Ficha Corrida

31/05/2012

Dossiê Gilmar Mendes, parte III

Filed under: Dossiê Gilmar Mendes — Gilmar Crestani @ 9:41 am

 

Como segurar um Ministro do STF desequilibrado?

Enviado por luisnassif, qua, 30/05/2012 – 22:44

Por RONALD

O que falta para o STF tomar uma atitude? Talvez isso seja a gota d’agua:

‘Brasília – A embaixada da Venezuela divulgou nota oficial nesta quarta-feira repudiando as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, Gilmar Mendes, que, em entrevista ao jornal O Globo disse que "o Brasil não é a Venezuela de Chávez, onde o mandatário, quando contrariado, mandou até prender juiz". A nota oficial da Embaixada da República Bolivariana da Venezuela afirma:

As declarações do ministro do STF Gilmar Mendes ao jornal O Globo, se de fato ocorreram, constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país.

Nossa Constituição, elaborada pela Assembleia Constituinte e referendada pelas urnas, determina a separação de poderes, estabelece direitos de cidadania e configura os instrumentos judiciais cabíveis, ou seja, o presidente da Venezuela não manda prender cidadão algum, independentemente do cargo que ocupe.

Recorrer à desinformação para envolver a Venezuela em debates que dizem respeito apenas aos brasileiros é uma atitude indecorosa – ainda mais partindo de um ministro da mais alta corte da nação irmã – e não reflete a parceria histórica entre Brasil e Venezuela.

Maximilien Arveláiz, embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil’

Como segurar um Ministro do STF desequilibrado? | Brasilianas.Org

Gilmar agora acusa Johnbim. Só falta a Dilma

Saiu no Valor, pág. A8:
“Gilmar Mendes diz que Lula e Jobim tentaram constrangê-lo em encontro”

Numa das 879 entrevistas que deu desde a semana passada, o ex-Supremo Presidente oferece a 879ª explicação:
O ex-ministro Nelson Johnbim “também lhe fez perguntas que poderiam sugerir pressão”.
Mas, ele se recusa a classificar o episódio como uma “chantagem”.
“Chantagem” foi o que o Lula fez, na 123ª versão do ex-Supremo.
Na versão 422, a palavra “chantagem” sumiu.
Agora, o “pressionador” é o Johnbim.
A torcida do Flamengo aguarda a entrevista de Eliane Catanhêde com Johnbim, um “pressionador”.
O que dirá o sereno e austero Ministro Celso de Mello, decano do Supremo, das 879 versões ?
Clique aqui para ler “Gilmar tem um problema com Lacerda”.
E aqui para ler “Protogenes vai processar Gilmar”.
Paulo Henrique Amorim

Gilmar, Demóstenes e Veja: tudo a ver

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Para entender este misterioso encontro de Lula com Gilmar Mendes no apartamento de Nelson Jobim, o novo escândalo denunciado pela revista Veja com o único objetivo de atingir o ex-presidente da República e o PT, uma verdadeira obsessão do seu proprietário, é preciso recuar um pouco no tempo.

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Lula se reuniu com 5 dos 11 ministros do STF

Lula se reuniu com 5 dos 11 ministros do STFFoto: Montagem/247

Em 2012, ex-presidente encontrou José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto e Gilmar Mendes; apenas o último citado afirma ter tratado sobre julgamento do mensalão

31 de Maio de 2012 às 07:02

247 – A Folha apurou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou em 2012 com pelo menos 5 dos 11 ministros do STF. No entanto, apenas Gilmar Mendes afirma ter tratado sobre julgamento do mensalão. Leia:

Felipe Seligman, da Folha: Pelo menos 5 dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) se encontraram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano, mas apenas Gilmar Mendes afirma ter discutido sobre o julgamento do mensalão.

Os outros quatro ministros que encontraram o ex-presidente, todos indicados ao STF por Lula, são: José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto.

Apenas Luiz Fux não respondeu aos questionamentos da Folha. Rosa Weber, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello disseram não ter encontrado o ex-presidente.

Mendes relatou um encontro que teve com Lula, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, no qual o ex-presidente teria insistido que o mensalão não poderia ser julgado em 2012.

De acordo com Mendes, ao perceber que a conversa não teria efeito -já que o ministro defende a realização do julgamento ainda neste semestre-, Lula passou a falar sobre episódios que poderiam levar o magistrado à CPI do Cachoeira. Lula e Jobim confirmam o encontro, mas negam o teor da conversa.

OUTROS ENCONTROS

Toffoli e Cármen Lúcia afirmaram ter visitado Lula no hospital Sírio-Libanês em abril, em ocasiões diferentes. Dizem que não trataram do mensalão. Toffoli diz ainda que Lula nunca pediu sua participação no julgamento.

Já Lewandowski não deu detalhes do encontro. Nos bastidores há duas versões.

A primeira é a de que o ministro também foi visitar Lula no hospital. A segunda é a de que teriam se encontrado em São Bernardo (SP). O ministro afirmou apenas que "o presidente Lula jamais falou sobre a AP 470 [ação penal do mensalão] comigo".

O encontro de Ayres Britto com Lula foi público, no Palácio da Alvorada, em maio.

Lula se reuniu com 5 dos 11 ministros do STF | Brasil 247

O que incomoda Gilmar Mendes: a amizade com Demóstenes ou com Perillo?

Açodamento de Gilmar Mendes e suas constantes aparições na mídia ameaçam desfigurar STF, transformando-o numa versão togada do Big Brother Brasil

31 de Maio de 2012 às 02:52

Marcus Vinícius

As intempestivas manifestações de açodamento do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes causam estranheza no mundo político e jurídico.

Não é de se esperar que um ministro de uma Corte Suprema seja dado a entrevistas e a esboçar pontos de vista. O STF é o que o nome diz: Supremo, portanto, seus pares devem ser módicos no falar, pois o que dizem ecoa por todo o Judiciário. A um juiz – e principalmente um juiz supremo -, não é facultada verborragia. O que ele diz tem consequência. Recomenda-se a moderação a um julgador.

Nos Estados Unidos os ministros da Corte Suprema são, na sua maioria, ideologicamente ligados a um dos partidos do establishment. Ou são Democratas, como o presidente Barak Obama, ou são Republicanos, como o ex-presidente George W. Bush. Nem por isto se veem ministros saracoteando de redação em redação, de estúdio em estúdio a opinar sobre a vida política dos EUA.

Do magistrado, seja de primeira instância ou do STF o que se almeja é conhecimento, respeito e obediência às Leis. O conceito de Justiça é muito mais amplo que o de Ideologia. O cidadão – seja ele de esquerda, direita ou centro -, quando vai a julgamento espera que seu julgador seja, antes de tudo, justo, que se atenha aos autos do processo. Espera que o magistrado se atenha ao devido processo legal.

Há aqueles que querem fazer crer que a Justiça possa ser pautada pelos humores da massa como se fossem os juízes similares ao apresentador Pedro Bial, que conduz o Big Brother Brasil. A torcida destes setores mais inconsequentes da política e da mídia é para que os ministros do Supremo julguem o Mensalão tal qual ocorre no mencionado reality show.

Talvez não tenha sido boa a ideia de transmissão ao vivo das sessões do STF pela TV Justiça. A Corte Suprema perdeu a circunstância, a solenidade e a liturgia que deve ter, a exemplo de seus pares do Norte. Registre-se que nem fotos são disparadas nos julgamentos nos EUA, não são permitidas transmissões de radio ou TV. Sobre a transmissão dos julgamentos no Brasil, iniciados em 2002, fica alerta do ex-ministro Eros Graus, em entrevista do Conjur: ““essa prática de televisionar as sessões é injustificável”, uma vez que “tem que se dar publicidade à decisão, não ao debate que pode ser envenenado de quando em quando. Acaba se transformando numa sessão de exibicionismo”. (Matéria: A publicidade das sessões da Suprema Corte – http://migre.me/9iABR )

Voltemos ao episódio envolvendo o ministro Gilmar Mendes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Nelson Jobim. Considerando-se tudo que foi citado neste artigo, volta a estranheza, do porquê, um mês depois do encontro, o Meritíssimo disparou crítica ao ex-mandatário do país.

1 – A reunião ocorreu no dia 26 de abril, no escritório de Nelson Jobim. Porquê, passados mais de 30 dias, Mendes trouxe o assunto a baila?

2 – A motivação veio da transcrição dos grampos da Operação Monte Carlo, que mostram uma relação próxima entre o ministro e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM)?

3 – O açodamento é por conta da revelação de uma carona no avião do contraventor Carlos Cachoeira? (http://migre.me/9iBke )

4 – Preocupa o ministro suas relações com o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), tendo inclusive participado da colação de grau deste, ao lado de Demóstenes Torres? (http://youtu.be/moy7zYxOihY )

O açodamento do ministro Gilmar Mendes e suas constantes aparições na mídia ameaçam desfigurar o STF e transformar a Corte Suprema do Brasil numa versão togada do Big Brother Brasil. Não é este triste destino que dele se espera. Não é o que o STF e o povo brasileiro merecem.

A presidenta Dilma Rousseff conduz o país com correção, respeito à institucionalidade e a independência dos Poderes. Sob sua batuta o país avança na consolidação da cidadania, com a sanção da Lei de Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade.

Transparência, sobriedade, equilíbrio e trabalho. São estes os conceitos que contam para o Brasil neste século XXI.

Marcus Vinícius edita o www.marcusvinicius.blog.br.

É legítimo e normal Lula opinar sobre julgamento, diz ministro do STF

É legítimo e normal Lula opinar sobre julgamento, diz ministro do STFFoto: Alan Marques/Folhapress

Marco Aurélio Mello defendeu o ex-presidente e questionou a demora de Gilmar Mendes em revelar encontro

31 de Maio de 2012 às 05:38

247 – Em entrevista à Folha e ao UOL, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, classificou de normal que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifeste sua opinião sobre a data que considera mais conveniente para o julgamento do mensalão. Ele, no entanto, questinou a reação de Gilmar Mendes. Leia:

O ministro Marco Aurélio Mello, o segundo mais antigo dos 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal, disse ontem considerar "legítimo" e "normal" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifeste sua opinião sobre a data que considera mais conveniente para o julgamento do mensalão.

"Admito que o ex-presidente pudesse estar preocupado com a realização do julgamento no mesmo semestre das eleições. Isso aí é aceitável", afirmou o ministro entrevista à Folha e ao UOL.

Listou em seguida os motivos: "Primeiro, porque é um leigo na área do direito. Segundo, porque integra o PT. Portanto, se o processo envolve pessoas ligadas ao PT, obviamente, se ocorrer uma condenação, repercutirá nas eleições municipais".

No fim de semana, a revista "Veja" revelou que Gilmar Mendes (também ministro do STF) e Lula se encontraram em abril no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim. Segundo Mendes, o ex-presidente disse que o julgamento do mensalão deveria ser adiado para depois das eleições deste ano.

De acordo com Marco Aurélio, juízes estão sempre prontos a ouvir, mas "decidimos de acordo com o nosso convencimento".

"Penso que o ex-presidente Lula não tratou do mérito do processo-crime. O que ele fez foi revelar que não seria bom, em termos eleitorais, o julgamento do processo no segundo semestre de 2012."

‘TUDO ERRADO’

Apesar de conceder que Lula dê sua opinião sobre datas de julgamento, Marco Aurélio considera que "está tudo errado" no encontro entre o ex-presidente e Mendes. "Há erro quanto à localização, erro quanto ao encontro em si e erro quanto ao que foi realmente veiculado."

Sobre Mendes ter dito que se sentiu pressionado por Lula para atrasar o julgamento, Marco Aurélio diz não ter entendido "o espaço de tempo entre o ocorrido, o encontro, e a divulgação do encontro".

Ele afirmou ter tomado conhecimento de que "alguém estaria vazando informações" e que Mendes "se adiantou para realmente escancarar o episódio".

Marco Aurélio expressou incompreensão a respeito da suposta chantagem que teria sido feita por Lula contra Mendes. "Não entendo por que cogitar-se de proteção a Mendes. O ministro não está sendo investigado na CPMI."

A CPMI no caso é a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os negócios de Carlos Cachoeira e suas relações com autoridades e políticos. Segundo Mendes, ele estaria sendo vítima de notícias falsas sobre conexões que teria com Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

Embora se recuse a comentar, Marco Aurélio admite não ter uma boa relação com Mendes -"é estritamente institucional".
No STF, em geral, a convivência entre os ministros não é amena: "O Supremo é composto de ilhas. Nós não temos uma convivência social maior (…) Infelizmente, já até se proclamou que o colegiado é um ninho de víboras".

 

Santayana: Gilmar não é o Supremo ! Supremo, aja!


O Conversa Afiada reproduz do JB Online texto de Mauro Santayana:

Gilmar não é o Supremo
Mauro Santayana
Engana-se o Sr. Gilmar Mendes, quando denuncia uma articulação conspiratória contra o Supremo Tribunal Federal, nas suspeitas correntes de que ele, Gilmar, se encontra envolvido nas penumbrosas relações do Senador Demóstenes Torres com o crime organizado em Goiás.
A articulação conspiratória contra o Supremo partiu de Fernando Henrique Cardoso, quando indicou o seu nome para o mais alto tribunal da República ao Senado Federal, e usou de todo o rolo compressor do Poder Executivo, a fim de obter a aprovação. Registre-se que houve 15 manifestações contrárias, a mais elevada rejeição em votações para o STF nos anais do Senado.
Com todo o respeito pelos títulos acadêmicos que o candidato ostentava – e não eram tão numerosos, nem tão importantes assim – o Sr. Gilmar Mendes não trazia, de sua experiência de vida, recomendações maiores. Servira ao Sr. Fernando Collor, na Secretaria da Presidência, e talvez não tenha tido tempo, ou interesse, de advertir o Presidente das previsíveis dificuldades que viriam do comportamento de auxiliares como P.C. Farias. Afastado do Planalto durante o mandato de Itamar, o Sr. Gilmar Mendes a ele retornou, como Advogado Geral da União de Fernando Henrique Cardoso. Com a aposentadoria do ministro Néri da Silveira, Fernando Henrique o levou ao Supremo. No mesmo dia em que foi sabatinado, o jurista Dalmo Dallari advertiu que, se Gilmar chegasse ao Supremo, estariam “correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional”. Pelo que estamos vendo, Dallari tinha toda a razão.
Gilmar, como advogado geral da União – e o fato é conhecido –, recomendara aos agentes do Poder Executivo não cumprirem determinadas ordens judiciais. Como alguém que não respeita as decisões da justiça pode integrar o mais alto tribunal do país? Basta isso para concluir que Fernando Henrique, ao nomear o Sr. Gilmar Mendes, demonstrou o seu desprezo pelo STF. O Supremo, pela maioria de seus membros, deveria ter o poder de veto em casos semelhantes.
Esse comportamento de desrespeito – vale lembrar – ocorreu também quando o Sr. Francisco Rezek renunciou ao cargo de Ministro do Supremo, a fim de se tornar Ministro de Relações Exteriores, e voltou ao alto tribunal, re-indicado pelo próprio Collor. O episódio, tal como a posterior indicação de Gilmar, trouxe constrangimento à República. Ressalve-se que os conhecimentos jurídicos de Rezek, na opinião dos especialistas, são muito maiores do que os de Gilmar. Mas se Rezek não servia como chanceler, por que deveria voltar ao cargo de juiz a que renunciara? São atos como esses, praticados pelo Poder Executivo, que atentam contra a soberania da Justiça, encarnada pelo alto tribunal.
A nação deve ignorar o esperneio do Sr. Gilmar Mendes. Ele busca a confusão, talvez com o propósito de desviar a atenção do país das revelações da CPI. O Congresso não se deve intimidar pela arrogância do Ministro, e levar a CPMI às últimas conseqüências; o STF deve julgar, como se espera, o processo conhecido como mensalão, como está previsto. Acima dos três personagens envolvidos na conversa estranha que só o Sr. Mendes confirma, lembremos o aviso latino, de que testis unus, testis nullus, está a Nação, em sua perenidade. Está o povo, em seus direitos. Está a República, em suas instituições.
O Sr. Gilmar Mendes não é o Supremo, ainda que dele faça parte. E se sua presença naquele tribunal for danosa à estabilidade republicana – sempre lembrando a forte advertência de Dallari – cabe ao Tribunal, em sua soberania, agir na defesa clara da Constituição, tomando todas as medidas exigidas. Para lembrar um autor alemão, Carl Schmitt, que Gilmar deve conhecer bem, soberano é aquele que pratica o ato necessário.

 

Veja, Gilmar e o Editor Imaginário

Após o período atípico, sem manchetes denunciativas nas capas, que se seguiu à instalação da CPI do Cachoeira, a revista Vejatenta sair das cordas publicando, na edição desta semana, uma denúncia em que um seu velho conhecido – o ministro Gilmar Mendes, do STF – afirma que o ex-presidente Lula o teria pressionado para que tentasse adiar a data do “julgamento do Mensalão” para depois das eleições municipais deste ano. Em troca, segundo a revista, o ex-presidente ofereceria ao magistrado“blindagem” contra eventuais acusações na CPI do Cachoeira.

Logo após a revista chegar às bancas, jornalistas e blogueiros passaram a apontar as múltiplas inconsistências da matéria – trabalho facilitado, inicialmente, pela negação peremptória da veracidade da denúncia feita pela única testemunha presencial do encontro entre Mendes e Lula (o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim) e complementado, na noite de ontem, pelo depoimento do próprio Gilmar Mendes ao Jornal Nacional, em que afirma que “ele [Lula] não pediu nada diretamente a mim”.

Factoide de curta duração

Não é meu interesse, aqui, repisar os múltiplos fatos e constatações que desmontaram o factoide de Veja em questão de horas, nem especular o que teria levado Mendes a desmentir a revista já na segunda-feira. As explicações estão aí, aos borbotões, na internet e no pouco que resta de imprensa séria no Brasil.

Tampouco me interessa, no curto espaço deste artigo, analisar a incompatibilidade da conduta de Gilmar Mendes com a posição que ocupa: como reconheceria qualquer pessoa ciente das leis, ainda que a acusação fosse verdadeira, seria obrigação de um ministro do STF levá-la à Justiça, e não, após mais de um mês de silêncio, fazer futricas na menos confiável das publicações brasileiras.

Lúdica imprensa

O que gostaria de propor aos leitores e leitoras neste texto é um exercício mental, um jogo, que pede uma certa dose de abstração, tendo como meta produzir uma reflexão sobre o jornalismo brasileiro hoje: façamos como Carlinhos Cachoeira e brinquemos de editor.

A proposta do jogo é que nos coloquemos no lugar do editor de uma hipotética revista jornalística séria. Tentemos evitar, portanto, assumir uma posição ideológica pré-determinada e tenhamos como meta principal simular adotar os mesmos critérios práticos que o jornalismo historicamente chama para si – checagem de informações, ouvir os dois lados, equilíbrio, responsabilidade social, defesa do interesse público.

Comecemos fazendo um esforço para esquecer, por um momento, a biografia e as peculiaridades dos personagens envolvidos na última “denúncia” da Veja, publicação que –com o perdão pelo duplo sentido -também deve ser abstraída de nosso pensamento.Conservemos a mesma denúncia, feita porém a uma revista jornalística séria de um país democrático: um ministro da Suprema Corte acusa um ex-presidente (por duas vezes eleito) de tê-lo pressionado para que convencesse colegas de toga a optarem pelo adiamento de determinado julgamento, envolvendo acusação de corrupção contra o partido político do ex-mandatário (mas não diretamente contra este). Em troca, ele teria prometido “aliviar a barra” do denunciante se e quando pipocassem acusações contra este numa CPI em andamento.

Jornalismo dentro da lei

Antes de examinarmos o caso é forçoso constatar que tudo o que se refere à denúncia teria de ser checado e rechecado pelos editores, antes da eventual publicação da matéria, posto que, além de serem estes os procedimentos recomendados pelo bom jornalismo, o que está em jogo envolve altas personalidades da República e poderia provocar sérias consequências tanto no campo jurídico quanto político-eleitoral. Desnecessário observar que a constatação de eventual leviandade por parte da publicação fatalmente acarretaria danos, não só à sua imagem pública, mas no âmbito judicial, já que a existência e o cumprimento de leis que regulamentam o exercício do jornalismo são característica comum aos países de democracia consolidada.

Um primeiro fator a se considerar pelo editor da revista seria o da credibilidade da testemunha. Ser ministro do Supremo ajuda, mas, como se sabe, quanto mais avançada a democracia, menos vale o “critério”da carteirada, do “você sabe com quem está falando?”. Uma publicação jornalística séria levaria em conta se o denunciante tem uma história moral condizente com a que se espera de alguém que tem assento na mais alta corte do país ou seu passado é entremeado de episódios obscuros, suspeitas, ligações com personalidades políticas controversas, perda da compostura em púbico, grampos sem áudio. A opinião pública e seus pares de toga o respeitam, ou ele já chegou a ser publicamente acusado, por um deles, de estar “na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”?

Testemunha-chave

Uma segunda medida, porém elementar, seria se inteirar se haveria testemunhas que pudessem corroborar ou desmentir a acusação feita pelo ministro e, em havendo, entrevistá-la(s). Afinal, uma terceira pessoa que reafirmasse o ocorrido, a depender de sua credibilidade e do grau de coincidência com a denúncia originalmente formulada, forneceria uma evidência mais consistente para a publicação da denúncia, reduzindo o ônus da revista – ao passo que, se esse terceiro elemento fosse reticente ou desmentisse a acusação, acenderia um alerta e faria aumentar a desconfiança na redação quanto à veracidade do relato do magistrado.

Ora, nenhuma publicação séria do mundo publicaria uma denúncia contra um ex-presidente ciente de que esta seria desmentida pela única testemunha presencial capaz de corroborá-la, como Jobim o fizera em relação à denúncia de Veja/Mendes. Nosso jogo deveria, portanto, terminar aqui, já que um editor responsável e jornalistas honrados jamais concordariam em assinar uma matéria tão leviana, alicerçada em bases tão frágeis. Mas, entre nós, brasileiros, o jornalismo responsável anda tão escasso que proponho brincarmos de imprensa séria um pouquinho mais.

Coerência lógica

Consideremos então que, para nosso valoroso redator, tão essencial quanto as medidas acima elencadas seria um exame da plausibilidade da denúncia. Várias questões então se colocariam para ele. A primeira delas diz respeito à probabilidade lógica: o STF tem 11 membros. Do time atual, o ex-presidente indicou seis nomes, e sua sucessora, do mesmo partido, dois. Já o ministro acusador foi indicado por um ex-presidente que antecedeu a ambos mandatários e lhes faz oposição, indicação que, segundo alguns, se deu como forma de recompensar a extrema leniência com que o nomeado desempenhou o papel de Procurador-geral da República em seu governo.

Ora, por que o ex-presidente agora acusado, ao invés de pressionar os oito ministros nomeados por ele e sua sucessora, preferiria ir ter com um magistrado nomeado pelo seu principal opositor? Mais: por que o faria, se fora anteriormente publicamente agredido pelo mesmo ministro, que declarou que iria “chamá-lo às falas” por conta de uma denúncia de grampo no STF – publicada, aliás, na mesma revista ora sob suspeita, e jamais comprovada?

Fora de timing

Certamente nosso brioso editor, já picado pela vespa da perplexidade (ele é um editor imaginário, mas é humano), quedaria a pensar por que cargas d’água um ex-presidente desejoso de manipular a data do tal julgamento iria pressionar um ministro sem posição de comando no tribunal ou função especial alguma no “julgamento do Mensalão”,ao invés de acossar os presidentes do STF e do TSE ou o relator do caso? “Isso não faz sentido algum”, refletiria o nobre homem.

Por fim, pensaria nosso já estupefato editor, por que o ex-presidente, que poderia ter feito como seu antecessor e mandado engavetar a granel denúncias que o desagradassem, se tinha interesse em manipular o “julgamento do Mensalão”, não o fez antes, no poder?

Essa questão certamente estaria na pauta da entrevista com o ex-presidente, a qual, obedecendo parâmetros éticos mínimos, deveria não apenas dar a voz ao outro lado para que se posicionasse ante as acusações que lhe são feitas, mas publicá-las com destaque textual e fotográfico proporcional ao dado às acusações e ao acusador. Isso, conclui o editor, se não existissem tantos furos a impedir a realização de uma matéria minimamente séria, que pode destruir nossa reputação.

Uma questão de ética

Xingando mentalmente o pauteiro que propôs uma matéria tão sem sustentação, nosso valoroso editor desiste de publicar a matéria e comunica a decisão aos demais profissionais envolvidos – não sem uma sutil reprimenda entrelinhas.

Desliga o computador, fechas as gavetas e, com a consciência leve assegurando a dignidade com que os jornalistas de Veja não podem nem sonhar, sai assobiando pelas ruas com as mãos nos bolsos, vendo a tarde cair.

Cinema & Outras Artes: Veja, Gilmar e o Editor Imaginário

Pelo Twitter, filha de Marconi exalta Gilmar

Pelo Twitter, filha de Marconi exalta GilmarFoto: Edição/247

Ana Luísa Perillo, filha do governador goiano, já elegeu, pela rede social, seu novo herói: é o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que acusou o presidente Lula de “tentar melar o mensalão”; sobre o enrosco do pai com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, nenhuma palavra

31 de Maio de 2012 às 06:46

247 – A família Perillo já tem um novo herói. É o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que acusou o ex-presidente Lula de “tentar melar o processo do mensalão”. O recado foi dado por Ana Luísa Perillo, filho do governador tucano Marconi Perillo, de Goiás. “Gilmar Mendes, me dá um autógrafo????????????”, postou a moça. Coincidência ou não, foram 13 interrogações no seu tweet, numa possível alusão ao número do PT.

Dona do perfil @aninhaperillo, a filha do governador já convocado pela CPI do caso Cachoeira até agora não se pronunciou sobre a Operação Monte Carlo, onde seu pai é um dos principais personagens. Marconi Perillo era dono da casa vendida por R$ 1,4 milhão, onde Carlos Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro deste ano.

Assim como o pai, ela mostra que não se intimida. Marconi adota a estratégia de que, numa crise, “a melhor estratégia é o ataque”. Ele se prontificou a ir à CPI, antes mesmo de ser convocado. Documentos da Operação Monte Carlo apontam que Cachoeira tinha influência direta em seu governo, nomeando figuras influentes na área de segurança pública e também de desenvolvimento. Sobre a venda da casa, Marconi disse que cometeu “erro imperdoável” ao não checar a procedência dos cheques de R$ 1,4 milhão – eles foram passados por um sobrinho de Cachoeira.

Perillo foi o primeiro a alardear a tese de que a CPI do Cachoeira era a tentativa de criar uma cortina de fumaça para encobrir o mensalão. Tese depois encampada por Veja e, na semana passada, pelo ministro Gilmar Mendes.

Pelo Twitter, filha de Marconi exalta Gilmar | Brasil 247

30/05/2012

Dossiê Gilmar Mendes, parte III

Filed under: Dossiê Gilmar Mendes — Gilmar Crestani @ 9:36 am

O TRF4 promoveu nos dias 10 e 11 de maio um seminário sobre Improbidade Administrativa. Convidou especialista. Acertou em cheio ao trazer Gilmar Mendes. Ninguém me contou. Eu participei. Não tinha porque falar, mas diante de mais esta a$$oCIAção de Gilmar Mendes e Veja, não posso deixar de registar. Lá pelas pelas voltas tantas, Gilmar Mendes saiu-se com esta:

« – Durante o governo FHC sabíamos quando um membro do Ministério Público era ligado ao PT!»

Na palestra, Gilmar Mendes mostrou-se nervoso, como quem estivesse sentado numa espada. A obsessão por Lula mostrou-se em vários momentos da palestra. Agora fica claro, Gilmar Mendes não assimilou o golpe de perder, numa única operação da Polícia Federal, los tres amigos: Maroni Perillo, Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira.

O Alfred Jarry do STF inclui mais uma peça naquilo que o austríaco Martin Asslin denominou de Teatro do Absurdo. Uma trama em que Lula Lula teria pedido ao Gilmar Mendes (que é seu desafeto) para que este intervisse junto ao Lewandowski (amigo pessoal) oferecendo algo que o Lula não tem (poder de blindagem) em troca de algo que o Gilmar não tem (poder de atraso no processo do Mensalão). Resumindo, o Lula teria pedido a um desafeto para que este intervisse junto a um amigo de família. Faz sentido?

 

O ódio a Lula

O Brasil já cultivou ressentimentos irracionais em relação a Getúlio, JK, Jango e, agora, ao metalúrgico que ainda é a principal força política do País

28 de Maio de 2012 às 22:53

Leonardo Attuch

Teve início, neste fim de semana, um movimento organizado de ataque ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, a reportagem sobre a suposta chantagem exercida por ele contra Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, para adiar o julgamento do mensalão, já desmentida pelo anfitrião do encontro, Nelson Jobim. Depois disso, críticas espalhadas pela rede sobre o comportamento indecoroso de Lula diante das instituições e até ironias relacionadas ao uso de remédios para o tratamento contra o câncer na laringe. Por fim, vozes mais radicais cobrando até a prisão do ex-presidente.

Por que será que Lula, depois de oito anos de governo, tendo deixado o Palácio Planalto com recordes de aprovação, tanto junto ao povão quanto às elites, que se tornaram ainda mais ricas, desperta tanto ressentimento? A resposta é uma só: goste-se ou não dele, Lula ainda é a principal força política do Brasil. E é uma força viva, que pode voltar ao poder em 2014 ou em 2018.

Mas essa seria uma análise objetiva, dos que fazem cálculos frios nos jogos de poder. Ocorre que o ressentimento em relação a Lula, muitas vezes, é irracional. Como pode um retirante, metalúrgico, sem educação formal ter chegado tão longe? É isso que incomoda boa parte da classe média brasileira.

Sentimentos assim já houve no passado em relação a outros líderes políticos, como Getúlio Vargas, João Goulart ou mesmo Juscelino Kubitschek. Os paulistas odiavam Getúlio e nunca lhe deram um nome de avenida. Mas poucos fizeram tanto pela industrialização do estado, que começou a se libertar do atraso cafeeiro, como o líder trabalhista. Os militares também odiavam JK, mas, no poder, tentaram reproduzir sua visão de “Brasil Grande”. E os que vierem depois de Lula, de certa forma, serão escravos do seu modelo de inclusão social.

Por mais que o critiquem, Lula não será abatido por seus detratores. Até porque, até aqui, ele foi um democrata. E resistiu à tentação do terceiro mandato, quando teria totais condições de se perpetuar no poder.

Gilmar confessa sua motivação

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 18:53

Por José Augusto Zague

Nassif, chamo a atenção para uma entrevista de Gilmar Mendes, a reporter Adriana Irion, do jornal Zero Hora. Vou colocar aqui alguns trechos importantes:

— Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão?Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.

— O senhor não pensou em relatar o teor da conversa antes? Fui contando a quem me procurava para contar alguma história. Eu só percebi que o fato era mais grave, porque além do episódio (do teor da conversa no encontro), depois, colegas de vocês [jornalistas], pessoas importantes em Brasília, vieram me falar que as notícias associavam meu nome a isso e que o próprio Lula estava fazendo isso.

— Jornalistas disseram ao senhor que o Lula estava associando seu nome ao esquema Cachoeira? Isso. Alimentando isso.

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2012/05/lula-entrava-varias-vezes-no-assunto-da-cpi-revela-gilmar-mendes-3772431.html

A entrevista demonstra que Gilmar desejava a reunião e o trecho em que o ministro diz que "contava para quem o procurava para contar alguma história" é risível e absurdo. Pelo jeito, ao citar jornalistas, Gilmar que no futuro ao ser desmentido ter algo para se justificar.

Ponto final na dispersão política

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 20:16

Autor:

Luis Nassif

A partir de amanhã, o Blog só voltará ao tema Gilmar se surgir algum fato relevante.

Essa loucura está tomando rumos irresponsáveis e não se pode transformá-la em neurose coletiva, aceitando a isca de um sistema de notícias sem noção de país.

Que me chama a atenção é o blogueiro Arnobio Rocha. O que está em jogo não é PT, mensalão, Gilmar, mas a própria solidez das instituições.

Com sua loucura, Gilmar Mendes colocou o STF (Supremo Tribunal Federal) no centro do questionamento nacional. Qualquer decisão que tome será questionada por essa supina irresponsabilidade de um Ministro sem limites. Quem pretendeu colocar o Supremo nas cordas foi o próprio Gilmar. E está conseguindo com sua loucura com método.

A agenda proposta por Arnobio e endossada por mim:

  1. O “mensalão” tem que ser julgado o mais rapidamente possível, um julgamento severo, porém técnico, que restaure a confiança nas leis e no STF. Junto com o mensalão do PT, o mensalão tucano de Minas Gerais, já que as fontes são as mesmas.
  2. Do mesmo modo, a CPMI tem que ir fundo nas investigações e punição do mais atrevido esquema de corrupção do Brasil moderno: Carlinhos Cachoeira e seus diversos tentáculos.
  3. Depois, limpar a área política para o que interessa, a agenda positiva contra a crise e espaço para Dilma, Banco Central e Fazenda completar o processo de redução de juros e de fortalecimento da produção nacional.

O teste da voz de Gilmar

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 19:14

Da UOL

Exame de voz destaca "segmentos fraudulentos" em fala do ministro Gilmar Mendes

Do UOL, em São Paulo

Comunicar erroImir

O laudo de uma perícia em análise de frequência de voz aponta trechos "fraudulentos e suspeitos" na entrevista do ministro Gilmar Mendes veiculada nesta segunda-feira (28) pelo canal "GloboNews", sobre um encontro seu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na edição do último domingo (27), a revista Veja publicou reportagem em que o ministro Gilmar Mendes relata um suposto encontro entre ele, Lula e o ex-ministro Nelson Jobim no dia 26 de abril.

ANÁLISE DE VOZ APONTA FRAUDES EM ENTREVISTA DE GILMAR MENDES

Segundo Mendes, o ex-presidente teria insinuado que poderia protegê-lo na CPMI do Cachoeira, que investiga a relação entre políticos e agentes públicos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em troca do adiamento do julgamento dos envolvidos no mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal). O escândalo do mensalão, que deve ser julgado em agosto próximo, envolveu pagamentos a parlamentares da base aliada do então presidente Lula em troca de aprovação de projetos no Congresso Nacional.

À emissora de TV, Mendes confirmou o teor da conversa que teria travado com Lula.

Na análise de um total de 3 minutos de trechos da entrevista, foram detectadas 11 ocorrências de "alto risco", cinco de "provável risco" e duas de "baixo risco".

"Alto risco é uma maneira de dizer que a pessoa está mentindo", afirma o perito responsável pela análise, Mauro Nadvorny.

Nadvorny é diretor-presidente da empresa Truster Brasil, que produz a tecnologia que detecta sinais de tensão, estresse, medo, embaraço e excitação em arquivos de voz.. De acordo com Nadvorny, esses fatores permitem situar declarações em uma escala de veracidade.

O laudo indicou "alto risco" de fraude nos trechos em que o magistrado diz que o mensalão "entrou na pauta das conversas", que "o presidente tocou várias vezes na questão da CPMI" e no trecho em que Mendes diz ter "nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes".

Veja a seguir alguns dos trechos da entrevista de Gilmar Mendes considerados "fraudulentos e suspeitos" pelo laudo de Nadvorny, acompanhados da conclusão do perito:

Gilmar Mendes: "Este assunto entrou na pauta das conversas"

De acordo com a análise do software, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o assunto (mensalão) entrou na pauta das conversas.

Gilmar Mendes: "E aí o presidente disse da importância do julgamento do mensalão, que se possível não se julgasse esse ano porque não haveria objetividade"

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula teria dito que não haveria objetividade. Não é possível concluir que ele tenha dito algo sobre a importância do julgamento não acontecer este ano.

Gilmar Mendes: "O presidente tocou várias vezes na questão da CPMI, desenvolvimento da CPMI, o domínio que o governo tinha sobre a CPMI"

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula tocou no assunto da CPMI.

Gilmar Mendes: "Então eu disse a ele: ‘com toda franqueza, presidente, eu vou lhe dizer uma coisa, parece que o senhor está com alguma informação confusa’"

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que disse ao presidente Lula que ele estava com uma informação "confusa".

Gilmar Mendes: " ‘O senhor não está devidamente informado, eu não tenho nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes"

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que não tem nenhuma relação com a matéria da CPMI.

Gilmar Mendes: "Aí então eu esclareci a viagem de Berlim, (…) me encontrara com o senador em Praga porque isso foi agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos deslocamos até Berlim. Eu vou um pouco a Berlim, como o senhor vai a São Bernardo

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que se encontrou com o senador (Demóstenes) em Praga para ir a Berlim (para visitar sua filha) numa viagem previamente agendada.

Gilmar Mendes: "Claro que houve a conversa sobre o Mensalão, o Jobim sabe disso"

De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que a conversa existiu e que Jobim sabe disso.

Procurado pelo UOL para comentar o laudo, o ministro Gilmar Mendes não se manifestou até agora.

Equipamento

A análise de Nadvorny foi feita voluntariamente, com o software de análise de voz da Truster Brasil, o mesmo usado pelos serviços de inteligência das polícias do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.

"A tecnologia faz uma varredura em todo o arquivo de voz para estabelecer uma linha básica e aponta os techos em que a fala foge dessa linha, o que indica, em diferentes graus, que a pessoa não está sendo verdadeira", diz Nadvorny.

Segundo ele, nos trechos em que o programa aponta "alto risco", há praticamente certeza de que a pessoa está mentindo. "Isso porque a natureza humana não é construída para mentir. Quando a pessoa mente, ela está sob estresse", afirma.

Gilmar na Monte Carlo. Britto não vai expulsá-lo ?

    Publicado em 29/05/2012

O Conversa Afiada reproduz documentos da Operação Monte Carlo em que Gilmar Mendes começa a aflorar.
O amigo navegante observará também que José Dirceu era um dos alvos do crime organizado, que tinha a Veja como instrumento e cúmplice.
Não está claro, agora, amigo navegante ?
Ainda bem que a TV Record já tinha melado o mensalao.
E, agora, diante da grita entusiasmada do PiG (*), cabe a singela pergunta: o Supremo e o Ministério Público não vão fazer o que o Dr Piovesan sempre quis: ou seja, não vão impedir o Gilmar ?
Paulo Henrique Amorim

Uma história mal contada

Gilmar Mendes poderia explicar algumas coisas que não ficaram claras

30 de Maio de 2012 às 05:52

Hélio Doyle

Foi um encontro estranho, num momento delicado. Mas o que realmente aconteceu na reunião do ex-presidente Lula com o ministro Gilmar Mendes, no escritório do ex-ministro Nélson Jobim? Na verdade, não se sabe. Ninguém sabe, a não ser os três que estavam lá, e que dão suas versões sem que seja possível comprová-las cabalmente. As histórias são contadas pela metade, não há um relato com início, meio e fim, que inclusive explique bem o início: de quem foi a iniciativa do encontro, se foi proposital ou acidental, se Lula sabia que encontraria Gilmar e vice-versa. Essa é a típica história mal contada.

Nenhum dos três participantes do encontro que abala a República é bobo – pois, como se diz, se fossem bobos não teriam chegado aonde chegaram, e esses três chegaram longe. Gilmar é que tem falado mais sobre o assunto, já até passou em muito do tom adequado a um ministro do Supremo Tribunal Federal. Lula praticamente nada disse, a não ser negar que a conversa tenha sido como conta Gilmar, no que tem o respaldo de Jobim. Mas todos eles sabiam, desde que se encontraram no escritório de Jobim, que o encontro poderia, se revelado, ter graves repercussões em meio a uma CPI instaurada a partir de denúncias contra um fraterno amigo de Gilmar Mendes, o ainda senador Demóstenes Torres, e às vésperas do julgamento do chamado “mensalão”, que atinge de frente o PT e uma de suas principais figuras, o ex-ministro José Dirceu.

Se não são bobos, certamente sabiam que: 1) não pega bem um ministro do Supremo frequentar escritório de advogado; 2) pega pior ainda um ministro do Supremo conversar quase secretamente com um ex-presidente da República que tem interesse óbvio, e justificável, em um julgamento prestes a acontecer no tribunal. Não se sabe o que realmente conversaram, e só um perfeito idiota, a velhinha de Taubaté e os oposicionistas, esses por dever de ofício, acreditariam piamente ou fingiriam acreditar em uma versão difundida pela revista Veja, clara e ostensivamente engajada em uma luta política feroz contra o governo, contra Lula e contra o PT – entre outras causas da direita.

Por que acreditar na versão de Gilmar Mendes, a não ser por posição política ou convicção ideológica? Ora, dirão: por que acreditar nos desmentidos de Lula e de Jobim, a não ser pelos mesmos motivos? A isenção recomenda mesmo cautela. Mas, como Gilmar é até agora quem mais falou sobre o encontro, poderia explicar algumas coisas ainda mal explicadas:

– Por que foi ao escritório de Jobim? Acha normal um juiz da mais alta Corte ir ao escritório de um advogado, ainda mais sabendo das ligações políticas do ex-ministro do STF e da Defesa?

– Sabia que iria se encontrar com Lula? Se sabia, acha normal se encontrar com um ex-presidente da República que tem dado declarações públicas a respeito do processo que brevemente será julgado pelo STF?

– Por que, diante do que considera impertinência de Lula, não denunciou imediatamente o fato, esperando mais de um mês para fazê-lo? Não deveria ter denunciado imediatamente? E por que contou a um senador do DEM, Agripino Maia?

– Foi ele próprio que revelou a história à Veja? Se foi, por que a Veja? Se não foi quem contou, desconfia de alguém?

– Quais eram, realmente, as relações que tinha com Demóstenes Torres? Acha normal ter uma enteada trabalhando no gabinete do senador? Acha correto que um ministro do Supremo viaje de carona em avião de político? Foi mera coincidência o encontro em Berlim e voltar no mesmo voo do senador?

– Suas declarações nos últimos dias não podem colocar em questão sua isenção no julgamento do “mensalão”?
Se essas perguntas fossem respondidas, algumas coisas ficariam mais claras a respeito do estranho e inexplicado encontro no escritório de Jobim. A impressão que se tem, vendo de fora, é que ainda há muita coisa a ser contada. E que esse episódio talvez só seja explicado mesmo depois do ansiado julgamento do ano. Pode haver mais surpresas.

Vale a pena ler de novo

Gilmar Mendes, Demóstenes Torres e a Veja foram os personagens de outro misterioso episódio, a denúncia de que uma conversa entre o ministro e o senador havia sido grampeada pela Abin, a agência de informações da Presidência da República. Veja fez o estardalhaço de costume, Gilmar foi a Lula pedir satisfações, Demóstenes rosnou no Senado. Estranhamente, a tal gravação nunca apareceu, mas teve efeitos negativos para o governo e contribuiu para derrubar uma operação da Polícia Federal e o diretor da Abin.

É interessante rever o tal diálogo entre Gilmar e Demóstenes, reproduzido pela Veja. É uma conversa de amigos muito próximos, que se tratam pelos nomes. Uma conversa nada republicana entre um ministro do Supremo e um senador da República:

Gilmar Mendes – Oi, Demóstenes, tudo bem? Muito obrigado pelas suas declarações.

Demóstenes Torres – Que é isso, Gilmar. Esse pessoal está maluco. Impeachment? Isso é coisa para bandido, não para presidente do Supremo. Podem até discordar do julgado, mas impeachment…

Gilmar – Querem fazer tudo contra a lei, Demóstenes, só pelo gosto…

Demóstenes – A segunda decisão foi uma afronta à sua, só pra te constranger, mas, felizmente, não tem ninguém aqui que embarcou nessa "porra-louquice". Se houver mesmo esse pedido, não anda um milímetro. Não tem sentido.

Gilmar – Obrigado.

Demóstenes – Gilmar, obrigado pelo retorno, eu te liguei porque tem um caso aqui que vou precisar de você. É o seguinte: eu sou o relator da CPI da Pedofilia aqui no Senado e acabo de ser comunicado pelo pessoal do Ministério da Justiça que um juiz estadual de Roraima mandou uma decisão dele para o programa de proteção de vítimas ameaçadas para que uma pessoa protegida não seja ouvida pela CPI antes do juiz.

Gilmar – Como é que é?

Demóstenes – É isso mesmo! Dois promotores entraram com o pedido e o juiz estadual interferiu na agenda da CPI. Tem cabimento?

Gilmar – É grave.

Demóstenes – É uma vítima menor que foi molestada por um monte de autoridades de lá e parece que até por um deputado federal. É por isso que nós queremos ouvi-la, mas o juiz lá não tem qualquer noção de competência.

Gilmar – O que você quer fazer?

Demóstenes – Eu estou pensando em ligar para o procurador-geral de Justiça e ver se ele mostra para os promotores que eles não podem intervir em CPI federal, que aqui só pode chegar ordem do Supremo. Se eles resolverem lá, tudo bem. Se não, vou pedir ao advogado-geral da Casa para preparar alguma medida judicial para você restabelecer o direito.

Gilmar – Está demais, não é, Demóstenes?

Demóstenes – Burrice também devia ter limites, não é, Gilmar? Isso é caso até de Conselhão.
(risos)

Gilmar – Então está bom.

Demóstenes – Se eu não resolver até amanhã, eu te procuro com uma ação para você analisar. Está bom?

Gilmar – Está bom. Um abraço, e obrigado de novo.

Demóstenes – Um abração, Gilmar. Até logo.

PSol vai pedir investigação contra o ministro Gilmar Mendes

PSol vai pedir investigação contra o ministro Gilmar MendesFoto: Divulgação

"O fato de o ministro ter demorado um mês para se manifestar merece explicação. A perplexidade dele parece que custou a se consolidar", disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ)

30 de Maio de 2012 às 05:55

247 – O PSol decidiu pedir abertura de investigação contra o ministro Gilmar Mendes, do STF, por conta das denúncias sobre pressão do ex-presidente Lula plelo adiamento do julgamento do mensalão. A petição já foi esboçada, mas falta definir o guichê em que ela será protocolada – pode ser na Procuradoria-Geral da República ou na Corregedoria-Geral do Conselho Nacional de Justiça. "Do nosso ponto de vista, o comportamento do ministro não foi normal", diz o deputado Chico Alencar (RJ), líder do PSol na Câmara.

A conversa entre Gilmar Mendes e Lula ocorreu em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim. O ministro levou um mês para declarar-se publicamente "perplexo" com o que teria ouvido de Lula. "O fato de o ministro ter demorado um mês para se manifestar merece explicação. A perplexidade dele parece que custou a se consolidar", acrescenta Chico Alencar. Segundo o deputado, "não parece adequado que o ministro se encontre, fora do ambiente do Supremo, com uma pessoa notoriamente vinculada aos réus do mensalão."

O partido já havia subscrito, junto com DEM, PSDB e PPS, representação protocolada contra Lula na Procuradoria-Geral da República – Roberto Gurgel vai enviar a representação à primeira instância, já que Lula não tem mais foro privilegiado. "Achamos que ninguém ficou bem nessa história. O Lula ficou mal. O Jobim ficou mal. E o Gilmar Mendes também ficou mal", resume Chico Alencar.

Gaspari critica "trinca do escracho"

Gaspari critica Foto: Folhapress

Colunista questiona a um só tempo Lula, Gilmar e Jobim

30 de Maio de 2012 às 07:25

247 – Em um artigo na Folha, Elio Gaspari diz que o ex-presidente Lula, o ministro Gilmar Mendes e Nelson Jobim, ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, produziram uma situação constrangedora para o Judiciário. Leia:

O QUE aconteceu no dia 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça, da Defesa, e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal? Certo mesmo, só que lá se encontraram Lula, o ministro Gilmar Mendes e o dono da casa.

Os repórteres Rodrigo Rangel e Otávio Cabral revelaram a lembrança de Mendes. Coisa tenebrosa. Lula recomendou que se adiasse o julgamento do mensalão: "É inconveniente julgar esse processo agora" e contou que estava caitituando votos da corte.

Cármen Lúcia? "Vou falar com o Pertence para cuidar dela." Referia-se ao ex-ministro Sepúlveda Pertence, por coincidência, presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência. Dias Toffoli? "Ele tem de participar do julgamento." (O ministro, como ex-advogado-geral da União, poderia dar-se por impedido.) Ricardo Lewandowski? "Ele só iria apresentar o relatório no semestre que vem, mas está sofrendo muita pressão."

Joaquim Barbosa: "Complexado." Finalmente, Lula prensou Mendes com uma pergunta. "E a viagem a Berlim?" Por trás da curiosidade estava a maledicência de que o ministro fizera uma viagem a Berlim com o senador Demóstenes Torres e parte do paganini por conta de Carlinhos Cachoeira. O ministro rebateu a insinuação e dobrou a aposta: "Vá fundo na CPI".

O repórter Jorge Bastos Moreno ouviu a narrativa de Jobim: "Não houve nada disso". Ele contou que o encontro ocorreu por acaso, durou cerca de uma hora, e em nenhum momento os dois estiveram a sós. Dias depois, corrigiu-se e disse que marcou o encontro a pedido de Lula. O ex-presidente, por intermédio de sua assessoria, contestou, indignado, a reconstrução de Gilmar Mendes.

Alguém está mentindo. Ou mente Gilmar ou mentem Lula e Jobim.

Pela narrativa de Gilmar, "fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula". O ministro conta que narrou o episódio ao presidente da corte, Carlos Ayres Britto, na quarta-feira da semana passada, 27 dias depois do ocorrido. Infelizmente, ambos mantiveram-no restrito ao mundo de confidências que alimentam a nobiliarquia de Brasília.

Se a narrativa de Mendes é verdadeira, o escracho começou na própria conversa. Nem Lula poderia ter dito o que disse nem Mendes poderia ter ouvido. Sua perplexidade diante das "insinuações despropositadas" deveria ter sido expressa no ato.

A comunicação do ocorrido ao ministro Ayres Britto deveria ter desencadeado uma imediata iniciativa pública. A essa altura, era Britto quem não poderia ter ouvido o que Mendes lhe contou. O cargo em que está investido recomendava que pedisse ao colega que narrasse o episódio na sala de sessões da corte, ao vivo e a cores, como já fez o ministro Joaquim Barbosa quando julgou impertinente um telefonema que lhe dera um ex-ministro da Casa, advogando um caso milionário.

Nessa ocasião, Barbosa começou a construir sua fama de intratável. Um Supremo Tribunal Federal com 11 juízes intratáveis jamais acabaria metido numa história dessas.

P.S.: A memória exige o registro de que, em 2008, o ministro Gilmar Mendes, presidindo o STF, denunciou um "Estado policialesco" a partir da leitura do que seria a transcrição de conversa que tivera com o senador Demóstenes Torres. Até hoje não apareceu o áudio desse grampo.

 

Ala do STF suspeita de Lacerda contra Gilmar

Ala do STF suspeita de Lacerda contra GilmarFoto: Folhapress_Fellipe Sampaio/STF/Divulgação

Segundo integrantes do STF, ex-diretor da Polícia Federal e da Abin, Paulo Lacerda estaria recolhendo e distribuindo informações contra o ministro Gilmar Mendes; acusado nega; ele caiu da Abin num episódio que envolveu Gilmar

30 de Maio de 2012 às 07:03

Claudio Julio Tognolli_247 – O ex-presidente do Supremo, Ministro Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira que são “bandidos” os que passam informações a seu respeito ao ex-presidente Lula. Não são bandidos: é gente bem qualificada, suspeitam os ministros.

O PT teria montado há pouco mais de quinze dias uma central de informações para distribuir, na mídia eletrônica e no twitter, informações contra ministros do Supremo que capitaneiam votos de condenação aos ditos mensaleiros. Participam dessa central, além de redatores midiáticos, um publicitário, dois advogados classicamente aliados ao PT, e de pouco nome na praça.

Mas quatro ministros do STF foram informados que duas pessoas bem manjadas na Polícia Federal estariam levantando dados sobre a mais alta corte do país: o ex-diretor do órgão, delegado Paulo Lacerda, e seu ex-patrão: o advogado Rodolpho Ramazzini, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Ramazzini tem bom nome na mídia: é ele a apontar sempre que 85% dos pirateados que chegam ao Brasil são cópias fabricadas na China.

Na semana passada, três dias antes de Veja eclodir com as diatribes de Gilmar Mendes contra o ex-presidente Lula, Paulo Lacerda estava lá, em Brasília. Era um ouvinte, um teleguiado do PT, para o evento do lançamento de uma publicação no Superior Tribunal de Justiça. Chegou mudo e saiu calado. Foi trajando seu habitual paletó poule de cocq e sapatenis preto. Ficou ao lado de uma cortina, contra a parede. Após dez minutos hirto, numa posição que alguns classificaram de totêmica, teve de fazer enfim o seu solitário “shake hands” da noite: seu outro ex-chefe, o ex-ministro da justiça Marcio Thomaz Bastos, foi-lhe prestar mesuras. Ficaram lá os dois, como Cosme e Damião, isolados no cenário das cortinas bufantes. Não tinha quem não olhasse.

Paulo Lacerda aufere hoje cerca de RS$ 20 mil mensais como consultor de uma federação do ramo de segurança privada. E também investiu-se com seu ex-patrão, o advogado Ramazzini, na urdidura encomendada pelo PT: levantarem tudo o que podem contra o ministro Gilmar Mendes e contra o PSDB. Mais pra frente, pediu o PT, ficam os dois com o encargo de pegar também o ministro Marco Aurélio, do STF. Esse é o informe coletado pelos ministros. Mas ninguém lhes deu prova material de que tudo isso pode ser verdade.

Uma única vertente é fato: Paulo Lacerda tem Gilmar atravessado na garganta: desde que este conseguiu derrubá-lo da direção da PF. Gilmar brandiu ao ex-presidente Lula a história de um grampo no STF. Caiu Lacerda. O grampo jamais surgiu. Opositores de Gilmar chamam ao episódio de “o grampo sem áudio.

Antes de virar o diretor da PF, sob boa parte da octaetéride de Lula, Paulo Lacerda fazia levantamentos para Rodolpho Ramazzini, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Tal militância fez com que os dois, Lacerda como diretor, Ramazzini como “informante do bem”, como era conhecido na PF de São Paulo, fossem responsáveis pelas maiores operações da PF.

Só para lembrar: as operações da PF aumentaram quinze vezes durante o governo Lula. Pularam, por exemplo, de 16 em 2003 para 143 até agosto de 2009. De 2003 para 2010 o número de funcionários da PF pulou de 9.231 para 14.575, um crescimento de 58%. Lula botou nas ruas, na maioria das vezes sob Marcio Thomas Bastos, 1.244 operações, o que representa 25 vezes mais do que as 48 tocadas pela PF no governo Fernando Henrique Cardoso.

Não tenha dúvida que Lacerda e Ramazzini foram os czares da maior parte disso. Ramazzini era quem mostrava quais lojas deveriam ser estouradas, quais empresas, quais cervejarias, quais manufaturas e semi-manufaturas. Lacerda agradecia. “Quase tudo já chegava pronto em pastas, entregues na superintendência da Lapa de Baixo, com fotos acondicionadas, dicas, tudo”, diz um agente. Ramazzini era um xamã: suas dicas rendiam operações da PF republicana com altas doses de octanagem midiática.

Lacerda e Ramazzini foram também os maiores informantes oficiais do ex-deputado Medeiros, na CPI da Pirataria tocada em 2003. (Confira aqui)

Agora os dois estão de volta, cochicharam aos ministros. Mas há um terceiro elemento que lhes ajudaria, e muito: o ex-superintendente da PF em São Paulo, Jaber Makul Saad –aliás ano passado comissionado como analista-informante judicial adivinhem de que escritório? Do de Márcio Thomaz Bastos.

Gilmar disse ainda que Lacerda tinha como missão lhe destruir (leia aqui).

Em entrevista para o Estadão, Lacerda negou que presta assessoria para o PT e disse que o ministro Gilmar Mendes está desinformado. (Leia aqui)

Gilmar: fontes de Lula são "gângsters" e "bandidos"

Gilmar: fontes de Lula são Foto: Edição/ 247

Para o ministro do STF, ex-presidente é "central de divulgação" de intrigas sobre sua ida a Berlim, em 2009, quando se encontrou com o senador Demóstenes; Gilmar Mendes apresentou documentos de gastos da viagem; e bateu duro sobre origem das informações de Lula; nível baixou!

30 de Maio de 2012 às 06:23

247 – Imediatamente após abrir uma crise institucional, ao atribuir, pelas páginas da revista Veja, ao ex-presidente Lula a realização de uma pressão direta para o adiamento do julgamento do caso do Mensalão, o ministro Gilmar Mendes, do STF, radicalizou ainda mais. Em entrevista, ele classificou Lula como uma “central de divulgação” de notícias contra ele e, como que para mostrar sua disposição para a briga, taxou as fontes de informação do ex-presidente como “gangsters” e “bandidos”. Sem dúvida, o nível baixou!

Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre mais uma polêmica entrevista do ministro Gilmar Mendes, concedida nesta terça-feira 29:

Agência Brasil – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes apresentou hoje (29) documentos da viagem que fez à Alemanha, em abril do ano passado. Mendes mostrou os documentos a jornalistas antes de ir à sessão de julgamento da Segunda Turma do STF. Os papéis apresentados pelo ministro mostram que ele esteve na Europa entre 12 e 25 de abril, para participar de um evento acadêmico na Universidade de Granada. A passagem de ida, de Guarulhos (SP) a Granada (Espanha), com conexão em Madri, e a passagem de volta, trecho Berlim–Frankfurt (Alemanha)–Guarulhos (SP)–Brasília, foram pagas pelo STF e custaram R$ 16,1 mil.

Os documentos também mostram que a viagem de volta ao Brasil começou em Berlim por conveniência do próprio ministro e que as diárias de 17 a 25 de abril não foram pagas pelo tribunal. "Vocês sabem que desde 1989 eu frequento a Alemanha todo o tempo, tenho uma filha que mora lá, dou aula lá. Vão ver as passagens tiradas pelo STF", justificou Mendes.

Mesmo garantindo que não pegou carona com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Mendes disse que não veria problemas em fazê-lo. Ele lembrou que foi duas vezes a Goiânia a convite do senador, uma com o ex-ministro do Supremo Nelson Jobim e o atual ministro Antonio Dias Toffoli, e outra com Toffoli e a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fatima Andrighi. "Agora, por que esse tipo de notícia? Se eu tivesse pegado o avião, se ele [Demóstenes] tivesse me oferecido? Eu tinha algum envolvimento com o eventual malfeito dele?"

O ministro atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade pela divulgação de informações sobre a viagem à Europa que, segundo ele, nada tem de ilegal. Segundo Mendes, Lula recebeu essas informações de "gângsters" e "bandidos" interessados em plantar notícias falsas.

Perguntado por jornalistas se Lula seria a fonte dessas notícias, Mendes respondeu:. "As notícias que me chegaram são que sim, que ele era a central de divulgação disso, o próprio presidente". E completou: "Colegas de vocês [jornalistas] que me disseram isso".

Mendes disse que as informações falsas de que teria relações com Demóstenes e com o empresário goiano Carlinhos Cachoeira são uma tentativa de desmoralizar o Supremo, que está prestes a iniciar o julgamento do mensalão. "O objetivo era melar o julgamento do mensalão, dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Tentaram fazer isso com o [procurador-geral da República, Roberto] Gurgel e estão fazendo isso agora".

Paulo Lacerda desmente Gilmar Mendes

O delegado aposentado Paulo Lacerda, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ex-diretor-geral da Polícia Federal, desmentiu ontem ontem em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, as declarações do Gilmar Mendes. Ele disse que o ministro está desinformado e assegurou que não presta nenhuma assessoria ou municia o PT e o ex-presidente Lula com informações. Lacerda deixou a chefia da Abin em dezembro de 2008, após notícias mentirosas de Gilmar Mendes e Demóstenes Torres sobre um suposto grampo que teria gravado conversa entre o então presidente do STF e o senador Demóstenes Torres (GO).

Veja um trecho da entrevista

O ministro Gilmar Mendes disse que teve notícias de que o sr. estaria assessorando o PT e o ex-presidente Lula nesse episódio e tem como missão destruí-lo. O sr. tem mantido esses contatos?

Eu acho que o ministro Gilmar Mendes, se ele falou isso, está totalmente desinformado em relação à minha vida e ao meu trabalho. Eu não tenho nenhuma relação com partido político. Nunca tive e não tenho. E não presto assessoria nenhuma para o Partido dos Trabalhadores. Eu trabalho hoje na iniciativa privada, na área de segurança privada. Não tenho nenhum contato hoje com esse pessoal de investigação. Não tenho mantido contato nenhum sobre esse assunto. Se o ministro falou isso, lamento que tenha dito, porque está absolutamente desinformado sobre minha vida profissional e pessoal.

O sr. deixou a Polícia Federal?

Fiquei na adidância da Polícia Federal em Lisboa por dois anos e dois meses. Retornei ao Brasil há um ano e três meses. Eu me aposentei, não tenho mais nenhum vínculo com a Polícia Federal. Não trabalho com investigação.

A que o sr. atribui as declarações do ministro?

Ele ( Gilmar te desinformado, se isso for verdade. Eu não presto assessoria a nenhum partido político e não presto assessoria ao PT. Não teria nada demais se prestasse, mas isso não é verdade. Sei que existe um jogo político aí. Eu não sou político, não faço parte desse tipo de coisa. Lamento que o ministro tenha dito isso. /

Marco Maia

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse ontem ter"dúvidas sobre o comportamento" de Gilmar Mendes

"Eu tenho dúvidas sobre o comportamento do ministro Gilmar Mendes. Há um questionamento sobre porque ele veio tratar deste assunto exatamente agora,depois de um mês da realização da reunião", disse.

O crime perfeito nas páginas da Veja

Se Gilmar Mendes dissesse, sem meias palavras, que Lula ofereceu proteção na CPI do Cachoeira em troca de adiar o julgamento do "mensalão", como escreveu a revista Veja,  poderia ser processado por crime de calúnia.
A pena poderia ser de 6 meses a 2 anos na Papuda, de acordo com o código penal.
Por isso, não surpreendeu seu recuo, e o desmentido às acusações graves contidas na revista Veja, quando concedeu entrevista à Globonews, em Manaus.
Então quem deveria passar 2 anos na Papuda é o editor da revista Veja, inclusive com as declarações de Gilmar na Globonews desmentindo as acusação da Veja, servindo como prova para condenação.
Mas com a frouxidão de nosso sistema judiciário, que confunde liberdade de imprensa com imprensa inimputável, nada disso acontece.
O crime de calúnia no Brasil, se cometido na imprensa e por simpatizantes dos demotucanos, tornou-se um crime perfeito.
A matéria da Veja usa de um biombo para publicar calúnias, escapando de ser condenada.
Oficialmente, não foi Gilmar Mendes quem concedeu entrevista para Veja. A matéria da revista teria sido apurada reconstituindo diálogos com diversos "interlocutores" de Gilmar, e muitos falando em off, inclusive dois senadores (quem sabe um deles não seja o Demóstenes Torres).
A revista diz que Gilmar havia confirmado, mas confirmado o quê? A única frase na revista atribuída à ele é "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula". Nada que comprometa judicialmente, e nada que autorizasse a revista a imputar crimes à Lula.
Eis o truque: Gilmar teria falado a interlocutores, que teria falado à Veja em "off", e a Veja diz ter confirmado com Gilmar (mas só a perplexidade).
Jornalismo decente teria feito a pergunta clara e objetiva: "Houve proposta de proteção na CPI em troca de adiamento do mensalão, como seus interlocutores dizem?" Se Gilmar não confirmasse, como não confirmou na Globonews, a revista não poderia publicar uma acusação destas, como publicou, construindo um texto ardiloso para enganar o leitor como se Gilmar tivesse confirmado tudo o que está escrito, e sem se comprometer juridicamente.
(Ressalte-se que Gilmar Mendes poderia ter desmentido no sábado, se quisesse evitar que o boato da calúnia se espalhasse, mas optou por deixar que se espalhasse mesmo, com as mais diversas versões, e só desmentiu na segunda-feira).
Logo, oficialmente, não foi Gilmar quem caluniou, não foi "A", nem "B", e nem a revista assume a autoria, atribuindo a uma fonte em "off" que diz ter ouvido de Gilmar Mendes. Qual fonte? A revista Veja esconde-se atrás do biombo do sigilo da fonte, para poder publicar a calúnia, sem revelar quem caluniou.
De certa forma, ao que tudo indica, a parceria Veja-Cachoeira também usava esse modus operandi. Oficialmente havia a relação fonte-revista. Extra-oficialmente havia interesses escusos de derrubar desafetos de cargos, inclusive eleitos, interferir em eleições através de escândalos pré-fabricados, e bombardear concorrentes empresariais.
O código penal é claro:

Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º – Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

A liberdade de imprensa, e de expressão, é plena e não cabe falar em retorno de censura. Cada um publica o que bem entende, mas convenhamos que, se uma revista publicar fotos de pedofilia recebidas em "off", seu editor irá preso, e a revista recolhida imediatamente. Ninguém falará que a liberdade de imprensa foi afrontada, nem que houve censura, pois o que se estaria fazendo é combater um crime.
Então por que o mesmo não vale com outros crimes publicados na imprensa, como de calúnia, formação de quadrilha para atividades clandestinas, etc?

 

Até o UOL ‘joga bolinha de papel na cabeça’ de Gilmar Mendes

Deu no UOL
Exame de voz destaca "segmentos fraudulentos" em fala do ministro Gilmar Mendes
Software de análise de frequência de voz aponta trechos de "alto risco" de fraude na entrevista do ministro Gilmar Mendes veiculada nesta segunda-feira (28) pelo canal "GloboNews", sobre um encontro seu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veja trechos do exame realizado pelo perito em veracidade Mauro Nadvorny.

&lta href="http://mais.uol.com.br/view/12820719"&gtAnálise de voz aponta fraudes na fala de Gilmar Mendes</a>

A seguir alguns dos trechos da entrevista de Gilmar Mendes considerados "fraudulentos e suspeitos" pelo laudo de Nadvorny, acompanhados da conclusão do perito:
Gilmar Mendes: “Este assunto entrou na pauta das conversas”
De acordo com a análise do software, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o assunto (mensalão) entrou na pauta das conversas.
Gilmar Mendes: “E aí o presidente disse da importância do julgamento do mensalão, que se possível não se julgasse esse ano porque não haveria objetividade”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula teria dito que não haveria objetividade. Não é possível concluir que ele tenha dito algo sobre a importância do julgamento não acontecer este ano.
Gilmar Mendes: “O presidente tocou várias vezes na questão da CPMI, desenvolvimento da CPMI, o domínio que o governo tinha sobre a CPMI”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula tocou no assunto da CPMI.
Gilmar Mendes: “Então eu disse a ele: ‘com toda franqueza, presidente, eu vou lhe dizer uma coisa, parece que o senhor está com alguma informação confusa’”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que disse ao presidente Lula que ele estava com uma informação “confusa”.
Gilmar Mendes: “ ‘O senhor não está devidamente informado, eu não tenho nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que não tem nenhuma relação com a matéria da CPMI.
Gilmar Mendes: “Aí então eu esclareci a viagem de Berlim, (…) me encontrara com o senador em Praga porque isso foi agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos deslocamos até Berlim. Eu vou um pouco a Berlim, como o senhor vai a São Bernardo
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que se encontrou com o senador (Demóstenes) em Praga para ir a Berlim (para visitar sua filha) numa viagem previamente agendada.
Gilmar Mendes: “Claro que houve a conversa sobre o Mensalão, o Jobim sabe disso”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que a conversa existiu e que Jobim sabe disso.
Procurado pelo UOL para comentar o laudo, o ministro Gilmar Mendes não se manifestou até agora.
Equipamento
A análise de Nadvorny foi feita voluntariamente, com o software de análise de voz da Truster Brasil, o mesmo usado pelos serviços de inteligência das polícias do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
"A tecnologia faz uma varredura em todo o arquivo de voz para estabelecer uma linha básica e aponta os techos em que a fala foge dessa linha, o que indica, em diferentes graus, que a pessoa não está sendo verdadeira", diz Nadvorny.
Segundo ele, nos trechos em que o programa aponta "alto risco", há praticamente certeza de que a pessoa está mentindo. "Isso porque a natureza humana não é construída para mentir. Quando a pessoa mente, ela está sob estresse", afirma.

Os Amigos do Presidente Lula

29/05/2012

Dossiê Gilmar Mendes, Parte II

Filed under: Dossiê Gilmar Mendes — Gilmar Crestani @ 9:38 am

A pergunta da celetista dos Sirotisky, Adriana Irion, diz tudo: “Zero Hora — Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão?” A pergunta não pergunta, afirma que Gilmar Mendes sofreu “pressão envolvendo o mensalão”.

A pergunta, se fosse de jornalista mas não de órgão mafioso, seria: Como um Ministro do STF sofre pressão e, ao invés de denunciar usando os meios adequados, faz parceria com a Veja? Todos os Ministros do STF são suscetíveis à pressão de Lula ou só Gilmar Mendes? Na palestra que já mencionei aqui sobre Improbidade Administrativa, Gilmar Mendes incluiu Lula como o Pilatos do Credo. É lógico que está com Lula entalado na garganta ou, no mínimo, estaria criando caso para amparar parceiros, do tipo Demóstenes Torres ou Carlinhos Cachoeira.

As defensivas de Gilmar Mendes

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 08:10

Por Luiz Guimarães

Comentário no post "As pistas das caronas proibidas de Cachoeira"

Nassif, vale ler e comparar com a reporcagem da Veja. Não sei não, mas mais do que nunca, ficou claro pra mim na entrevista que o Gilmar está mesmo buscando uma vacina prévia .

De Zero Hora – 28/05/2012

"Lula entrava várias vezes no assunto da CPI", revela Gilmar Mendes

Ministro do STF concedeu entrevista a ZH e falou sobre o encontro que teve com o ex-presidente

"Lula entrava várias vezes no assunto da CPI", revela Gilmar Mendes  Gil Ferreira/Divulgação

Nesta segunda, ministro do STF participa em Manaus de evento da Escola Superior da MagistraturaFoto: Gil Ferreira / Divulgação

Adriana Irion

adriana.irion@zerohora.com.br

O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Gilmar Mendes passou o dia tentando evitar falar da polêmica causada com a matéria da revista Veja na qual ele contou a pressão que sofreu do ex-presidente Lula para adiar o julgamento do mensalão.

Fervoroso defensor do julgamento, Mendes não queria polemizar com o ex-ministro Nelson Jobim, que depois da divulgação da matéria negou que a conversa tivesse sido no sentido de interferir no julgamento a ser feito pelo STF. O encontro entre Mendes e Lula ocorreu no escritório de Jobim, em 26 de abril, em Brasília.

Ao conceder entrevista a Zero Hora no começo da tarde, Mendes demonstrou preocupação com o atraso para o início do julgamento e disse que o Supremo está sofrendo pressão em um momento delicado, em que está fragilizado pela proximidade de aposentadoria de dois dos seus 11 membros.

Confira o que disse o ministro em entrevista por telefone:

Zero Hora — Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão?

Ministro Gilmar Mendes — Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.

ZH — Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá?

Mendes — Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa.

ZH — O senhor acredita que os vazamentos são por parte da polícia, de quem investigou?

Mendes — Ou de quem tem domínio disso. E aí espíritos menos nobres ficam se aproveitando disso. Estamos vivendo no Supremo um momento delicado, nós estamos atrasados nesse julgamento do mensalão, podia já ter começado.

ZH — Esse atraso não passa para a população uma ideia de que as pressões sobre o Supremo estão funcionando?

Mendes — Pois é, tudo isso é delicado. Está acontecendo porque o processo ainda não foi colocado em pauta. E acontecendo num momento delicado pelo qual o tribunal está passando. Três dos componentes do tribunal são pessoas recém nomeadas. O presidente está com mandato para terminar em novembro. Dois ministros deixam o tribunal até o novembro. É momento de fragilidade da instituição.

ZH — Quem pressiona o Supremo está se aproveitando dessa fragilidade?

Mendes — Claro. E imaginou que pudesse misturar questões. Por outro lado não julgar isso agora significa passar para o ano que vem e trazer uma pressão enorme sobre os colegas que serão indicados. A questão é toda institucional. Como eu venho defendendo expressamente o julgamento o mais rápido possível é capaz que alguma mente tenha pensado: "vamos amedrontá-lo". E é capaz que o próprio presidente esteja sob pressão dessas pessoas.

ZH — O senhor não pensou em relatar o teor da conversa antes?

Mendes — Fui contando a quem me procurava para contar alguma história. Eu só percebi que o fato era mais grave, porque além do episódio (do teor da conversa no encontro), depois, colegas de vocês (jornalistas), pessoas importantes em Brasília, vieram me falar que as notícias associavam meu nome a isso e que o próprio Lula estava fazendo isso.

ZH — Jornalistas disseram ao senhor que o Lula estava associando seu nome ao esquema Cachoeira?

Mendes — Isso. Alimentando isso.

ZH — E o que o senhor fez?

Mendes — Quando me contaram isso eu contei a elas (jornalistas) a conversa que tinha tido com ele (Lula).

ZH — Como foi essa conversa?

Mendes — Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.

ZH — Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou?

Mendes — Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano.

ZH— Ele disse que o José Dirceu está desesperado?

Mendes — Acho que fez comentário desse tipo.

ZH — Lula lhe ofereceu proteção na CPI?

Mendes — Quando a gente estava para finalizar, ele voltou ao assunto da CPMI e disse "que qualquer coisa que acontecesse, qualquer coisa, você me avisa", "qualquer coisa fala com a gente". Eu percebi que havia um tipo de insinuação. Eu disse: "Vou lhe dizer uma coisa, se o senhor está pensando que tenho algo a temer, o senhor está enganado, eu não tenho nada, minha relação com o Demóstenes era meramente institucional, como era com você". Aí ele levou um susto e disse: "e a viagem de Berlim." Percebi que tinha outras intenções naquilo.

ZH — O ex-ministro Nelson Jobim presenciou toda a conversa?

Mendes — Tanto é que quando se falou da história de Berlim e eu disse que ele (Lula) estava desinformado porque era uma rotina eu ir a Berlim, pois tenho filha lá, que não tinha nada de irregular, e citei até que o embaixador nos tinha recebido e tudo, o Jobim tentou ajudar, disse assim: "Não, o que ele está querendo dizer é que o Protógenes está querendo envolvê-lo na CPI." Eu disse: "O Protógenes está precisando é de proteção, ele está aparecendo como quem estivesse extorquindo o Cachoeira." Então, o Jobim sabe de tudo.

ZH — Jobim disse em entrevista a Zero Hora que Lula foi embora antes e o senhor ficou no escritório dele tratando de outros assuntos.

Mendes — Não, saímos juntos.

ZH — O senhor vê alternativa para tentar agilizar o julgamento do mensalão?

Mendes — O tribunal tem que fazer todo o esforço. No núcleo dessa politização está essa questão, esse retardo. É esse o quadro que se desenha. E esse é um tipo de método de partido clandestino.

ZH — Na conversa, Lula ele disse que falaria com outros ministros?

Mendes — Citou outros contatos. O que me pareceu heterodoxo foi o tipo de ênfase que ele está dando na CPI e a pretensão de tentar me envolver nisso.

ZH — O senhor acredita que possa existir gravação em que o senador Demóstenes e o Cachoeira conversam sobre o senhor, alguma coisa que esteja alimentando essa rede que tenta pressioná-lo?

Mendes — Bom, eu não posso saber do que existe. Só posso dizer o que sei e o que faço.

O recuo de Gilmar Mendes

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 01:11

Autor:

Luis Nassif

A suposta reconstituição da conversa com Lula, feita por Gilmar Mendes em Manaus, é totalmente diferente do que saiu na Veja. Há um claro recuo de Gilmar.

Ele narra uma conversa normal, que conteve vários temas, explica que Lula apenas mencionou que o julgamento do mensalão, agora, poderia ser contaminado pelas eleições, mas não fez nenhum pedido. E que ele, Gilmar, só estranhou quando Lula perguntou da viagem a Berlim.

Aí Gilmar faz uma série de ilações da cabeça dele. Quando descreve a conversa, diz que os pedidos não são explícitos. Ou seja, todas as conclusões decorreram de deduções dele.

Um amigo me escreve perguntando qual a lógica por trás dessa armação. Minha resposta é que não há lógica na loucura. O pânico produziu um surto na cabeça de Gilmar. A entrevista mostra um ser patético, inseguro, com uma versão que em nenhum momento poderia ter servido de base para a matéria de Veja.

Clique aqui para assistir na Globonews.

O recuo de Gilmar Mendes | Brasilianas.Org

O caso Gilmar, por Sepúlveda Pertence

Enviado por luisnassif, ter, 29/05/2012 – 08:27

Do Direito Global

Respeito mútuo

Pertence Respeito mútuo

Sepúlveda Pertence, ex-presidente do STF (Foto STF/divulgação)

Comentário do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Sepúlveda Pertence, que teve o seu nome citado em matéria publicada pela revista Veja que circula a partir de hoje (26). Na matéria, a revista revela suposto encontro entre o ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva e o ministro do STF, Gilmar Mendes no escritório de advocacia do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, a respeito do processo do “mensalão”:

Segue o comentário do ministro Sepúlveda Pertence:

1 – Apesar das velhas relações pessoais de amizade, o ex-presidente Lula jamais falou comigo sobre processo judicial algum: exceto, muito antes de ser presidente da República, quando se tratava dos processos contra o Lula, líder sindical, naqueles processos a que respondeu na Justiça Militar, em que tive a honra de participar de sua defesa.

2- Particularmente sobre matéria da revista Veja, o ex-presidente da República jamais me falou sobre o chamado processo do “mensalão”: ele sabe que eu não me prestaria a fazer pedido à ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, nem ela aceitaria qualquer conversa mi nha a propósito. Por esse respeito mútuo, é que somos tão amigos.

3- Lamento que um ministro do Supremo se tenha posto, supostamente, a dar declaração sobre conversas, reais ou não, que tenha tido com um ex-presidente da República no escritório de um político e advogado.

Por: Irineu Tamanini

A nota oficial de Lula

Enviado por luisnassif, seg, 28/05/2012 – 18:58

NOTA À IMPRENSA

São Paulo, 28 de maio de 2012

Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. "Meu sentimento é de indignação", disse o ex-presidente, sobre a reportagem.

2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.

3. "O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja", afirmou Lula.

4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula

Para mais informações
José Chrispiniano
Assessoria de Imprensa
Instituto Lula

 

Depois de ter pressionado Gilmar Mendes, Serra agora diz que interferência no STF é indevida

Após ligação de Serra, Gilmar Mendes para sessão sobre documentos para votar

José Serra é mesmo uma piada. Será que ele tem problemas de memória? Hoje, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra disse para o jornal Folha de São Paulo, que, "qualquer interferência" no STF (Supremo Tribunal Federal) é "indevida".

Não entendi. Logo o Serra que, em 2010, em plena campanha eleitoral, ligou para Gilmar Mendes, pedidndo que fosse votado no STF, a exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.

Leia a matéria da Folha de 2010
30/09/2010
MOACYR LOPES JUNIOR
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.


Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo. A solicitação foi testemunhada pela Folha.


No fim da tarde, Mendes pediu vista, adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.


A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT).

A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menor nível de escolaridade.

Após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens. O funcionário o informou que o ministro do STF estava do outro lado da linha.

Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório onde ocorria o encontro. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"

Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.

Para tucanos, a exigência da apresentação de dois documentos pode aumentar a abstenção nas faixas de menor escolaridade.

Temendo o impacto sobre essa fatia do eleitorado, o PT entrou com a ação pedindo a derrubada da exigência.

O resultado do julgamento já está praticamente definido, mas o seu final depende agora de Mendes.

Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições, no próximo domingo, continuará valendo a exigência.

À Folha, o ministro disse que pretende apresentar seu voto na sessão de hoje.

Antes da interrupção, foi consenso entre os ministros que votaram que o eleitor não pode ser proibido de votar pelo fato de não possuir ou ter perdido o título.

Votaram assim a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, e os colegas José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Para eles, o título, por si só, não garante que não ocorram fraudes. Argumentam ainda que os dados do eleitor já estão presentes, tanto na sessão, quanto na urna em que ele vota, sendo suficiente apenas a apresentação do documento com foto.

"A apresentação do título de eleitor não é tão indispensável quanto a do documento com fotografia", afirmou Ellen Gracie.

O ministro Marco Aurélio afirmou que ele próprio teve de confirmar se tinha consigo seu título de eleitor. "Procurei em minha residência o meu título", disse. "Felizmente, sou minimamente organizado."

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos foi definida em setembro de 2009, quando o Congresso Nacional aprovou uma minirreforma eleitoral.

O PT resolveu entrar com a ação direta de inconstitucionalidade semana passada por temer que a nova exigência provoque aumento nas abstenções.

O advogado do PT, José Gerardo Grossi, afirmou que a exigência de dois documentos para o voto é um "excesso". "Parece que já temos um sistema suficientemente seguro para que se exija mais segurança", disse. Para quem quiser conferir a matéria

Gilmar Mendes: foi por medo de avião…

publicada segunda-feira, 28/05/2012 às 23:09 e atualizada segunda-feira, 28/05/2012 às 23:10

Rocambole: o ministro parece enrolado

por Rodrigo Vianna

Suarento e gaguejante, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes apareceu na tela da Globo na noite de segunda-feira. Confirmou o encontro com Lula e reafirmou que “houve a conversa sobre o Mensalão”.

Ok. Mas em que termos? E o que isso teria a ver com a CPMI do Cachoeira/Veja? Gilmar respondeu no melhor estilo rocambole, o estilo de quem está todo enrolado: “Depreendi dessa conversa que ele [Lula] estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa conversa da CPMI”.

“Depreendi”, “inferindo”. Hum…

De forma rocambolesca, Gilmar Mendes piscou. Pouco antes, Lula publicara nota em que manifesta “indignação” com o teor da reportagem…

PSDB/DEM/PPS e a velha mídia, numa estranha parceria com o PSOL, tentam transformar o encontro Lula/Mendes em notícia, para impedir que venham à tona fatos gravíssimos já de conhecimento de alguns integrantes da CPI Cachoeira/Veja.

Qualquer ser pensante pode concluir por conta própria: se Gilmar sentiu-se “chantageado” ou “pressionado” por um ex-preside

Cachoeira arrumou jatinho para Demóstenes e "Gilmar"

Escutas telefônicas indicam que o contraventor Carlinhos Cachoeira providenciou um jatinho King Air para dar uma carona ao senador Demóstenes Torres e a "Gilmar", no retorno de uma viagem da Alemanha ao Brasil. Em uma ligação no dia 23 de abril, um ex-vereador do PSDB pede autorização para buscar o "Professor" Demóstenes em um jatinho, que está com o "Gilmar". Na degravação, a PF questiona entre parênteses (“Mendes?”). O ministro do STF foi a Europa neste período para participar de um congresso internacional de Direito.

Najla Passos e Vinicius Mansur

(*) Atualizada às 22h46min
Brasília – Escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, durante a Operação Monte Carlo, questionam se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, “pegou carona” em um jatinho fornecido pela quadrilha de Carlinhos Cachoeira, no dia 25 de abril de 2011, quando teria retornado da Alemanha ao Brasil, na companhia do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
No dia 23 de abril de 2011, às 19:31, o ex-funcionário da empreiteira Delta e ex-vereador de Goiânia pelo PSDB, Wladimir Garcez, também preso durante a Operação Monte Carlo, diz em ligação a Cachoeira que “o Professor (Demóstenes) está querendo vir de São Paulo no avião do Ataíde” e que “Gilmar” o acompanha. O documento da PF indaga: “Gilmar Mendes?” Cachoeira responde “que pode autorizar” enquanto ele acha o Ataíde.
Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) é primeiro-suplente do senador João Ribeiro (PR-TO) e empresário do ramo de construção civil, incluído pela PF na lista de políticos ligados ao contraventor, preso na Operação Monte Carlo.
Às 20:14, Wladimir volta a falar com Cachoeira e informa que está providenciando o avião do Rossini. As investigações da PF indicam que Rossini Aires Guimarães é sócio de Cachoeira em uma empresa de segurança, a Ideal Segurança, e na fazenda Gama, em Brasília.
Cachoeira: Qual é o avião do Rossini?
Wladimir: É um jatinho né, ele tem um que é um jatinho que ele falou, um King Air.
Cachoeira: A, um pequeno né?
Wladimir: é… aí eu peguei falei com ele, ele falou não, não preocupa não que eu organizo. Porque ta vindo ele e o Gilmar né, porque não vai achar vôo sabe.

Às 20:38, ainda no dia 23, Cachoeira pergunta a Wladimir se o senador chega na “segunda cedo”. O ex-vereador informa que “é tudo desconjuntado, ele sai de lá amanhã meio dia, que é sete horas da manhã daqui” e que já deixou tudo acertado. O bicheiro pergunta que horas o vôo chegará em São Paulo e Wladimir responde “ seis horas da manhã”.
No dia 25, às 12:10, Wladimir diz ao bicheiro que o senador já chegou.
Berlim
As declarações recentes de Gilmar Mendes, a propósito de um encontro com Demóstenes em Berlim, fornecem indícios de que o “Gilmar” beneficiado pela carona exposta nesta reportagem seria o ministro do STF, Gilmar Mendes.
À revista Veja, Gilmar Mendes afirmou que se encontrou com Demóstenes em Berlim, na Alemanha, mas negou as acusações de que suas despesas foram pagas por terceiros. Ainda segundo a Veja, o ministro teria uma filha residente em Berlim e, por isso, frequentaria a cidade com regularidade.
Em entrevista à Globonews na noite desta segunda-feira (28), Mendes afirmou que o encontro com Demóstenes aconteceu logo após uma “atividade acadêmica em Granada”.
Mendes foi à Europa participar de um congresso internacional em homenagem ao jurista italiano Antônio D’Atena, promovido pelo Fundação Peter Häberle e pela Universidade de Granada, da Espanha. O congresso foi aberto no dia 13/4/2011, mas a participação de Mendes se deu na manhã do dia seguinte, com a palestra “A integração na América Latina, a partir do exemplo do Mercosul”.
A presença de Demóstenes em Berlim, por sua vez, é confirmada por Cachoeira em uma ligação a Wladimir Garcez, interceptada pela PF no dia 18/4/2011, às 18:08 horas.
Não há registros públicos de quais atividades Demóstenes teria ido desenvolver na Europa, mas levantamento feito por Carta Maior demonstra que ele não participou das votações realizadas no plenário do Senado entre 13 e 25/4/2011.
Em nota oficial, Lula manifesta indignação
A assessoria de imprensa do Instituto Lula divulgou nota oficial onde o ex-presidente manifesta indignação com o teor da matéria publicada pela revista Veja. A nota afirma:
Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:
1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.
2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.
3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.
4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.

A retaliação da Veja a Jobim

Por Luis Nassif, em seu blog:

Os fins de ciclo costumam ser profundamente didáticos. O final da hegemonia expõe gradativamente os vícios do modelo anterior, as práticas condenáveis, movidas pelo desespero, típicas de períodos de decadência.

Em 2008, na série "O Caso de Veja", mostrei como se processa esse modelo de criação e destruição de reputações. Montam-se jogadas, artimanhas, estratégias. Quem não se enquadra ao comando da publicação imediatamente é alvo de represália.
Hoje em dia, com a revista em pleno foco, com suas práticas sendo acompanhadas com lupa por toda a opinião pública – devido às ligações com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira – iniciam-se as represálias contra Nelson Jobim. Unicamente porque não endossou a reportagem e expôs a mentira da revista.
Não há sutileza, visão estratégica, análise de crise. Há apenas a truculência, a falta de sofisticação nas ações, o prendo-e-arrebento midiático.
*****

Por Lauro Jardim
Radar on-line
Longe do Jobim
Reunião cancelada
Nelson Jobim já andava queimado no PMDB por causa das críticas que fez ao partido no último dia 17 deste mês, durante o 2º Fórum Nacional – o PMDB e as eleições municipais 2012. Na presença dos principais caciques peemedebistas, Jobim tratou o PMDB como uma sigla "sem opinião, sem cara e sem voz", um partido sem projeto nacional, simples "homologador" do PT.
Agora, depois de emprestar o escritório para o polêmico encontro de Lula com Gilmar Mendes, Jobim virou uma espécie de leproso. Nenhum cacique quer chegar perto de Jobim nesse momento. Tanto que a bancada peemedebista do Senado cancelou hoje a reunião que teria nesta quarta-feira com Jobim para discutir o pacto federativo.

Postado por Miro às 00:05

nte, por que levou um mês (a reunião entre ele e Lula teria ocorrido em 26 de abril) para revelar esse fato ao Brasil? E por que o fez pela “Veja”, em vez de informar seus pares no STF, como seria sua obrigação?

A explicação pode estar aqui, nos grampos que o tuiteiro Stanley Burburinho fez circular pela rede. Nesses grampos, depreende-se que um tal “Gilmar” (e o próprio agente da PF conclui que o citado parece ser ”Gilmar Mendes”) teria viajado num jatinho emprestado pelo bicheiro Cachoeira. Na companhia (ou compania?) de Demóstenes, o mosqueteiro da ética.

Parafraseando outro ministro do STF, Celso de Melo: “se” a viagem de Gilmar Mendes no jatinho do bicheiro se confirmar, estaríamos diante de um caso que não teria outra consequência possível, se não a renúncia ou o impeachment. Repito: “se” a viagem se confirmar. É preciso apurar. Os indícios são gravíssimos.

A entrevista para “Veja”, seguida do suarento balbuciar no JN da Globo, parece indicar desespero. Uma espécie de defesa antecipada. Fontes na CPI informam que haveria mais material comprometedor contra certo ministro do STF, nas escutas a envolver Cachoeira.

A entrevista à “Veja”, portanto, teria como explicação aquela velha canção: “foi por medo de avião… que eu peguei pela primeira vez na sua mão”.

Mais que um aperto de mãos, Gilmar Mendes e Veja podem ter dado um abraço de afogados. A Cachoeira é funda e não se sabe quem conseguirá nadar até a margem…

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26/05/2012

Dossiê Gilmar Mendes

Filed under: Dossiê Gilmar Mendes — Gilmar Crestani @ 11:46 pm

A partir do momento em que a capacidade mental de um Ministro aparece desnuda em praça pública, fica a pergunta: quem o teria posto em lá? A resposta, se não é tudo, explica muito. O bom entendedor me basta.

A maior ameaça ao Supremo

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 18:06

Autor: Luis Nassif

Para se expor dessa maneira, só há uma explicação para a atitude do Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal): tem culpa no cartório.

Gilmar participou de duas armações anteriores com a revista Veja: o “grampo sem áudio” (junto com seu amigo Demóstenes Torres) e o falso grampo no Supremo.

No primeiro caso, pode ter participado sem saber. No segundo foi partícipe direto.

Como se recorda, a revista abriu capa com a informação de que havia sido detectada escuta em uma das salas do Supremo. Serviu para uma enorme matéria sobre a “república do grampo” e para a prorrogação da CPI. Tudo com o objetivo de derrubar a Operação Satiagraha.

Era falso. O relatório da segurança do Supremo – entregue à revista por pessoas ligadas à presidência do órgão – não indicava nada.

Era um relatório banal, que havia captado alguns sinais de fora para dentro. Entregue à CPI, o relatório foi publicado aqui e em pouco tempo engenheiros eletrônicos desmontaram a farsa: como é possível um grampo que capta sinais de fora para dentro? Era isso o que o relatório indicava. O mais provável é que fosse um mero sinal de alguma externa de emissora de televisão. E Gilmar-Veja conseguiram, com essa armação, prorrogar uma CPI!

Nenhum especialista em grampo cairia nessa confusão. Gilmar ou seus homens apenas seguiram o roteiro tradicional da revista para criar escândalo: uma verdade irrelevante (a captação de sinais de fora para dentro), a ocultação do fato relevante (sinais de fora para dentro não têm nenhum significado) e, pronto!, mais um escândalo fabricado – impossível de ser desmentido, já que o acordo com a velha mídia colocava uma barreira de silêncio a todos os abusos da revista.

Àquela altura, Veja mostrava seu enorme despreparo para entender as novas mídias. Não se deu conta de que a blogosfera tinha se convertido em uma alternativa eficaz contra pactos de silêncio. E a denúncia da armação foi difundida.

Agora, com as redes sociais em plena efervescência, com os métodos da revista sendo progressivamente questionados, tenta-se essa jogada, que lança Gilmar Mendes no centro do vulcão.

O que o levou a essa provável armação é óbvio: medo da CPI. Pela matéria da revista, fica-se sabendo que o fato que o ameaça teria sido uma suposta viagem à Alemanha bancada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Na matéria, Gilmar desmente, afirma que vai para a Alemanha como Lula vai a São Bernardo. E diz ter condições de comprovar que pagou as despesas. Que mostre, então (a revista não mostra os comprovantes).

Tem mais.

Até hoje não deu as explicações devidas pelo factóide do tal grampo no Supremo. Quem armou a jogada? Foi o chefe de segurança que contratou e que era especialista em grampos? Foi seu chefe de gabinete? Foi o assessor de comunicação do Supremo?

NO dia 30 de abril de 2011, o Estadão divulgou nota informando que Gilmar Mendes contratara, para o STF, o araponga Jairo, homem de confiança de Cachoeira.

Aliás, o próprio Supremo – não fosse o corporativismo rançoso – há muito deveria ter cobrado explicações de seu então presidente. Os mais altos magistrados do país comportam-se como qualquer juiz que não quer julgar, “porque isso não é comigo”, ou procurador que testemunha uma grave ofensa a interesses difusos, mas não se julga responsável por atuar, por não ter sido provocado.

E é a imagem da Suprema Corte que está em jogo, da qual cada Ministro deveria se sentir responsável.

Com seu açodamento, falta de limites e de respeito pela casa, nunca houve Ministro do STF como Gilmar Mendes.

Talvez apenas Saulo Ramos conseguisse superá-lo –  caso tivesse sido indicado por José Sarney.

A maior ameaça ao Supremo | Brasilianas.Org

Gilmar revive tabelinha com Veja

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 09:25

Depois do “grampo sem áudio”, da farsa da escuta no Supremo Tribunal Federal, o Ministro Gilmar Dantas reprisa a parceria com Veja.

Nota 1, Nota 2, Nota 3, Nota 4, Nota 5

Ministros do Supremo desmentem Veja e Gilmar

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 19:20

Autor: O GLOBO

Ministros dizem que Supremo não se submeterá a pressões – O Globo

Ministros dizem que Supremo não se submeterá a pressões
Reportagem da revista Veja afirma que o ex-presidente Lula procurou ministro para adiar julgamento do mensalão
Paulo Celso Pereira
Roberto Maltchik
BRASÍLIA – Consultados pelo GLOBO, três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmaram que a Corte não se submeterá a pressões, seja de quem for, para alterar o rumo do julgamento do mensalão, que ainda depende o relatório do ministro revisor Ricardo Lewandowski para ter a data marcada. Segundo reportagem da revista Veja desta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar adiar o julgamento do mensalão em troca de blindagem na CPI do Cachoeira. O ministro Marco Aurélio Mello disse não ter sido procurado pelo presidente Lula, mas destacou que mesmo que esse pedido tenha sido feito a outros ministros não mudará o andamento do processo.
– Eu geralmente guardo com as pessoas uma cerimôna maior. Não que me isole, sou um juiz aberto a ouvir, mas claro que ouço em audiência marcada no gabinete. O diálogo pode ser mantido, mas respeitando o predicado maior da magistratura que é a independência. O presidente Lula tem uma forma toda própria de tocar sua atuação e respeitamos essa forma, mas ela não pode evidentemente ter influencia no campo do julgamento – justificou o ministro, completando:
– Para mim juiz é ciência e consciência possuídas. Nada mais. Lula fez os pedidos como cidadão cumum, é porque ele não guarda qualificação de advogado. Quem o ouviu deve partir dessa premissa de que quem está falando é o cidadão comum e deve dar o desconto cabível. E tenho certeza que os colegas darão.
O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, disse que não viu malícia na conversa que manteve com o presidente Lula, durante almoço no Palácio da Alvorada ,a convite da presidente Dilma Rousseff, quando Lula perguntou sobre o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello e emendou “qualquer dia desses a gente toma um vinho”.
– O meu testemunho é favorável a distinção do Lula. Ele nunca me fez o menor pedido. Já conversei com Celso Antônio. Tomamos café da manhã hoje. Lula nunca tocou nesse assunto com Celso Antônio. Prefiro acreditar que o Gilmar fez uma interpertação equivocada disso. Todos nós somos pessoas vacinadas. Somos curtidos nesse tipo de enfrentamento, de insinuação. Isso não influencia a subjetividade do julgador. Por mais que seja política a ambiência do mensalão, o julgamento vai ser técnico, impessoal, objetivo, em cima das provas dos autos – disse Ayres Brito.
Segundo a reportagem, o ministro Ricardo Lewandowski – revisor do caso – é outro que teria sido procurado pelo ex-presidente, mas teria provocado contrariedade em Lula ao sinalizar que deve acelerar o julgamento. Procurado, o ministro negou qualquer interferência de Lula no processo e informou que espera liberar o processo o mais rápido possível. Fontes do Supremo acreditam que a tendência é que isso aconteça no próximo mês.

Gilmar colocou no Supremo principal operador de Cachoeira

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 18:45

Autor:

ESTADÃO

Notícia do Estadão de 30 de abril de 2011

De certa forma, confirma o receio do Procurador Geral da República que, caso a denúncia sobre Demóstenes Torres chegasse ao Supremo, as investigações ficariam comprometidas.

Gilmar colocou no coração do Supremo o principal operador da conexão Cachoeira-Veja.

Medo de espionagem leva até STF a pagar agentes – politica – politica – Estadão

Medo de espionagem leva até STF a pagar agentes
Desde o suposto grampo contra Gilmar Mendes, em 2008, Supremo foi dominado pela paranoia da espionagem
30 de abril de 2011 | 20h 29
Vannildo Mendes, de O Estado de S. Paulo
Desde o escândalo do suposto grampo contra o ministro Gilmar Mendes, em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) também foi dominado pela paranoia da espionagem, a exemplo do setor público em geral. O próprio ministro teria, deste então, um “personal araponga” – que lhe dá assessoria informal quando a ameaça vem de fora.
O trabalho é feito pelo ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Jairo Martins, hoje um dos nomes mais requisitados do mercado. Ele nega essa condição profissional.
Em razão da natureza de seu trabalho, todos os ministros têm proteção especial – mas alguns são mais preocupados que outros. É o caso de Marco Aurélio Mello, que costuma pedir mais varreduras no seu gabinete, e do atual presidente, Cezar Peluso.
O STF tem até uma Secretaria de Segurança Judiciária, que faz treinamento permanente de suas equipes em ações de inteligência. Esse cuidado confirma a preocupação crescente da Corte com a proteção de seus documentos e com a chamada “segurança orgânica das instalações”.
O Supremo recusou-se a dar informações sobre tamanho, forma e estrutura de sua área de inteligência. Conforme denúncia investigada em 2008, arapongas da Abin teriam grampeado uma conversa entre Mendes, então presidente da Corte, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Embora nunca confirmado, o suposto grampo derrubou o diretor da Abin, Paulo Lacerda. Na sua gestão, a agência havia sido reestruturada, os salários tiveram significativo aumento e o último concurso reforçou o quadro, que chegou a 2 mil profissionais.
Desde então, a Abin nunca mais reencontrou seus rumos e vem perdendo poder. O quadro atual, de 1.560 servidores, entre agentes, técnicos e oficiais de inteligência, vem sofrendo com a evasão. Um quarto desses servidores pertenceu ao Serviço Nacional de Informações (SNI), criado na ditadura militar (1964-1985) para vigiar adversários, até ser extinto no governo Fernando Collor.
O Gabinete da Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada, centralizou as ações do órgão, depois que alguns dirigentes da categoria se recusaram a fazer parte da “tropa do Elito”, como alegaram de forma jocosa em relação ao general José Elito de Carvalho, titular da pasta. Até o fechamento desta edição, o GSI não respondeu ao questionário do jornal sobre evasão.

Repórter ouve o desmentido… e pede desculpas pelo furo

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 17:29

Um belo repórter que consegue um furo – Nelson Jobim desmentindo com detalhes a versão de Veja. Mas que se sente obrigado a pedir desculpas por fazer jornalismo e a questionar o que acabou de ouvir valendo-se do teste da “voz estranha”.

Meu Deus, onde jogaram o jornalismo desse país, que precisa se desculpar quando trabalha corretamente?

PS – Pessoal, sem condenação do repórter. Ele trabalhou dentro das limitações que acometem os jornalistas atuais. Mas passou seu recado.

Da Rádio do Moreno

VAZAMENTO
Um fato e duas versões: Gilmar e Jobim

Um fato e duas versões. Em “furo” de reportagem, a Revista Veja revela um encontro de Lula com Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim em Brasília. A conversa foi tenebrosa, pelo que se lê na revista. Indignado com o assédio, Gilmar Mendes, num gesto de coragem, confirmou tudo à revista.

Pois bem, acabo de falar com o anfitrião do encontro, Nelson Jobim, que está neste momento passeando por uma feira em Itaipava, em companhia da mulher Adrienne e de amigos do casal. Jobim confirma o encontro, mas nega seu conteúdo. Eis o resumo do seu relato à Radio do Moreno;

Conteúdo da conversa: —- Não houve nada disso do que a Veja, segundo me informaram, está publicando. Estou aqui em Itaipava e soube desse conteúdo através de um repórter do Estadão, que me procurou há pouco. Portanto, estou falando sem ter lido a revista. Mas, posso assegurar que, se o conteúdo for mesmo esse, o de que Lula teria pedido a Gilmar para votar no mensalão, não é verdade. Quem tocou no assunto mensalão fui eu, no meio da conversa, fazendo a seguinte pergunta: ” Vem cá, essa coisa do mensalão vai ser votada quando?”. No mais, a conversa girou sobre assuntos diversos da atualidade.”

Razão do encontro: ‘ —- Desde que deixei o ministério, o presidente Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte, mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do aeroporto. E assim ocorreu.”

Presença do Gilmar — O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para tratar do assunto. Por coincidência, o Gilmar estava no meu escritório, quando o presidente Lula apareceu para a visita. Conversaram cerca de uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.

Repercussões do fato — Agora, não posso controlar as versões, especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.

Diante do relato de Jobim, eu, como repórter crédulo, diante de fonte tão idônea, poderia me dar por satisfeito e fazer um texto jornalisticamente convencional, tipo ” Jobim nega pressão de Lula” ou, como nós furados gostamos de fazer, com muita satisfação: ” Jobim DESMENTE a Veja”.

Mas, durante a conversa, eu notei a voz estranha do Jobim. Ele estava cumprindo um rito, um protocolo, um dever de anfitrião de evitar mais constrangimento a si e a outros atores do espetáculo. Os bons repórteres, como os meninos da Veja, Cabral á frente, são uma espécie de Eike Batista às avessas: “Vazou, furou”. Com a notícia na rua, o encontro secreto de Jobim, que tinha um proposito, pode ter outro, o de tentativa de coação de juíz ou coisa que valha. Seria coerção? sei lá.

Nelson Jobim, meu velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito, como anfitrião, não poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de um controvertido depoimento. Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar foi mera coincidência, do tipo ” ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o próprio Jobim deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de antecedência. Logo, Gilmar sabia que naquele horário daquela quinta-feira, Jobim estaria recebendo Lula. Então, não foi surpresa nem coincidência coisa nenhuma.

E deixo pra botar no pé, o fim do mistério. Amiga minha, de Diamantino (MT), terra de Gilmar Mendes, a meu pedido, localiza Gilmar. E se atreve a perguntar se era tudo verdade:

—- Claro que é! Eu mesmo confirmei tudo à revista.

Jobim desmente versão Veja-Gilmar Mendes

Enviado por luisnassif, sab, 26/05/2012 – 16:55

Autor:

AGENCIA ESTADO

Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão – politica – politica – Estadão

Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão
Ex-presidente teria se encontrado com Gilmar Mendes no escritório do ex-ministro da Defesa, segundo ‘Veja’
26 de maio de 2012 | 16h 10
AE
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.
Reportagem da revista Veja publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é “inconveniente” e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso”, reagiu Jobim, questionado pelo Estado. “O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão”, reiterou.
Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse “perplexo” com as “insinuações” do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.
Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho; e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.
Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões “genéricas”, “institucionais”. E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja. “Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos”, assegurou.
Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: “Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer”.
Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: “Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito”.

Armadilha da Veja: Gilmar tenta salvar-se

    Publicado em 26/05/2012

No leito de morte, o detrito sólido de maré baixa reproduz entre aspas declarações de Gilmar Dantas (*) que dariam a entender que, na presença de Nelson Johnbim, Lula teria feito uma chantagem; você adia o julgamento do mensalão no Supremo e eu te blindo na CPI.

Navalha

Primeiro, Lula conhece melhor do que ninguém esses dois Ministros do Supremo nomeados por Fernando Henrique.

Sabe o que lhes cai na alma.

Por exemplo, que Johnbim não tem segredos para o Cerra.

Lula teria que ser muito ingênuo para “chantagear” um dos personagens do grampo sem áudio, divulgado nesse mesmo detrito de maré baixa.

Com o grampo sem áudio do Gilmar e a babá eletrônica do Johnbim eles conseguiram detonar o Paulo Lacerda e salvar o Daniel Dantas (e, por extensão, a Privataria do Fernando Henrique).

Gilmar não tem o poder de adiar ou antecipar nada no STF.

Ele agora é o ex-Supremo.

E não haveria de ser o Joaquim Barbosa ou o Ricardo Lewandowski que haveria de dar trela a Gilmar.

E o Lula sabe disso.

Como sabe que ninguém blinda ninguém numa CPI.

Não é isso, Stanley Burburinho ?

O passarinho saiu lá de Brasilia e voou para Salvador, onde os blogueiros sujos, com a saudação do Lula e a sugestão do Franklin encontraram seu lema: nada além da Constituição.

Uma hipótese, amigo navegante, é que se segue, a partir da conversa com o ilustre passarinho.

Tentam pegar o Lula numa armadilha.

O Gilmar?

A Veja ?

Ou o Johnbim ?

Quem está com a reputação na reta da CPI não é o Lula.

A CPI já destruiu a Veja.

E começa a desvendar detalhes sombrios da relação de Gilmar com Demóstenes, que transcende o grampo sem áudio.

Gilmar mandou subir, disse Demóstenes ao Cachoeira.

Gilmar intima Demóstenes a participar de um jantar.

Segundo o próprio Gilmar, ele se encontrou com Demóstenes em Berlim.

Nessa data o Cachoeira foi a Berlim, segundo a Veja.

Como se sabe, o Cachoeira e Demóstenes adoram o portão de Brandemburgo.

Pensam até em sugerir ao Tucano Perillo para reproduzí-lo em Anápolis.

Lula não tem nada a Temer (caixa alta, por favor, revisor).

Também ele quer ver o Dirceu ser condenado no Supremo.

E tanto faz o julgar o mensalão agora ou no dia de São Nunca.

O lugar do Lula está fixado na História.

O do Gilmar também.

Em tempo: aqui em Salvador, no III Encontro de Blogueiros Sujos “Nada além da Constituição!”, blogueira baiana sujíssima pergunta ao ansioso blogueiro: será que essa armadilha não é para o Gilmar desqualificar o que está por vir sobre ele na CPI ? Será ? A linda blogueira deve gostar de Bilac: ora, direi ouvir estrelas …
Paulo Henrique Amorim

Gilmar Mendes acusa Lula de pressão para adiar o julgamento do mensalão. Ou a falta que faz um par de algemas

Para quem viveu a euforia de ter sua mediocridade aprovada e endeusada pela mídia corporativa, enquanto foi presidente do STF, deve ser duro o ostracismo a que Gilmar Bacamarte Mendes está relegado.
Com o grampo sem áudio de uma suposta conversa entre ele e o senador Demóstenes Torres (em retrospectiva, como levar a sério qualquer coisa que envolva o hipócrita senador?) Gilmar conseguiu abalar a República.
Só que naquela época ele era o presidente do STF. Hoje é mais um entre os onze ministros.
Por que o presidente Lula (o mais popular da história do Brasil) iria procurá-lo para adiar o julgamento do chamado “mensalão”, onde Lula nem sequer é julgado, como acusa reportagem de Veja?
Gilmar Bacamarte é um entre onze votos no STF. Foi colocado ali por FHC (Gilmar Mendes tem um retrato de FHC em sua mesa de trabalho), e sempre se comportou como adversário de Lula.
A notícia da Veja desta semana de que Lula teria procurado Gilmar Mendes para adiar o julgamento do mensalão é tão ridícula que nem seu blogueiro de esgoto a endossou. Pelo menos até agora (tenho o print-screen pra provar, caso ele resolva se pronunciar).
Por isso me vem à cabeça uma frase popular: “Quem fala muito dá bom dia a cavalo”.
Foi o que aconteceu com Lula ao ouvir Gilmar Mendes no falso episódio dos grampos. E talvez tenha acontecido agora, ao dar conversa a uma pessoa desqualificada como Mendes, que antes de cobrar alguém deveria se explicar sobre as inúmeras acusações que lhe caem aos ombros:
Antes de cobrar alguma coisa de alguém, Gilmar Mendes tem que se explicar sobre os motivos que levaram o advogado Piovesan a pedir seu impeachment (Advogado pede impeachment de Gilmar Mendes por ‘relações perigosas’ com advogado da Globo, de Dantas…e de Gilmar Mendes).
Tem que explicar por que, embora seja proibido, há uma avenida em Goiás com o nome de Gilmar Mendes.
Tem que explicar por que Apresentador de TV da família de Gilmar Mendes defende extermínio de crianças infratoras: ‘Tem que virar sabão’.
Nessas horas, eu defendo o uso de algemas, como expus aqui em 2005 (blog antigo tem dessas coisas…), nessas pessoas que com sua cara de pau (e o auxílio luxuoso da mídia corporativa) tentam impedir o país de avançar, distribuir renda e riqueza para toda a população:

Algemas no Maluf

Em artigo publicado hoje na Folha, Marco Petrelluzzi, procurador da Justiça e ex-secretário da Segurança de SP, defendeu que houve arbitrariedade e abuso de poder na prisão de Paulo e Flávio Maluf.
Petrelluzzi começou dizendo que sempre foi contra Paulo Maluf, a quem chega a chamar de “um dos políticos mais nocivos da história deste país”. Foi tecendo seus comentários, rodou, rodou, e acabou caindo na prisão dos dois, mais especificamente nas algemas.
Para o procurador e ex-secretário, as algemas foram um abuso, e só foram colocadas no Maluf filho para serem gravadas e exibidas por uma emissora de TV. Segundo suas palavras, “as algemas não podem ser convertidas em instrumento de humilhação de ninguém”.
Realmente, as algemas não precisariam ser colocadas. Assim como Flávio não precisaria ir de camburão para a PF. Também não precisaria ficar em cana, atrás das grades, gerando mais despesas e aumentando a taxa de ocupação de nossas cadeias, já tão superpovoadas. Pai e filho também não precisariam comer da gororoba que todo dia lhes é servida, nem usar a luz, o gás e a água e o telefone da PF, que são pagos por nós. Bastaria para isso que eles não tivessem praticado tudo aquilo de que são acusados – ao que parece com provas e mais provas. E mais ainda: bastaria que eles não estivessem coagindo testemunhas e atrapalhando o andamento dos processos – afinal, esses são os motivos que os levaram ao local onde se encontram agora.
O caso dos Maluf, como antes o da Daslu, parece deixar certos setores de SP numa estranha irritação. Qualquer dia desses vão querer defender o sigilo da prisão. O sujeito comete o crime, é julgado, vai preso, mas ninguém pode saber disso para não “humilhar” o coitado.
As algemas foram colocadas para que os corruptos saibam disso: quando forem pegos, algemas, camburão, cadeia, gororoba, grades – tudo isso, como diz o povão, “faz parte”.

O que me espanta é que o PT não saia em defesa de Lula e chame Gilmar Mendes às falas. Em outras palavras, que o processe e obrigue a provar o que disse.
Mas, será que eles o farão?
Estou à espera.

Jobim desmente Gilmar e assessoria de Lula diz que Mendes pediu encontro

publicado em 26 de maio de 2012 às 18:44

Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão

Ex-presidente teria se encontrado com Gilmar Mendes no escritório do ex-ministro da Defesa, segundo ‘Veja’

26 de maio de 2012 | 16h 10

do Estadão

O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.

Reportagem da revista Veja publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é “inconveniente” e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

“O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso”, reagiu Jobim, questionado peloEstado. “O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão”, reiterou.

Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse “perplexo” com as “insinuações” do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.

Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho; e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.

Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões “genéricas”, “institucionais”. E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja.

“Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos”, assegurou.

Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: “Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer”.

Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: “Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito”.

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Gilmar Mendes pede encontro com Lula e depois diz ter sofrido ‘pressão’ do ex-presidente

26/5/2012 16:44, Por Redação – de São Paulo

do Correio do Brasil

O ministro do STF Gilmar Mendes pediu o encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril. A reunião ocorreu no escritório do ex-ministro de Lula e ex-integrante do STF Nelson Jobim. Um mês depois, com o andamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, Mendes vai à revista semanal de ultradireita Veja e, em entrevista, afirma que partiu de Lula o pedido para que o Supremo adiasse o julgamento do processo conhecido como ‘mensalão’.

A assessoria do ex-presidente informa que Lula não pretende comentar as declarações de Gilmar Mendes à revista que, por sua vez, também está envolvida com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, personagem central de um escândalo que envolve governadores, parlamentares, como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), e empresários, liderados por Fernando Cavendish, ex-proprietário da construtora Delta.

A matéria de Veja, divulgada neste sábado apenas na edição impressa, foi repercutida no diário paulistano conservador Folha de S. Paulo e, nela, Mendes afirma que “Lula procurou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão. Em troca da ajuda, Lula ofereceu ao ministro, segundo reportagem da revista Veja publicada neste fim de semana, blindagem na CPMI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários”.

– Ora, se partiu do ministro o convite para o encontro com Lula, no gabinete do (Nelson) Jobim, é preciso perguntar antes porque o Gilmar Mendes está com tanto medo da CPMI do Cachoeira – afirmou a fonte, ao Correio do Brasil, em condição de anonimato.

Mendes confirmou ao diário paulistano o encontro com Lula, sem dar detalhes, mas disse ter ficado “perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”. Ainda segundo a revista, Lula teria dito ao ministro que o julgamento do mensalão seria “inconveniente”. De acordo com a reportagem, Lula teria feito “referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres”.

Um dos principais envolvidos no processo em curso no STF, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, amigo do ex-presidente Lula, segundo a fonte ouvida pelo CdB, seria o último interessado em adiar o julgamento da questão no Supremo.

– Por mais de uma vez o (José) Dirceu já reafirmou seu interesse em ver encerrada, o quanto antes, essa questão. Segundo os advogados dele, não há qualquer prova de envolvimento do ex-ministro nas irregularidades apontadas no processo – disse.

Ainda segundo a reportagem de Veja, Lula teria procurado, em seguida, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, que negou ter havido qualquer contato com o ex-presidente, exceto em um recente almoço no Palácio do Alvorada, na ocasião da instalação da Comissão da Verdade, quando Lula convidou Ayres Britto para um vinho com ele e o amigo comum, Celso Antonio Bandeira de Mello.

– Estive com Lula umas quatro vezes nos últimos nove anos e ele sempre fala de Bandeirinha. Ele nunca me pediu nada e não tenho motivos para acreditar que havia malícia no convite – disse Britto aos jornalistas. Ele acrescentou que a “luz amarela” só acendeu quando Gilmar Mendes contou sobre o encontro, “mas eu imediatamente apaguei, pois Lula sabe que eu não faria algo do tipo”, concluiu.

Leia também:

O “personal araponga” de Gilmar Mendes, segundo a PF

GILMAR MENDES & ‘VEJA’: A PAUTA DO DESESPERO
A revista que arrendou uma quadrilha para produzir ‘flagrantes’ que dessem sustentação a matérias prontas contra o governo, o PT, os movimentos sociais e agendas progressistas teve a credibilidade ferida de morte com as revelações do caso Cachoeira. VEJA sangra em praça pública. Mas na edição desta semana, tenta um golpe derradeiro naquela que é a sua especialidade editorial: um grande escândalo capaz de ofuscar a própria deriva. À falta dos auxiliares de Cachoeira, recorreu ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que assumiu a vaga dos integrantes encarcerados do bando para oferecer um ‘flagrante’ a VEJA. Desta vez, o alvo foi o presidente Lula. A semanal transcreve diálogos narrados por Mendes de uma inexistente conversa entre ele e o ex-presidente da República, na cozinha do escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Gilmar Mendes –sempre segundo a revista– acusa Lula de tê-lo chantageado com ofertas de ‘proteção’ na CPI do Cachoeira. Em troca, o amigo do peito de Demóstenes Torres (com quem já simulou uma escuta inexistente da PF) deveria operar para postergar o julgamento do chamado ‘mensalão’. Neste sábado, Nelson Jobim, insuspeito de qualquer fidelidade à esquerda, desmentiu cabalmente a versão da revista e a do magistrado. Literalmente, em entrevista ao Estadão, Jobim disse: ‘O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão; tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala (não na cozinha); o Lula saiu antes; durante todo o tempo nós ficamos juntos”, reiterou. A desfaçatez perpetrada desta vez só tem uma explicação: bateu o desespero; possivelmente, investigações da CPI tenham chegado perto demais de promover uma devassa em circuitos e métodos que remetem às entranhas da atuação de Mendes e VEJA nos últimos anos. Foram para o tudo ou nada no esforço de mudar o foco e criar um fato consumado a precipitar o julgamento do chamado ‘mensalão’. Jogaram alto na fabricação de uma crise política e institucional. O desmentido de Jobim nivela-os à condição dos meliantes já encarcerados do esquema Cachoeira. A Justiça pode tardar. A sentença da opinião pública não.

(Carta Maior; Domingo/27/05/2012)

A Diamantino e o Brasil de Gilmar Mendes

Enviado por luisnassif, dom, 27/05/2012 – 15:48<!–

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Por IV AVATAR

Como uma pessoa com o pefil psicológico de Gilmar Mendes pode chegar ao cargo de ministro da Suprema Corte deste país que é a 6a. economia do mundo? Será que o ministro pensa que o Brasil é sua Diamantino particular. Sem o apoio de Veja o ministro não teria ido tão longe.

Da CartaCapital – em 17.11.2010

O prefeito e o coronel, por Leandro Fortes

Obcecada por destruir um adversário político, 
a família do ministro Gilmar Mendes não mede esforços. Vale até arruinar as finanças de sua terra natal

Eleito em 2008 prefeito de Diamantino, a 208 quilômetros de Cuiabá, o notário Erival Capistrano enveredou-se por um pesadelo político sem precedentes. Nos últimos 23 meses do mandato, Capistrano, do PDT, foi cassado e reconduzido à prefeitura três vezes. Ao todo, ficou no cargo apenas nove meses. Os outros 14 foram ocupados pelo candidato derrotado nas urnas, Juviano Lincoln, do PPS, graças a um jogo de manobras judiciais que transformou a vida de Diamantino num caos político e administrativo. A cada troca de prefeito, os cofres municipais sofrem um rombo de, aproximadamente, 200 mil reais. Por conta dessa situação, o lugar caminha rumo ao precipício contábil e social.

Antes como candidato e agora como prefeito eventual, Lincoln é patrocinado politicamente pela oligarquia local, comandada pela família do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Mendes usa, inclusive, expedientes do velho coronelismo nativo: vale-se de meios de comunicação sob seu controle para atacar o adversário político. A TV Diamante, retransmissora do SBT no município, virou arsenal de baixarias contra o grupo de Capistrano comandado por um preposto da família, o técnico rural Márcio Mendes. A emissora, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é uma concessão para fins educativos à União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), instituição de ensino superior fundada pelo ministro do STF.

A vida do prefeito eleito de Diamantino se tornou um inferno por ele ter “ousado” vencer as eleições de 2008 contra Lincoln, escolhido para suceder ao veterinário Francisco Mendes, irmão mais novo do ministro. Chico Mendes, como é conhecido na cidade, foi prefeito de Diamantino por dois mandatos, entre 2001 e 2008, pesou a influência política do supremo irmão. Nas campanhas de 2000 e 2004, Gilmar, primeiro como advogado–geral da União do governo Fernando Henrique Cardoso e depois como juiz da Corte, não poupou esforços para eleger o caçula da família. Levou a Diamantino ministros para inaugurar obras, lançou programas federais e circulou pelos bairros da cidade, cercado de seguranças, para intimidar a oposição.

Em setembro de 2008, a família Mendes- aliou-se ao grupo político do ex-governador Blairo Maggi, eleito agora para o Senado. Os Mendes migraram do PPS para o PR e engrossaram no estado a base de apoio do presidente Lula. Não adiantou. Um mês depois, seriam surpreendidos pela vitória de Capistrano por pouco mais de 400 votos de vantagem. O prefeito eleito anunciou, de imediato, a contratação de uma auditoria para verificar as contas da administração anterior, alvo de denúncias de má gestão e desvio de dinheiro. Capistrano conhecia o tipo de inimigo que havia vencido, mas não tinha noção da fragilidade de sua vitória.

A primeira cassação ocorreu em 1º de abril de 2009, três meses após assumir a prefeitura. A decisão foi tomada pelo juiz Luiz Fernando Kirche, titular da 7ª Vara Eleitoral de Mato Grosso. Kirche, figura itinerante da Justiça mato-grossense na região, havia acatado uma representação da coligação de Lincoln na qual o prefeito era acusado de aceitar uma doação de campanha de 20 mil -reais feita mediante um recibo com assinatura falsificada. O documento estava em nome do agricultor Arduíno dos Santos. Em novembro de 2008, Santos depôs no Ministério Público Estadual e confirmou a doação. Dois meses depois decidiu mudar o depoimento e negou ter dado o dinheiro para a campanha do PDT. “Ele foi coagido pelos capangas do candidato derrotado”, acusa Capistrano.

À época, a população de Diamantino surpreendeu-se com a rapidez do processo contra Capistrano. Para se ter uma ideia, em oito anos de mandato o ex-prefeito Chico Mendes sofreu cerca de 30 ações em consequência de supostas falcatruas administrativas, mas nunca foi incomodado pela Justiça. O juiz Kirche havia sido transferido de outra comarca, Tangará da Serra, para assumir a vara eleitoral local. No mesmo dia 1º, logo depois de cassar Capistrano, saiu de férias. Coincidentemente, quatro dias antes, o ministro Mendes tinha estado na cidade natal para rever parentes e amigos. O mesmo padrão iria se repetir no futuro.

Capistrano reverteu a decisão e voltou ao cargo em 23 de junho do ano passado, quando o Tribunal Regional Eleitoral acatou, por unanimidade, um recurso do PDT. Passado pouco mais de um mês, os advogados de Lincoln entraram com uma medida cautelar, com pedido de liminar, para que o candidato do PPS voltasse ao cargo. Lincoln contou, desta feita, com a boa vontade do desembargador Evandro Stábile, então presidente do TRE de Mato Grosso. Stábile decidiu, em 18 de agosto de 2009, cassar novamente Capistrano e recolocar no cargo o preferido da família Mendes. O caso foi parar no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Nove meses adiante, uma operação da Polícia Federal mudaria novamente o rumo da história.

Em 18 de maio deste ano, a PF deflagrou em Mato Grosso a Operação Asafe, referência a um profeta bíblico, para identificar e prender advogados, juí-zes e desembargadores envolvidos em uma quadrilha especializada em vender sentenças judiciais. A ação foi ordenada pela ministra Nancy Andrighi, do STJ. Entre os detidos, Evandro Stábile, que foi afastado da presidência do TRE. Seu sucessor, Rui Ramos, derrubou a liminar e reconduziu Capistrano ao cargo em 13 de junho, pela terceira vez. Em seguida, a relatora do processo de Capistrano no TSE, Cármen Lúcia, considerou a medida cautelar impetrada pelo PPS inválida, dada a nulidade geral do processo. A ministra lembrou que a jurisprudência sobre esse tipo de ação determina que os prefeitos permaneçam no cargo até esgotadas todas as instâncias judiciais. Em vão.

A decisão do TRE havia sido tomada por um vício processual detectado pelo desembargador Ramos. A vice-prefeita eleita, Sandra Baierle, também do PDT, não foi ouvida em nenhuma das fases da instrução processual. Como ela também fora cassada, era necessário tomar seu depoimento nos autos. Por conta disso, o processo retornou à origem, a 7ª Vara Eleitoral de Diamantino. Novamente para as mãos do diligente juiz Kirche. Este voltaria a agir, quatro meses depois, para tirar Capistrano outra vez da prefeitura.

A data escolhida pelo juiz não poderia ser mais emblemática: 30 de outubro, um dia antes do segundo turno da eleição presidencial, justamente quando acabara de chegar à cidade seu filho mais ilustre, Gilmar Mendes. Como no primeiro ato de cassação, Kirche fez a Justiça funcionar a todo vapor em Diamantino para sair de férias em seguida. Na mesma noite, enviou um oficial de Justiça para notificar Capistrano e fazê-lo sair da cadeira de prefeito, mas não o encontrou.

Em 1º de novembro, véspera de feriado do Dia de Finados, com a prefeitura de Diamantino em regime de ponto facultativo, novamente o oficial viu-se frustrado. Foi avisado pela família de Capistrano que ele estava em uma pescaria. Na manhã do dia 3, não houve escapatória. Notificado, o pedetista deixou novamente o cargo para dar lugar ao concorrente derrotado nas urnas. Capistrano entrou com novo recurso e espera voltar ao mandato antes do fim do ano. “Não adianta, não vou renunciar e vou até as últimas consequências.”

Para o prefeito afastado, a estratégia política da família Mendes é a de terra arrasada: tornar a administração de Diamantino inviável e as relações políticas locais tensas o suficiente para propiciar, nas eleições municipais de 2011, a volta de Chico Mendes à prefeitura. Seria uma forma de evitar que as investigações sobre as irregularidades nas gestões de Mendes fossem adiante, embora já tenham sido enviadas ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado no ano passado.

A auditoria feita por Capistrano nos dois primeiros meses de mandato revelou um corolário de maracutaias, sobretudo, no setor de compras. Quando as escolhas eram feitas por carta–convite, os produtos eram adquiridos por até 66,13% acima dos preços pesquisados.- Quando eram por tomada de preço, o índice chegava a 90% de superfaturamento. “Todos os processos licitatórios apresentam irregularidades”, concluíram os auditores.

Ao assumir a prefeitura, Capistrano encontrou uma dívida de INSS de 8,2 milhões de reais e outra, de energia elétrica, de 6,2 milhões de reais. Muitos contratos eram feitos sem nenhuma lógica administrativa. De uma papelaria de Cuiabá chamada Mileniun foram comprados fogão, geladeira, máquina de lavar, sofá e televisão para a prefeitura no valor de 267,6 mil reais. Muitas propostas apresentadas pelas empresas eram exatamente iguais, na forma e no conteúdo, mas com diferenças mínimas de preço (cerca de 0,3%), expediente típico de simulação de licitação.

Em meio à disputa judicial, Capistrano e seus aliados têm enfrentado a fúria diária do “jornalista” Márcio Mendes, no comando da TV Diamante desde 2009. Mendes apresenta um programa matutino chamado Comando Geral. Sua especialidade é insultar e a-cusar diuturnamente Capistrano de malfeitorias. Ao melhor estilo do coronelismo eletrônico.

A Uned, dona da concessão da tevê, foi fundada em 2000 por Gilmar Mendes. Quem operacionalizou a escola foi Marco Antônio Tozzati, acusado de integrar uma quadrilha de fraudadores que atuavam no Ministério dos Transportes na gestão de Eliseu Padilha. Não há como Márcio Mendes agir sem o conhecimento do ministro do STF.

Além da TV Diamante, Márcio comanda um jornal e o site O Divisor. Também nesses veículos seu esporte preferido é atacar Capistrano, chamado por ele de “prefeito interino” ou “o ainda prefeito” toda vez que retorna ao cargo, embora tenha sido eleito. Mendes desenvolveu um ódio especial pelo grupo de Capistrano depois de perder dois contratos de trabalho, firmados na época do prefeito Chico Mendes. Um, de assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, que rendia 3,6 mil mensais. Outro, na prefeitura, via a agência de propaganda Zoomp, custava 15 mil reais por mês aos cofres municipais.

Goiano de Joviana (daí o nome Juviano), Lincoln se diz ofendido quando chamado de usurpador. Segundo ele, as cassações de Capistrano são resultado de decisões da Justiça, e não da família Mendes. Ele reconhece, porém, que o município está se tornando ingovernável. “Sei que atrapalha, seria muita infantilidade minha não reconhecer isso.” Lincoln garante não se subordinar a Gilmar Mendes, embora faça questão de lembrar que é amigo da família desde a adolescência. “Esse processo não tem nenhuma influência do ministro, é idiotice pensar isso”, afirma. “O ministro (Gilmar Mendes) é eleitor do Serra, e os Mendes todos votaram no Serra”, informa Lincoln, ao se declarar apoiador de Dilma Rousseff.

Segundo Lincoln, os custos adicionais, sobretudo com pagamento das rescisões contratuais dos cargos comissionados, todos mudados a cada reviravolta na prefeitura de Diamantino, são naturais, mas reconhece a frustração do adversário. “Eu não queria estar na pele do Erival. Acho até que ele confiou no contador (no caso dos recibos supostamente falsificados) e caiu de inocente.” Apesar da insistência em permanecer no cargo, diz não pensar na reeleição. Prefere apoiar a volta do amigo Chico Mendes. “Por motivos políticos, sou contra a reeleição.”

“Em Diamantino, quando se ouve o barulho de rojão, ou é mudança de prefeito ou é chegada de crack”, ironiza a enfermeira Mônica Gomes, secretária de Saúde do município nos períodos em que Capistrano ocupa a prefeitura. Segundo ela, a descontinuidade administrativa provocada pela mudança de prefeitos está prestes a provocar um colapso no sistema de saúde local, inclusive nos programas de atendimento a drogados e pacientes com Aids. O controle da dengue também estaria sob risco, sem falar nos convênios firmados com o governo do estado e com o Ministério da Saúde. “Temo uma evasão de médicos e outros profissionais de saúde por causa do desencanto provocado por esse caos.”

Secretária de Administração da gestão de Capistrano, Cleide Anzil, servidora do município há 18 anos, afirma que cada mudança de prefeito, além de gerar um custo de 200 mil reais em rescisões contratuais desnecessárias, torna a contabilidade da prefeitura inviável. De acordo com ela, quando Capistrano reassumiu o cargo pela terceira vez, em junho, o orçamento do município para o ano de 2010, de cerca de 50 milhões de reais, havia sido consumido por Lincoln. “Tivemos de pedir uma suplementação (à Câmara Municipal) para pagar as contas, mas depois tivemos de sair de novo”, conta, desanimada. “Não sei onde essa loucura vai parar.”

Veja amarrou guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim

Tem gente que veste carapuças, mas o que está na moda, em tempos de Cachoeira, é vestir guardanapos na cabeça (*). Pois a revista Veja os vestiu (simbolicamente) na cabeça de Gilmar Mendes, em Berlim, em uma operação desastrada. A Veja fez uma matéria que mais parece uma ópera bufã, onde tenta transformar o lobo-mau em vovozinha, e o chapeuzinho vermelho em lobo-mau. Mas como até da reciclagem do lixo, se extrai matéria prima, dá para tirar boas hipóteses da matéria. Primeiro ato: O ministro Gilmar Mendes, parece querer se antecipar a “explicar”, do seu modo, alguma coisa nada boa para o lado dele, que estaria para aparecer na CPI do Cachoeira. Mas ele não pode simplesmente dizer “não fui eu”, como o joãozinho da piada na escola, negando imediatamente após soltar um “pum”, antes mesmo que os outros sintam o cheiro. Segundo ato: Então vem a calhar colocar o nome do presidente Lula no meio da estória, para embolar, e para tentar dizer “não fui eu”, como se estivesse respondendo à uma hipotética acusação de “foi você”. Afinal o que explica um ministro do STF dar explicações de que pagou suas contas de uma viagem a Berlim, se ninguém ainda está perguntando isso? O portal 247 afirma: “Gilmar Mendes fez uma viagem recente a Berlim, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO). Carlos Cachoeira também foi à capital alemã, na mesma data, mas não se sabe se houve encontros dele com o senador e o ministro do STF”. Terceiro ato: Em parceria com a revista Veja, cria-se a narrativa bufã, onde Gilmar torna-se vítima, a prima-dona pura e donzela da ópera, e Lula o vilão da CPI malvada. Talvez, com isso, a revista Veja pense em melar a CPI “malvada”, tirando-a de seus calcanhares, assim como evitando ir adiante o suposto aparecimento de algo, digamos, constrangedor, para Gilmar Mendes. Quarto ato: O problema é que a estória criada pela Veja é muito ruim de acreditar e foi muito mal contada. Além de inacreditável, havia testemunha que desmentiu (Nelson Jobim). Mas serviu para acender os holofotes na viagem à Berlim de Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e, supostamente, Carlos Cachoeira, na mesma “bat-hora”, no mesmo “bat-local”. É como se a Veja colocasse os guardanapos na cabeça dos três, em Berlim. Quinto ato: O problema é que, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave. E para piorar, não há momento pior para expor-se dessa forma atabalhoada, justamente na revista que manteve uma longa parceria com Cachoeira, em pleno escândalo com o bicheiro. Sexto ato… Bem… os próximos atos estão por vir. Aguardemos os próximos capítulos. (*) em alusão às fotos constrangedoras de Sérgio Cabral espalhadas por Garotinho. Para quem não está por dentro do Caso: A revista publicou uma matéria sem pé nem cabeça. Inventou que Lula, sem mandato, teria ido “chantagear” o ministro do STF Gilmar Mendes, e ainda por cima tendo Nelson Jobim como testemunha (Jobim já desmentiu a versão da Veja-Gilmar). Não satisfeita, a Veja caprichou no exagero. Inventou que Lula ainda teria confessado a Gilmar Mendes que estaria fazendo lobby sobre todos os outros ministros do STF sobre o julgamento do “mensalão”. Na impossível hipótese de alguém como Lula fazer isso, se alguém fizesse uma coisa destas, faria em segredo, um a um, e jamais contaria o que conversou com uns e com outros, por motivo óbvio. Só isso já é suficiente para não dar crédito ao que está na revista. Ainda não satisfeita, Veja caprichou mais um pouco, e inventou que Lula teria falado cobras e lagartos de alguns ministros do STF. Pegando o gancho da contenda entre Cezar Peluso e Joaquim Barbosa, a Veja inventou que Lula teria dito que Joaquim Barbosa seria “complexado”. Vã tentativa infantil da revista de jogar os ministros do STF contra Lula, através da intriga boateira. Fica evidente que a revista Veja quer melar a CPI por um lado e, por outro, pressionar os ministros do STF a julgarem o chamado “mensalão” com raiva, ou constrangidos em inocentar alguém por falta de provas, vendendo a lorota de que a opinião pública acreditaria ser por pressão de Lula. Ora, se Lula tivesse esse poder todo, e não respeitasse as instituições republicanas, teria interferido quando era Presidente da República e tinha muito mais poder político para isso. No entanto, Lula não interferiu nem na recondução do ex-Procurador-Geral da República Antônio Fernando de Souza, respeitando o fato dele ser o mais votado na lista tríplice apresentada pela classe dos procuradores. Detalhe: o julgamento no STF não é político. Segue o que está escrito no Código Penal. Com provas não há como inocentar, por mais que houvessem pressões políticas. Sem provas, não há como condenar, por mais que haja pressão e propaganda política, seja pela imprensa demotucana, seja pelos políticos de oposição, seja pela organização do bicheiro Cachoeira.

De um lado, Lula, Dilma, e PF fazendo ‘faxina’ no Brasil… do outro, Cachoeira, PSDB, Demóstenes, Perillo, Gilmar, Veja, Globo

O PSDB inteiro resolveu enfiar o pescoço na guilhotina de uma vez por todas, ao carimbar na testa o selo de partido do bicheiro Cachoeira, anti-Lula. Quem será o “gênio” que teve essa ideia de jumento? Será o deputado Antônio Carlos Leréia (PSDB-GO) enquadrando o resto do PSDB a seguirem a liderança do bicheiro Cachoeira? Será Marconi Perillo (PSDB-GO) dizendo que se cair, leva outros tucanos juntos? Será Aécio Neves (PSDB-MG) às voltas com aparelhamento do estado de Minas por Cachoeira? Será José Serra (PSDB-SP) e Paulo Preto, dizendo que não se larga um líder ferido na estrada? Pois o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e o deputado Francischini (PSDB-PR), aquele que é ‘tchutchuca’ com os tucanos do Cachoeira, agora aparecem enquadrados na defesa de Cachoeira-Desmóstenes-Marconi-Veja-Gilmar e querem voltar sua artilharia contra Lula. Ridículos, falam em varrer para debaixo do tapete Cachoeira e suas relações com Demóstenes, Leréia, Marconi Perillo, Paulo Preto, Siqueira Campos, Beto Richa, a parceria Veja-Cachoeira, o caso CELG-Gilmar, a viagem a Berlim, os R$ 8,25 milhões da JC Gontijo, e “convocar” logo o presidente Lula, atacado por esta turma porque apoiou uma CPI para desbaratar esse esquema que era tão nefasto que há até telefonemas entre Demóstenes e Cachoeira falando sobre derrubada da Presidenta Dilma, através de matérias de Policarpo Júnior na revista Veja. Fala sério, tucanada. Tenham um pouco de vergonha na cara para fazer uma faxina em sua própria casa, pelo menos no que já está fedendo de tão podre. Alguém duvida que, se não tivessem foro privilegiado, Demóstenes e Perillo já estariam no presídio da Papuda? Junto com Cachoeira e com o tucano Wladimir Garcez, ex-vereador de Goiânia? O PSDB perdeu o pudor de exibir-se do lado de Cachoeira. Não é só a casa de Perillo que caiu com Cachoeira. É o partido inteiro. Como é bom ver que Lula, Dilma, a Polícia Federal, os bons
procuradores do Ministério Público, os bons parlamentares estão de um lado, oposto ao do outro lado do bicheiro Carlinhos Carlinhos em parceria com o PSDB, com seus Marconi Perillo, Alvaro Dias, Franscischini, José Serra, Paulo Preto, Aécio Neves, etc.

domingo, 27 de maio de 2012

CELG explicaria medidas desesperadas de Gilmar Mendes

Sexto ato: A matéria da revista Veja onde Gilmar Mendes tenta se passar por vítima de Lula na CPI do Cachoeira, foi um tiro no pé, porque colocou em pauta a viagem a Berlim de Gilmar Mendes, Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Até então, o assunto era tratado apenas como boato, ainda. O próprio Gilmar conferiu veracidade na matéria da Veja. Como dissemos, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave. Pois as cronologia das datas nos traz pistas. 26 de abrilOcorreu o encontro com Lula na escritório de Nelson Jobim, dia que Lula esteve em Brasília, almoçou no Alvorada com a Presidenta Dilma e velhos companheiros de longa data. À noite, Lula e Dilma assistiram a estréia do documentário “Pela Primeira Vez”, de Ricardo Stuckert, sobre os últimos momentos do governo Lula e a posse da presidenta Dilma Rousseff. À noite Gilmar Mendes estava no julgamento da constitucionalidade das cotas raciais nas universidades. No próprio dia 26, cedo, já aparecia a notícia da deputada federal Iris de Araújo (PMDB-GO) apresentar requerimento na CPI do Cachoeira, para o Ministério da Fazenda investigar a existência de contas bancárias do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) no exterior. Essas suspeitas envolvem supostos desvios de dinheiro na CELG (companhia estadual de eletricidade). Por outro lado, já havia vazado os relatórios da Operação Monte Carlo, onde constava o telefonema onde o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) comemorava com Cachoeira, o fato de Gilmar Mendes ter puxado um processo da CELG para o STF. Demóstenes avaliava que Gilmar conseguiria tirar das costas da CELG, 2 a 3 bilhões de dívidas.

28 de abril O Estadão publicava matéria sobre o diálogo acima, com um texto que colocava Gilmar Mendes sob suspeita de ter favorecido aos interesses de Carlos Cachoeira, através da influência de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). A reportagem do Estadão teve duas versões. A primeira foi ao ar no portal da internet com um texto maior, com o título “Demóstenes ‘trabalhou’ com Gilmar Mendes para levar ao STF ação da Celg, diz PF”, e encerrava dizendo: “O ‘Estado’ não conseguiu encontrar o senador e o ministro do STF para comentarem a gravação”. A segunda versão, apagou a primeira, encurtou o texto e aliviou para Gilmar Mendes, a começar pelo título “Demóstenes tratou de processo da Celg no STF, segundo PF”. A íntegra do texto da versão censurada e da substituída pode ser lida aqui. Se a reportagem foi publicada em 28 de abril, é possível que no dia 26, Gilmar Mendes já soubesse, pelos rumores, e tentativas de “ouvir o outro lado”. 29 de abril O “site” Direito Positivo, levantava a possibilidade de Gilmar Mendes ter que responder processo por crime de responsabilidade:

Na hipótese das notícias que ligam o Senador Demóstene com o Ministro Gilmar Mendes serem confirmadas durante a CPMI, o Ministro poderá ser julgado pelo Senado Federal pela prática em tese de conduta prevista na lei 1079/50 combinada com a Constituição Federal no Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal (…).

10 de maio Gilmar Mendes concedeu entrevista às redes de TV, onde foi perguntado sobre os rumores da convocação do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, à CPI. Gilmar repetiu o bordão de gritar a palavra mágica “mensalão” para desviar do assunto Cachoeira: “Eu tenho a impressão de que esta havendo um certo exagero, uma certa precipitação, talvez tenha razão o procurador-geral, que estamos prestes de iniciar o julgamento desse caso do mensalão e que haja talvez o propósito de desacreditá-lo, de deslegitimá-lo, não é?”, disse, e foi ao ar no Jornal Nacional (confira aqui)

Ora, então fica claro que se ele tivesse recebido “pressão” de Lula em troca de “proteção na CPI”, ele teria que ter mencionado ali mesmo, naquela entrevista do dia 10. Será que ainda não tinha, digamos, alinhavado o enredo a ser contado pela revista Veja? Aliás, se ele achasse que houvesse motivo para “denunciar” Lula, como tentou fazer na Veja, por quê esperar um mês? Por que não no mesmo dia, no dia seguinte ou na semana seguinte? Agora a CPI está obrigada a investigar o caso CELG: Gilmar Mendes se expôs de forma que, racionalmente, ninguém se exporia, pois pulou dentro do caldeirão onde já fritam Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e a revista Veja. Só medidas desesperadas explicam esse comportamento. A CPI, agora, vê-se obrigada a investigar o caso CELG, além do que está por trás das viagens de Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e Gilmar Mendes a Berlim. Também é hora de aprovar o requerimento da deputada Iris Araújo (PMDB), para rastrear contas no exterior. Aguardemos o próximo capítulo.

Veja amarrou guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim | Os Amigos do Presidente Lula#more#more#more#more

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