Ficha Corrida

06/07/2014

Exportações made in Gerais: helipópteros, viadutos, ET de Varginha…

helipopero

JANIO DE FREITAS

A obra maior das empreiteiras

A queda do viaduto de BH tem dois antecedentes que, se não determinaram, ao menos contribuíram para o desastre

O fato de ser obra prevista para a Copa interessou mais, na queda do viaduto em Belo Horizonte, do que o desastre e suas consequências. Assim ficou evidenciado nas manchetes das primeiras páginas mais importantes, todas referidas à "obra da Copa", ao "viaduto da Copa", à "obra do Mundial". Uma coisa não tem a ver com a outra. À parte o componente trágico, o que importa é isto: sempre as empreiteiras de obras públicas. Na sucessão interminável, ou a calamidade é moral, de corrupção e assalto aos cofres públicos com fraude, cartel, superpreço e reajustes; ou é física, com a péssima qualidade dos serviços prestados e os desastres também daí decorrentes. Até quando e até onde irá essa liberdade dos grandes empreiteiros, eis um dos grandes mistérios do Brasil.

A queda do viaduto de BH tem dois antecedentes que, se não determinaram, ao menos contribuíram muito para o desfecho tido pela obra. Há exatos cinco meses, foi constatado que a estrutura de um outro viaduto em construção deslocara-se imprevistamente. Obra a cargo da Cowan. Razão, portanto, para que a empreiteira e a prefeitura de Belo Horizonte redobrassem a fiscalização na obra, pela mesma Cowan, do viaduto que veio a ruir. O desastre comprova que não houve tal cuidado.

Para chegar à construção desastrada, a Cowan foi parte de uma operação bem ilustrativa das relações, e suas consequências, entre empreiteiras e poder público. O consórcio formado também pela empreiteira Delta tornou-se ganhador da obra sem que sequer estivesse constituído, figurando nos documentos contratuais, em lugar do seu, o número de cadastro da própria prefeitura de BH. Fraude que, por si só, atesta a união dos dois lados em tudo o que daí decorreu.

Com o escândalo que notabilizou o personagem goiano apelidado de Carlinhos Cachoeira, a Delta saiu do consórcio. Comprovada sua ligação com aquele personagem, o dono da Delta, Fernando Cavendish, fez uma transação mal explicada para afastar da empresa o seu nome e, como complemento, também o nome da empreiteira em certos contratos. Sem que essas retiradas devam ser entendidas, necessariamente, como saída dos negócios e acordos, todos muito lucrativos.

A Cowan é empresa mineira. A quantidade e a facilidade com que obtém contratos em Minas é admirável. Predomínio regional não é, porém, peculiaridade da Cowan. É regra em muitos Estados. Poderia ser por facilidade de custos, mas não. É, claro, por outras facilidades, as mesmas que não restringem as empreiteiras ao seu ambiente doméstico. Não importam as comprovações de fraudes, de superfaturamento e demais tramoias, os escândalos e os desastres, ainda que trágicos. Nada perturba esse domínio da imoralidade e de crimes vários.

Desde quando é assim? Não se sabe. Até quando será assim? Nem se prevê.

05/07/2014

Cowan é xícara da política café-com-leite

Foi descoberto o elo perdido que ressuscitou a política café-com-leite do PSDB. Aécio e Aloysio tem em comum, além da Cowan, obras desabadas. Há um viaduto em BH, que matou dois, e um monotrilho em São Paulo, que matou 1, que são verdadeiras pontes unindo este incesto entre fraticidas.

As relações entre a Cowan, a Delta e a Prefeitura de BH

sex, 04/07/2014 – 12:52 – Atualizado em 04/07/2014 – 13:12

Jornal GGN – Reportagem do jornal O Tempo revela movimentos pouco explicados entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a construtora Cowan – responsável pelo viaduto que desabou na Via dom Pedro I.

Em abril de 2012, “O Globo” informou que a Prefeitura assinou contrato para obra antes mesmo que o Consórcio Integração – formado pela Delta e pela Cowan – tivesse se formado.

O consórcio só foi incluído no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica três meses após a assinatura do contrato.

Em função da denúncia, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito e encaminhou ofício a todas as promotorias do Estado para levantar outros contratos entre prefeituras mineiras e a Delta – indiciada como integrante do esquema Carlinhos Cachoeira.

Quando explodiu o escândalo, a Prefeitura decidiu emitir nota de empenho separada, para impedir que a Cowan fosse prejudicada pelo bloqueio de contas da parceira.

O fundador da Cowan, Walduck Wanderley – morto em 2004 -, sempre foi visto como um empresário excêntrico. Na verdade, dos personagens mais ridículos do mundo empresarial brasileiro, perfil do empreiteiro típico dos anos 50.

Em 1997 orgulhava-se de ter gastos pessoais da ordem de 200 mil dólares por mês. Seu prazer maior era desfilar sua Mercedes S-200 a 20 km por hora pela avenida Afonso Pena (http://tinyurl.com/kbczsqv) a principal de Belo Horizonte. Justificativa: “Não basta ter dinheiro. É preciso ter e mostrar que se tem”.

Vangloriava-se de ter 25 veículos, dos quais 10 Mercedes. E ter mais de trinta namoradas. Não escondia seu estilo de financiar campanhas políticas e da importância de ter amigos em cargos relevantes.

Com sua morte o grupo foi assumido pelo irmão mais novo, Saulo Wanderley, que expandiu os trabalhos da Cowan para a área de saneamento e de petróleo.

Segundo informa O Tempo, com base em dados do Portal da Transparência do Paço de BH, o contrato da obra do viaduto que desabou na tarde da quinta-feira (3) é da ordem de R$ 159.214.292,89. O projeto, voltado para a Copa do Mundo, envolve recursos do governo federal.

Durante a investigação, o MPE descobriu documentos do Tribunal de Contas do Estado que sugerem que o projeto esteja superfaturado em até 350%.

No mesmo dia em que ocorreu a tragédia que vitimou duas pessoas na capital mineira, a Cowan foi anunciada, em São Paulo, como uma das empresas que integram o consórcio vencedor da licitação do monotrilho ABC (Linha 18-Bronze).

Após meses de imbróglio jurídico em torno do certame, o governo do Estado conseguiu concluir a disputa. A obra, que ligará a região do ABC Paulista à Capital, conta com recursos estaduais e da União, via PAC.

As relações entre a Cowan, a Delta e a Prefeitura de BH | GGN

25/05/2012

Doni: Dadá, a gente se vê na Globo!

Dá + Dá, dá Dadá. É Dadando que se Doni!

Diálogos apontam esquema Cachoeira abastecendo TV Globo

No dia 10/08/2011 às 19:39hs, o araponga Dadá, do esquema Cachoeira, teve um telefonema interceptado pela Polícia Federal, durante as investigações da Operação Monte Carlo.
Do outro lado da linha, uma pessoa identificada como "Doni" no relatório, agradecia uma informação passada por Dadá, e confirmava que o "Jornal Nacional" iria falar sobre o grampo:

Cerca de 15 minutos depois, Dadá ligou para o ex-diretor da Delta Construções, Cláudio Abreu, dizendo que "o grampo" iria sair na Globo.

Logo mais, naquela noite, entrava no ar a edição do Jornal Nacional, mostrando o grampo:

http://goo.gl/ARvs3

Após o fim do telejornal, Dadá liga novamente para Doni às 21:56hs, e comentam sobre o diálogo acima:

Como no relatório só tem o resumo dos diálogos, falta a transcrição completa para elucidar mais detalhes. Mas já tem informação suficiente para indicar que o esquema Cachoeira, através do araponga Dadá, abasteceu o Jornal Nacional com grampos sigilosos da Polícia Federal.
Uma das funções de Dadá, dentro do esquema Cachoeira, era obter informações sobre operações policiais, segundo o inquérito.
Quem é Doni?
Não há nenhum DONI identificado na redação do Jornal Nacional, mas talvez o diretor de jornalismo no DF, Mariano BONI, pudesse ajudar a esclarecer quem é.

Os Amigos do Presidente Lula

23/05/2012

Gaspari, para defender Veja e Policarpo Junior, ataca

 

Gaspari sai em defesa da Delta

Gaspari sai em defesa da DeltaFoto: Marlene Bergamo/Folhapress

Em artigo na Folha, jornalista diz que "a transformação de uma empresa em boi de piranha numa pizzaria não faz bem às instituições públicas"

23 de Maio de 2012 às 07:07

247 – O jornalista Elio Gaspari saiu em defesa da Delta Construções, ex-empreiteira de Fernando Cavendish, vendida para a J&B Participações, em um artigo publicado na Folha. "Mais preocupada em definir o que não quer investigar do que em buscar as conexões da quadrilha de Cachoeira com o poder público, a CPI filtrou as malfeitorias da empreiteira Delta e, aos poucos, transformou-a em centro de suas preocupações cenográficas", escreveu.

Leia o artigo:

O linchamento da Delta

O DEPUTADO Cândido Vaccarezza (PT-SP) recomendou ao governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) que "não se preocupe, você é nosso e nós somos teu". O governador Marconi Perillo também não deve se preocupar, pois é do PSDB que também é seu. O mesmo pode valer para Agnelo Queiroz, o governador petista do Distrito Federal. E assim a CPI do Cachoeira assa uma bela pizza.

Mais preocupada em definir o que não quer investigar do que em buscar as conexões da quadrilha de Cachoeira com o poder público, a CPI filtrou as malfeitorias da empreiteira Delta e, aos poucos, transformou-a em centro de suas preocupações cenográficas.

A "tia do PAC", com R$ 3,6 bilhões de contratos federais, tem também negócios públicos e ligações privadas com governos e governantes de Rio, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. As investigações policiais mostraram a intimidade de seus diretores com Carlinhos Cachoeira. Os vídeos monegascos de um jantar do governador Sérgio Cabral documentaram sua notável relação com o presidente da empresa, Fernando Cavendish.

Os mecanismos de proteção mútua dos parlamentares são condenáveis, mas pouco se pode fazer contra eles, salvo puni-los na próxima eleição negando-lhes os votos.

Quando tiram-se de cena os administradores do dinheiro público, deixando-se na ribalta apenas a empresa com a qual transacionavam, arma-se uma encenação. Ao contrário do que sucede com governadores, deputados e senadores, cujo desempenho é julgado nas urnas, uma empresa é obrigada a batalhar diariamente pelos seu negócios.

Exposta sem julgamento a Delta, confirmou-se o receio do doutor Cavendish: "Vou quebrar". Dias depois, sua companhia, que emprega 30 mil pessoas, estava no mercado. Arrisca virar boi de piranha, aquele bicho que é mandado ao rio para que seja comido, enquanto a manada atravessa em paz. O cardume quer a manada toda.

Durante o mandarinato petista, a Delta faturou R$ 4 bilhões no governo federal e ao longo dos governos do casal Garotinho e de Sérgio Cabral foi a queridinha dos cofres fluminenses. Cavendish adicionou a esse desempenho um pendor exibicionista que o levou a desafiar a sabedoria chinesa: "Porco esperto não engorda".

Se a CPI começasse pela Delta, passasse pelos governos e chegasse a Cachoeira, teria muito a revelar. Poderia até redimir o Congresso do deplorável desempenho da CPI do Banestado, concluída em 2004. Ela começou investigando remessas ilegais de dinheiro para o exterior, quebrou 1.700 sigilos bancários e fiscais para nada. (Ou para muito, para poucos.)

A Delta está sendo linchada porque vem recebendo uma pena de descrédito sem que se cumpra o devido processo legal. Há uma investigação da Polícia Federal e seu caso está com o Ministério Público. Tomara que esse serviço acabe botando gente na cadeia.

A sabedoria convencional ensina que empreiteiros compram políticos e que muitos políticos gostam do dinheiro de empreiteiros. Isso pode fazer com que uma pessoa não goste de uns nem dos outros. Quebrar uma empresa a partir de grampos de delinquentes e fortes indícios de malfeitorias na obtenção de contratos não faz bem. Quem seria o próximo?

O que a CPI precisa fazer é desmentir a lei de Vaccarezza: "Não se preocupe, você é nosso e nós somos teu".

Gaspari sai em defesa da Delta | Brasil 247

21/05/2012

Veja + Exame = Vexame

Filed under: Carlinhos Cachoeira,Construtora Delta,CPI da Veja,Policarpo Júnior,Vexame — Gilmar Crestani @ 9:27 am

 

Revista Exame (dos donos da Veja) escolheu Delta a 3ª melhor empreiteira do Brasil

E agora, Reinaldo Azevedo?

http://goo.gl/ZnYi9

Pouco tempo antes da Operação Monte Carlo da Polícia Federal importunar a parceria Veja-Cachoeira, a última edição anual "Melhores e Maiores" da revista Exame escolheu a empreiteira Delta como a 3ª melhor empresa do Brasil no ramo de construção.
A revista Exame é uma publicação da Editora Abril, dos mesmos donos da revista Veja.
A edição anual 2011 da revista apontou a empreiteira Delta como a 3ª melhor do Brasil. Isso foi há apenas um ano atrás, época em que o jornalista de revista Veja, Policarpo Júnior, costumava almoçar com Carlinhos Cachoeira, e o jornalista sabia das ligações da Delta com o bicheiro, segundo interceptações telefônicas da Polícia Federal.
Como se vê, a Delta gozava de uma reputação semelhante à de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) nas páginas das revistas do chefão Roberto Civita, antes da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Hoje, com a prisão de Cachoeira, o que se observa é uma "mudança de opinião". Da noite para o dia a Delta virou "a pior empresa do Brasil" nas páginas da Veja, o que leva a perguntar: os leitores da Exame e da Veja foram enganados nos anos anteriores?
Outro desdobramento dos fatos é a indicação de haver um racha nos bastidores da parceria Veja-Cachoeira com a empreiteira, após a demissão de seu diretor Cláudio Abreu, também preso com Cachoeira, e que mantinha encontros com o diretor da Veja, Policarpo Júnior.
A revista Veja continua leal à seu pacto de proteção a Carlinhos Cachoeira, pois continua o poupando de uma reportagem de Policarpo Júnior contando o que via quando frequentava a cozinha da organização criminosa (*). Mas o que se nota é um racha entre o núcleo Veja-Cachoeira-Claudio Abreu com a cúpula da matriz da Delta.
Em 2001 e 2002, Exame escolheu a Delta como a nº 1, a melhor empresa de construção
Na publicação do Perfil Institucional 2006/2007 da empreiteira, é citado o "reconhecimento na mídia", com  página inteira dedicada à revista Exame. Lá mostra que a publicação da Editora Abril a coloca sempre entre as 10 melhores empreiteiras há mais de uma década. No ano de 2001 e 2003, foi escolhida a melhor de todas, ocupando o 1º lugar. Nos anos de 2005 e 2007 ocupou o 2º lugar.

CLICK NA IMAGEM PARA AMPLIAR
fonte: Perfil Institucional 2006/2007

(*) Jornalista pode contar fatos, o que viu e o que vivenciou, sem dizer quem forneceu informações em "off", não violando quebra de sigilo da fonte. O compromisso do jornalista é tão somente não contar quem forneceu a notícia, e nunca ocultar a própria notícia. Por isso Policarpo podeira dizer muito do que sabe, sem ferir nenhuma regra do jornalista em preservar as fontes que pedem anonimato.

Os Amigos do Presidente Lula

16/05/2012

Um diálogo que ensina como agem os jornalistas

Um diálogo que ensina como agem os jornalistasFoto: Montagem/247

Cenas de realismo fantástico: (1) Policarpo pergunta a Cachoeira, sócio da Delta, se foi José Dirceu quem colocou a empreiteira em Brasília. (2) Cachoeira nega veemente. (3) Em seguida, Veja publica que o ex-ministro da Casa Civil é o “segredo do sucesso” da construtora

16 de May de 2012 às 06:28

247 – Acaba de ser garimpado mais um diálogo surpreendente da Operação Monte Carlo, que revela a influência da quadrilha de Carlos Cachoeira sobre a imprensa e também como funciona a cabeça de um jornalista. Deve-se o furo ao repórter Vinícius Mansur, da Carta Maior, cuja descoberta foi também repercutida pelo blogueiro Altamiro Borges (leia mais aqui).

O diálogo se dá entre Carlos Cachoeira e Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste. Na íntegra, a conversa enfraquece – e muito – as teses de que a revista Veja agia apenas em defesa do interesse público, como argumenta seu diretor Eurípedes Alcântara num código de ética publicado na internet, e de que desconhecia estar sendo usada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O diálogo poderia até compor uma peça de realismo fantástico. Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Veja em Brasília, procura Cachoeira, sócio oculto (para a torcida do Flamengo, mas, talvez, não para Veja) da Delta, com uma tese: a de que a empreiteira havia entrado no Distrito Federal, ainda no governo de José Roberto Arruda, ex-DEM, graças à influência de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. Policarpo desconfiava até de um encontro em Itajubá, cidade onde nasceu Arruda e onde vive a mãe de José Dirceu, no qual teriam sido entregues malas de dinheiro. Uma aliança, digamos, capitalista entre DEM e PT.

Cachoeira – repita-se, sócio oculto da Delta – a quem não foi feita nenhuma pergunta sobre a entrada da empreiteira em Goiás, negou tudo veementemente. E mesmo tendo recebido uma negativa de sua principal fonte, Veja seguiu adiante e publicou uma reportagem sobre o crescimento alucinante da Delta, creditando à influência de José Dirceu o “segredo do seu sucesso”.

Antes da publicação, Cachoeira e o senador Demóstenes demonstraram certa preocupação com a reportagem que sairia em conversas também interceptadas pela Polícia Federal. Os grampos relacionados a isso foram usados por Reinaldo Azevedo como a prova cabal da independência jornalística de Veja em relação ao bicheiro.

Sim, até certo ponto.

Mas, em outro grampo, o sargento Dadá, braço direito de Cachoeira, fala de um encontro com outro jornalista de Veja, Hugo Marques, em que este o tranquiliza e diz que seu alvo era Dirceu e não a Delta.

O que isso demonstra?

É um indício de que a revista tinha pleno conhecimento de que Cachoeira, Dadá e associados faziam, sim, parte de uma mesma engrenagem: a Construtora Delta. Pois foi a eles que Veja recorreu para buscar informações sobre a entrada da empreiteira em Brasília. E foi a eles também que a revista transmitiu mensagens tranquilizadoras sobre a reportagem que sairia no fim de semana.

A Delta sofreu algum dano? Sim, um dano colateral. O que revela que a ligação de Veja em relação à turma não era tão forte quanto a inimizade ou a obsessão da revista em relação a José Dirceu.

Assim funcionam os jornalistas. As relações com as fontes muitas vezes envolvem algum tipo de proteção, mas nem sempre uma proteção absoluta.

Um diálogo que ensina como agem os jornalistas | Brasil 247

10/05/2012

Delta pediu entrada na Folha à Cachoeira: “Igual cê fez com a gente na Veja”

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Os registros da Operação Monte Carlo apontam que o diretor da Delta, Cláudio Abreu, queria utilizar a experiência do bicheiro Cachoeira com a mídia para abafar uma investigação do jornal Folha de São Paulo sobre a construtora. Em ligações realizadas no dia 24 de agosto de 2011, Claudio cobrar informações do bicheiro. “Cê não tem nenhum caminho pra gente entrar dentro da Folha pra fazer uma interface dentro lá na Folha não, cara?” E completou: “Igual cê fez com a gente na Veja”.

Vinicius Mansur

Brasília – A construtora Delta pediu ajuda ao contraventor Carlos Cachoeira para abafar uma reportagem do jornal Folha de São Paulo que investigaria a empresa. “Igual cê fez com a gente na Veja” (sic), disse o diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, a Cachoeira, em conversa telefônica interceptada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), às 19:07 horas do dia 24 de agosto de 2011.
Cachoeira tomou ciência das investigações do jornal através do senador Demóstenes Torres (então do DEM, hoje sem partido). Às 10:24 horas do mesmo dia 24, o senador disse ao bicheiro:
“Me ligou uma repórter da Folha, fazendo uma investigação em cima da Delta em Goiás. Então… por conta do negócio lá do Rio… então eles espalharam repórter no Brasil em cima da Delta. Me ligaram perguntando se eu sabia alguma coisa, eu falei que não sabia de nada.”
À época, a Folha de São Paulo questionava os contratos, muitos deles sem licitação, assinados entre a empresa e o governo do estado do Rio de Janeiro. Cerca de dois meses antes, um acidente de helicóptero evidenciou a proximidade do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do proprietário da Delta, Fernando Cavendish.
Logo após ser informado por Demóstenes, Cachoeira repassou as informações a Cláudio Abreu que se desesperou e, rapidamente, buscou providências. Às 10:36 horas, Cláudio retornou a ligação para o contraventor:
“Já avisei aqui, rezei o pai nosso pra todo mundo… nunca viu vocês, não conhece, não trabalha essas pessoas aqui, nem você, nem Wlad, nem político vem aqui, nem nada.”
Em nova ligação, às 10:57, Claudio quer saber quem é o jornalista que procurou Demóstenes para tentar abafar o caso:
“Quem que é o cara da Folha que manteve contato? Quem que é o cara? Porque nós tamo bem com a Folha lá. Tamo trabalhando lá… saber quem que é o cara aqui pro chefe lá tentar abortar isso aí, né.”
Cachoeira respondeu que era uma mulher, mas que iria procurar saber mais detalhes.
Em outras duas ligações, ainda no dia 24, Claudio volta a cobrar informações do bicheiro. “Cê não tem nenhum caminho pra gente entrar dentro da Folha pra fazer uma interface dentro lá na Folha não, cara?” disse e completou:
“Igual cê fez com a gente na Veja”.

Carta Maior – Política – Delta pediu entrada na Folha à Cachoeira: “Igual cê fez com a gente na Veja”

06/05/2012

É vacina contra a Delta?

Filed under: Carlinhos Cachoeira,Construtora Delta,CPI da Veja,Isto é PSDB!,Paulo Preto — Gilmar Crestani @ 6:30 pm

É vacina contra a Delta?Foto: Haroldo Junior/Futura Press/AE

Governador Geraldo Alckmin vacinou José Serra contra a gripe neste sábado, mas o vírus que começa a rondar o Palácio dos Bandeirantes é a construtora de Fernando Cavendish; reportagens do fim de semana apontaram influência do bicheiro Carlos Cachoeira também em São Paulo

06 de Maio de 2012 às 07:44

247 – Geraldo Alckmin e José Serra nunca foram, propriamente, grandes amigos. Em 2006, quando Alckmin foi candidato à presidência da República, Serra se sentiu traído. Depois, instalado no governo paulista, Serra escanteou antigos aliados de Alckmin– que deu o troco, quatro anos depois. Neste sábado, em clima de campanha eleitoral, Alckmin decidiu vacinar Serra contra a gripe. Mas o vírus mais perigoso que se aproxima do Palácio dos Bandeirantes se chama Construtora Delta.

Reportagem da revista Istoé deste fim de semana aponta que a Delta começou a existir em São Paulo quando José Serra se tornou prefeito da cidade, em janeiro de 2005. Dois anos depois, a empreiteira de Fernando Cavendish foi carregada para o Palácio dos Bandeirantes, muitas vezes em contratos emergenciais, fechados sem licitação. Na semana passada, Alckmin disparou o alarme, ao dizer que contratos da Delta em São Paulo poderão ser revistos – mas, se o fizer, a decisão joga um problema para a candidatura de Serra em São Paulo.

A questão é que o Ministério Público já decidiu abrir investigação para apurar como se deu o crescimento da Delta em São Paulo. E o problema é que, ainda que a construtora tente circunscrever a Operação Monte Carlo ao Centro-Oeste, o bicheiro Carlos Cachoeira foi flagrado em conversas telefônicas tratando de negócios da Delta em São Paulo.

Leia, abaixo, a reportagem deste fim de semana da Istoé:

O esquema Cachoeira e o governo Serra

CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê

Pedro Marcondes de Moura

Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais, chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em Brasília, parlamentares que compõem a “CPI do Cachoeira” já tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar licitações e superfaturar obras. Na ligação (leia quadro na pág. 43), o bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish, oficialmente o dono da construtora, sobre “o negócio do Kassab”. Em seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo “triplicou o contrato”. Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. “Os depoimentos de Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das relações entre a empreiteira e políticos”, diz o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.

Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado. No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de “faz-tudo” de Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. “E aí, evoluiu aquele negócio?”, pergunta Jorge. “Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15”, responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1 bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No primeiro, a Delta foi desclassificada.

Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.

Segundo documentos obtidos por ISTOÉ, a obra da Marginal era acompanhada dentro do governo de São Paulo por Delson José Amador e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que no PSDB é identificado como um dos arrecadadores das campanhas eleitorais de Serra. Tanto Paulo Preto como Amador são citados na Operação Castelo da Areia, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com empreiteiras. Pelo lado da Delta, o responsável pelo gerenciamento da obra era o diretor da empreiteira para a região Sudeste, Heraldo Puccini Neto. Ele está foragido, após ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público do Distrito Federal. “A apuração sobre os contratos da Delta com o governo paulista pode levar ao caixa 2 dos tucanos em São Paulo”, afirma o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). “Não podemos nos limitar a fazer uma análise política”, diz o líder tucano Álvaro Dias (PR). “Devemos checar todos os contratos da Delta para saber de que forma foram celebrados e se os preços praticados foram justos. Afinal, a empresa foi a principal patrocinadora da relação do bicheiro Cachoeira com os recursos públicos.”

É vacina contra a Delta? | Brasil 247

05/05/2012

Cachoeira desceu a Serra

 

O esquema Cachoeira e o governo Serra

CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê

CONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira (acima) fala sobre
contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab

Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais, chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em Brasília, parlamentares que compõem a “CPI do Cachoeira” já tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar licitações e superfaturar obras. Na ligação  o bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish, oficialmente o dono da construtora, sobre “o negócio do Kassab”. Em seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo “triplicou o contrato”. Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. “Os depoimentos de Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das relações entre a empreiteira e políticos”, diz o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.

Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado. No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de “faz-tudo” de Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. “E aí, evoluiu aquele negócio?”, pergunta Jorge. “Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15”, responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1 bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No primeiro, a Delta foi desclassificada.

Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.

ELE DE NOVO

Então diretor da Dersa, Paulo Preto, o polêmico arrecadador tucano em 2010,foi o responsável por contratar a construtora Delta para obras viárias em São Paulo

Segundo documentos obtidos por ISTOÉ, a obra da Marginal era acompanhada dentro do governo de São Paulo por Delson José Amador e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que no PSDB é identificado como um dos arrecadadores das campanhas eleitorais de Serra. Tanto Paulo Preto como Amador são citados na Operação Castelo da Areia, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com empreiteiras. Pelo lado da Delta, o responsável pelo gerenciamento da obra era o diretor da empreiteira para a região Sudeste, Heraldo Puccini Neto. Ele está foragido, após ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público do Distrito Federal. “A apuração sobre os contratos da Delta com o governo paulista pode levar ao caixa 2 dos tucanos em São Paulo”, afirma o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). “Não podemos nos limitar a fazer uma análise política”, diz o líder tucano Álvaro Dias (PR). “Devemos checar todos os contratos da Delta para saber de que forma foram celebrados e se os preços praticados foram justos. Afinal, a empresa foi a principal patrocinadora da relação do bicheiro Cachoeira com os recursos públicos.”

NOVO INQUÉRITO

O MP de São Paulo encontrou indícios de conluio entre agentes públicos e a construtora Delta para fraudar licitações em obras realizadas na capital paulista. O promotor vai investigar contratos da gestão Kassab (abaixo)

Todas as informações são da matéria da revista IstoÉ deste sábado.

Os Amigos do Presidente Lula

03/05/2012

Denúncia que Veja não fez era a que mais valia a pena fazer

Posted by eduguim on 02/05/12 • Categorized as Análise

Impressiona a ingenuidade alegada pelos seguintes atores: Demóstenes Torres, Marconi Perillo e Policarpo Júnior/Veja. Todos esses alegam que “não sabiam” das atividades criminosas de Carlinhos Cachoeira. Todavia, o que a Polícia Federal vem revelando sobre as atividades criminosas do bicheiro, sua influência imensa nas instituições de Estado, tornam inexplicável a alegada ignorância desses atores.

Tudo fica ainda mais grave quando há um jornalista e um meio de comunicação que se dizem especializados em denunciar corrupção e que criticaram Lula e Dilma incessantemente por dizerem que não sabiam de corrupção no governo federal que em grande parte jamais foi comprovada.

Pergunta: com tanta expertise que Veja diz ter para desvendar corrupção, não é inverossímil que não tenha enxergado a maior matéria sobre o tema na última década? E ao dizer maior matéria, é pela dimensão da corrupção e pela fartura de provas.

A alegação de defensores da Veja de que as escutas da PF comprovariam “apenas” uma relação íntima entre “Poli” e Cachoeira agrava ainda mais a situação da revista porque essa relação entre o criminoso e ela, que alega ser campeã no combate à corrupção, permitiria que soubesse dos crimes que agora diz que desconhecia. Mas o que transparece é que estes foram acobertados para que Veja fosse informada de outros supostos crimes dos políticos aos quais se opõe.

Avaliando tudo que Veja e Demóstenes, ao menos, denunciaram contra adversários políticos sob informações de Cachoeira, pode-se concluir que muito pouco resultou em alguma coisa. O que resultou de reportagens como aquela que acusou José Dirceu de ter montado um “governo paralelo” em um hotel de Brasília? Algum ministro que a Veja “derrubou” no ano passado teve alguma coisa comprovada contra si no nível do que foi comprovado contra Cachoeira?

Ainda no caso dos ministros demitidos, onde estão as comprovações de que as denúncias que Cachoeira informou à Veja procediam? No caso do contraventor, a descoberta pela Polícia Federal do que os “investigadores” Demóstenes Torres e Policarpo Jr. não enxergaram resultou em prisão imediata dos envolvidos, ou seja, o que a Veja, seu editor e o senador “não sabiam” levou o bicheiro e dezenas de outros para a cadeia rapidamente.

Veja e Demóstenes tiveram nas mãos a chave para desmontar um esquema de corrupção imenso, mas trocaram tudo isso por denúncias inconclusivas contra adversários políticos. Fizeram vistas grossas para esquema de corrupção que espanta pela dimensão e gravidade. A grande reportagem investigativa que a Veja poderia ter feito, não fez. No mínimo, essas pessoas e a revista têm que explicar por quê.

Denúncia que Veja não fez era a que mais valia a pena fazer | Blog da Cidadania

01/05/2012

Veja a festa da quadrilha

Depois de José Roberto Arruda, Demóstenes Torres. Quanto custa uma página amarelada na Veja?

Quadrilha de Cachoeira festejou entrevista de Demóstenes sobre ameaça ao estado de Direito

publicado em 29 de abril de 2012 às 18:23

por MSC

Carlinhos Cachoeira festeja com Cláudio Abreu, o diretor da Delta, a entrevista de Demóstenes Torres nas páginas amarelas da Veja. Abreu lê trecho: situação descrita por Demóstenes põe em risco “o estado de Direito no Brasil”. Abreu registra que recebeu ligação de um inspetor da Receita Federal e que foi convidado para o estande de autoridades numa cerimônia relativa, presume-se, ao combate de produtos piratas. O bicheiro Cachoeira aparentemente tira um sarro, lembrando que Abreu traz produtos de fora, sem ser específico. O iPad de Demóstenes deu pau e o bicheiro promete dar um novo ao senador, para que se veja nas páginas amarelas. Na entrevista, que reproduziu em seu blog, o senador parceiro do bicheiro diz: “Defendemos uma política de segurança pública sem tantos benefícios aos detentos, como indultos e progressão de pena”.

Quadrilha de Cachoeira festejou entrevista de Demóstenes sobre ameaça ao estado de Direito « Viomundo – O que você não vê na mídia

24/04/2012

Delta e o Triste Fim de Policarpo Junior

Filed under: Carlinhos Cachoeira,Construtora Delta,CPI da Veja,Policarpo Júnior — Gilmar Crestani @ 8:57 am

 

Contratos da Delta estão na web. E as ligações do Policarpo?

Quem achava – e, sobretudo, quem escrevia nos jornais – que a presidenta Dilma Rousseff estava temerosa do que a CPI do Cachoeira pudesse descobrir sobre os contratos da empreiteira Delta com o Governo Federal, vai ter de arranjar outra história para contar.

Ela mandou e o Ministério dos Transportes colocou na internet todos os contratos entre Dnit e a empresa. Que vai ser auditada até à medula dos ossos.

Enquanto isso, continuam secretos os diálogos – seriam mais de 200 – entre o padrinho da Delta, aquele que a Veja chama de “empresário de jogos” e seu editor de escândalos, Policarpo Júnior.

Em matéria de transparência, o placar é de 100 a zero.

Por mais mistificação que se faça, os fatos vão deixando claro quem tem medo que aflore toda a verdade.

E ela vai surgir, revelando a central de conspiração Veja-Cachoeira, uma associação para obter vantagens. Econômicas para o bicheiro, políticas para a revista.

Uma relação de cúmplices  que já dura quase uma década.

Agora, por mais que tente abafar, a Veja é a protagonista do escândalo. Um escândalo que vai deixar o caso Murdoch parecendo brincadeira de criança.

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto

23/04/2012

O Delta da discórdia

Filed under: Construtora Delta,José Serra,SABESP — Gilmar Crestani @ 8:26 am

 

José Serra contratou a Delta para obras da propaganda milionária da SABESP

http://www.consorciodelta-araguaia.com/programa.html

Quem não se lembra da propaganda milionária da SABESP na TV Globo, em rede nacional, apesar da empresa só abastecer água em São Paulo? Aconteceu quando José Serra (PSDB/SP) era governador e já candidato a presidente.
Pois grande parte daquelas obras da SABESP foram contratos com a Delta Construções.
O governo federal já fez (desde o governo Lula) e continua fazendo auditorias nos contratos com a empreiteira para sanar irregularidades e exigir dinheiro de volta aos cofres públicos, se e quando for o caso.
E o governador Geraldo Alckmin não vai fazer o mesmo em São Paulo? Ou vai ficar só abafando a corrupção tucana na gestão de Serra, fazendo campanha para elegê-lo prefeito?

Os Amigos do Presidente Lula

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