas aqui a motivação criada por uma certa euforia nos anos Lula terá um efeito menor do que o da política de preços dos combustíveis operada pela Petrobras.

    lcmb2@terra.com.br

    LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 71, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso). Escreve às sextas-feiras, a cada 14 dias, nesta coluna.

    31/05/2014

    Enquanto EUA caem 1%, Brasil cresce 0,2%

    Filed under: Brasil,Complexo de Vira-Lata,Economia,EUA,PIBe — Gilmar Crestani @ 9:37 am
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    EUAGloboOntem a Folha publicou que o PIB dos EUA teve uma retração de 1%. Em bom português, caíram…

    Considerando que se trata, segundo nossos vira-latas, de um país de primeiro mundo, com economistas, governos e povo de primeiro mundo, como admitir que não consigam crescer, eles que são tão inteligentes e melhores do que nós?! Pior, eles nem podem botar a culpa na Copa ou José Genoíno…

    A mesma matéria dizia que economistas tipo primeiro mundo, do mundo civilizado, esperava uma contração de apenas 0,5%. Significa que os economistas made in USA, sonho de todo vira-lata tupiniquim, erraram na previsão em … 50%. Será que os jornais e colonistas ianques falam em PIBinho?! Será que por lá a oposição também torce pelo quanto pior, melhor? Duvido que a oposição de lá seja turbinada pelas velhas mídias e se envolva com helicópteros cheios de cocaína…

    Só para refrescar a memória (de quem tem), quando soprava vento nos Tigres Asiáticos, FHC(1997-98) passava o pires no FMI. Se no México (1995) usavam um pouco mais de milho para tratar seus porcos, o Brasil do prof. Cardoso contraía o mal de Montezuma

    O Brasil ainda não é o que gostaríamos que fosse, mas estaria muito melhor se não tivéssemos tanta gente com o Complexo de Vira-lata

    Investimento e consumo desaceleram PIB

    No primeiro trimestre, economia brasileira cresceu 0,2% sobre o trimestre anterior; indústria teve terceira queda

    Juros mais altos, crédito mais restrito e cenário de insegurança com ano eleitoral fazem encolher os gastos privados

    PEDRO SOARESSAMANTHA LIMADO RIO

    Motor do PIB na última década, o consumo das famílias demonstrou seu esgotamento no resultado do primeiro trimestre, anunciado nesta sexta-feira (30): caiu 0,1% em relação a igual período de 2013, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2011.

    Tolhido por inflação em alta e menor vigor no mercado de trabalho, o consumo foi afetado ainda pelo crédito mais caro e restrito.

    Os juros mais altos, que ajudaram a retrair as compras, também afetaram os investimentos das empresas. A queda foi de 2,1% tanto na comparação com o quarto trimestre quanto em relação aos três primeiros meses de 2013 –resultado mais fraco em dois anos.

    Como resultado, o PIB –uma medida de crescimento da economia nacional– se expandiu 0,2% de janeiro a março –em linha com as previsões médias do mercado. Sobre o primeiro trimestre de 2013, o avanço foi de 1,9%.

    O cenário à frente não é animador: a confiança de empresários e consumidores está nos níveis mais baixos desde a crise global de 2009.

    Após o resultado, analistas revisaram projeções para baixo. Creem agora numa expansão mais perto de 1% do que de 2%.

    A FGV estima algo próximo de 1,5%. "O PIB neste ano manterá o padrão de voo de galinha, mas numa decolagem ainda mais baixa", diz Vinícius Botelho, da FGV.

    Trata-se de um baixo crescimento para um país ainda em desenvolvimento, que precisa aumentar a renda per capita de sua população.

    No primeiro trimestre, dentre 29 países que já divulgaram dados, o Brasil ficou em 21º. Até o Japão, estagnado há mais de uma década, cresceu mais.

    INVESTIMENTOS

    A queda dos investimentos é um dos fatores que indicam um vigor menor da economia nos próximos trimestres, porque é por meio deles que as empresas ampliam sua capacidade produtiva e que o país expande sua infraestrutura.

    A deterioração revelada no primeiro trimestre deste ano decorre do tombo da construção civil –o setor apresentou a maior retração desde o primeiro trimestre de 2009, auge da crise global.

    Inserido na indústria, o segmento ajudou o desempenho do setor a descer ladeira abaixo e acumular três trimestres de contração, o que pode ser considerado uma recessão.

    "A indústria vive um momento trágico, e as expectativas são ainda piores", disse o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados.

    Para Rebecca Palis, gerente do IBGE, a queda da construção veio em resposta à perda de ritmo de obras de infraestrutura, que caíram apesar das novas concessões públicas (rodovias, portos, aeroportos) e da Copa –cujo pico dos projetos de estádios e melhorias no entorno ficou para trás, em 2013.

    Além da construção, a compra de máquinas e equipamentos pela indústria (que integra também o investimento) se enfraqueceu –um sinal de que empresários não esperam mais consumo para seus produtos nem uma retomada breve da produção.

    30/05/2014

    Estou envergonhado! Vou-me embora deste país…

    Filed under: Complexo de Vira-Lata,Economia,EUA,Manada,Meu País! — Gilmar Crestani @ 8:18 am
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    bandeira-manifestantePIB dos EUA tem primeira retração em três anos

    Maior economia global decepciona e encolhe 1% no primeiro trimestre

    Inverno mais forte que o habitual afetou resultado, e analistas não veem chance de uma nova recessão

    ISABEL FLECKDE NOVA YORK

    A economia americana, a maior do mundo, teve, no período de janeiro a março, a primeira retração em três anos, aumentando as desconfianças sobre a força da atual recuperação.

    Após revisão, o PIB do primeiro trimestre encolheu 1% ante os últimos três meses do ano passado na taxa anualizada. A estimativa inicial apontava avanço de 0,1%.

    Foi o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2011, quando a economia teve retração de 1,3%.

    É comum que o governo revise seus dados iniciais, mas, desta vez, o recuo foi mais forte do que as expectativas de Wall Street. Economistas esperavam que a nova análise mostrasse uma contração de apenas 0,5%.

    O resultado decepcionante foi resultado principalmente de um ritmo muito mais lento de acúmulo de estoques, como impacto do rigoroso inverno deste ano.

    Apesar do resultado fraco, vários economistas não acreditam que os EUA estejam voltando para uma recessão, como a iniciada no fim de 2007 e que durou até meados de 2009, quando milhões de empregos foram perdidos.

    No quarto trimestre do ano passado, a economia se expandiu a uma taxa de 2,6%. Em 2013, a economia dos EUA cresceu 1,9%, também uma desaceleração considerável comparada com a expansão de 2,8% no ano anterior.

    "A revisão para baixo é quase inteiramente porque os estoques foram um obstáculo muito maior para o crescimento do que se pensou antes", disse Paul Ashworth, da Capital Economics em Toronto, ao "Financial Times".

    As empresas acumularam US$ 49 bilhões em estoques, bem menos do que os US$ 87,4 bilhões estimados no mês passado. Foi o menor volume em um ano.

    Os estoques subtraíram 1,62 ponto percentual do PIB do primeiro trimestre, mas devem ajudar o crescimento neste próximo período.

    RECUPERAÇÃO

    A expectativa, contudo, é que os mercados descartem os números divulgados agora, considerando os fatores climáticos que pesaram sobre o crescimento e os sinais de que a atividade econômica já está se recuperando.

    Dados que vão desde o desemprego até a atividade manufatureira sugerem que o crescimento terá uma aceleração forte no segundo trimestre, podendo chegar a 3% no resto do ano.

    No mês passado, o relatório sobre o fraco desempenho da economia americana não influenciou a decisão já esperada do Fed (banco central dos Estados Unidos) de cortar mais US$ 10 bilhões de seu pacote de estímulos.

    O comitê de política monetária do Fed se mostrou convencido de que a estagnação da economia no início de 2014 foi circunstancial.

    Outros números do trimestre foram revisados. Os gastos de consumidores americanos, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, cresceu a uma taxa de 3,1%, e não de 3%, como divulgado antes.

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