Ficha Corrida

25/09/2015

Dallagnol compara a Lava Jato à Alemanha Nazista

OBScena: cartaz nazista denunciando a corrupção na Alemanha Nazista, qualquer semelhança é mera coincidência

nazismo - cartaz nazista denunciando corrupção no governo alemãoTodos sabemos que Hitler não era alemão mas austríaco, terra também de outro grande personagem da História, Freud. A comparação, como diria o pai do “psicanalhismo” moderno, foi um tremendo ato falho. Faz todo sentido quando vemos a marcha dos zumbis, aos quais Dallagnol faz coro, portando suásticas. A descoberta recente a respeito da Volkswagen também não recomendaria qualquer comparação com a Alemanha. Mas fazer o quê quando o inconsciente fala mais alto…

Será coincidência que as posições de Dallagnol se assemelham às de Gilmar Mendes, que chamou o TSE de Tribunal Nazista?! Por que esta obsessão com o pessoal de Goebbels!?

Se o pessoal da Lava Jato é profissional honesto, decente e competente precisamos urgente uma CPI para investigar o que está acontecendo com os demais. Tenho a impressão, quando vejo o périplo Bob Esponaja do MPF por Igrejas, MBL, que prega o impeachment, que foi colocado na Lava Jato para melar a investigação. Diante de tamanha imbecilidade, só não me venham dizer que a indicação se deve ao nível de sua inteligência.

Aliás, os três patetas (Igor Romário de Paula, Carlos Fernando Lima, Deltan Dallagnol) deixam os originais, como se dizia antigamente, no chinelo…

Dallagnol: Lava Jato irá se reinventar como a Alemanha

Coordenador da força-tarefa da investigação da Lava-jato no Ministério Público Federal no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, lamentou a decisão do STF de fatiar as investigações da operação: “Agora, temos que nos aprender a nos reinventar, nós devemos nos adaptar à realidade, a realidade está posta e como pessoas, como países que sofrem derrotas, como a Alemanha que sofreu derrotas na primeira e na segunda guerra, nós devemos ser capazes de ser maleáveis e nos reerguer e lutar para continuar construindo um país melhor para nós e para as futuras gerações”

25 de Setembro de 2015 às 06:31

247 – O coordenador da força-tarefa da investigação da Lava-jato no Ministério Público Federal no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, lamentou a decisão do Supremo Tribunal Federal de fatiar as investigações da operação. Segundo ele, foi uma derrota para o grupo.

“É claro que a investigação acaba sofrendo com a sua divisão. Nós vamos lutar e trabalhar arduamente para que não haja grandes perdas. Pelo contrário, para que consigamos agregar, a partir dessa derrota que nós tivemos no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Em Nova York representando a força-tarefa do Ministério Público Federal no prêmio Global Investigation Review, ele citou o caso da Alemanha na Segunda Guerra dizendo que a Lava Jato vai se "reinventar":

“Agora, temos que nos aprender a nos reinventar, nós devemos nos adaptar à realidade, a realidade está posta e como pessoas, como países que sofrem derrotas, como a Alemanha que sofreu derrotas na primeira e na segunda guerra, nós devemos ser capazes de ser maleáveis e nos reerguer e lutar para continuar construindo um país melhor para nós e para as futuras gerações”, completou.

Leia aqui reportagem de Catarina Alencastro sobre o assunto.

Dallagnol: Lava Jato irá se reinventar como a Alemanha | Brasil 24/7

22/09/2015

Ultracrepidanismo

PetrobrásCiranda, cirandinha iam todos cirandar, mas Teori não é de vidro e o golpe paraguaio vai se quebrar.

As declarações que estão na imprensa não dizem respeito ao combate à corrupção, mas da caça ao Lula. O procurador deixou bem claro que não se trata de investigar a corrupção na Petrobrás. O negócio dele é tentar botar na conta do grande molusco e todo e qualquer malfeito que exista no Brasil. Por esta e por outras é que Alckmin botou a culpa do racionamento d’água no Governo Federal.

Neste rumo da raciocinada, ainda falta provar, mas a “literatura jurídica me permite” concluir, que Lula foi o artífice da compra da reeleição. Bastaria uma exame de DNA para provar que Lula também é o pai do filho da Miriam Dutra.

Se não houver engano José Dirceu era o chefe da casa civil quando um pessoal da pesada começou a agir no “limite da responsabilidade”. A se acreditar no ministro do Tribunal Nazista, o pó do helipóptero era para financiar a campanha da reeleição do PT até 2038, ano em que, segundo a Veja, os estádios da copa estariam prontos… 

Neste samba do crioulo doido há espaço até pra o casamento dos vaticínios da velha dupla caipira, Veja & Gilmar Mendes… o fatídico ano em que Aécio, desintoxicado, chegará ao poder: 2038!

Ah, sim, a pasta rosa foi um presente do José Dirceu ao Lula para comemorar o contrato com a Raytheon

Portanto, o mundo gira e a lusitana roda. Já a cirandinha tem que botar todos os gatos no balaio do Carlos Fernando Lima, afinal a chicana “foi feito pra isso, sim”. Prender Dirceu era pouco e se acabou. Agora e Lula é lá me vou…

O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

O STF deve baixar a súmula do Ultracrepidanismo. Em palavras ainda mais difíceis, "Sutor, ne ultra crepidam", mas no popular do Apeles, "sapateiro, não vá para além da sandália"

Por determinação da Casa Civil, as empresas da Lava Jato distribuíram doações eleitorais na forma do gráfico abaixo:

Doações da Lava Jato

Teori decide fatiar julgamento da Lava Jato

Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu redistribuir as ações relacionadas ao setor elétrico para outro ministro; ele diz ainda que o fato de ser elator da Lava Jato não o torna prevento a julgar "todos os casos de corrupção do país"; tese bate de frente com a posição dos procuradores da força-tarefa paranaense; "Pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos", disse o procurador Carlos Fernando Lima; "Não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema", afirmou

22 de Setembro de 2015 às 03:57

Brasília 247 – Uma decisão tomada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, bate de frente com a posição adotada pela força-tarefa do Paraná, sobre os rumos da Operação Lava Jato.

Segundo informa a colunista Vera Magalhães, Teori decidiu fatiar as investigações da Lava Jato e redistribuir os fatos relacionados ao setor elétrico para outro ministro:

Eletrolão não é aqui

Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), vai apresentar ofício à presidência da corte para que a parte da operação referente ao setor elétrico seja redistribuída para outro ministro. Repetirá –em escala bem maior– decisão que tomou na semana passada, quando devolveu inquérito contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) por não ver relação com o petrolão. O entendimento contraria o adotado pelo juiz Sergio Moro e pelo Ministério Público Federal.

Jurisprudência Teori tem dito que não existe prevenção (competência de um juiz para julgar ações relacionadas a outras sob sua jurisdição) quando há só encontro fortuito de provas –ou seja: a ligação entre os fatos é tênue.

Universal? Com os colegas, o ministro brinca que ser relator da Lava Jato não o torna prevento a julgar "todos os casos de corrupção do país".

Ontem, em entrevista coletiva, o procurador Carlos Fernando Lima demonstrou preocupação com a decisão de Teori. "Pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos", disse o procurador Carlos Fernando Lima; "Não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema", complementou (saiba mais aqui).

Teori decide fatiar julgamento da Lava Jato | Brasil 24/7

21/09/2015

Para fugir da prisão, corrupção deve se filiar ao PSDB

Doações da Lava Jato

A corrupção tem saída. Basta se filiar ao PSDB. Alias, em se filiando, sequer será investigada!

Lula não tem saída. Ele é e sempre foi O alvo. A perseguição ao grande molusco é a medida de todos os atos. E todos os caçadores não deixam dúvidas, sejam em atos como em declarações.

Será que se Lula se filiar ao PSDB eles o deixam em paz?!

Todo mundo sabe que foi na Casa Civil do Governo Federal que se determinou quanto o PSDB e o PMDB receberiam das empresas investigadas na Lava Jato… O Verissimo resolveu esta parada de forma magistral, leia AQUI.

Decisão do STF ‘pode ser o fim da Lava Jato’

:

Procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que atua na Operação Lava Jato, questionou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, "pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos"; temor é que o desmembramento das investigações que não possuem conexão direta com os desvios ocorridos na Petrobras, de maneira que possam ser julgadas por outros ministros da Corte, acabe atrapalhando as investigações e a punição dos envolvidos; "Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema", disse

21 de Setembro de 2015 às 19:24

247 – O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos membros da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse estar preocupado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que desmembrou os casos que não possuem conexão direta com a investigação da corrupção na Petrobras. "Pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos", disse o procurador.

A observação do procurador tem a vem com as suspeitas de desvios no Ministério do Planejamento que envolvem a senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR). Na semana passada, o ministro do STF Teori Zavascki dividiu a investigação por entender que as suspeitas contra Gleisi não estão diretamente relacionadas com a Operação Lava Jato. Com a decisão, o caso foi parar nas mãos do ministro Dias Toffoli.

O risco, segundo o procurador, é que os novos desdobramentos que não tratem da Petrobras sejam direcionados para outras varas federais e não sejam mais conduzidas pela força-tarefa.

"O que queremos mostrar é que não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela", destacou o procurador em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. "Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema", afirmou.

Decisão do STF ‘pode ser o fim da Lava Jato’ | Brasil 24/7

11/08/2015

Lava Jato está comendo boi aos bifes

Você trocaria um o boi de 142 bilhões por um de 500 milhões de reais?!

boi aos bifesEstive no evento que tratou das experiências nos EUA e no Brasil no combate à corrupção de que participaram o Juiz Federal Sérgio Moro e o Professor do College of Law, na Virgínia/EUA, Paul Marcus.  O professor ianque trouxe uma contribuição muito americana. Lá, os juízes são nomeados pelo Executivo, fato que passou batido por razões óbvias…

Isto é, estão lá para servirem ao executivo. A plebe ignara e embevecida não se deu conta desta informação trazida pelo professor. Como também não se deu conta de outra característica típica norte-americana que perpassa até na aplicação da justiça. Nos EUA o habeas corpus se chama fiança. Quem paga tem, quem não tem não paga. A liberdade é uma questão monetária. No dia 03/06/2015, a Folha publicou: “Presidente da Traffic USA pagou quase R$ 16 milhões de fiança nos EUA”. Isto é, cinco milhões de dólares é um critério de justiça? Quem tem, paga.

O professor Paul Marcus trouxe outro dado muito interessante. Por lá se discute o custo do processo versus retorno econômico.  Usando um caso bem brasileiro, a Receita Federal não move ação de Dívida Ativa para valores inferiores a R$ 10 mil reais. O custo é maior do que o benefício.

Agora vejamos o custo desta corruptela linguística chamada Lava Jato. Em bom português seria “lava à jato”…

Segundo o insuspeito, porque parceiro da Lava Jato, G1 da Globo, neste 11/08/2015, “Os impactos diretos e indiretos da Operação Lava Jato na economia podem tirar R$ 142,6 bilhões da economia brasileira em 2015, o equivalente a uma retração de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto.”

O Estadão, outro parceiro de vazamentos da Lava Jato, fez publicar matéria, com base em informações dos procuradores, que  o “País vai recuperar R$ 500 milhões com delações na Lava Jato, diz força-tarefa”.

Vamos dar de barato que se trata de um processo imparcial, então haveria um ganho institucional que é o combate à corrupção. Neste caso o benefício é incomensurável.

Contudo, se, e como em tudo há um “se”, o ganho institucional da corrupção tiver de dividir seu bônus com o ônus dos vazamentos seletivos, da parcialidade acusatória? Qual é o ganho?

Há ainda a comparação com a Operação Mãos Limpas trazida a luz pelo próprio Juiz Sérgio Moro. Do meu ponto de vista a comparação é apropriada mas com sentido diverso. Se por um lado há similaridade no combate à corrupção, por outro a parceria com a mídia traz um dado assustador. É mais do que notório que  Sílvio Berlusconi domina, por meio da Mediaset, o mercado midiático italiano, seja tvs, rádios, jornais, revistas e editoras de livros. É uma espécie de Roberto Marinho à italian. A parceria do Antonio Di Pietro com Berlusconi eliminou os principais atores políticos. O resultado disso foram 20 anos de Sílvio Berlusconi de Primeiro Ministro. Sua Liga Norte, também conhecida como Forza Itália, de matiz nazifascista quebrou a economia italiana e transformou o parlamento num puteiro. Para vingar as mortes de Giovanni Falcone e Paolo Borselino, a Operação Mãos Limpas eliminou o mundo político mas a máfia continua viva e forte como se pode acompanhar pela página do Roberto Saviano.  Ou mesmo diariamente pelas páginas dos principais jornais italianos. A corrupção, aliás, foi o ponto alto das sucessivas administrações Berlusconi. Lá como cá o erro reside no fato de pessoas estranhas ao mundo político quererem fazer política com instrumentos legais.

Ah, Antônio Di Pietro virou político inexpressivo… Em 1998 fundou seu partido e por um ato falho chamou de “Italia dei Valore”. Valia tanto que o abandonou em 2014. Claro, como um inútil da política, rechaçado pelo povo, se declara nem de direita nem de esquerda. Certamente ele não leu o conterrâneo Norberto Bobbio, que em seu livro “Direita e Esquerda” diz que enquanto houver dia e noite haverá direita e esquerda. No Brasil, o DEM e seus seguidores se dizem apolíticos, nem de direita nem de esquerda.…

No Estadão, em artigo publicado no dia de hoje, o procurador Carlos Lima, defende a ressurreição da teoria Domínio do Fato. Coitado do Claus Roxin, vai ter de ouvir novamente a jurisprudência Assas JB Corp.: “Foi feito pra isso, sim”.

E assim chego ao título deste post. Todos as prisões e delações não se esgotam em si mesmas, antes servem para se chegar, nas palavras do procurador “aparato político que criou tal esquema criminoso”. Não é sintomático que o novo defensor da Teoria do Domínio do Fato não cita seu principal desenvolvedor?  Por que alguém sempre cioso em fixar datas, artigos, leis, precedentes esquece o autor da teoria objeto de seu artigo?  A literatura jurídica me permite, assim como permitiu à Rosa Weber, dizer que que não se trata de ato falho, mas totalmente consciente, na medida que o próprio autor tem conhecimento que Claus Roxin criticou o uso que o STF fez da Teoria Domínio do Fato….

Diante do modus operandi, forte na seletividade dos vazamentos, “a literatura jurídica me permite” concluir que a Teoria Domínio do Fato, na forma como apresentada pelo Procurador no artigo publicado no Estadão, também se encaixa perfeitamente sobre a organização envolvida na Operação Lava Jato. Podemos tirar, se acharem melhor

Por isso, as prisões atuais e as delações são bifes para se chegarem ao boi. Os empresários e administradores presos são contabilizados como perdas colaterais, funcionam como bois de piranha. O prêmio está marcado a ferro é fogo, é Lula.

PS. Há um grande equívoco, não sei se intencional ou não, em atribuir toda responsabilidade ao Juiz Sérgio Moro. Esquecem que todos os recursos submetidos às instâncias superiores resultaram no endosso da sua condução do processo. Além disso, não houve e não há a mínima interferência do Poder Executivo, seja escolhendo procurador afinado com o Executivo, como fez FHC com Geraldo Brindeiro, seja através da Polícia Federal, também como fez FHC. Pela primeira vez na história deste país as instituições estão atuando, não digo harmônicas, mas de forma independente. Infelizmente, a seletividade leva a coisas como esta dita pelo deputado gaúcho do PSDB, Jorge Pozzobom: “Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso”.

02/07/2015

Nem Lula nem José Serra

raposa-galinheiroTão logo a Presidenta reage aos contínuos vazamentos, a Folha recruta seu estafeta para se defender. Ou teria sido ele que vestiu o chapéu o correu à procura da Folha para dar satisfação?!

A parceria entre os cabos eleitorais do Aécio Neves e os grupos mafiomidiáticos fica mais uma vez provado com esta entrevista. Eles já falam mais nos espaços mafiomidiáticos  que nos autos. E vazam, como vazam! E os vazamentos são “indícios” de que têm direção certa…

A Revista Istoé já fez uma matéria explicando quem é  Carlos Fernando Lima, confira:  Raposa no galinheiro. Mas podemos tirar, se achar melhor

Se indícios valessem para todo mundo, este delegado também teria sido preso, não é mesmo?!

Mas a Folha também esqueceu de perguntar por que se “Neste momento, não falamos de provas, mas de indícios” os executivos estão presos.

Exatamente quando José Serra se aproveita dos ataques à Petrobras para entrar com um projeto com vistas à entrega-la, à sorrelfa, à Chevron, o procurador fala em Judas. Isto é mais que indício. É uma triste coincidência.

Suspeita é condição suficiente para levar alguém a prisão? Sei não, mas acho que faltei à esta aula. Aprendi no curso de Direito que para se levar alguém à prisão, na regularidade da democracia, haveria de ter se provas. Agora descubro que também se pode prender apenas por indícios.

Golpe? Só indícios…

“ENTREVISTA – CARLOS FERNANDO LIMA

Não existe Jesus Cristo nem Judas no petrolão

Ideólogo das delações da Lava Jato diz que colaboração de Ricardo Pessoa, no STF, desmonta tese de coação de réus

GRACILIANO ROCHADE SÃO PAULO

Ideólogo e principal negociador das delações premiadas da Operação Lava Jato no Paraná, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que a presidente Dilma Rousseff fez uma "comparação infundada" ao igualar a Joaquim Silvério dos Reis, o traidor de Tiradentes, os delatores que negociaram com a Justiça em troca de redução de pena no caso do petrolão.

Segundo ele, a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, desmonta a tese de advogados de que prisões preventivas viraram instrumento de coação. Lima diz que não existem indícios suficientes para investigar Lula, mas que a situação de José Dirceu ficou "muito difícil".

Folha – Como o sr. interpreta as declarações da presidente Dilma Rousseff que comparou delatores da Lava Jato a Joaquim Silvério?
Carlos Fernando Lima – A comparação com Joaquim Silvério ou com Judas Iscariotes, como já vi, é totalmente infundada porque não vivemos nem na Roma imperial nem nos tempos de Maria Louca [rainha de Portugal, 1777-1816]. Vivemos na democracia. Como não há [entre delatados da Lava Jato] nem Jesus Cristo nem Tiradentes, não há entre os delatores nem Judas nem Silvério.

Advogados de defesa vêm reiterando que as prisões preventivas decretadas pelo juiz Sergio Moro são uma forma de coagir para obter delações.
É absolutamente inverídico. Dois terços das delações feitas foram de pessoas sem foro, que não estavam presas. Seria o caso da delação do Ricardo Pessoa, por exemplo, que se deu no STF. As pessoas optam por colaborar muito mais medo do processo e da prisão no futuro do que pelo encarceramento preventivo.

Qual o impacto da delação do Pessoa para as investigações?
Não sei até onde ela existe e os elementos colhidos. O que vejo são notícias a respeito. O que tranquiliza é que foi feita com o empresário com a garantia de um habeas corpus –o derruba a tese de que prisões são decretadas para coagir. Se ele estava solto e decidiu delatar é porque sabe o nível de prova. É uma delação que nos fortalece porque não foi feita pela nossa força-tarefa em Curitiba nem homologada pelo juiz Moro. Portanto, nenhuma pecha que as defesas usam para denegrir as investigações se aplica.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) também aventou possibilidade de anulação da delação premiada se ficar comprovado que Pessoa deu informações falsas.
Fico preocupado quando vejo que alguns advogados considerem o Ministério da Justiça como uma extensão de seus escritórios. O ministério deveria agir como órgão superior do Executivo que tem encargo de providenciar meios materiais para que a Justiça seja feita.

O ex-presidente Lula tem dito a pessoas próximas que é o próximo alvo da Operação Lava Jato. Ele é?
Não há investigação sobre o ex-presidente. O que existe é investigação sobre prestadoras de serviços para as empreiteiras. Entre elas, surgiu o nome da empresa dele, a Lils. A princípio, nenhum colaborador ou análise indica que as palestras dele não foram prestadas. O fato de estar na lista de prestadores não caracteriza crime.

Mas a empresa do ex-ministro José Dirceu também recebeu de empreiteiras e ele é investigado.
Ele [Dirceu] recebeu de empresas que operavam lavagem de dinheiro. Uma coisa é receber da Camargo Corrêa ou UTC e ter justificativa. Agora, receber da Jamp Engenharia [do lobista e delator Milton Pascowitch], aí fica difícil.

Em nota e por meio de advogados, a Odebrecht diz que não existem provas que sustentem a prisão de seus executivos.
Temos elementos significativos das atividades da Odebrecht na direção do cartel e no pagamento de propina no exterior. Não temos dúvidas que o Marcelo Odebrecht mantinha contato muito próximo com os executivos do grupo nas atividades de cartel e corrupção. Tanto é verdade que o pedido de habeas corpus dele foi rejeitado, também, pelo Tribunal Regional Federal. Neste momento, não falamos de provas, mas de indícios.

Colaborou FLÁVIO FERREIRA, de São Paulo

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