Ficha Corrida

13/07/2015

Vossos heróis morreram de overdose e truculência

Filed under: Abuso de Poder,Cazuza,Hybris,Igor Romário de Paula — Gilmar Crestani @ 8:30 am
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Cazuza conhecia como ninguém os bastidores da política do final da ditadura. Para a juventude, a fuga do autoritarismo estava nas drogas. Em Ideologia, ele cantava:

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder

Delegados que se colocam acima das instituições nunca devem ter lido qualquer coisa que falasse a respeito da civilização grega. Senão teriam tomado conhecimento da expressão hybris. Mesmo os heróis, esses semideuses, não podem ultrapassar certos limites sob pena de sofrerem uma queda, uma punição. O descomedimento era um dos pecados. Aristóteles dava o nome de “justo meio”, o comedimento, que veio a ser a equidade. Nada disso se vê na relação espalhafatosa e sem a menor equidade na forma como são vazados uns e escondidos outros, na investigação Lava Jato. Os superpoderes também podem se tornar super podres. É o que parece estar acontecendo com quem se achava acima do bem e do mal, pensando que precisam dar satisfação às leis.

Bom senso. É tudo o que está faltando, até porque, os fins não justificam os meios. Muito menos os fins obscenos de torcida organizada em prol do Napoleão das Alterosas

Os heróis do Cazuza foram perseguidos pela ditadura. Houve um interregno em que a juventude, que seria o futuro do país, estava amordaçada ou fora do país. Os que ficavam, viajavam na coca. Agora os coxinhas golpistas veem seus heróis, ou viajam na coca, ou serviriam apenas para reimplantar a ditadura. E… estão morrendo de overdoses. Doses das mais diversas. Uma dela, a do excesso de poder.

Nova denúncia de abuso na Lava Jato desafia Cardozo

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Publicada discretamente na edição deste domingo da Folha de S. Paulo, reportagem do jornalista Aguirre Talento informa que um delegado da Polícia Federal, enviado a Curitiba para apurar a denúncia de grampo clandestino na cela do doleiro Alberto Youssef, apontou, em relatório interno, manipulação das provas da Lava Jato; "Sugiro que o MPF [Ministério Público Federal] reanalise as provas, inclusive a sindicância da escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas antes constituídas", escreveu o delegado Mário Fanton, que fez acusações diretas a Igor Romário de Paula (à esq.), delegado à frente da Lava Jato; não se sabe ainda o que o ministro José Eduardo Cardozo fará com o relatório

12 de Julho de 2015 às 19:28

247 – No início de julho, numa das sessões da CPI da Petrobras, o delegado Dalmey Fernando Werlang denunciou que os responsáveis pela Operação Lava Jato haviam utilizado provas ilícitas – notadamente, a partir de um grampo clandestino instalado na cela do doleiro Alberto Youssef (leia artigo de Paulo Moreira Leite a respeito).

Agora, uma nova denúncia, publicada discretamente na edição da Folha de S. Paulo deste domingo, aponta outro suposto abuso que teria sido cometido pelos investigadores. Segundo reportagem do jornalista Aguirre Talento, o delegado Mário Fanton, que foi a Curitiba realizar uma sindicância sobre o grampo supostamente ilegal, denunciou pressões recebidas de colegas, lotados no Paraná, para abafar o caso.

No relatório, Fanton citou explicitamente o delegado Igor Romário de Paula, que tem se colocado à frente da Lava Jato, a quem acusou de querer "manipular as provas".

"Sugiro que o MPF [Ministério Público Federal] reanalise as provas, inclusive a sindicância da escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas antes constituídas", escreveu Fanton.

Esses novos fatos ampliam a pressão sobre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que vem sendo cobrado por advogados e aliados políticos a tentar conter eventuais abusos na Lava Jato.

Leia, aqui, a reportagem de Aguirre Talento.

Nova denúncia de abuso na Lava Jato desafia Cardozo | Brasil 24/7

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