Ficha Corrida

15/09/2013

DrogaDinho, da cocaína à tubaína

DINHO

Dinho Ouro Preto no Rock in Rio: a glória da rebeldia desinformada

Postado em 15 set 2013, por : Kiko Nogueira

Aos 49 anos, cabeleira negra como a asa da graúna, tatuagens, sarado, Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, vive um bom momento em sua carreira. Sua banda esteve no Rock In Rio e tocou para uma plateia entusiasmada no palco principal.

Dinho fez um discurso em que atacou os políticos. “Esse Natan Donadon, cara, esse primeiro presidiário congressista, cara, o próprio congresso, cara, por ter mantido o cargo desse sujeito, falou, cara…”. Emendou com uma “canção de protesto” chamada Saquear Brasília, que rima “hipocrisia” com “todo dia”.

O Capital é um caso curioso. Vindo da capital nos anos 80, surgiu dos escombros do Aborto Elétrico, que tinha Renato Russo e os irmãos Flávio e Fê Lemos. Terminado o Aborto, Flávio e Fê montaram o Capital com Dinho. Há 30 anos, era um grupo de segunda linha. Nunca teve a mesma importância de Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Lobão, Titãs ou mesmo o Ira. Dinho era famoso por um tique: entoava “ououou” em todo mísero refrão, coisa que abandonou com o tempo.

Nos anos 2000, depois de se separar e voltar, o Capital gravou um CD acústico. “Meus Primeiros Erros”, de Kiko Zambianchi, estourou. Vieram outros hits e aconteceu o improvável: o Capital se consolidou como uma banda de rock bem sucedida — bem mais do que as outras de sua geração.

Dinho e seus amigos tiveram um certo talento em se manter atuais. Parte disso se deve a seu esforço enorme não apenas a ter um jeito de, vamos lá, “jovem”, mas em fazer questão de falar como “jovem”. Um jovem semiletrado, ok — mas, ei, isso é rock’n’roll e não engenharia. Desde as manifestações de junho, Dinho também vem dando vazão ao que imagina ser sua verve política.

Como era inevitável, compôs uma música em homenagem aos protestos. “Viva Revolução” garante que “tudo vai ser diferente, o estranho vai ser normal/Vai ser uma comoção internacional”. Escreveu uma espécie de manifesto, republicado, obviamente, na página dos Anonymous. Num show em Porto Alegre, declarou que o estádio Beira Rio estava sendo reformado com dinheiro público.

Não estava. Foi desmentido. Na verdade, as obras são tocadas em parceria entre o Inter e a Andrade Gutierrez. Pediu perdão. “É motivo de vergonha para mim por ter falado de um assunto sem estar totalmente informado. Peço desculpas”, escreveu na conta do Capital no Facebook. “Minha intenção, aliás, nunca foi macular o nome, ou a imagem do time. E sim o modo como a FIFA nos impõe gastos, com os quais não podemos arcar”. (Eu mantive as vírgulas do original).

Sim, ele fala de assuntos sem estar totalmente informado. Não lhe passa pela cabeça que isso talvez fosse um sinal para se educar minimamente antes de se manifestar. Se Lobão e Roger são assumidamente de direita, Dinho faz o despolitizado orgulhoso. “Todo governo é ruim. A gente descobriu que gostava de falar mal de qualquer governo. Fosse ele de direita ou de esquerda, todos são iguais. A regra básica é: nunca confie em político”, disse.

As besteiras, a discussão rasteira, a manipulação, a falsa rebeldia, a burrice… Ele não precisa crescer, não precisa ler nada, não precisa aprender a colocar as vírgulas no lugar, não precisa oferecer a seu público uma reflexão melhorzinha. Sobe ao palco de um festival que tem licenciamento de mais de 600 marcas, posa de punk, bate no Sarney ou em algum genérico e bola pra frente. Aos 17 anos, Dinho tem tudo para fazer sucesso por mais 50.

Sobre o Autor

Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Dinho Ouro Preto no Rock in Rio: a glória da rebeldia desinformada | Diário do Centro do Mundo

12/08/2013

Essa o Dinho Ouro Preto também não sabia

No Brasil, o padrão Globo é elogiar tudo o que vem de fora, especialmente se for dos EUA. É o tal do complexo de Vira-Latas. A Rede Globo e seus papagaios só não elogiam a entrada da mídia americana, aí, claro, seria dar um tiro não no pé, mas no ouvido. Por isso a Globo mantém de lobby contra a entrada de veículos estrangeiros. O pior nisso tudo são os papagaios que repetem tudo o que ouvem, vêem ou lêem através dos veículos da  Globo. O que seria destes ventríloquos se não existisse uma grupo como a Rede Globo para tele-guiálos?!

O Dinho Ouro Preto é o cara que resolveu criticar o Beira-Rio porque teria dinheiro público. O entorno, tem. Mas o entorno não  é o Beira-Rio.

O dinheiro público na construção de estádios nos EUA

Enviado por luisnassif, seg, 12/08/2013 – 09:36

Sugerido por implacavel

Do blog Ouro de Tolo

Made in USA – “Estádios com Dinheiro Público nos EUA: alguns casos”

Rafael Rafic

Nesta quarta feira, a coluna do advogado Rafael Rafic retoma o artigo anterior e mostra alguns casos de estádios e praças esportivas construídas com dinheiro público nos Estados Unidos.

Estádios com Dinheiro Público nos EUA: alguns casos

Na coluna de hoje, irei arrematar o assunto que ficou no ar no fim da última Made in USA: a falácia do modelo completamente privado dos esportes americanos.

É verdade que nos seus negócios do dia-a-dia os clubes funcionam como empresas e são privados. Porém quando estudamos o assunto “construção de estádios”, algo essencial para qualquer time das quatro ligas principais dos EUA, o aspecto privado do modelo de negócios se torna nebuloso.

Não irei tecer maiores comentários, apenas contarei alguns episódios sobre o assunto. Alguns deles causaram polêmica e protestos por parte de contribuintes das respectivas cidades, que se inconformaram com o financiamento público de negócios privados.

Mais uma vez começarei com o New York Yankees. O novo Yankee Stadium, inaugurado em 2009, foi o estádio mais caro do mundo na época, custando US$ 1,5 bilhão. Hoje ele é o segundo mais caro, já que em 2010 o Metlife Stadium custou US$ 1,6 bilhão. Porém o Metlife teve algo único: a divisão de custos pelos 2 times que o usam: o Giants e Jets, ambos da NFL.

Houve um escândalo na época porque, por mais que o Yankees orgulhosamente anunciasse que ele estava construindo um estádio próprio com dinheiro próprio, todo o financiamento das obras no entorno do estádio foi financiado pela prefeitura de New York. Entre garagens, novas estações de trem e metro, o investimento foi superior a US$ 300 milhões.

Só que as pessoas mais atentas perceberam que, especialmente no caso das garagens, a prefeitura iria financiar em incentivos fiscais um negócio privado que daria lucros apenas para o operador das garagens, que por sua vez deveria pagar uma taxa ao Yankees.

Obviamente isso resultou em um escândalo público na época do financiamento. Para completar a confusão, com os altos preços de estacionamento aliado às novas estações de trem e metrô em frente ao Yankee Stadium, a taxa de ocupação das vagas está em míseros 40% e o operador fez uso de uma cláusula do contrato que o permite alargar ainda mais o pagamento dos incentivos fiscais. Enquanto isso, os contribuintes de New York pagam as garagens ociosas.

Está em negociação a venda de algumas áreas de garagem para uma construtora, já que está demonstrado que ela não será necessária, para ajudar a ressarcir a prefeitura de New York.

Para terminar o estádio o Yankees (em nome próprio) ainda pegou dinheiro emprestado do companhia da prefeitura que age igual ao BNDES, emprestando a juros subsidiados. Pelo menos, o estádio está gerando altos lucros que compensam em impostos gerados os juros subsidiados.

Outro caso curioso é o Marlins Park (já o citei aqui superficialmente na mesma coluna citada semana retrasada sobre o cartão de crédito dos ex-donos do Dodgers).

Após uma longa disputa entre o dono do Florida Marlins (MLB), Jefrey Lloria, e o condado de Miami-dade, na qual várias vezes foi ameaçada a retirada do time da cidade de Miami, foi aprovada a construção do estádio por uma votação apertada.

Resultado: dos US$ 634 milhões do estádio, US$ 376 foram bancados pelo condado de Miami-dade e US$ 132 milhões pela cidade de Miami. O resto, bancado pelo time, ainda foi emprestado ao mesmo com juros subsidiados.

Os contribuintes de Miami odiaram o acordo e em recalls (referendo para manter ou não governantes) derrubaram tanto o prefeito da cidade Miami como o “prefeito” do condado por apoiarem a construção do estádio.

Logo após a derrubada de ambos, o novo prefeito da cidade, que fora um dos votos contra o projeto, revelou detalhes do acordo que demonstravam que a cidade ainda seria a responsável por pagar despesas como impostos anuais de US$ 2 milhões sobre áreas que foram alugadas ao Marlins e uma ajuda na manutenção do estádio no valor de US$ 250 mil ao ano sem qualquer contrapartida por parte do time.

Mas pelo menos o time foi rebatizado para Miami Marlins e o dono, que não investia 1 centavo no time dando como desculpa a falta de estádio, passaria a comprar grandes jogadores e tirar o Marlins da eterna lanterna que ocupava.

Pois bem, o time ainda se chama Miami Marlins. Só que Lloria investiu bastante em jogadores no início de 2012, ano de inauguração do estádio, apenas para o time continuar perdendo e ele trocar todos os bons jogadores caros por jogadores ruins baratos, tal qual como ocorria antes do estádio.

Em tempo: o Marlins foi o lanterna incontestável de sua divisão em 2012 e continua na mesma posição em 2013.

Para completar, a MLB advertiu o Marlins por mau uso do dinheiro recebido das “revenues sharings” da liga, o que aumentou as suspeitas, já fortes, que o clube usou essas receitas para pagar suborno para políticos virarem favoráveis ao financiamento do estádio.

Por fim, um caso um tanto diferente: o do Cowboys Stadium, agora At&T Stadium, caso do Dallas Cowboys da NFL (foto).

O estádio custou US$ 1,15 bilhões (mais de dois Maracanãs), o que lhe dá a marca de terceiro estádio mais caro da história e foi construído em grande parte com dinheiro do próprio time e da NFL. Porém a cidade de Arlington (fronteiriça com Dallas) ajudou com US$ 350 milhões e para conseguir esse dinheiro a cidade aprovou um aumento de 0,5% no imposto de vendas, de 2% no imposto de ocupação de hotéis/motéis e de 5% no imposto de aluguéis de carros.

Felizmente o Cowboys Stadium está indo muito bem, gerando muita receita em impostos para a cidade e o empréstimo está se pagando com sobras. Mas eu imagino a gritaria que ocorreria no Rio se a prefeitura anunciasse um aumento de 0,5% no ISS para ajudar a financiar um estádio de futebol para algum time da cidade.

Apenas apresentei aqui três exemplos recentes e diferentes entre si para demonstrar a minha afirmativa anterior, mas esse tipo de ajuda pública a times privados é tão comum nos Estados Unidos que eu poderia escrever mais 2 ou 3 colunas apenas com mais exemplos parecidos.

Vocês ainda acham que o esporte é um caso meramente privado nos EUA como costuma ser vendido?

O dinheiro público na construção de estádios nos EUA | Brasilianas.Org

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