Ficha Corrida

28/11/2014

Thomas Piketty contra a desigualdade social

Ali Aranha comeu KamelOntem foi Rogério Cezar de Cerqueira Leite explicando porque votou em Dilma Rousseff. Dentre seus argumentos, destaco a inclinação, que não é da Dilma senão de toda Esquerda, pela diminuição das desigualdades sociais como forma de melhorar a convivência social. A centralidade no ser humano acima da competição acumulativa é um dos pontos que distingue a esquerda da direita. A Folha tenta capturar Piketty para atacar Dilma, afinal a sinalização do governo que se inicia beneficia o “mercado”. Só que a Folha está sempre ao lado do mercado, e faz da defesa da desigualdade seu cavalo de batalha. Não critica Dilma por querer apaziguar, mas por ter de ir contra sua própria filosofia. Acontece que tanto Lula quanto Dilma não têm da sociedade o apoio suficiente para desconsiderar que a sociedade brasileira é altamente conservadora, inclusive graças aos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. A guerra dos grupos mafiomidiáticos contra Lula e Dilma é a maior prova de que as desigualdades sociais é uma bandeira que dá lucro, porque um povo explorado sem armas para se revoltar é a maior arma de uma elite com mentalidade escravocrata.

Thomas Piketty tem de seu lado economistas do tipo Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia. Um dos pilares defendidos por Piketty é a cobrança de mais impostos às grandes fortunas. É assim na Suécia, país que pode dar aos cidadãos melhores condições de saúde e de educação. É claro que as famílias mais ricas, com a famiglia Marinho, da Rede Globo, que não só sonega, como luta pela sonegação geral. A luta da Globo é bem amarrada. Constrói ideologicamente a lógica da exploração centrada no enriquecimento de poucos encima da exploração de muitos. Quando o principal ideólogo da Rede Globo escreve um livro, Não Somos Racistas, fica patente que a Globo se perfila do lado da Casagrande contra a Senzala.

A luta brasileira para diminuir a desigualdade social hoje está mais centrada nos grupos da velha mídia que tentam legitimar a desigualdade, cooptando corações e mentes com livros que justificam sua lógica.

ENTREVISTA THOMAS PIKETTY

É um erro achar que país precisa de mais mercado

Economista francês que virou celebridade mundial diz que desigualdade brasileira é subestimada

RODRIGO VIZEUEDITOR-ASSISTENTE DE "MUNDO"

No dia em que o governo brasileiro oficializou um novo ministro da Fazenda simpático ao mercado, o economista francês Thomas Piketty, autor do best-seller "O Capital no Século 21", afirmou considerar um erro pensar que o Brasil precisa de mais mercado e menos intervenção na economia.

Piketty, que está no Brasil para promover o livro que lhe rendeu status de celebridade no debate econômico, não quis discutir especificamente a nova equipe econômica, mas afirmou que "seria um erro pensar que o Brasil fez demais na área social e para reduzir a desigualdade".

Em seu livro, o francês sustenta que a desigualdade voltou a aumentar nas últimas décadas, beneficiando herdeiros e prejudicando a ascensão social, o que colocaria em risco a democracia.

Em entrevista à Folha, Piketty, que já foi citado em discurso pela presidente Dilma Rousseff, reclamou que dados de má qualidade fazem com que a desigualdade brasileira seja subestimada, e sua redução, alardeada pelo governo, talvez exagerada.

Folha – Recentemente, Dilma disse que o Brasil vai contra a corrente internacional de alta da desigualdade que seu livro aponta. O sr. concorda?

Thomas Piketty – Políticas de educação e transferências sociais como as que foram aplicadas em certa medida no Brasil nestes dez últimos anos podem permitir ir contra a corrente de aumento da desigualdade, mas ela realmente diminuiu?

Não é tão certo, é possível que tudo tenha sido puxado para cima, inclusive os mais pobres, mas não necessariamente em maior proporção que os mais ricos.

A forma como medimos a desigualdade sem dúvida a subestima. No Brasil, ela é sem dúvida ainda mais alta do que muitas estatísticas oficiais dizem porque a maior parte delas se baseia em pesquisas familiares com autodeclaração. O problema dessas pesquisas é que temos tendência a subestimar o topo da distribuição. Infelizmente, tem sido muito difícil acessar os dados fiscais do Brasil.

Falta transparência?

Estudo recente (de pesquisadores da Universidade de Brasília) sugere que, se utilizamos dados fiscais, o nível das desigualdades no Brasil aumenta. Não sabemos muitas coisas sobre a distribuição da renda no Brasil e precisamos de mais transparência para ver melhor em que medida os diferentes grupos sociais se beneficiam do crescimento.

É evidente que todo o mundo se beneficiou do crescimento dos últimos 15 anos. Agora, em qual proporção exatamente os diferentes grupos se beneficiaram dele não sabemos muito bem. É possível que se tenha exagerado um pouco a [divulgação da] redução das desigualdades no Brasil.

Dilma também disse preferir investir em consumo e educação para lutar contra desigualdade a fazer taxação, como o sr. defende. Isso é suficiente?

Também é preciso reforma fiscal, de um imposto progressivo sobre a renda e sobre o patrimônio. Precisamos da reforma fiscal para financiar a educação. Acrescento que uma parte das desigualdades grandes do Brasil se explica pela relativamente baixa progressividade do sistema fiscal.

Como seria a reforma?

A faixa mais alta de Imposto de Renda no Brasil é de 27,5%, inferior à menor dos Estados Unidos. Creio que uma das razões pela qual há muito desigualdade no Brasil é a progressividade de IR relativamente baixa. Há também muitos impostos indiretos, que são regressivos e pesam sobre as camadas populares.

É importante também tratar de forma diferente as rendas anuais de R$ 100 mil e de R$ 1 milhão, R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Poderíamos ter faixas mais elevadas, de 50%, 60%.

Como na sua França natal?

Também como os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, que têm taxas que vão até 40%, 50%. É ainda mais impressionante o imposto sobre herança, 4% [na maioria dos Estados] é realmente baixo, muito perto de zero.

É possível ter uma economia dinâmica e sistema capitalista próspero com imposto sobre herança alto. Para as novas gerações que não têm patrimônio familiar e procuram comprar apartamento em São Paulo, é muito difícil se você só tem a renda de seu trabalho. Não é normal que você ganhe R$ 100 mil por ano com seu trabalho e pague muito mais de imposto do que se você recebesse R$ 100 mil de herança de sua família.

O governo oficializou uma nova equipe econômica com um ministro da Fazenda mais ligado ao mercado e vindo de uma escola liberal. Que avaliação o sr. faz disso?

Não conheço o contexto político brasileiro, não posso me pronunciar. Quem quer que seja colocado no comando da política, qualquer que seja a orientação, os níveis de desigualdade muito altos que temos no Brasil devem ser questionados e tratados pelo governo, assim como a baixa progressividade do sistema fiscal.

Mas abordagem liberal e pró-mercado é boa ideia para enfrentar tais desafios?

Precisamos de mercado e também de poder público que tome decisões que permitam a cada um de se beneficiar da globalização e dos mercados.

Eu tento ir além dessas oposições um pouco teóricas e ideológicas. Creio que que seria um erro pensar que o Brasil fez demais na área social, que fez demais para reduzir a desigualdade, que agora é preciso mais mercado, menos intervenção, eu acho que isso seria um erro.

Apesar dos esforços que foram feitos em políticas sociais nos últimos 15 anos, o Brasil continua extraordinariamente desigual. O nível de investimento social, educacional para os desfavorecidos da população brasileira continua insuficiente.

O sr. defende que os estudos em economia levem em conta aspectos históricos, sociais, políticos e culturais. Isso é importante também para a gestão econômica do governo?

Sim, é importante para o governo também. A questão econômica é importante demais para ser deixada para economistas, que às vezes tentam fazer crer que dispõem de uma ciência realmente complicada que os outros não podem compreender e que é preciso deixá-los em paz. Isso é uma piada gigantesca.

O nome de seu livro, que remete a Karl Marx, e algumas de suas opiniões fazem que muitos o considerem anticapitalista.

O problema é que há gente que vive ainda na Guerra Fria e tem necessidade de inimigos anticapitalistas. Não sou esse inimigo. Creio no capitalismo, na propriedade privada e nas forças do mercado.

Nasci tarde demais para ter a menor tentação que seja pelo comunismo de tipo soviético. Isso não me interessa. Ao mesmo tempo, acho que temos necessidade, basta ver a crise de 2008, de instituições públicas muito fortes para regular o mercado financeiro e as desigualdades produzidas pelo capitalismo.

Sua defesa de um imposto global sobre grandes fortunas já foi feita por outros autores e nunca avançou. Não é ingênuo crer que seja realmente possível contrariar tantos interesses contrários?

Não precisamos esperar ter um governo mundial, um imposto unificado mundial para fazer progressos, se não arriscamos esperar um longo tempo. Podemos fazer progresso por etapas e a nível nacional. Há diferentes formas de imposto sobre capital e patrimônio em cada país, que podem ser melhorados de forma mais progressiva. Em seguida podemos progredir na cooperação internacional, como já tem sido feito quanto aos paraísos fiscais.

Como o sr. demonstra, a desigualdade no século 20 só caiu em um contexto de crise e reconstrução das sociedade após duas guerras mundiais. Seria mesmo possível algo tão ambicioso em tempos de paz?

As lições de história são importantes, as elites que não querem pagar mais impostos no Brasil, nos EUA e na Europa devem se lembrar que não é uma boa solução esperar a crise. Todo o mundo precisa de uma globalização que seja mais justa, que beneficie diferentes grupos sociais em proporção equilibrada. Se não, é a própria globalização que arrisca ser questionada.

01/02/2014

O salário é mínimo mas a distribuição de renda, máxima!

Filed under: Desigualdade Social,Salário Mínimo — Gilmar Crestani @ 10:22 am
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http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/Roldão Arruda, do ESTADÃO

Movimentos, direitos, ideias

Relatório da ONU destaca valorização do salário mínimo como principal fator de redução de desigualdades no Brasil

30.01.2014 | 21:57 DESIGUALDADES SOCIAIS

O relatório lançado na quarta-feira, 29, pelo Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (Pnud) traça um quadro sombrio sobre a questão da distribuição de renda no mundo. Aponta que a produção de riquezas nas duas últimas décadas registrou aumentos notáveis e que o mundo está globalmente mais rico do que nunca. A apropriação dessas riquezas, porém, ocorre de forma cada vez mais desigual.

Segundo o relatório, intitulado Humanidade Dividida: Confrontando a Desigualdade nos Países em Desenvolvimento, o mundo hoje está mais desigual do que em qualquer outro período desde a 2.ª Guerra Mundial. Entre 1990 e 2010, a desigualdade de renda aumentou em 11% nos países em desenvolvimento.

No planeta, o 1% da população mais rica detém cerca de 40% dos bens globais. Do outro lado, a metade mais pobre da população não é dona nem de 1%.

Entre os países que conseguiram reverter a tendência global e reduzir as desigualdades, aparece o Brasil. Em uma década, o índice de Gini, que mede a concentração de renda, caiu substancialmente no País. Passou de 54,2 para 45,9 (por esse índice, quanto mais o valor se aproxima de zero, menor a diferença entre a renda dos mais ricos e a dos mais pobres).

Ao analisarem as causas dessa melhoria, os especialistas da ONU, a exemplo do que já fizeram vários estudiosos no Brasil, destacaram o efeito do salário. Entre 2003 e 2010, o salário mínimo real aumentou 80% no Brasil. O peso disso na redução da desigualdade de renda foi o dobro do verificado com os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

O documento ainda destaca como fator positivo a questão política, com a criação de espaços políticos que permitem maior participação da sociedade civil nos debates sobre os planos de desenvolvimento e definição de prioridades. Segundo o estudo, as pessoas em todo o mundo estão exigindo voz nas decisões que afetam suas vidas.

Globalização favoreceu desigualdade

Em termos gerais, o relatório diz que a globalização financeira e comercial verificada nas últimas décadas favoreceu o aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres. “O poder de negociação salarial dos trabalhadores, relativamente imóveis, diante do capital completamente móvel, foi debilitado”, diz o texto.

Políticas internas dos países também favoreceram a concentração de renda. “As políticas monetárias que fincam o pé na estabilidade de preços frente ao crescimento, as políticas de relativização do mercado de trabalho, que debilitam a força de negociação dos trabalhadores diante dos empregados, e as políticas fiscais que priorizam a consolidação fiscal às expensas dos gastos sociais e à tributação progressiva provocaram um aumento na desigualdade de renda.”

Política macroeconômicas centradas na estabilidade de preços, em vez de puxar para o primeiro plano o crescimento e a criação de empregos, seriam piores, do ponto de vista da redução das desigualdades, segundo os analistas da ONU.

Para quem quiser ler o resumo do relatório em espanhol ou a sua versão integral, em inglês, pode clicar aqui.

Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda

Relatório da ONU destaca valorização do salário mínimo como principal fator de redução de desigualdades no Brasil « Roldão Arruda Roldão Arruda

12/12/2013

Da série: “os vira-lata pira”

Filed under: Desigualdade Social,Desinformação,Isto é EUA! — Gilmar Crestani @ 8:33 am
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Desigualdade nos EUA: é o fim do ‘sonho americano’?

11 de dezembro de 2013 | 12h11

Gustavo Santos Ferreira

Para 64% dos residentes nos Estados Unidos consultados pela Bloomberg, a economia americana não oferece as mesmas condições de prosperidade para todos seus cidadãos. O fosso cada vez maior entre ricos e pobres está minando a fé no tal sonho americano, diz a publicação.

O termo (american dream) foi cunhado na década de 1930 pelo historiador James Truslow Adams. Resume o conceito de que no liberalismo americano, de pouca intervenção do governo nos mercados, todos podem enriquecer, bastando apenas trabalhar. Essa ideia colaborou para que a mão de obra nos Estados Unidos se tornasse a mais plural do mundo em termos de nacionalidade.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), vivem por lá hoje 46 milhões de estrangeiros. Isso representa 15% de uma população total de 314 milhões. Nenhum país no mundo recebeu tanta gente de fora como os Estados Unidos em toda a história. Apenas de 1990 para cá, com 23 milhões de novos imigrantes, a chegada média de estrangeiros tem sido de 1 milhão por ano.  Ficam – bem – atrás dos Estados Unidos nas estatísticas Emirados Árabes (7 milhões) e Espanha (6 milhões).

Tecla já batida por este Radar Econômico em outra oportunidade, a desigualdade social é grave nos Estados Unidos. Mais da metade de toda riqueza produzida no país no ano passado foi parar nos bolsos de apenas 10% na população. E essa parcela de pessoas é justamente é a mais rica.

O afastamento entre as classes econômicas americanas uma das grandes preocupações do atual Prêmio Nobel de Economia, Robert Schiller. E entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) os Estados Unidos só não têm pior distribuição de renda que Turquia, México e Chile.

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Veja também:

Desigualdade nos EUA: é o fim do ‘sonho americano’? – Radar Econômico – Estadao.com.br…

01/12/2012

PIBinho versus empregão

Filed under: Desigualdade Social,PIBe — Gilmar Crestani @ 8:26 am

Dado fraco não se traduz em avanço do desemprego

DO RIODE SÃO PAULO

O senso comum leva a crer que fraco crescimento se traduz em desemprego mais elevado, como ocorre na Europa em crise. Mas não é o que acontece no Brasil, que convive com PIB modesto e taxas de desocupação em baixa.

Os motivos dessa aparente contradição, dizem especialistas, são a contínua formalização do mercado de trabalho, o crescimento da renda mesmo na crise (como em 2008 e 2009), a escassez de mão de obra qualificada e a maior oferta de serviços.

O setor de serviços, que demanda proporcionalmente mais trabalhadores, cresceu com força nos últimos anos, interrompendo essa tendência no terceiro trimestre.

Enquanto o PIB cresceu apenas 0,7% de janeiro a setembro deste ano, a taxa de desemprego é declinante, atingindo 5,7% na média desse período.

Para Caio Machado, economista da LCA, o avanço do emprego formal aumentou os custos de demissão.

Como empresários esperam uma retomada da economia em 2013, diz, as demissões são postergadas para evitar gastos com futuras recontratações.

Além disso, afirma Machado, falta mão de obra especializada, o que leva empresas a manter funcionários já treinados.

A menor oferta de trabalhadores e políticas como o reajuste do salário mínimo acima da inflação fizeram, por sua vez, o rendimento médio subir de modo contínuo desde 2004.

Mesmo com o fraco desempenho da economia, a renda cresceu 4%, em média, de janeiro a setembro.

Graças a esse avanço da renda, mulheres e jovens puderam postergar seu retorno ou sua entrada no mercado de trabalho, dedicando-se, por exemplo, aos estudos, afirma Rafael Bacciotti, da Tendências.

(PS E EF)

29/09/2012

Alemanha: mais ricos… mais pobres

Filed under: Alemanha,Desigualdade Social — Gilmar Crestani @ 9:34 am

 

Más ricos… más pobres

Por Osvaldo Bayer

La noticia estalló justo cuando estaba yo por dejar Alemania para regresar a la Argentina. Los titulares de los diarios lo decían todo: “Certificado de pobreza para un país rico”, “Los ricos de Alemania cada vez más ricos”, “Los pobres siguen pobres; los ricos, más ricos”. Y los que titularon así no son diarios de izquierda, no. Dos de ellos son de tendencia liberal y el otro, conservador. Sí, el informe oficial del gobierno conservador-liberal de Alemania fue como un campanazo de alarma. Ese informe oficial fue presentado por la ministra del gobierno Von der Leyen, del conservador Partido Demócrata-Cristiano. Es decir, no son cifras elaboradas por la izquierda o por algún centro de estudiantes. No. Es nada menos que el informe oficial. Pero en ese informe hay más para asustarse: se ha comprobado que el 10 por ciento de la población posee el 53 por ciento de la riqueza nacional; el 40 por ciento (que conforma la clase media) posee el 46 por ciento de esa riqueza; y el resto, el 50 por ciento de la población, es decir, la mitad de los habitantes totales posee apenas el uno por ciento de la riqueza. Sí, tal cual. Parece increíble. Pero, repetimos, fue presentado oficialmente por el propio gobierno.

Por supuesto, el debate comenzó en todas las esferas. “Alemania no es pobre, pero cada vez más se abre la tijera de la diferencia entre ricos y pobres”, dice con algo de tristeza el diario conservador de Bonn General Anzeiger. Los socialistas salieron a la palestra exigiendo el aumento de los impuestos a los magnates acaudalados. Y en seguida la respuesta conocida: no, no se pueden aumentar los impuestos a los ricos porque si no se llevan esa riqueza a otro país. Y dejan sin trabajo a la gente. Un conocido argumento basado en el miedo a quedarse sin ricos y convertirse todos en pobres. El periódico Frankfurter Rundschau es fuerte en su editorial bajo el título “Así no puede seguir”. Y comienza: “Los alemanes son cada vez más ricos. No es así, la verdad es que los alemanes ricos son cada vez más ricos”. Y llega a la conclusión de que se ha llegado a eso por “la repartición totalmente desigual de la fortuna pública”.

Eso ocurre en la denominada “joya económica de Europa”. El análisis del reparto de la riqueza en los Estados Unidos de Norteamérica daría cifras para asustarse y quedarse mudo. Y entonces nace la obligada pregunta fundamental: ¿ésas son las auténticas democracias? ¿La palabra democracia no tendría que estar uniendo las palabras libertad con igualdad? Todo lo contrario: cada año, en esos países “modelo” aumenta la desigualdad. Por ejemplo, en Alemania, en 2008, el 10 por ciento que conforma la franja de los pobladores más ricos contaban con el 45 por ciento de la fortuna privada total; cuatro años después esa parte ha subido el 53 por ciento. ¿Qué pasará dentro de diez años? Mientras tanto, Alemania tiene cerca de tres millones de desocupados que cobran una ayuda por cierto muy modesta. El diario bávaro Münchner Merkur titula “Dinamita bajo el fundamento de la democracia” y protesta porque cada vez más “la democracia es desgastada por una masa de población que se va empobreciendo mientras aumenta cada vez más la riqueza de la clase alta”. “Alemania se ha convertido en una sociedad de clases”. La única democracia que poseen los pobres es poner el papelito en las urnas cada dos años, igual que los ricos. Y aquí cabe de nuevo la pregunta: ¿es ésa una auténtica democracia?

Un golpe severo para el gobierno de su propio partido, la Democracia Cristiana acaba de ser asestado por uno de los hombres fundamentales en la historia de ese partido político, Heiner Geissler, que fue secretario general de esa organización durante doce años (desde 1977 a 1989). En el congreso partidario de Rhein-Sieg declaró que “El mundo ha caído en el desorden porque la política y la economía han perdido sus fundamentos éticos”. Y agregó mencionando al gobierno de su propio partido: “ya no poseemos nosotros una economía social de mercado sino llanamente el capitalismo”. Y dio esta meta: “necesitamos un sistema de mercado social-ecológico internacional. Ahora se ahorra a costo del ser humano. Esto lo tiene que tener en claro la Democracia Cristiana porque actualmente hay en el mundo dinero como trigo y dinero como mierda. Y nos representa la gente falsa”. De paso criticó a la Iglesia Católica diciendo: “La Iglesia no tiene que renunciar a sus obligaciones sociales, y no sólo dedicarse a la liturgia y a un falso alejarse de lo llamado mundanal”.

Algo para reflexionar. Y es que no salieron estas palabras de algún “agitador” de izquierda, sino de un hombre de la escuela de Adenauer y Kohl.

Ante las realidades lo bueno es que comience por fin un debate constructivo que ayude a salir de la crisis en que se encuentra el continente europeo.

Regreso a Buenos Aires. Me encuentro con mi amigo de muchos años, el pastor evangélico Arturo Blatezky, representante de la comunidad luterana alemana en la Argentina. Lo veo al borde de la de-sesperación. El tiene en Quilmes un comedor infantil y además instituciones pedagógicas en las que asiste a niños de villas de extrema pobreza en esa localidad bonaerense. Yo he visitado esos lugares y admiro a este hombre y a sus ayudantes. Dar de comer a los niños más humildes de nuestra sociedad que tienen hambre. ¿Qué mejor papel hay en la vida que eso? Los niños. Ver sus ojos. Llenarlos de esperanza y mostrarles la mano abierta que le niega la realidad.

Me explica: desde hace meses, el gobierno bonaerense no da la ayuda estipulada a los comedores infantiles ni paga las becas para los asistentes que mantienen con su trabajo esos lugares tan necesarios para mantener la paz y alejar la violencia de nuestras ciudades: los niños con hambre, los niños que necesitan sonrisa a través de las manos docentes que los ayudan a soportar su destino no buscado.

En este hombre y en su mujer, Claudia Lohff, existe una pasión por la ayuda a los más desamparados de nuestra sociedad, los niños de nuestras villas miseria y sus madres. Primero crearon el jardín maternal Los Angelitos y luego el jardín de infantes El arca de los niños. Los he visitado varias veces, son lugares en los que los niños se sienten felices, se los oye reír, conversar, gritar, pegar saltos de alegría. Es crear vida sostener esos lugares. Crear futuro sin violencia. Son totalmente gratuitos, para niños de 3 meses a 5 años, funcionan de lunes a viernes de 7 a 17 horas. Se les dan a los niños tres comidas diarias, se los cuida en la salud y la higiene, y se les da actividades pedagógicas, descanso y recreación. Concurren 130 niños y niñas de las familias más pobres y desprotegidas de las zonas marginales de Quilmes. Acompañan a las madres y a los padres (si los hubiere) en sus gravísimas dificultades de supervivencia diaria. Son todas familias consideradas “de riesgo”, sin trabajo, en viviendas absolutamente precarias, en hacinamiento, con problemas de alcohol y drogas, o con sida, violencia familiar, abuso de menores y la discriminación que sufren diariamente por parte de la “sociedad”. Es decir, estas manos abiertas ayudan a que se respeten los Derechos Humanos del Niño. El pastor Arturo Blatezky pertenece al Movimiento Ecuménico de los Derechos Humanos (MEDH) y protegió en este lugar quilmeño a familias de desaparecidos, presos y perseguidos por la dictadura militar.

Para el funcionamiento de estas increíbles iniciativas contó con el apoyo de organizaciones de derechos humanos de Alemania. Son ya tres décadas de existencia y por supuesto dependen en gran parte de las ayudas estatales de la provincia de Buenos Aires, que ahora no reciben más y la situación es muy difícil por el aumento de los costos de alimentos y servicios. De pronto, la obligación profundamente moral que tienen las autoridades provinciales fue olvidada o postergada. Por eso, el jueves pasado, más de cuatro mil personas hicieron una marcha hacia la casa de gobierno de La Plata a pedir al gobernador Scioli su inmediata intervención. Pero pese a todos los trámites realizados, no fueron recibidos.

No podemos dejar de dedicar estas líneas a este profundo problema de nuestra sociedad. Creemos que finalmente las autoridades reflexionarán. Se trata de nuestros niños. Sí, nuestros, porque nos pertenecen a todos como sociedad y somos responsables de ello. Nunca más permitir niños con hambre en nuestras calles. Nunca más. Es un deber de todo país democrático.

Página/12 :: Contratapa :: Más ricos… más pobres

Alemanha: mais ricos… mais pobres

Filed under: Alemanha,Desigualdade Social — Gilmar Crestani @ 9:11 am

 

Más ricos… más pobres

Por Osvaldo Bayer

La noticia estalló justo cuando estaba yo por dejar Alemania para regresar a la Argentina. Los titulares de los diarios lo decían todo: “Certificado de pobreza para un país rico”, “Los ricos de Alemania cada vez más ricos”, “Los pobres siguen pobres; los ricos, más ricos”. Y los que titularon así no son diarios de izquierda, no. Dos de ellos son de tendencia liberal y el otro, conservador. Sí, el informe oficial del gobierno conservador-liberal de Alemania fue como un campanazo de alarma. Ese informe oficial fue presentado por la ministra del gobierno Von der Leyen, del conservador Partido Demócrata-Cristiano. Es decir, no son cifras elaboradas por la izquierda o por algún centro de estudiantes. No. Es nada menos que el informe oficial. Pero en ese informe hay más para asustarse: se ha comprobado que el 10 por ciento de la población posee el 53 por ciento de la riqueza nacional; el 40 por ciento (que conforma la clase media) posee el 46 por ciento de esa riqueza; y el resto, el 50 por ciento de la población, es decir, la mitad de los habitantes totales posee apenas el uno por ciento de la riqueza. Sí, tal cual. Parece increíble. Pero, repetimos, fue presentado oficialmente por el propio gobierno.

Por supuesto, el debate comenzó en todas las esferas. “Alemania no es pobre, pero cada vez más se abre la tijera de la diferencia entre ricos y pobres”, dice con algo de tristeza el diario conservador de Bonn General Anzeiger. Los socialistas salieron a la palestra exigiendo el aumento de los impuestos a los magnates acaudalados. Y en seguida la respuesta conocida: no, no se pueden aumentar los impuestos a los ricos porque si no se llevan esa riqueza a otro país. Y dejan sin trabajo a la gente. Un conocido argumento basado en el miedo a quedarse sin ricos y convertirse todos en pobres. El periódico Frankfurter Rundschau es fuerte en su editorial bajo el título “Así no puede seguir”. Y comienza: “Los alemanes son cada vez más ricos. No es así, la verdad es que los alemanes ricos son cada vez más ricos”. Y llega a la conclusión de que se ha llegado a eso por “la repartición totalmente desigual de la fortuna pública”.

Eso ocurre en la denominada “joya económica de Europa”. El análisis del reparto de la riqueza en los Estados Unidos de Norteamérica daría cifras para asustarse y quedarse mudo. Y entonces nace la obligada pregunta fundamental: ¿ésas son las auténticas democracias? ¿La palabra democracia no tendría que estar uniendo las palabras libertad con igualdad? Todo lo contrario: cada año, en esos países “modelo” aumenta la desigualdad. Por ejemplo, en Alemania, en 2008, el 10 por ciento que conforma la franja de los pobladores más ricos contaban con el 45 por ciento de la fortuna privada total; cuatro años después esa parte ha subido el 53 por ciento. ¿Qué pasará dentro de diez años? Mientras tanto, Alemania tiene cerca de tres millones de desocupados que cobran una ayuda por cierto muy modesta. El diario bávaro Münchner Merkur titula “Dinamita bajo el fundamento de la democracia” y protesta porque cada vez más “la democracia es desgastada por una masa de población que se va empobreciendo mientras aumenta cada vez más la riqueza de la clase alta”. “Alemania se ha convertido en una sociedad de clases”. La única democracia que poseen los pobres es poner el papelito en las urnas cada dos años, igual que los ricos. Y aquí cabe de nuevo la pregunta: ¿es ésa una auténtica democracia?

Un golpe severo para el gobierno de su propio partido, la Democracia Cristiana acaba de ser asestado por uno de los hombres fundamentales en la historia de ese partido político, Heiner Geissler, que fue secretario general de esa organización durante doce años (desde 1977 a 1989). En el congreso partidario de Rhein-Sieg declaró que “El mundo ha caído en el desorden porque la política y la economía han perdido sus fundamentos éticos”. Y agregó mencionando al gobierno de su propio partido: “ya no poseemos nosotros una economía social de mercado sino llanamente el capitalismo”. Y dio esta meta: “necesitamos un sistema de mercado social-ecológico internacional. Ahora se ahorra a costo del ser humano. Esto lo tiene que tener en claro la Democracia Cristiana porque actualmente hay en el mundo dinero como trigo y dinero como mierda. Y nos representa la gente falsa”. De paso criticó a la Iglesia Católica diciendo: “La Iglesia no tiene que renunciar a sus obligaciones sociales, y no sólo dedicarse a la liturgia y a un falso alejarse de lo llamado mundanal”.

Algo para reflexionar. Y es que no salieron estas palabras de algún “agitador” de izquierda, sino de un hombre de la escuela de Adenauer y Kohl.

Ante las realidades lo bueno es que comience por fin un debate constructivo que ayude a salir de la crisis en que se encuentra el continente europeo.

Regreso a Buenos Aires. Me encuentro con mi amigo de muchos años, el pastor evangélico Arturo Blatezky, representante de la comunidad luterana alemana en la Argentina. Lo veo al borde de la de-sesperación. El tiene en Quilmes un comedor infantil y además instituciones pedagógicas en las que asiste a niños de villas de extrema pobreza en esa localidad bonaerense. Yo he visitado esos lugares y admiro a este hombre y a sus ayudantes. Dar de comer a los niños más humildes de nuestra sociedad que tienen hambre. ¿Qué mejor papel hay en la vida que eso? Los niños. Ver sus ojos. Llenarlos de esperanza y mostrarles la mano abierta que le niega la realidad.

Me explica: desde hace meses, el gobierno bonaerense no da la ayuda estipulada a los comedores infantiles ni paga las becas para los asistentes que mantienen con su trabajo esos lugares tan necesarios para mantener la paz y alejar la violencia de nuestras ciudades: los niños con hambre, los niños que necesitan sonrisa a través de las manos docentes que los ayudan a soportar su destino no buscado.

En este hombre y en su mujer, Claudia Lohff, existe una pasión por la ayuda a los más desamparados de nuestra sociedad, los niños de nuestras villas miseria y sus madres. Primero crearon el jardín maternal Los Angelitos y luego el jardín de infantes El arca de los niños. Los he visitado varias veces, son lugares en los que los niños se sienten felices, se los oye reír, conversar, gritar, pegar saltos de alegría. Es crear vida sostener esos lugares. Crear futuro sin violencia. Son totalmente gratuitos, para niños de 3 meses a 5 años, funcionan de lunes a viernes de 7 a 17 horas. Se les dan a los niños tres comidas diarias, se los cuida en la salud y la higiene, y se les da actividades pedagógicas, descanso y recreación. Concurren 130 niños y niñas de las familias más pobres y desprotegidas de las zonas marginales de Quilmes. Acompañan a las madres y a los padres (si los hubiere) en sus gravísimas dificultades de supervivencia diaria. Son todas familias consideradas “de riesgo”, sin trabajo, en viviendas absolutamente precarias, en hacinamiento, con problemas de alcohol y drogas, o con sida, violencia familiar, abuso de menores y la discriminación que sufren diariamente por parte de la “sociedad”. Es decir, estas manos abiertas ayudan a que se respeten los Derechos Humanos del Niño. El pastor Arturo Blatezky pertenece al Movimiento Ecuménico de los Derechos Humanos (MEDH) y protegió en este lugar quilmeño a familias de desaparecidos, presos y perseguidos por la dictadura militar.

Para el funcionamiento de estas increíbles iniciativas contó con el apoyo de organizaciones de derechos humanos de Alemania. Son ya tres décadas de existencia y por supuesto dependen en gran parte de las ayudas estatales de la provincia de Buenos Aires, que ahora no reciben más y la situación es muy difícil por el aumento de los costos de alimentos y servicios. De pronto, la obligación profundamente moral que tienen las autoridades provinciales fue olvidada o postergada. Por eso, el jueves pasado, más de cuatro mil personas hicieron una marcha hacia la casa de gobierno de La Plata a pedir al gobernador Scioli su inmediata intervención. Pero pese a todos los trámites realizados, no fueron recibidos.

No podemos dejar de dedicar estas líneas a este profundo problema de nuestra sociedad. Creemos que finalmente las autoridades reflexionarán. Se trata de nuestros niños. Sí, nuestros, porque nos pertenecen a todos como sociedad y somos responsables de ello. Nunca más permitir niños con hambre en nuestras calles. Nunca más. Es un deber de todo país democrático.

Página/12 :: Contratapa :: Más ricos… más pobres

Razones y medios del conflicto social en Latinoamérica

Filed under: América Latina,Desigualdade Social — Gilmar Crestani @ 8:30 am

Quando não é obrigado a se posicionar contra Cristina Kirchner, Alejandro Rebossio traz análises acuradas sobre temas latino-americanos, prinicpalmente relativas aos de fala hispânica.

Razones y medios del conflicto social en Latinoamérica

Por: Alejandro Rebossio| 29 de septiembre de 2012

“En América Latina la economía creció, se logró disminuir la pobreza y se avanzó en algunos efectos distributivos” en la década de los 2000, según reconoce Fernando Calderón, profesor e investigador en la sede argentina de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), en un artículo en la última revista CEPAL. “Sin embargo, la transformación productiva y el salto hacia una economía del conocimiento no parecerían estarse dando con el dinamismo requerido para avanzar en la solución de los graves problemas de pobreza y desigualdad en la región. La innovación e inclusión social son todavía una ecuación pendiente. En igual sentido, han mejorado varios indicadores de legitimidad política; sin embargo, los avances hacia una democracia de ciudadanos son insuficientes”,añade Calderón, que busca en su texto diez tesis sobre la que considera elevada cantidad de conflictos sociales en Latinoamérica.

La desigualdad es la base de la mayoría de las protestas sociales en la región, según el investigador de FLACSO, que analizó más de 2.300 conflictos ocurridos entre octubre de 2009 y septiembre de 2010, es decir, cuando se salía de la Gran Recesión global y comenzaba una rápida y fuerte recuperación económica. En ese periodo, los países que registraron la mayor cantidad de conflictos son Argentina, Bolivia y Perú, con un número superior a los 200. Entre los países con menos conflictos figuraron Chile, Costa Rica y El Salvador, con un promedio de 58. En ese tiempo, “no hubo crisis serias de gobernabilidad en la región, a excepción del golpe de Estado en Honduras”. Sin embargo, “los países con mayor radicalidad de los conflictos son Chile, la República Dominicana y Venezuela, y con menor radicalidad: Costa Rica, Panamá y Perú”. En los últimos tiempos, en cambio, los choques sociales en Perú sí se han radicalizado.

Más allá de la identificación de conflictos en uno u otro país, lo interesante a mediano plazo es descubrir los tipos de tensiones y sus motivos. El 21% de ellos ha consistido en huelgas; el 16%, concentraciones; el 12,8%, bloqueos de caminos y el 10,6%, movilizaciones.

Veamos cuáles son las diez tesis sobre los conflictos sociales de Latinoamérica:

  1. “Los rasgos que asume la compleja desigualdad en América Latina se vinculan no solo a significativos niveles de diferenciación social y altos niveles de concentración de ingresos y riqueza, sino también al malestar y el cuestionamiento por parte de los ciudadanos a tales niveles de desigualdad”, dice Calderón. Hay una tendencia a que la clase alta se autodenomine como media y que la media se perciba a sí misma como pobre, pero la realidad es que el 20% de la población más rica acapara el 56,8% de los ingresos y el 20% más pobre se queda con apenas el 3,4%. Además, solo el 21% de los latinoamericanos considera que la distribución de la riqueza es justa en sus países, según Latinobarómetro. En Venezuela (38%), Ecuador (33%) y Panamá (32%) están los más conformes, mientras que en República Dominicana (12%), Argentina (12%) y Chile (12%) aparecen los más cuestionadores. En el resto de los rincones las cifras varían desde el 26% en Bolivia, Uruguay y Costa Rica, el 21% en Brasil, el 20% en Honduras, el 19% en Paraguay, el 16% en El Salvador y Guatemala, el 15% en Colombia y México y el 14% en Perú.
  2. “El espacio público mediático es el lugar donde se expresan crecientemente los conflictos sociales y donde se construyen los relatos sobre estos. Así como los medios necesitan de los conflictos, los conflictos necesitan de los medios, que son espacios públicos en que se reflejan, crean y disputan las relaciones de poder, y donde se reconocen los conflictos entre los actores en pugna”, comenta el investigador argentino, que también señala la “concentración de la propiedad de los medios de comunicación”.
  3. “A mayores brechas sociales y menores niveles de legitimidad institucional, mayor cantidad de conflictos. Asimismo, cuanto mayor sea el apoyo al régimen político institucional, menor será la cantidad de conflictos que lleguen a niveles de enfrentamientos violentos”, concluye el también asesor regional del Proyecto de Análisis Político y Escenarios Prospectivos del Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD). Uruguay, Costa Rica y Honduras son los países con mayor legitimidad de su sistema político, según el PNUD. Resulta curioso lo de Honduras, dado el golpe de Estado de 2009. En cambio, Uruguay y Costa Rica son aquellos países en los que menos conflictos se registraron en el periodo analizado. En Uruguay, Panamá y Ecuador también es donde menos episodios violentos se produjeron. En cambio, en Argentina, Perú y Paraguay el sistema político recibe la menor aprobación. En los primeros dos países también es donde más conflictos se contabilizaron. Pero en Chile, República Dominicana y Bolivia se registraron más casos violentos.  
  4. “El Estado es un actor central en los juegos de poder y de conflicto, pero tiene limitada capacidad de gestionarlos y resolverlos con un sentido de cohesión social y expansión democrática”, observa Calderón. Por un lado, el 43% de los conflictos involucra al gobierno central; el 16%, al municipal; el 8%, a empresas; el 6%, a administraciones regionales; el 4%, al Poder Legislativo central; otro 4%, al sistema educativo y el 3%, a la justicia. Es decir, en la mayoría de los casos se demandan soluciones al sector público. “Permanece la paradoja de un Estado débil como principal referente de las intensas demandas sociales: se sigue apelando a un aparato estatal en general pobre e incapaz de dar respuestas institucionales y negociadas, atrapado en las ineficiencias de su burocracia, la inefectividad de su sistema legal, la escasa credibilidad de sus gobiernos y problemas crónicos de corrupción y otorgamiento de prebendas”, advierte el investigador de FLACSO. Por otra parte, se multiplican las demandas fuera de los marcos clásicos e institucionalizados de los conflictos. El 19% de los que protestan son vecinos o comunidades organizadas; el 14%, actores del sistema educativo; otro 14%, la sociedad civil; el 10%, los transportistas; el 7%, los profesionales de la sanidad; el 5%, personas individuales; el 4%, empresas; otro 4%, otros actores estatales; el 3%, los agricultores; otro 3%, los comerciantes y el 2%, grupos étnicos.
  5. “Existe una tendencia a la descentralización de los conflictos y a la emergencia de experiencias locales de procesamiento democrático de éstos”, señala el asesor del PNUD. Algunos ejemplos mencionados son Porto Alegre, La Paz, Rosario (Argentina), Montevideo, Villa El Salvador (Perú) y Bogotá.
  6. Los conflictos sociales se desarrollan en tres campos de batalla: están aquellos de“reproducción social”, que incluyen principalmente las demandas para satisfacer necesidades básicas de bienestar social referidas a un mínimo de vida digna, “que permitan la reproducción de los individuos y las colectividades humanas”; hay conflictos institucionales, que procuran mayor  eficacia y legitimidad de las instituciones del Estado; y los culturales, que tienen como objetivo el cambio de los modos de vida. En la gran mayoría de los países los conflictos por la reproducción social son los más numerosos, con la excepción de Bolivia, Colombia, Guatemala, Panamá y la Republica Dominicana, donde pesan más los conflictos institucionales. A su vez, Colombia y México son los países con mayor número de conflictos culturales. De los choques por la llamada reproducción social, en el 59,2% de los casos se debate sobre condiciones laborales o salariales; en el 35,5%, la situación económica o determinadas medidas y en el 5,3%, la propiedad o el aprovechamiento de la tierra. Sin embargo, los conflictos por el territorio suelen ser los más radicalizados.
  7. “Muchos de los conflictos que caracterizan a América Latina se derivan de las debilidades de aplicación de las normas y de las ineficiencias del Estado, más que de una ausencia de normas e instituciones”, observa Calderón. Los llamados conflictos institucionales incluyen demandas por fallas en la gestión administrativa (35% de estos casos), en la prestación de servicios públicos (30,2%) y en la situación legal (18,1%). En este campo, se radicalizan más los problemas de límites político-administrativos, por reconocimiento de la autoridad o por incumplimiento de convenios. 
  8. “Los conflictos culturales buscan nuevas formas de buena convivencia, tienen efecto sistémico y global, pero son más fragmentados que el resto de los conflictos sociales”, señala el investigador de FLACSO. El 28,2% de ellos encuentran su origen en la falta de seguridad ciudadana; el 25,7%, en disputas políticas e ideológicas; el 23,6%, en el uso de los recursos naturales y el cuidado del medio ambiente; el 15,9%, en los derechos humanos y el 4,8%, en los valores, las creencias y la identidad. En los conflictos culturales los jóvenes suelen pesar más que en los otros. 
  9. “Existe una tendencia creciente de los conflictos y de los actores clásicos y nuevos a desplazarse hacia las redes de información y comunicación”, señala Calderón. Una prueba de ello son los recientes cacerolazos(caceroladas) que segmentos medios y altos de Argentina organizaron en Facebook y Twitter contra el Gobierno de Cristina Fernández de Kirchner. “Existe una relación directa entre el índice de desarrollo humano (IDH, que elabora el PNUD)y el porcentaje de uso de Internet. Países como Argentina y Chile son los que, según los datos, lideran ambos indicadores, mientras que Paraguay, Honduras y Guatemala se encuentran en el otro extremo”, añade el autor. En Chile, el 58% de la población goza de acceso a Internet; en Argentina, el 54% y en Venezuela, el 51%. En contraste, en El Salvador y Honduras, solo el 24%; en Paraguay, un cuarto y en Guatemala, el 26%. En Uruguay, el 47%; en Panamá, 36%; en México, 38%; en Costa Rica, 47%; en Perú, 46%; en Brasil, 42%; en Ecuador, 32%; en Colombia, 45%; en República Dominicana, 34% y en Bolivia, 31%. No todos los actores de los conflictos tienen presencia en la Red. Allí también se expresa la desigualdad de medios. El porcentaje de esos protagonistas con voz en Internet alcanza al 100% en Costa Rica, al 90% en Argentina y al 80% en Uruguay, mientras que suponen el 15% en Bolivia y un tercio en Guatemala y Paraguay. En Chile, México y Perú, el 66,6%; en Brasil y Ecuador, el 62,5%; en Honduras, el 60% y en Panamá, la mitad.
  10. “Se necesitarían sociedades con actores que no solo protesten, sino que interactúen con otros actores y con el Estado, proyectándose como sujetos autónomos y deliberantes del desarrollo y la democracia”, opina Calderón. Uruguay, Costa Rica, Brasil y Argentina serían los países con más conflictividad social, vista como algo positivo, pero también con mayor capacidad de procesamiento de esas tensiones. En contraposición, las sociedades menos contestatarias y donde menos se procesan los choques son las de Guatemala, México, Honduras y Venezuela. Conflictivos, pero con bajo nivel de procesamiento de tensiones son Chile, Colombia y Paraguay. Con pocas tensiones, pero alta capacidad para resolverlas figuran El Salvador, Bolivia, Ecuador, República Dominicana y Perú. Evidentemente esta última selección de países seguramente merezca ciertos cuestionamientos, sobre todo por los conflictos mineros recientes en territorio peruano o boliviano.

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Sobre el autor

Alejandro Rebossio

Alejandro Rebossio es periodista. Su especialidad es la economía y trabaja en la corresponsalía de El País en Buenos Aires

26/08/2012

O fracasso do jornalismo

Filed under: Clóvis Rossi,Desigualdade Social — Gilmar Crestani @ 10:02 am

Clóvis Rossi, se não tivesse que dar satisfação ao patrão pelo que escreve, lembraria que a CMPF foi extinta com seu apoio e do seu patrão. A CPMF era o tributo mais justo atingia a todos os que movimentos contas bancárias indistintamente. Desde os donos de jornais que não pagam impostos, como os traficantes. Através da CMPF era possível rastrear dinheiro usado para corromper, motivo que levou os grupos mafiomidiáticos a combaterem sua continuidade.  Que a taxação dos mais ricos não sai porque o jornal onde Rossi trabalha martela, diturnamente, para impedir. Que o impostômetro criado por impostores ganha espaço, mas o pouco que se destina aos mais pobres sofre ataque contínuo no jornal que o sustenta.  Aliás, fosse por gente como Rossi e seu patrão, o Bolsa Família sequer existiria. Quando Dilma baixou os juros, colonistas do tipo Rossi imprecaram contra. Todas as iniciativas que pudessem diminuir as desigualdades foram bombardeadas só para que hoje pudesse publicar o artigo abaixo. Cara-de-pau!

CLÓVIS ROSSI

Desigualdade, o fracasso da esquerda

No Brasil, os mais ricos recebem do governo 13 vezes mais que a turma do Bolsa Família

JÁ DEVE ser insuportável para os ufanistas de plantão receber a notícia, contida em relatório da ONU, de que o Brasil é o quarto país mais desigual de uma região, a América Latina, que é a mais desigual do mundo.

O Brasil só é menos desigual que dois Estados semifalidos, Guatemala e Honduras, e que a Colômbia, em virtual guerra civil faz mais de meio século.

Tenho, no entanto, um adendo triste para os ufanistas: é quase certo que não houve, ao contrário do que diz a ONU, uma redução na desigualdade brasileira.

Explico: o único metro usado para medir a desigualdade chama-se índice de Gini, no qual o zero indica perfeita igualdade e 1 é o cúmulo da desigualdade. O Brasil de fato melhorou, de 1999 a 2009: seu índice passou de 0,52 para 0,47.

Acontece que o índice mede apenas a diferença entre salários. Não consegue captar a desigualdade mais obscena que é entre o rendimento do capital e o do trabalho.

Escreve, por exemplo, Reinaldo Gonçalves, professor titular de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos raros economistas que continuaram de esquerda após o PT chegar ao poder:

"Com raras exceções, essas políticas [as do governo Lula] limitam-se a alterar a distribuição da renda na classe trabalhadora (salários, aposentadorias e benefícios) sem alterações substantivas na distribuição funcional da renda, que inclui, além do salário e das transferências, as rendas do capital (lucro, juro e aluguel)."

Há pelo menos um dado que faz suspeitar seriamente de que a tal distribuição funcional da renda piorou: no ano passado, o governo federal dedicou 5,72% do PIB ao pagamento de juros de sua dívida. Já o Bolsa Família, o programa de ajuda aos mais pobres, consumiu magro 0,4% do PIB.

Resumo da história: para 13.330.714 famílias cadastradas no Bolsa Família, vai 0,4% do PIB. Para um número infinitamente menor, mas cujo tamanho exato se desconhece, a doação, digamos assim, é 13 vezes maior.

Como é possível, nesse cenário, que se repete ano após ano, reduzir-se a desigualdade na renda?

O que, sim, diminuiu foi a pobreza, no Brasil como na América Latina. Em 20 anos (até 2009), a taxa de pobres caiu de 48% para 33%, informa a ONU. Mesmo nesse capítulo, o Brasil continua mal na foto: Argentina, Chile e Uruguai têm 12% de pobres, enquanto, no Brasil, a taxa quase duplica (22%).

Essa queda ajuda a explicar a popularidade de Lula/Dilma, Hugo Chávez, Rafael Correa, Michelle Bachelet (mais popular que seu sucessor, o conservador Sebastián Piñera), Evo Morales (em queda, mas ainda popular), José Mujica.

Para o pobre, que mal podia comprar arroz, adquirir geladeira importa mais do que saber se o rico, que já podia comprar um arrozal inteiro, compra agora helicópteros ou aviões, em vez de geladeiras, que sempre teve.

Mas os governos supostamente de esquerda e suas políticas pró-pobres não foram capazes de tirar a América Latina do papel de campeã mundial da desigualdade. Ou ela é inoxidável ou eles precisam reinventar-se.

crossi@uol.com.br

22/04/2012

Desigualdade nos EUA

Filed under: Desigualdade Social,Isto é EUA! — Gilmar Crestani @ 8:22 am

Assunto proibido nos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Eles recebem, religiosamente, da CIA para deitarem falação sobre a alegria de ser norte-americano, esquecendo que o Furação Katrina expôs ao mundo que a pátria do apartheid continua desigual. Aliás, Michel Moore não cansa de repetir. Mas nós temos os verdadeiros vira-latas, que beberam na Teoria da Dependência, aquela maionese que o prof. Cardoso roubou do chileno Fallero. Até bem pouco tempo a “teoria” tinha “dependência” comprovada quando os diplomatas brasileiros tinham de tirar os sapatos para entrar na chinelândia.

Desigualdad

Por Santiago O’Donnell

El sueño americano se terminó. Un artículo académico de la profesora de la Universidad de Stanford Terry Karl muestra hasta qué punto Estados Unidos se ha convertido en uno de los países más desiguales del planeta. Según el trabajo de Karl, de los 34 países más desarrollados que forman parte de la Organización de Cooperación y Desarrollo Económico (OCDE), sólo China, México y Turquía tienen disparidades más grandes en los ingresos que Estados Unidos. Además, según la OCDE, Estados Unidos tiene las políticas menos efectivas en gasto social para aliviar la pobreza y el nivel más bajo de impuesto a las ganancias de todos los países desarrollados.

El artículo, titulado “Desigualdad y Democracia: lecciones latinoamericanas para Estados Unidos”, se basa en distintos estudios sobre el tema. Dice que en Estados Unidos el diez por ciento más rico gana quince veces más dinero que el diez por ciento más pobre. La brecha ha crecido mucho en las últimas décadas, y es todavía más pronunciada si se toma en consideración al uno por ciento más rico, que promedia un ingreso de 1,3 millón de dólares anuales y que se lleva cuatro quintos de lo que aumentaron los ingresos de todos los estadounidenses desde 1980 hasta el 2002. Los súper ricos, que representan el 0,1 por ciento de los estadounidenses, son los que más se beneficiaron con esta tendencia. Los súper ricos captan un ingreso anual promedio de 27.322.212 dólares. Y los recontra súper ricos, el 0,01 porciento de la población, reciben el seis por ciento del total de los ingresos de las familias, estadounidenses.

La enorme brecha entre ricos y pobres que aparece en sus ingresos anuales se multiplica cuando se mide la riqueza acumulada, señala el artículo. El 20 por ciento más rico es dueño del 87 por ciento de la riqueza de todos los estadounidenses y el uno por ciento tiene el 69 por ciento. Las cuatrocientas familias más ricas tienen lo mismo que la mitad más pobre, es decir dos mil individuos tienen tanto como el capital acumulado de ciento cincuenta millones de personas.

En términos raciales, el cuadro se ve así: la familia blanca promedio gana dos tercios más y tiene doce veces más riqueza que la familia negra promedio. La mitad de los hispanos y casi dos tercios de los negros no poseen activos financieros. Sin embargo, a diferencia de la desigualdad total, en términos económicos la brecha racial en Estados Unidos se ha acortado en las últimas décadas.

La autora cita un estudio de 23 países desarrollados realizado por el economista Richard Wilkinson y la antropóloga Kate Pi-ckett, en el que Estados Unidos aparece como el más desigual en términos de ingresos por persona. En ese estudio, Estados Unidos también figura primero en índices de encarcelamiento, madres menores de edad, mortalidad infantil, niños obesos, costo de cobertura médica, gasto militar y uso de drogas ilegales. En cambio, aparece en último lugar en exámenes educativos, expectativa de vida y cuidado del medio ambiente.

A pesar de ser el país del Sueño Americano, otros estudios citados muestran que la movilidad social es más difícil en Estados Unidos que en otros países del primer mundo. Uno de esos estudios muestra que Estados Unidos tiene menos movilidad social relativa que Canadá, Alemania, Francia y los países escandinavos, y que está a la par de una sociedad notoriamente clasista como es la británica. Otros estudios muestran que la clase media estadounidense se está encogiendo y que por primera vez la generación de treinta y pico gana menos que sus padres a esa edad.

La desigualdad en Estados Unidos tiene raíces que llegan hasta la etapa fundacional de su historia, continúa el artículo, ya que su normativa favorece estructuralmente a los intereses de los ricos. Un estudio muestra que entre los países occidentales desarrollados, Estados Unidos es el que tiene más actores con capacidad de frenar el cambio social. También señala que el Senado estadounidense es el de peor representación proporcional de toda la muestra de los países estudiados.

Esa desigualdad de origen creció dramáticamente en la década del ’80, cuando el entonces presidente Ronald Regan desarrolló un programa económico neoliberal para salir de la recesión creada por la crisis petrolera en Medio Oriente, la derrota de Vietnam que dispararon la inflación y el desempleo, prosigue el artículo. “La crisis creó el escenario para una nueva orientación económica del gobierno federal, caracterizado por la clásica receta neoliberal: desregulación de empresas y finanzas, renunciar a las políticas fiscales anticíclicas, fuertes recortes en el gasto social, rebaja de impuestos para los ricos y las empresas, y un nuevo marco normativo en el que predominan las soluciones del mercado para todo tipo de problemas”, señala Karl. “Irónicamente, en 1980 Estados Unidos se sometió a la misma receta que venía empujando hasta el hartazgo en América latina.”

La orientación económica de Reagan convirtió a los lobbistas en la nueva clase dominante de Washington. En 1971 había 175 firmas de lobby registradas en Washington. En 1982 ya habían trepado a 22.245. Los comités de acción política que financian las campañas crecieron de 89 en 1974 a 1682 en 1984.

La política se había vuelto muy cara y sólo los más ricos podían aspirar a los principales cargos electivos. Para las legislativas del 2010 los candidatos recaudaron un total de 1270 millones de dólares. Ese mismo año el costo promedio de una campaña para ocupar una banca en el Senado alcanzó los ocho millones y medio de dólares y para una banca en la Cámara baja, casi un millón y medio de dólares.

Mientras tanto, el sector financiero se alzaba con importantes beneficios. En 1982 el empresario promedio ganaba 42 veces más que el empleado promedio; en el 2010 el mismo empresario ganaba 325 veces más que el mismo empleado. Según otro estudio, el cambio de reglas que impulsó Reagan produjo una transferencia de entre cuatro mil quinientos y cinco mil millones de dólares al sector financiero entre 1980 y 2008.

Durante ese mismo período el esquema impositivo se alteró para favorecer a los ricos. Según el Brookings Intitution, en el 2007 el quinto más pobre de la población recibió en promedio 29 dólares en descuentos impositivos, el quinto del medio recibió 760 y el uno por ciento más rico recibió descuentos promedio de 41.077 dólares. Las familias con ingreso por encima del millón de dólares recibieron descuentos promedio de 114.000 dólares. Gracias a estos descuentos impositivos, los más pobres mejoraron sus ingresos en 0,4 por ciento, mientras que los más ricos mejoraron sus ingresos en un 5,7 por ciento. En 2010 las veinticinco empresas más ricas recibieron 304 millones de devoluciones impositivas pese a reportar ganancias por 1900 millones de dólares. La desigualdad se acentúa porque en promedio los estadounidenses pagan pocos impuestos. En 2008 la carga impositiva promedio fue del 26 por ciento, mientras que en los demás países del OCDE la carga promedio era del 35 por ciento. Entre 1982 y 1994 la carga impositiva promedio de los ricos cayó del 67 por ciento al 28 por ciento. Mientras tanto, los directivos de las principales empresas se alzaban con ganancias extraordinarias, estirando la brecha de desigualdad. En 2010, 25 CEO de las cien empresas más importantes ganaron más dinero del que sus empresas pagaron en impuestos federales. Lo que se ahorraba en el fisco solía gastarse en esfuerzos de lobby. General Electric lleva gastados 4200 millones de dólares en donaciones de campaña.

Al mismo tiempo en que los ricos aumentaban su influencia en las políticas públicas, los trabajadores perdían representatividad. En 2010 el porcentaje de afiliación sindical, que viene declinando sistemáticamente desde 1982, cayó al 11,4 por ciento (7 por ciento en el sector privado), comparado con más de 27 por ciento en Canadá y 70 por ciento en Finlandia.

Sin un sindicalismo fuerte para defender a los trabajadores, el salario mínimo se desplomó, cayendo de 9,2 dólares en los años sesenta (presidencia de Johnson), a 5,4 dólares en el gobierno de Bush, a 5,30 en el gobierno de Bush hijo, el nivel más bajo desde que se fijó el salario mínimo en 1949. Así, la brecha entre los más ricos y más pobres llegó a niveles que no había alcanzado desde la Gran Depresión de 1928.

“Las consecuencias de esta política agresivamente neoliberal se vieron a las claras en la crisis de 2008”, concluye la catedrática de Stanford. “Al combinarse la desregulación financiera y la falta de control sobre las instituciones del sector con la caída en la afiliación sindical, el declive en transferencias de ingresos, la reducción del Estado de Bienestar, el desmantelamiento del esquema impositivo progresivo y otros factores, Estados Unidos entró al siglo XXI como el país más desigual de todas la democracias ricas.”

sodonnell@pagina12.com.ar

Página/12 :: El mundo :: Desigualdad

16/09/2011

Que merda!

Filed under: Desigualdade Social — Gilmar Crestani @ 9:10 am

Não tem jeito. Mesmo com toda torcida, com o esforço do PIG, a pobreza continua diminuindo. Assim não dá, assim não pode, como diria o boca de sovaco, prof. Cardoso. Muita gente que se considera de elite deve cortar os pulsos. Mas não adianta esconder nos rodapés de jornais. Está aí, na rua. Ah, essa política de cotas, de Bolsa Família, de Prouni, de provas do ENEM, de investimento nos serviços públicos, de mais escola, mais obras. Torcer contra o Brasil pode ser o abraço de afogado da direita com os a$$OCIAdos do Instituto Millenium. Deve ser por isso os brados, babados, contra as obras da Copa2014. Eles odeiam a possibilidade de o Brasil trabalhar com calendário de eventos que atrai investimentos e turismo ao longo dos anos. Não era para ser assim, o Brasil deveria continuar apostando na teoria da dependência, da “ajuda” do FMI. E agora esta mania de ajudar os europeus saírem da crise. Tem locutor da RBS se mijando de tanta raiva.

Desigualdade caiu 5,6% em cinco anos e pobreza diminuiu, mas se manteve concentrada, mostra Ipea

Plantão | Publicada em 15/09/2011 às 15h10m

O Globo, com agências (economia@oglobo.com.br)

BRASÍLIA – A parcela da população brasileira com renda menor do que um salário mínimo diminuiu de 71% para 58% entre 2004 e 2009, mas a distribuição da pobreza não mudou no período e continua concentrada nos municípios das regiões Norte e Nordeste. A desigualdade social, medida pelo índice de Gini, caiu 5,6% nos cinco anos analisados, passando de 0,565 para 0,538. Na metodologia do Índice de Gini, quanto mais perto de zero, porque o resultado, porque a desigualdade está menor.

LEIA MAIS: Número de americanos vivendo abaixo da linha de pobreza bate recorde

As informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou nesta quinta-feira o estudo "Mudanças recentes na pobreza brasileira". Em 2009, havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$ 465 per capita mensais.

Na avaliação do professor da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Brasília Vicente Faleiros, deve-se investir em políticas públicas universais, como educação, saúde, além de serviços básicos (saneamento, transporte).

– Precisa de investimento no território de exclusão e uma gestão extremamente competente – completou.

A conclusão do instituto é que "a ênfase nos municípios pequenos do Nordeste pode conferir maior efetividade à política de combate à pobreza". Faleiros destaca que "os programas sociais reduzem a pobreza, mas não reduzem a desigualdade". O professor disse que é "pelos salários que você vê a distribuição de renda e não pela transferência de renda".

Os dados divulgados revelam que 51% dos considerados extremamente pobres estavam inativos ou desocupados em 2009. Já entre os pobres o índice era de 40%. O Ipea concluiu que, apesar dos programas do governo, "a ascensão social só é possível para famílias beneficiárias que têm outra fonte de renda".

Desigualdade caiu 5,6% em cinco anos e pobreza diminuiu, mas se manteve concentrada, mostra Ipea – O Globo

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