Ficha Corrida

12/04/2014

Comi$$ão Paralamentar Inquérito

 

A hipocrisia das CPIs e do uso político dos escândalos

sab, 12/04/2014 – 11:26 – Atualizado em 12/04/2014 – 12:55

Luis Nassif

Provavelmente nenhuma das CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) anunciadas levará a nada, por uma singela razão: todas elas entram no coração do modelo de financiamento privado de campanha do país, o mesmo que elegeu a maioria dos parlamentares e governadores.

Os personagens são os mesmos que fornecem para a Petrobras, para o Metrô de São Paulo, para a Cemig de Minas, para o porto de Suape, em Pernambuco.

A CPI de Cachoeira acabou quando bateu nas relações Veja-Cachoeira e quando o diretor da empreiteira Delta ameaçou abrir suas listas. Em dois segundos, a CPI virou fumaça, abortada tanto pela oposição quanto pelo PT.

A CPI do Banestado teve o mesmo destino quando encontrou contas externas de grupos relevantes. A dos Precatórios terminou em pizza, pois envolvia quase todos os partidos. E só avançou parcialmente pelo desejo de alguns integrantes em atingir adversários políticos.

Agora mesmo, se o doleiro Alberto Yousseff abrir suas contas e soltar sua língua, não sobra um partido inteiro no país. Daqui a pouco estará livre, leve e solto como Carlinhos Cachoeira, o bicheiro que, em parceria com Veja, ameaçou a República e transformou uma figura apagada – o ex-senador Demóstenes Torres – no catão mais temido do país.

***

Esse modelo torto criou uma cadeia improdutiva da denúncia que visa tudo, beneficia a muitos, menos à moralidade pública. É de uma hipocrisia acachapante e oportunista.

Grandes grupos jornalísticos ou o jornalismo de Internet têm à  sua disposição escândalos a granel, verdadeiros ou falsos, que são escolhidos como em gôndolas de supermercados. Quer atingir alguém, um grupo político adversário, uma empresa recalcitrante? Vá até a gôndola e escolha o que quiser. Se não houver grandes escândalos, basta dar um tratamento escandaloso a um pequeno problema e imediatamente se abaterá sobre a empresa ou o político a mancha da suspeita.

Confira-se o que foi o aumento das verbas publicitárias da Serasa, quando alvo de uma CPI.

Basta um relatório inconclusivo de Tribunal de Contas, uma manchete de jornal, um procurador pautado pela mídia para atingir o mais probo dos políticos ou administradores. Ou dobrar a mais recalcitrantes das empresas. É um poder sem limites.

Por aqui, uma revista é desmascarada em jogadas políticas e comerciais com uma organização criminosa e nada ocorre. O Congresso se apequena, o Ministério Público tergiversa, o Ministério da Justiça se cala. O STF acaba com o direito de resposta, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) monta um grupo para garantir a total liberdade dos grupos de mídia. E esquece-se das vítimas porque as vítimas, ah, deixe por conta da defensoria pública.

Na Inglaterra, por muito menos, conservadores, liberais e trabalhistas, polícia e Judiciário se uniram para colocar no pelourinho o mais poderoso magnata da mídia da atualidade, Rupert Murdock.

Resistir, quem há de? É uma mixórdia que beneficia os picaretas, por ficarem na companhia de inocentes; e estigmatiza para toda a vida os sérios.

***

Qualquer fato – verdadeiro ou falso – é empunhado contra o adversário político ou contra a empresa não colaborativa. E tudo é aceito porque o modelo político atual torna verossímil toda sorte de malfeitos – que existem às pencas sim. Mas pouco atingem os grandes grupos que se blindam com escritórios de advocacia caros e controles sobre verbas publicitárias robustas.

O que explicaria, por exemplo, os R$ 2 milhões gastos pelo Ministério da Educação com assinaturas da revista Nova Escola da Editora Abril? Meramente méritos da revista ou barganhas políticas em torno de reportagens? E qual a reportagem que deixou de ser publicada?

Daí a dificuldade de uma reforma política, com o fim do financiamento privado de campanha, que rompa com esse anacronismo. Ou de mudanças na legislação que permitam a punição severa ao crime grave mas a não criminalização de qualquer erro administrativo.

Aos atuais parlamentares não interessa o fim do financiamento privado de campanha, porque a maior parte deles depende desse modelo para sua sobrevivência política. Aos grupos de mídia e aos Tribunais de Conta não interessa uma racionalização dos procedimentos, pois reduziria sua capacidade de gerar escândalos.

***

E todo esse jogo de cena se dá em cima do manto cinzento das negociações espúrias.

A hipocrisia das CPIs e do uso político dos escândalos | GGN

07/01/2013

A dupla Carlinhos e Vanessa homenageia Veja e STF cantando: “amigos para sempre”

Condenado, Cachoeira passa lua de mel no sul da Bahia

Rodrigo Nunes/Folhapress

Andressa Mendonça e Carlinhos Cachoeira na península de Maraú, litoral baiano

Andressa Mendonça e Carlinhos Cachoeira na península de Maraú, litoral baiano

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após oficializarem a união em Goiânia, no fim do ano passado, o empresário Carlos Cachoeira e a mulher, Andressa Mendonça, viajaram para a península de Maraú, no sul da Bahia, onde passam a lua de mel.

Os dois estão hospedados em um resort que oferece uma estrutura especial para recém casados, com bangalôs à beira-mar, isolados entre coqueirais. Com diárias que chegam a R$ 3.000, o resort tem uma pista de pouso particular, uma piscina de 800 m², e dispõe de lanchas para passeios para ilhas da região, além de barcos para pesca esportiva.

No sábado, o casal foi flagrado enquanto visitava amigos em uma pousada vizinha. À beira da piscina, Andressa, que vestia um biquíni preto, se bronzeou e posou para fotos. Cachoeira comeu e bebeu cerveja, e parece já ter recuperado parte dos 18 quilos que diz ter perdido enquanto esteve preso.

Condenado em dezembro a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato, em um processo originado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), Cachoeira é obrigado a avisar a Justiça sempre que se ausentar de Goiânia. Viagens para fora do país estão proibidas.

Em novembro do ano passado, a PF indiciou Andressa sob a acusação de corrupção ativa, por supostamente tentar chantagear o juiz federal Alderico Rocha dos Santos, responsável pela ação penal que resultou da Operação Monte Carlo. O advogado de Andressa, Ney Moura disse à Folha na época do indiciamento que a ação contra sua cliente "é fruto de mera perseguição".

01/01/2013

Policarpo vem aí

Filed under: Bandidagem,Carlinhos Cachoeira,CPI da Veja,Policarpo Júnior — Gilmar Crestani @ 11:03 am

 

Policarpo Jr é processado criminalmente por Alfredo Nascimento e PCdoB

O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) está processando os jornalistas da revista Veja, Policarpo Júnior, Rodrigo Rangel, Hugo Marques e Daniel Pereira. Trata-se de queixa-crime por Difamação, Injúria e Calúnia. A ação é penal, portanto é possível levar à condenação de até 3 anos e 6 meses de detenção, além de multa.

http://goo.gl/JywXH

Ao que parece, a ação é sobre aquela matéria da revista, alimentada por Carlinhos Cachoeira, para derrubar o então ministro, que estaria contrariando seus interesses com a empreiteira Delta. A TV Record fez uma reportagem sobre esse episódio em maio de 2012:
PCdoB move outro processo
O PCdoB também processa criminalmente, pelos mesmos crimes, os jornalistas de revista Veja, Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Policarpo Júnior, Mario Sabino, Eurípedes Alcântara e Manoel Lemos.

http://goo.gl/1ZUFa

É sinal de que mais alguns políticos estão perdendo o medo de brigar com a velha imprensa, e que a CPI do Cachoeira teve consequências, mesmo com o PSDB fazendo acordão com partidos da base governista para blindar o bicheiro e o governador Marconi Perillo.
Se todos os alvos de "reporcagens" passarem a processar, mesmo a velha imprensa demotucana será obrigada a ser mais séria, por bem ou por mal.

Os Amigos do Presidente Lula

19/12/2012

Culpa do Lula e do PT

Filed under: Carlinhos Cachoeira,CPI da Veja,Policarpo Júnior — Gilmar Crestani @ 7:25 am

Se o Lula tivesse acabado com o PSDB e PMDB contando tudo sobre as privatizações, principalmente do Banestado, eles não estariam aliados dos grupos mafiomidiáticos e com o STF. A Veja deve estar muito feliz com seus aliados, assim Policarpo Junior, mesmo tendo se envolvido com um quadrilha que deu muitas capas, não deve satisfações a ninguém. Com essa, a Veja deveria erguer uma estátua do tamanho do Cristo Redentor ao Carlinhos Cachoeira. O PSDB e o PMDB têm dinheiro guardado para isso. Com um aliado como o PMDB, para que inimigos.

VITÓRIA DA BANDIDAGEM COM APOIO DOS A$$OCIADOS DO INSTITUTO MILLENIUM.

CPI do Cachoeira acaba sem indiciar ninguém

PMDB e PSDB se articularam para rejeitar o relatório de deputado petista

PMDB e PSDB derrubam relatório de petista, e comissão aprova texto alternativo que não responsabiliza ninguém

PT fala em pizza, mas oposição acusa sigla de ter blindado Agnelo Queiroz (PT), que ficou de fora de relatório

ERICH DECATANDREZA MATAISDE BRASÍLIA

Numa articulação comandada por PMDB e PSDB, a CPI do Cachoeira terminou ontem com um relatório de duas páginas que não responsabiliza ninguém pelo escândalo que levantou suspeitas sobre governadores, deputados, prefeitos e uma das maiores empreiteiras do país.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), teve seu texto, que pedia o indiciamento do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, e do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) rejeitado por 18 a 16 votos.

Logo em seguida, os congressistas aprovaram por 21 a 7 relatório alternativo de duas páginas do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF).

Partido aliado, o PMDB comandou o voto contra o texto do petista em troca do apoio do PSDB à eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado no ano que vem.

Ontem à noite, Pitiman ofereceu uma confraternização de fim de ano em sua casa.

"Terei a consciência tranquila que não absolvi culpados e, em condições ainda piores, não condenei inocentes", diz Pitiman, que se limita em seu relatório a propor o compartilhar o material da CPI com Ministério Público e Polícia Federal.

Cunha chamou a derrubada de seu relatório de "pizza". "Como não topei retirar o Perillo, passaram o rolo da pizza em cima de mim."

O petista é acusado pela oposição de ter blindado o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), que ficou de fora do relatório apesar de ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça sob suspeita de se relacionar com Cachoeira.

BLINDAGEM

Nos oito meses de funcionamento da CPI, tanto partidos da base governista quanto da oposição trabalharam para proteger correligionários das investigações.

A comissão foi criada em abril para investigar as informações obtidas pela PF nas Operações Vegas e Monte Carlo, que indicaram o envolvimento de políticos, agentes públicos e empresários com Carlinhos Cachoeira.

Preso em fevereiro e solto recentemente, Cachoeira foi condenado no último dia 7 a quase 40 anos de prisão sob acusação de comandar esquema de jogo ilegal.

O principal atingido pelo escândalo foi Demóstenes Torres (ex-DEM), que, flagrado em conversas com Cachoeira, teve o mandato de senador cassado por seus pares.

ELEIÇÃO

Perillo, que é suspeito de ter relação com o grupo do empresário, era acusado de vários crimes no relatório de Cunha. Ontem ele contou com defesa nos bastidores do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, que conseguiu alterações na composição da CPI colocando o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) com titular e substituindo o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) por Ivo Cassol (PP-RO).

Os dois votaram contra o relatório de Cunha.

O pedido de indiciamento do tucano fez também com que a cúpula do PSDB colocasse em campo outros governadores do partido, entre eles Teotônio Vilella (AL).

Em nota, Perillo disse que recebe "com tranquilidade" o resultado da CPI. "Mesmo com o sofrimento imenso a que fui submetido […] vejo este assunto como página virada e perdoo os que tentaram macular minha biografia."

Segundo integrantes da comissão, o PMDB também manobrou numa tentativa de "blindar" a empresa Delta.

"Foi uma conjugação de interesses diversos e variados. PMDB e PR se juntaram para proteger a Delta. Claramente existiu a bancada do Cavendish. Mas a leitura que faço é que também tinha muitos cifrões no ar", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

01/12/2012

Vice-presidente da CPI: “Questão de Policarpo não está resolvida”

Posted by eduguim on 29/11/12 • Categorized as entrevista

O vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), concedeu hoje (29.11) entrevista ao Blog sobre o relatório final da investigação. Segundo Teixeira, ao menos a questão do jornalista Policarpo Jr., da revista Veja, “Não está resolvida”. Ele fala, ainda, sobre a posição do partido em relação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e explica as razões para o recuo do relator. Leia, abaixo, a entrevista.

*

Blog da Cidadania – Deputado Paulo Teixeira, sobre a posição do relator da CPI, deputado Odair Cunha, de retroceder no indiciamento do procurador-geral da República e do jornalista da Veja Policarpo Jr., o que o senhor diz sobre isso? É uma posição do PT? Dizem que o PT ficou com medo da mídia, outros dizem que foi o Palácio do Planalto que pediu… Qual é a posição que levou a esse acontecimento?

Paulo Teixeira – Do relatório do deputado Odair Cunha constavam pedido de investigação do procurador-geral, tendo em vista que não há explicação sobre os procedimentos que ele adotou – ou a falta de procedimentos adotados –, e pedido de indiciamento do jornalista Policarpo Jr. Mas poucos partidos homologavam o relatório nesses termos. Havia uma ampla maioria contrária ao relatório.

Nessa ampla maioria há vários interesses. Tem o interesse que não quer o indiciamento do Marconi Perillo, tem o interesse daqueles que defendem o dono da Delta, o Fernando Cavendish, e tem o interesse dos que não querem que esteja no relatório qualquer menção ao procurador e qualquer menção ao Policarpo. Com isso, o relator entendeu que, para pelo menos ele ler o relatório a fim de construir maioria, devesse retirar o jornalista Policarpo.

Havia, entre nós, um consenso de que devesse retirar ao menos o procurador-geral, pois o objetivo principal da CPI, o foco da investigação, era o governador de Goiás e o seu aparente envolvimento com o esquema de Cachoeira.

Blog da Cidadania – Entre nós, quem, deputado?

Paulo Teixeira – No PT, o nosso consenso era de que ele devesse retirar o procurador-geral. Mas a bancada do PT quis dar ao relator Odair Cunha condições de ele tocar o relatório de tal sorte que ele pudesse, ao menos, lê-lo para votação. Então ele achou por bem retirar o jornalista Policarpo Jr.

Blog da Cidadania – Mas deputado, o PT entende que não há uma certa gravidade no fato de o procurador-geral da República ter engavetado a Operação Vegas? Ele sabia do Demóstenes Torres, sabia de tudo aquilo… O PT não entende que a conduta dele foi estranha?

Paulo Teixeira – Nós consideramos que a postura do procurador-geral foi uma postura estranha, tanto que a proposição inicial do relatório foi de um pedido de investigação. O problema, como eu te disse, ali, foi que se criou uma frente de diversos interesses que impedia sequer a leitura do relatório. Aí, o PT decidiu que, mesmo pedindo a investigação no relatório inicial, nós tiraríamos esse pedido de investigação com o objetivo de facilitar sua aprovação.

Blog da Cidadania – O PT, por si, pediria os indiciamentos do Policarpo e do Roberto Gurgel?

Paulo Teixeira – O PT proporia o indiciamento do jornalista Policarpo Jr. e isso fez parte do relatório de Odair Cunha. Mas havia debates internos, no PT, sobre o procurador-geral, sobre essa questão do indiciamento ou não, se deveria ser tocada adiante. Mas, em relação ao jornalista Policarpo, o PT é unânime. Em relação à retirada de seu nome, isso foi uma circunstância que se criou para o relator e ele percebeu que, sem isso, o relatório não seria sequer lido.

Blog da Cidadania – Agora, deputado, não seria o caso, ao menos, de a Polícia Federal abrir uma investigação sobre o Policarpo?

Paulo Teixeira – Olha, na verdade, essa questão não termina com o relatório. Qualquer deputado pode pedir, ao final, que questões que não entraram no relatório possam ser investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público…

Blog da Cidadania – Qualquer deputado da CPI?

Paulo Teixeira – Da CPI… Essa questão do Policarpo, na minha opinião, não está resolvida.

Blog da Cidadania – Não está resolvida… O senhor acha que pode ter algum desdobramento. E quanto ao procurador, alguma possibilidade de investigação?

Paulo Teixeira – Então… Todas as questões postas vão ficar ou dentro do relatório ou para posteriores procedimentos e providências. Isso eu não vou te adiantar. Em relação ao procurador, não saberia dizer.

Blog da Cidadania – Deputado, uma última pergunta: cogita-se que tenha havido uma interferência do Palácio do Planalto nessa decisão. O senhor confirma ou nega esse fato?

Paulo Teixeira – Não, não creio que tenha havido interferência do Planalto.

Vice-presidente da CPI: “Questão de Policarpo não está resolvida” | Blog da Cidadania

30/11/2012

Policarpo, o jornalismo e o crime

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/

Por Dr. Rosinha, no blog Viomundo:

“Este é o retrato sem retoques de como se faz um jornalismo sem ética, um jornalismo que, para destruir determinado alvo ou determinado projeto político, não hesita em violar as leis, a Constituição e a própria dignidade dos cidadãos.”
É dessa forma que o incisivo texto do relatório final da CPI do Cachoeira define a relação de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha com tentáculos no poder público e na mídia.
O jornalista da CBN, Kennedy Alencar, em comentário sobre a CPI, disse que o relatório final não apresenta provas contra Policarpo. Para Alencar, Policarpo não cometeu nada além de “mau jornalismo”. “E mau jornalismo não é crime”, afirma.
De fato, não é, embora isso também seja bastante questionável. Mas o que emerge do relatório final é muito mais do que “mau jornalismo”. Só um corporativismo ancestral pode explicar a declaração de Kennedy Alencar. No relatório, Policarpo Jr. aparece encomendando grampos clandestinos e pedindo ajuda para devassar, sem autorização legal, a intimidade de um cidadão brasileiro (no caso, Zé Dirceu, quando hospedado em um hotel de Brasília). Em troca desses “pequenos favores”, Policarpo fazia o papel de assessor de imprensa da organização chefiada por Cachoeira: publicava o que lhes era conveniente e omitia o resto. Assassinava reputações e promovia jagunços de colarinho branco, como o ex-senador Demóstenes Torres, também integrante da organização, a exemplos éticos a serem seguidos pelas próximas gerações.
Quando a Delta não foi beneficiada por uma licitação para a pavimentação de uma rodovia federal, Cachoeira acionou Policarpo para, através de uma reportagem da Veja, “melar” a licitação. Posteriormente, como os interesses da Delta continuaram a ser negligenciados, Cachoeira e Policarpo montaram uma ofensiva para derrubar o ministro dos Transportes – o que acabaram por conseguir.
Em troca, quando lhe interessava, Policarpo solicitava à organização criminosa que, por exemplo, “levantasse” as ligações de um deputado. Tudo isso está no relatório final, provado através das ligações interceptadas pela PF com autorização judicial. Não é “mau jornalismo” apenas. É crime.
“Não se pode confundir a exigência do exercício da responsabilidade ética com cerceamento à liberdade de informar. Os diálogos revelam uma profícua, antiga e bem azeitada parceria entre Carlos Cachoeira e Policarpo Júnior”, diz o relatório.
Policarpo não é o único jornalista envolvido com a organização de Cachoeira, mas é sem dúvida o que mais fundo foi neste lodaçal. Durante a CPI, não foi possível convocá-lo para depor, porque não havia condições políticas para tanto. Agora, porém, as provas falavam alto.
Porém as questões políticas (necessidade de aprovar o relatório) mais uma vez se interpuseram. Assim como feito em relação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi necessário retirar as menções a Policarpo do documento. O relator entendeu, e eu o compreendo e defendo, que Policarpo, perto do governador Marconi Perillo, do PSDB de Goiás, é secundário. Mas, ser secundário não afasta a necessidade de a Polícia Federal continuar a investigá-lo, e espero que o faça, mesmo com seu nome não constando no relatório. Afinal, todo suspeito deve ser investigado.
* Dr. Rosinha é deputado federal do PT-PR

Altamiro Borges: Policarpo, o jornalismo e o crime

Policarpo e a impunidade da mídia

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O mais irônico nas pressões da mídia e oposição para derrubar o texto de Odair Cunha, relator da CPI do Cachoeira, é que o cheiro de pizza se desprende justamente daqueles que acusam a CPI de terminar em pizza. Todos aqueles que vociferam diuturnamente contra a “impunidade” dos poderosos chancelaram submissamente a impunidade de um jornalista mancomunado com uma quadrilha de criminosos.

Acho, porém, que houve injustiça contra o PT nas acusações de “covardia”. A legenda ficou isolada na CPI em sua disposição de convocar Policarpo Júnior, jornalista da Veja. O partido é minoritário na comissão. Não só isso. O PT tem carregado praticamente sozinho, entre os partidos, com exceção do PCdoB, a bandeira da regulação da mídia.
Entretanto, independente do relatório, a CPI reuniu vasto material a ser entregue ao Ministério Público e à Polícia Federal.

(Nota publicada hoje na coluna de Ilimar Franco, no Globo).
Neste link, você encontrará uma lista de todos os documentos recebidos pela CPI.
O PT já foi covarde, isso sim, durante o governo Lula. Agora está bem mais desenvolto, e aprovou diversos documentos com críticas muito contundentes aos meios de comunicação. O recuo de Odair Cunha, ao tirar Policarpo da lista, só aconteceu porque o texto deve ser, necessariamente, negociado com os membros da CPI para ser aprovado. E a maioria era contra.
Não é questão de covardia, portanto, e sim de momento político. A mesma coisa vale para uma suposta Lei da Mídia, tão necessária ao aperfeiçoamento da nossa democracia, mas infelizmente tão distante de ser defendida e aprovada pelo Congresso Nacional.
Não se pode confundir maioria governista no Congresso com domínio imperial sobre o parlamento. O Executivo só tem maioria enquanto propor leis e reformas que não conflitarem com os interesses e as ideias dessa maioria. Isso é democracia, vale para o bem, vale para o mal.
Eu vejo as pessoas falando: ah, o governo tem maioria no Congresso, então porque não aprova isso ou aquilo? Ora, o governo só pode aprovar matérias previamente negociadas com os parlamentares. Não sei como é na Argentina, onde aprovaram a Ley dos Medios, mas aqui no Brasil temos um parlamento voluntarioso e autônomo, e a ideia de propor regulamentação da mídia não me parece popular, ainda, entre a maioria. Ao contrário, há uma fila de congressistas, governistas ou não, querendo emprego como lobista da mídia. Trabalham até de graça, apenas em troca de elogios em cadeia nacional.
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Na Inglaterra, após dois meses de trabalho, a comissão que investigava o caso de Rupert Murdoch concluiu ser necessário ampliar a regulação da mídia inglesa. A sugestão de criar uma entidade independente para regular a imprensa britância conta com apoio de 79% da população, segundo pesquisa. Aliás, essa é a grande diferença entre lá e cá, esse apoio da população à uma lei mais rígida. Ao contrário do que acontece no Brasil, as classes médias e altas da Inglaterra estão, nesse momento, propensas a aceitar maior controle sobre os meios de comunicação, em virtude das circunstâncias. Mesmo assim, não é ponto morto.

O Primeiro Ministro, que havia feito um discurso em favor da criação de órgão independente, recuou e acaba de se declarar contrário qualquer aumento de regulação externa ou estatal sobre a mídia britânica. Segundo o The Guardian, Cameron dará um ano para que as próprias empresas de mídia aprimorem o sistema de auto-regulação vigente hoje no país. Existe, na Inglaterra, um órgão formado pelos próprios meios, para monitorar e coibir os abusos da mídia; é o Conselho de Reclamações da Imprensa, PCC na sigla em inglês. Um comentarista do The Guardian disse que Cameron terá de provar ao público que não é um puddle dos barões da mídia inglesa.
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O que acontece na Inglaterra, embora tenha relação com o que ocorre no Brasil, não tem a explosiva conotação política que vemos por aqui. Os ingleses querem regular o sensacionalismo chulo, que expõe intimidades de qualquer pessoa com base numa suposta liberdade de expressão. A nossa situação é bem mais grave. Temos uma mídia infinitamente mais concentrada, mais poderosa, mais traiçoeira do que talvez jamais se viu no Reino Unido, e que se consolidou justamente num período de exceção. O cartel midiático que hoje se especializa em produzir crises é um rebento malcriado e sem caráter do regime militar.
*****
O novo escândalo de corrupção nos altos escalões da república, envolvendo nomes como o de José Weber Holanda, o segundo na hierarquia da Advocacia Geral da União (AGU), Rosemary Noronha, chefe do gabinete da República em São Paulo, e diretores de agências reguladoras, chegou numa hora bastante apropriada para a oposição, porque coincide com o fim do julgamento do mensalão. Ou seja, um escândalo pode ser engatado no outro. Além disso, o vazamento dos emails de Rosemary permite à imprensa criar tantas histórias forem necessárias.

Saberemos detalhes de cada viagem internacional de Rose. Páginas e mais páginas sobre suas cirurgias plásticas, conversas pessoais, vida social e planos de futuro. Qualquer telefonema, para qualquer pessoa, empresa ou instituição, será relatado como coisa muito suspeita. Enfim, ela é o alvo porque se pode chegar, através dela, no ex-presidente Lula, o qual jamais será perdoado pela mídia por tê-la feito engolir uma fragorosa derrota em São Paulo.
*****
Lembremos, porém, que a correlação de forças está mudando. A partir de 2013, teremos um Brasil mais avermelhado, com a entrada de milhares de prefeitos e vereadores de esquerda em pequenas e grandes cidades, a começar por São Paulo. Se eu fosse Haddad, me preparava desde já e começava a montar um gabinete digital de qualidade, que lhe permita receber e transmitir informações, fazer a defesa política de seus projetos e, sobretudo, reagir aos ataques violentos que seguramente receberá da oposição midiática.

Altamiro Borges: Policarpo e a impunidade da mídia

29/11/2012

Formação de quadrilha

Filed under: CPI da Veja,Quadrilha,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 9:56 am

 

 

Blogosfera

PT se acovarda com ameaças de PSDB/DEM & PMDB

Filed under: Carlinhos Cachoeira,CPI da Veja,Policarpo Júnior,PT — Gilmar Crestani @ 9:43 am

 

PT se acovarda diante da mídia

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br

Por Maurício Caleiro, no blog Cinema & Outras Artes:
Determinada pela presidência do PT, a decisão do deputado Odair Cunha (MG), relator da CPI do Cachoeira, de deixar de indiciar cinco jornalistas suspeitos de ligação com o crime organizado – entre eles Policarpo Júnior, editor-chefe da Veja – e de abdicar da sugestão de que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público tem causado indignação entre a militância petista, apoiadores do governo e cidadãos preocupados com o atual estágio das relações entre política, mídia e Justiça no Brasil.
Instalada a duras penas, a CPI representou uma rara oportunidade de promoção de uma investigação séria sobre as ligações entre mídia e crime organizado no país, a partir das para lá de suspeitas relações entre o criminoso condenado "Carlinhos" Cachoeira e a revista Veja. Tal oportunidade está perdida, e, embora a responsabilidade por tal retrocesso deva ser repartida com os demais membros da aliança governista – o PMDB, notadamente -, ele corrobora uma constatação que se difunde entre um número cada vez maior de pessoas: a de que, não importa o que a mídia apronte, o PT está acovardado e não reagirá.
Reação corporativa

Além da saraivada de ataques disparados pela imprensa, nos últimos dias, contra o indiciamento dos jornalistas – categoria profissional que, no Brasil, parece estar acima das leis – e do corporativismo extremado do Ministério Público em defesa de Gurgel, rondam o recuo petista ameaças menos ou mais veladas advindas do potencial supostamente explosivo da divulgação da correspondência entre o ex-presidente Lula e ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indiciada na última sexta-feira pela Polícia Federal, com estridente alarde, mesmo para os padrões brasileiros.
Ainda que remota, a possibilidade de que Lula venha se candidatar a governador de São Paulo em 2014, com grandes chances de estabelecer hegemonia petista no município, no estado e no país, tem levado a mídia corporativa, linha-auxiliar do tucanato, a recrudescer as manifestações de ódio contra o ex-presidente, num exemplo claro do conflito de classes e de disputa de poder – e da posição que, neles, a mídia, que idealmente deveria buscar a imparcialidade, assume. Isso inclui, como índice de baixeza operacional da mídia, o desprezo pelo tratamento discreto da vida afetiva dos ex-presidentes da República, norma rigidamente seguida em relação a Fernando Henrique Cardoso, mas que as presentes insinuações em relação a Lula e Rosemary mandam às favas. Neste momento, reside no fuçar de e-mails e telefonemas entre eles a "grande esperança branca" do conservadorismo brasileiro – uma aposta, a meu ver, fadada ao fracasso.
O caso Rosemary

Dadas as condições materiais tipicamente de classe média de Rosemary e a vagueza das acusações de tráfico de influência – ainda mais contra uma agente radicada em São Paulo, longe do poder concentrado no Planalto Central – não se deve descartar a hipótese de que, assim como ocorreu com Erenice Guerra, com Luiz Gushiken e com Orlando Silva, trate-se, ao final, de mais um factoide para abastecer a mídia de manchetes escandalosas contra Lula e o PT. O modo como os jornais têm tratado as perfeitamente aceitáveis duas viagens oficiais ao ano efetuadas pela ex-secretária na última década– chamando-as de "a volta ao mundo de Rosemary" – sugere exatamente isso.
Já vimos esse filme várias vezes, e a sensação de déjà vu é inevitável: se, ao final, a acusada for proclamada inocente, como aconteceu com os personagens citados, uma notinha escondida na página 11 será a compensação pela enxurrada de manchetes e reportagens televisivas. Os danos morais, a desqualificação pessoal, o tratamento como criminoso dispensado a quem é apenas suspeito, o direito de resposta, o ouvir o outro lado? São detalhes que, naturalmente, não requerem o instrumento anacrônico da Lei de Imprensa, que a sapiência e o espírito democrático reinantes no STF extinguiram. Deixemos tudo à autorregulação, como sugeria o saudoso Ayres Britto.
Ufanismo fora de lugar

Os entusiastas do governo nas redes sociais dedicam horas e horas, diariamente, a prognosticar um golpe de Estado iminente, a destilar seu ódio contra o STF e a rebater todas as bobagens tendenciosas que Ricardo Noblat e Reinaldo Azevedo escrevem – o que dá mais audiência a tais "blogueiros", provocadores profissionais a soldo dos interesses da plutocracia mediática. Se esses internautas direcionassem uma pequena parte de sua energia a fins mais concretos – como pressionar o governo que apoiam a confrontar a mídia venal e a cumprir os compromissos assumidos em campanha -, não só aspossibilidades de ruptura institucional tornar-se-iam mais remotas, mas, entre outras áreas, seria outra a situação da saúde, da segurança pública e da educação (onde, conforme anunciado ontem, o Brasil ficou em 39o. lugar entre 40 países concorrentes no ranking do Índice Global de Habilidades Cognitivas e Realizações Profissionais, evidencia que desmistifica de contraria o discurso ufanista predominante nessa área durante as administrações petistas). Além disso, poderíamos ao menos vislumbrar a possibilidade de regular a ação da mídia de acordo com parâmetros éticos
Ao invés disso, temos um cenário em que, como resume um dos maiores estudiosos da mídia no país, Venício A. de Lima, "Apesar do trabalho desenvolvido há décadas por pessoas e/ou entidades da sociedade civil, e apesar do inegável aumento da consciência coletiva sobre a centralidade da mídia na vida cotidiana, não tem havido resposta correspondente dos poderes da República no sentido da proposta e/ou implementação de políticas públicas que promovam a universalização do direito à comunicação em nosso país".
Paz sem voz não é paz, é medo

O fato de a arena comunicacional do país ser dominada por uma mídia corporativa que age de forma parcial e partidarizada, tendo como métodos rotineiros a desqualificação agressiva, o escândalo e a mentira é uma herança do capitalismo selvagem e do patrimonialismo que por décadas vigeu no país – açulados, na última década, pela perda progressiva de poder e pelo ódio de classes.
Já o fato de tal distorção antidemocrática permanecer ativa e impune durante uma década de administração federal petista é resultado da omissão, pusilanimidade e covardia – e, quem sabe, de interesses não confessos – que têm caracterizado a inação do Partido dos Trabalhadores no que concerne à sua relação com a mídia, na qual não se limita a apanhar calado: continua a encher as burras das editoras e corporações midiáticas que, suspeitas de conluio com o crime organizado, o atacam e à democracia.
Como assinala Saul Leblon, em artigo de leitura obrigatória, o petismo no poder parece resignado apés assinar uma "pax branca que concede ao conservadorismo o pleito da hegemonia intocável na esfera da comunicação. Esse conformismo, que hoje desqualifica reputações, envenena o jogo político e deturpa o debate democrático, pode vir a ter consequências ainda mais graves, institucionalmente traumáticas, para o partido e, pior, para o país. E fica cada vez mais evidente que o PT nada fará contra o inimigo que alimenta.

Altamiro Borges: PT se acovarda diante da mídia

28/11/2012

Marcha ré de seu “riadO” ou os limites da transparência

Algumas páginas antes a Folha de São Paulo clamava por transparência. Bastou incluir a necessidade de mais transparência no comportamento de duas pessoas caras ao tipo de jornalismo praticado pelos a$$oCIAdos do Instituto Millenium, para a Folha descantar o verso. Que mal há em serem investigados se não têm nada a temer? As atitudes de ambos em relação a Carlinhos Cachoeira não necessitam ser esclarecidas? Este é o tipo de jornalismo caro aos golpistas. Contra os adversários tudo, aos amigos a proteção mafiosa. Pior, nestas horas adoram contar com a marcha a ré do PT.

Relator da CPI admite tirar recomendações contra ‘Veja’ e Gurgel

Odair Cunha reclama que PT não saiu em seu apoio e negocia mudanças no relatório com PSB, PDT e PMDB

Parlamentar acha que partido não o defendeu das críticas quando ele pediu indiciamento do redator-chefe da revista

DE BRASÍLIA

Numa tentativa de salvar o relatório da CPI do Cachoeira, o relator, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), admitiu ontem mudar os pontos polêmicos do texto.

Cunha admitiu tirar do texto o pedido de indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, redator-chefe da revista "Veja" e diretor da sucursal da publicação em Brasília, para aprovar o relatório no plenário da comissão.

Investigações da Polícia Federal sobre o esquema flagraram conversas do jornalista com o empresário Carlinhos Cachoeira. Delegados responsáveis pela investigação informaram à CPI que a relação dos dois era de fonte com jornalista, o que não foi relatado no texto de Cunha. Policarpo também não foi ouvido na comissão.

"Eu tenho a convicção de que há indícios para nós produzirmos o indiciamento dele [Policarpo Júnior]. Mas se isso é um elemento de contenda, de dificuldade, para se discutir o essencial, esse não é um problema. A Polícia Federal então pode continuar a investigação desse episódio", disse Cunha.

GURGEL

Outro ponto que deve ser alterado é o pedido para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O procurador-geral teve o nome inserido no relatório inicial por ter atrasado, no entendimento do relator, as investigações sobre as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos, entre eles o ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO), cassado pelo Senado no dia 11 de julho.

Para a oposição, trata-se de uma vingança pelo fato de Gurgel ter pedido a condenação de políticos petistas no processo do mensalão.

O deputado avisou ao PT que a repercussão por ter incluído os dois no relatório havia inviabilizado a aprovação do seu texto e que, como o partido demorou a sair em sua defesa, havia decidido tentar um acordo. O partido havia pressionado Cunha para pedir o indiciamento do jornalista da "Veja".

RUI FALCÃO

Ontem, Odair Cunha se mostrava contrariado com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, que não veio a público defender o indiciamento do jornalista.

Na tarde de ontem, Odair Cunha procurou integrantes do PSB, PDT e do PMDB em busca de apoio ao texto dele, que deve ser lido hoje. Nas conversas disse que apesar do recuo não vai abrir mão de que o empresário Fernando Cavendish, da Delta, seja investigado, como queriam alguns integrantes da da CPI.

A construtora é um dos principais alvos de investigação da Polícia Federal e teria ligações com o grupo de Carlinhos Cachoeira.

27/11/2012

Marcha ré com rima: Odair visto detrás é Riado…

Filed under: CPI da Veja,Policarpo Júnior,PT,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 9:33 pm

Cagão! É por isso toda hora tem uma anta cagando na cabeça dos petistas. E estes, como hienas, apenas riem. Até parece acometidos da Síndrome de Estocolmo.

Confirmado: Odair recua

:

Pressionado pela reação em bloco dos grandes meios de comunicação, relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), disse que aceita retirar de seu texto os pedidos de investigação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de indiciamento contra o diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Jr. O PT amarelou?

27 de Novembro de 2012 às 19:21

247 – Como 247 havia adiantado (relembre aqui), o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), vai recuar para viabilizar a aprovação de seu relatório, cuja leitura já foi adiada três vezes. O petista disse nesta terça-feira que aceita retirar do texto pedido para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, assim como o pedido de indiciamento do diretor da sucursal da reista Veja em Brasília, Policarpo Jr.

Depois de três adiamentos, a leitura do relatório da comissão foi marcada para a manhã desta quarta-feira. "Se eles (membros da CPI) se comprometerem em manter o restante do relatório, eu posso abrir mão disso (presença de Gurgel e Policarpo no relatório). Essas duas questões são secundárias. O essencial que faço questão que seja mantido no relatório é o organograma da quadrilha", disse Cunha.

O relator havia incluído um pedido de investigação de Gurgel por considerar que o procurador demorou para investigar as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres. Já o pedido de indiciamento de Policarpo decorre de gravações telefônicas que indicariam relação de ilegalidade com Cachoeira.

Negociações

O deputado segue negociando o conteúdo de seu relatório. Às 18h, ele se encontrou com parlamentares da base aliada para fechar a última versão do texto. Segundo o relator, há questões, contudo, que não são passíveis de negociação. Cunha disse que não abre mão de pedir o indiciamento de Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. Ele também destacou que não vai incluir pedido para investigação dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

Como não haverá tempo para imprimir as alterações que devem ser feitas até a sessão de amanhã da CPI, o que mudar será explicado verbalmente pelo relator. Segundo Cunha, se não houver acordo sobre das modificações, o relatório original será apresentado. Parte dos parlamentares do PMDB pressiona pela retirar do pedido de indiciamento de Cavendish, enquanto o PSDB se opõe ao pedido de investigação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Confirmado: Odair recua | Brasil 24/7

24/11/2012

Cabeça de bagre com rabo de baleia

Ou rabo de baleia com cabeça de bagre. Em todo caso, ao contrário do cão, é o rabo(preso) que balança o corpo.

Há cem dias, Gurgel guarda um processo que ameaça Roseana Sarney

publicado em 24 de novembro de 2012 às 11:37

     

Há cem dias, Gurgel guarda um processo que ameaça Roseana Sarney. Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Gurgel acuado

por Mauricio Dias, em CartaCapital

É sinal positivo o clamor da oposição, em coro com trêfegos parlamentares da base governista, contra o texto do deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPMI sobre as atividades  criminosas e as afinidades eletivas do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Cunha incomodou muita gente e contrariou variados interesses. Não se sabe se o relatório conseguirá cruzar a tempestade provocada pelos contrariados e chegar a porto seguro. Na partida, se assemelha a um barquinho navegando sob bombardeio. E pode afundar antes de ancorar.

A lista de indiciados e de responsabilizados, elaborada por Cunha, é uma carga pesada. O relator julgou suficientes as provas colhidas que, em princípio, são capazes de derrubar o governador tucano Marconi Perillo (GO); de incriminar jornalistas que, ao romper limites éticos, transitaram do campo da investigação para o da associação, e de provocar danos graves ao empresário Fernando Cavendish, da Delta, entre outros casos.

Notadamente, o relatório pode desestabilizar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Gurgel é peixe graúdo. A contrariedade da mídia, com a inclusão do nome dele na lista de Cunha, comprova. Ele tornou-se um procurador heterodoxo. Virou peça do jogo político de curto e de longo prazo. Em linhas gerais, passou a atuar afinado com a oposição a Dilma, a colaborar com o esforço de neutralização de Lula e, por fim, mas não menos importante, a agir com o objetivo de encerrar o ciclo do PT no poder.

Caso aprovado, o relatório de Cunha pode abalar Gurgel e, inclusive, interferir na própria sucessão dele, na PGR, em julho de 2013.Roberto Gurgel é acusado por crimes constitucional, legal e funcional. A aprovação do relatório, nesse ponto, levará a questão à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, competente para processar o procurador-geral por crime de responsabilidade.

No STF, Gurgel seria julgado por improbidade administrativa e por prevaricação.O procurador-geral foi fisgado porque manteve engavetadas as denúncias da Operação Vegas. Assim atraiu a suspeita de ter sido conivente com as atividades criminosas de Cachoeira, apuradas pela Polícia Federal. Ele alegou à CPI que tinha detectado somente desvios no “campo ético”, insuficientes para abrir ação penal.

Gurgel, no entanto, mantém outros problemas na gaveta. Há quase cem dias guarda o processo enviado ao Ministério Público, no qual a governadora Roseana Sarney (MA) é acusada de assinar convênios com as prefeituras, no valor aproximado de 1 bilhão de reais. Cabe a ele dar um parecer que pode levar Roseana a perder o mandato.

Há quem veja nessa morosidade um conluio entre o senador Sarney, pai da governadora, e Gurgel. Sustentam essa hipótese renitentes coincidências. José Arantes, assessor parlamentar do procurador-geral foi assessor parlamentar de Sarney na Presidência da República. Seria apenas um detalhe curioso?

Mas há problemas concretos. Um deles, já denunciado nesta coluna, levou o presidente da Câmara quase à exasperação. Na terça-feira 20, o deputado Marco Maia criticou pública e duramente o Senado pela morosidade em votar a indicação do professor Luiz Moreira, já aprovada pelos deputados, para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM).

Seria “morosidade gurgeliana”? Ou seja, a indicação estaria bloqueada por Sarney em favor de Gurgel? Gurgel teria bloqueado o processo de Roseana em favor de Sarney? Finalmente, haveria nessa história uma vergonhosa troca de favores?

Mauricio Dias: Há cem dias, Gurgel guarda um processo que ameaça Roseana Sarney « Viomundo – O que você não vê na mídia

23/11/2012

Inglaterra investiga crimes de imprensa; no Brasil, não pode: seria “revanchismo”!

Filed under: Carlinhos Cachoeira,CPI da Veja,Grupos Mafiomidiáticos,Policarpo Júnior — Gilmar Crestani @ 10:37 pm

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publicada sexta-feira, 23/11/2012 às 14:34 e atualizada sexta-feira, 23/11/2012 às 14:20

por Rodrigo Vianna

O escândalo percorre as páginas de jornais, revistas e sites ligados à velha mídia brasileira: o relator (um deputado petista) da CPI do Cachoeira teve o desplante de pedir indiciamento de jornalistas que teriam ligação com o bicheiro; entre eles, Policarpo Jr, da revista “Veja”.

O país, as liberdades, a democracia estão em risco!  Isso é coisa dos “radicais” do PT (e, por acaso, ainda os há?), inimigos da imprensa “independente”.

Sim, sim… É preciso explicar melhor a público tão dileto: colunistas, editorialistas, comentaristas de rádio e TV dizem que se trata de “revanchismo” do PT.

Hoje mesmo, pela manhã, ouvi numa rádio paulistana um veterano jornalista estrebuchando de raiva: “nesses partidos de esquerda há muita gente revanchista”. Ele não quer um colega investigado… Aliás, no mesmo comentário apoplético, berrava também o veterano contra “esse blá-blá-blá” de lembrar a superação do racismo no Brasil, toda vez que se fala em Joaquim Barbosa. Menos mal que tenha sido prontamente apartado por outro comentarista, bem mais jovem: “há racismo, sim, basta olhar em volta, existem quantos negros trabalhando com você?”; e disse, ainda, o jovem comentarista – ”tem muito revanchista de direita também”.

Hum… Onde estão os revanchistas? Aqueles que perderam 3 eleições presidenciais, perderam a batalha das quotas raciais, e não conseguiram convencer o país que Bolsa-Família era “bolsa esmola”? Esses seriam os revanchistas? Usam a velha mídia e a tribuna do Judiciário para a revanche?  É o que lhes resta, diria dona Judith Brito (dirigente da ANJ, Associação Nacional de Jornais), ao lembrar já em 2010 que, dada a fragilidade dos partidos de oposição, a imprensa se transformava oficialmente em oposição (esquecendo-se, ela, do papel que o Judiciário também poderia gostosamente encenar, como vemos agora).

Curiosa guerra de palavras.  Não tínhamos ingressado numa “nova fase” do país, depois do julgamento do “Mensalão”? Agora, não haveria mais lugar para proteger poderosos! Agora, as instituições mostravam força para punir “poderosos”! Certo?

Mais ou menos. Jornalistas não podem ser, sequer, investigados. Banqueiros não podem ser algemados (lembram? era “Estado policial”?), e tucano não deve ser investigado de forma muito enfática (seria de mau gosto…). O Procurador-geral que sentou em cima da investigação do caso Cachoeira também não pode ser fustigado. Não! Tudo isso seria  ”revanchismo”, bradam os colunistas e comentaristas.

Vamos combinar, então, as regras nesse novo país, refundado após o “Mensalão”:

– investigar e punir petistas, sindicalistas, partidos de esquerda em geral = Combate à impunidade

– investigar e punir  tucanos, jornalistas e procuradores/juízes = Revanchismo.

Quanto a empresários e banqueiros, analisemos caso a caso. Dependendo de quem estiver ao lado deles em ações judiciais ou investigações, pode se tratar de “Revanchismo” ou “Combate à impunidade”. Separemos o joio do trigo. Com rigor.

Só assim, conseguiremos fazer do velho Brasil um novo país!

Na caquética Inglaterra (como se sabe, um país dominado por bolivarianos revanchistas), jornalista e imprensa podem – sim!!!! – ser investigados. Mais que isso, na Inglaterra (país dominado por petistas mensaleiros e inimigos da imprensa livre), ninguém acha estranho que a imprensa seja regulamentada. Sim. É  o que se discute, lá, depois do escândalo estrelado por Robert Murdoch. Leia aqui, no texto do Portal Imprensa.

O título da matéria: “Após escândalo das escutas, primeiro-ministro terá de decidir destino da imprensa britânica”.  Chavez e Cristina Kirchner chegaram a Londres? Não. É apenas o óbvio. A Inglaterra sabe que a mídia é poderosa demais para ser mantida como “poder autônomo” – sem nenhum tipo de regulação.

Aqui no Brasil, nossos Roberts, Marinhos, Mervais e outros que tais acham-se acima da lei. Berram, esperneiam, seguem a agir como velhos patronos da Casa Grande midiática.

O “novo Brasil” pós “Mensalão” cheira a naftalina.

Leia outros textos de Radar da Mídia

Inglaterra investiga crimes de imprensa; no Brasil, não pode: seria “revanchismo”! – Escrevinhador

Cachoeira nas páginas da Veja amarela

Filed under: Carlinhos Cachoeira,CPI da Veja,Policarpo Júnior — Gilmar Crestani @ 10:01 pm

 

Cachoeira garante estar em forma para reestreia

Blogosfera

A importância do relatório da CPMI para a própria mídia

Filed under: CPI da Veja,Grupos Mafiomidiáticos,Instituto Millenium — Gilmar Crestani @ 8:58 am

Enviado por luisnassif, sex, 23/11/2012 – 08:00

Autor: Luis Nassif

Coluna Econômica

No final dos anos 90 escrevi um conjunto de colunas na Folha, sobre os desvios e abusos da cobertura jornalística.

Na Abril, Roberto Civita xerocou e enviou para diretores de redação de diversas publicaçòes. No Estadão, Ruy Mesquita encaminhou cópias para o diretor de Redação Aluizio Maranhão. Na RBS ocorreu o mesmo processo. Na Folha, além do espaço que me davam, havia a figura do ombudsman e do Painel do Leitor permitindo algum contraponto.

Por trás desse interesse, a preocupação com um projeto de lei de um deputado federal de São José do Rio Preto – e, se não me engano, de Ibrahim abi-Ackel – definindo de forma mais rigorosa punições contra abusos de mídia.

O projeto arrefeceu e, com ele, arrefeceu a intenção da mídia de praticar um jornalismo mais responsável.

De lá para cá, o jornalismo investigativo foi piorando e enveredando por caminhos que, muitas vezes, ultrapassaram os limites da legalidade. Especialmente depois dos episódios Veja-Opportunity e Veja-Cachoeira.

Criou-se um círculo vicioso do qual a própria mídia se tornou prisioneira.

Nos últimos anos, o padrão de jornalismo investigativo no país foi dominado ou por vazamentos de autoridades (MPF, PF, TCU etc), o que é legítimo, ou pelo relacionamento mais promíscuo com criminosos e lobistas – casos do “consultor que acabara de sair da cadeia, invasão do hotel de José Dirceu, as capas da Veja sobre maluquices (como propinas de R$ 200 mil sendo levadas ao Planalto em envelopes), grampos obtidos de maneira criminosa etc.

Esse movimento acabou gerando uma competição degradante, que vitimou até profissionais sérios da mídia. É o caso de Eumano Silva, excelente profissional da revista Época, flagrado em conversas com pessoas ligadas a Cachoeira. Por que se envolveu com Cachoeira? Porque criou-se uma competição com a escandalização desenfreada da Veja que acabou pressionando profissionais sérios a seguirem modelos de atuação de diversos inescrupulosos que invadiram a profissão.

O indiciamento de Policarpo Jr não significa sua condenação nem a da revista. Vai-se abrir um inquérito onde todas as partes serão ouvidas e todos poderão se defender. Mas – importante – permitirá uma freada de arrumação para a própria mídia e uma discussão séria, em um ambiente neutro, sobre os limites da cobertura jornalística.

A competição espúria

Ainda no final dos anos 90, escrevi um artigo sobre o fim do projeto Folha – como tal, entendida aquela simplificação de tratar todo funcionário público como preguiçoso, todo usineiro como caloteiro, todo banqueiro como ganancioso, todo movimento social como baderneiro.

Chegou-se a montar um seminário interno, na própria Folha, para analisar a nova etapa, inclusive frente às novas mídia que cresciam. No fim, preponderou a visão medrosa: e se pararmos com nosso modelo atual e o Globo (que começava a crescer) ocupar o espaço? Minha resposta é que seria ótimo, porque era um espaço sem futuro.

Mas abrir mão de uma posição que deu a liderança, até aquele momento, por um novo estilo, exige coragem e determinação. E os veículos de mídia são extremamente conservadores e refratários a mudanças, com medo de perder a clientela, mesmo que declinante.

O indiciamento de Policarpo será a pausa para esse momento de reflexão da própria mídia. O caso será analisado pelo Ministério Público Federal e pela Justiça – poderes teoricamente neutros. A discussão abrirá espaço para uma revisão dos métodos atuais e para um revigoramento da liberdade de imprensa, porque, daqui para frente, calçada em princípios legitimadores, não nesse vale-tudo atual.

Nenhum procurador, de ofício, tomará a iniciativa de agir. Nenhum Ministro de tribunal ousará, porque iniciativas individuais são alvejadas com ataques pessoais que intimidam qualquer um. Daí a importância de uma ação institucional, que se inicie no Congresso, passe pelo MPF e pelos tribunais. Até para comprovar que não existem intocáveis no país.

Se a CPMI recuar, perder-se-á uma oportunidade única de melhorar o ambiente jornalístico e legitimar a ação da mídia.

A importância do relatório da CPMI para a própria mídia | Brasilianas.Org

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