Ficha Corrida

19/07/2013

Médicos querem transformar medicina em capitania hereditária

Filed under: Capitania Hereditária,Médicos sem Vergonha — Gilmar Crestani @ 10:26 pm
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Raízes do Brasil: no levante dos bisturis, ressoa o engenho colonial

Credite-se à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo.
A seleta inclui a resistência histórica à retificação de uma das piores estruturas de renda do planeta.
Ademais de levantes bélicos (32,62,64 etc) contra qualquer aroma de interferência num patrimônio de poder e riqueza acumulado por conhecidos métodos de apropriação.
O repertório robusto ganha agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso.
A rebelião dos médicos contra o povo.
Sim, os médicos, aos quais o senso comum associa a imagem de um aliado na luta apela vida, hoje lutam nas ruas do Brasil.
Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos’, que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste.
A iniciativa federal tem uma dimensão estrutural, outra emergencial.
A estrutural incorpora as unidades de ensino à política de saúde pública. Prevê um currículo estendido em dois anos de serviços remunerados no SUS.
Prevê, ademais, investimentos que dotem os alvos emergenciais de estruturas dignas de atendimento.
A ação transitória requisitará contingentes médicos, cerca de 10 mil inicialmente, para servir em 705 municípios onde o atendimento inexiste.
Ou naqueles aquém da já deficiente média nacional de 1,8 médico por mil habitantes ( na Inglaterra, pós Tatcher, diga-se, é de 2,7 por mil).
Enquadram-se neste caso outros 1.500 municípios.
O salário oferecido é de R$ 10 mil.
O programa recebeu cerca de 12 mil inscrições.
Mas o governo teme a fraude.
A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma corrente de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de médicos estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência.
Consumada a barragem, desistências em massa implodiriam o plano do governo no último dia de inscrição.
Desferir o golpe de morte com a manchete do fracasso estrondoso caberia à mídia, com larga experiência no ramo da sabotagem antipopular e antinacional.
A engenharia molecular contra a população pobre constrange o Brasil.
Cintila no branco da mesquinhez a tradição de uma elite empenhada em se dissociar do que pede solidariedade para existir: nação, democracia, cidadania.
O boicote ao ‘Mais Médicos’ não é um ponto fora da curva.
Em dezembro de 2006, a coalizão demotucana vingou-se do povo que acabara de rejeita-la nas urnas.
Entre vivas de um júbilo sem pejo, derrubou-se a CPMF no Congresso.
Nas palavras de Lula (18/07):
"No começo do meu segundo mandato, eles tiraram a CPMF. Se somar o meu mandato mais dois anos e meio da Dilma, eles tiraram R$ 350 bilhões da saúde. Tínhamos lançado o programa Mais Saúde. Eles sabiam que tínhamos um programa poderoso e evitaram que fosse colocado em prática".
As ruas não viram a rebelião branca defender, então, o investimento em infraestrutura como requisito à boa prática médica, ao contrário de agora.
A CPMF era burlada na sua finalidade?
Sim, é verdade.
Por que não se ergueu a corporação em defesa do projeto do governo de blindar a arrecadação, carimbando o dinheiro com exclusividade para a saúde?
O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados.
Encara-se o privilégio de classe como o perímetro da Nação. Aquela que conta.
O resto é sertão.
A boca do sertão, hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado.
O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas, nos anos 40, rumo ao Roncador.
Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo.
O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial.
O fastígio macabro fundou a indiferença da casa-grande aos estalos, gritos e lamentos oriundos da senzala ao lado, metros à vezes, da sala de jantar.
Por que os tataranetos se abalariam com a senzala das periferias conflagradas e a dos rincões inaudíveis?
Ninguém desfruta 388 anos de escravidão impunemente.
Os alicerces do engenho ficaram marmorizados no DNA cultural das nossas elites: nenhum compromisso com o mundo exterior, exceto a pilhagem e a predação; usos e abusos para consumo e enriquecimento.
A qualquer custo.
O Estado nascido nesse desvão tem duas possibilidades aos olhos das elites: servi-la como extensão de seus interesses ou encarnar o estorvo a ser abatido.
A seta do tempo não se quebrou, diz o levante branco contra o ‘intervencionismo’.
O particularismo enxerga exorbitância em tudo o que requisita espírito público.
Mesmo quando está em questão a vida.
Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras’ tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas’, como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pela revolta dos bisturis.
Jalecos patrulham as fronteiras do engenho corporativo; dentro delas não cabem os pobres do Brasil.

Postado por Saul Leblon às 10:33

Carta Maior – Blog das Frases – Raízes do Brasil: no levante dos bisturis, ressoa o engenho colonial

02/08/2012

Os assassinados pela PM do PSDB

Filed under: Assassinato,Capitania Hereditária,Isto é PSDB!,São Paulo — Gilmar Crestani @ 8:42 am

E aí se justifica porque o “Inacreditável, Clovis Rossi admite aliança entre PSDB e PCC. Parece que o PCC só mata bandido, já a PM do PSDB… A Segurança Pública é um das poucas atribuições constitucionais dos Estados. O PSDB está no poder em São Paulo desde o Brasil Império. E deu nisso.

Os assassinados pela PM paulista

Enviado por luisnassif, qua, 01/08/2012 – 22:47

Por evandro condé de oliveira

Quando a diferença entre marginais e políciais é apenas o uniforme. E, em tempo, dá para omaginar como a polícia investiga.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/08/inconformado-pai-investiga

Um pai inconformado resolveu investigar por conta própria a morte do filho, registrada inicialmente há um mês como resistência a uma abordagem da polícia. Depois da investigação feita por Daniel de Oliveira, que é de Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo, cinco policiais militares suspeitos foram presos, como mostrou o Bom Dia São Paulo desta quarta-feira (1º).

O filho de Daniel, Cesar Dias de Oliveira, foi morto em uma abordagem policial feita na Vila Dalva, na Zona Oeste da capital paulista, na madrugada de 1º de julho, enquanto passava de moto na companhia de um amigo, que também foi assassinado. Os rapazes tinham 20 anos.

De acordo com a versão apresentada pelos policiais na delegacia, eles fizeram sinal para a moto parar. Os rapazes fugiram e o garupa fez disparos. Pouco depois, Cesar, que era o dono da moto e estava na direção, perdeu o controle, caiu e ainda atirou.

Durante a abordagem, Cesar tomou um tiro na virilha. A marca do disparo ficou no documento da moto que o rapaz costumava levar no bolso da frente da calça. Ele foi levado para um hospital em Osasco, na Grande São Paulo, mas o jovem chegou morto ao hospital, com mais quatro tiros.

A investigação do pai começou logo depois que o pai deixou o hospital para onde o filho foi levado. Ele foi até o local do crime e começou a juntar as pistas que contribuíram para a prisão dos PMs no início desta semana. À medida que as provas eram reunidas, a versão dos policiais ficou mais frágil.

Daniel tatuou o rosto do filho no braço. "Meu filho foi herói, porque ele não era bandido. No nosso coração, ele vai ser sempre o nosso meninão, humilde, com o coração de criança", afirmou.

Os policiais militares presos atuavam na cidade de Osasco e abordaram os jovens na Zona Oeste da capital – um desses policiais é sargento. Em nota, a PM informou que a Corregedoria da corporação e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigam o caso.

Os assassinados pela PM paulista | Brasilianas.Org

20/07/2012

Política do “prende, esfola, mata”

Filed under: Assassinato,Capitania Hereditária,Isto é PSDB!,São Paulo,Violência — Gilmar Crestani @ 8:23 am

Quando a PM paulista mata, ou é bandido, ou pede desculpas. Não precisava ser assim, mas esta é a política de segurança implantada pelo PSDB. Qualquer semelhança com aquela implantada pela Yeda Crusius no Rio Grande do Sul não é mera coincidência. Lembrem-se, a PM gaúcha matou um Elton Brum à queima-roupa, pelas costas, fato que levou a RBS a comemorar. Esta é a política de segurança pública que primeiro atira para depois se perguntar se havia necessidade: “prende, esfola, mata”, não necessariamente nesta ordem.

Saiba mais sobre a onda de violência que assola São Paulo:

Insegurança pública 

O jeito tucano de governar

Faxina à moda do PSDB

Isto é PSDB!

PM erra, mata empresário e pede desculpas

Vítima ignora ordem de parada, é perseguida e morta com tiros na cabeça; policiais dizem ter confundido celular com arma

Disparos foram feitos a curta distância quando o veículo parou em rua do Alto de Pinheiros, bairro nobre da capital

GIBA BERGAMIM JR.
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39, foi morto por policiais militares com dois tiros na cabeça anteontem à noite, quando, segundo a PM, fugia de um cerco no Alto de Pinheiros, área nobre da zona oeste paulistana.

Ao menos sete tiros foram disparados pelos policiais -todos de curta distância, conforme análise preliminar da perícia. Os PMs disseram ter confundido o telefone celular de Aquino com uma arma.

O empresário voltava em seu Ford Fiesta da casa de um amigo, em Alphaville (Barueri, na Grande SP), quando, afirma a polícia, ignorou ordem de parar feita por PMs próximo à rua Natingui, na Vila Madalena (zona oeste).

Carros e motos da PM se envolveram na perseguição, que durou cerca de dez minutos e terminou na avenida das Corujas, em trecho com pouca iluminação e muitas árvores. Segundo a polícia, o carro de Aquino chegou a ser perdido de vista até ser interceptado pela Força Tática.

Dois soldados e um cabo foram presos em flagrante e indiciados sob suspeita de homicídio doloso (com intenção).

No Fiesta, havia quatro estojos deflagrados de pistola.40 -o que reforça que os disparos foram de muito perto. Também foram achados no carro o celular da vítima -no assoalho- e 50g de maconha. De acordo com a polícia, ninguém testemunhou o crime.

REPERCUSSÃO

O caso gerou grande repercussão, o que fez um tenente da PM ir à casa do empresário, na Vila Madalena -ele pediu "perdão" aos familiares e disse "estar envergonhado". O tenente é do mesmo batalhão dos PMs envolvidos.

Mais tarde, o comandante-geral interino da PM paulista, coronel Hudson Camilli, pediu desculpas publicamente à família de Aquino e à sociedade, embora tenha dito que, "tecnicamente", a operação dos PMs "foi correta".

O episódio também levou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a emitir nota lamentando a morte e a convocar o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, para reunião. O secretário não falou sobre o caso.

O advogado dos policiais, Fernando Capano, disse que o clima de tensão vivido pelos PMs nos últimos meses, quando oito deles morreram em crimes com características de encomendado, pode ter influenciado o comportamento deles na abordagem.

Para ele, embora o desfecho tenha sido "trágico e triste", os PMs agiram "no estrito cumprimento do dever".

03/06/2012

São Paulo, a roda presa do Brasil. 18 anos de tucanismo

Filed under: Capitania Hereditária,Putaria Tucana,São Paulo — Gilmar Crestani @ 8:59 am

Saiu na capa do Agora, o único jornal de São Paulo que presta:
“Com 295 km, trânsito bate record histórico na capital”
Na pág. A6:
“Ladrões fazem segundo arrastão a restaurante na mesma rua.”
(A rua é a do Otavinho, dono do jornal, e a poucos metros da rua do Farol de Alexandria.)
(O restaurante atacado, o Carlota, é um dos templos do tucanato local.)
(Interessante foi a explicação do coronel da PM pago para evitar arrastões: “O que aconteceu nesses restaurantes não é arrastão. Arrastão surgiu nas praias do Rio – parece aquela quatrocentona da Folha (*) , que adora o Copacabana Palace – e ele é o crime em deslocamento (sic) … Em São Paulo são “roubos com muitos autores e múltiplas vítimas”.)
Outro jenio !
Nesta noite de sexta-feira, o ansioso blogueiro e a família foram jantar em excelente restaurante que fica a três quarteirões dos arrastados.
Estava vazio como o Álvaro Dias de ideias.
Saiu no Agora, nesta mesma edição, na pág A4:
“Passageiro anda ao lado de trilho após pane do metrô (Outra ! – PHA) “
“Trem da linha 1-Azul travou e teve de ser esvaziado. Usuários andam em caminho de emergência”.
Os tucanos constroem menos de 2km por ano de metrô.
No encontro com blogueiros sujos, que a Folha (*) noticiou com ares de denúncia, Fernando Haddad avisou que o “caos no trânsito” é um dos motes de sua vitoriosa campanha.
O Cerra, amigo navegante, precisa equilibrar, agora, uma nova garrafinha no malabar em que transformou sua campanha: os 60% do Pagot.
Será que o Pagot tem razão ?
Esse ansioso blogueiro tem as suas dúvidas.
Mas, isso, o Cerra esclarecerá quando for à Record News apresentar o programa de Governo e o patrimônio moral que o credencia a voltar a governar (por um ano ?) a cidade de São Paulo.
Em tempo: se o amigo navegante viajar por aí terá percebido que o Brasil se tornou um canteiro de obras públicas, do Amazonas ao Rio Grande Sul. Ruas abertas, escavadeira, trator, terra revirada, guindaste, estacas que sobem, operários de capacete. Onde não há obras ? Onde a roda parou ? O Haddad, naquele suspeitíssimo jantar, informou que, por causa da incompetência dos tucanos de São Paulo, a cidade de São Paulo não conseguiu os recursos para instalar 120 creches com dinheiro do Governo Federal. Incompetência, Haddad ?
Em tempo2: foi um descuido este ansioso blogueiro não convidar os dois intrépidos repórteres” da Folha para o jantar em que o Mino Carta serviu um inigualável coelho. O vinho que ele recomendou, então, nem se fala ! Nesse jantar, como seria previsível, se falou muito bem do Claudio Abramo e do Otavinho.
Clique aqui para ler “Gilmar tentou manipular Ayres Britto ?”.
Paulo Henrique Amorim

São Paulo, a roda presa do Brasil. 18 anos de tucanismo | Conversa Afiada

17/04/2012

Significados das eleições em São Paulo

Filed under: Capitania Hereditária,PSDB,São Paulo — Gilmar Crestani @ 7:29 am

Há uma grande preocupação, em determinados meios, no sentido de fazer com que as eleições   para a Prefeitura de São Paulo assumam uma dimensão nacional. Quem pensa assim, já antevendo uma vitória do candidato tucano José Serra, argumenta que essa seria uma considerável  derrota para o Governo Federal e seus procedimentos políticos. Será? 

Penso que não se pode negar  importância a um processo que envolve a capital do mais forte estado da Federação – economicamente falando – e que há muito se configura um reduto  igualmente forte do tucanato,  segmento político-partidário  de oposição às políticas do Governo Lula agora continuadas pela presidenta Dilma, mas que – apegado ferrenhamente à cartilha do neoliberalismo – , não aponta para as soluções de que o país necessita no campo social.

Mas que novidade haveria na eleição de Serra e que alterações significativas no quadro político nacional tal resultado, se houver, provocaria? Convenhamos: nada mudaria. Esse já vem sendo o quadro habitual. Lula e Dilma já foram eleitos com esse cenário. E agora mesmo se registram índices de popularidade da Presidenta jamais alcançados. Mudança poderá ocorrer, isso sim, se as eleições vierem a alterar o continuísmo tucano (com  linhas auxiliares fisiológicas do tipo Kassab)  e a introduzir  na política paulistana uma saudável oxigenação.

A meu ver, e essa é uma posição ideológica, não é apenas na face econômica que o pensamento neoliberal dos tucanos se revela contrária aos maiores interesses nacionais. A forma como seus políticos de ponta encaram problemas sociais como casos de polícia mostra claramente o desprezo que, próprio de quem se considera elite – uma espécie de grupo predestinado pelos deuses a ser “diferenciado” – nutre pelos marginalizados, pelos empobrecidos. Recentes episódios são um bom exemplo das soluções  que o conservadorismo de sempre imagina para as tensões sociais.

Alguém – talvez querendo  tirar de foco o assunto do que realmente interessa -  poderia falar em competência administrativa, em eficiência na gestão da coisa pública, e tantas outras expressões que têm justificado, para muitos, os votos atribuídos a essa direita disfarçada de liberal, em São Paulo e em outros estados. Será mesmo essa  uma razão considerável? Não vivo em São Paulo, mas percebo , há anos, que os problemas são os mesmos – trânsito caótico, enchentes frequentes, violência que rivaliza com a que presenciamos aqui no Rio, etc – , sem que se apresentem soluções.   

Antes que me atribuam um bairrismo que não possuo, deixo claro que, também no Rio, onde nasci e onde vivo, os males são muito parecidos com os de São Paulo, seja no campo político, seja no campo ideológico, com muita demagogia cercando algumas medidas de repercussão nacional e o mesmo desapego pelos menos favorecidos. Corremos mesmo aqui o risco de a situação ficar pior ainda, se, por artes do direitismo e dos evangélicos, a dobradinha Maia/Garotinho chegar ao poder. Mas este é assunto para outra coluna.

Como um  último recurso para estabelecer virtudes que os diferenciariam, os tucanos utilizam também a estratégia maniqueísta de imputar aos outros a pecha de corruptos, colocando-se como arautos da probidade e da decência. Num dos últimos domingos, o Globo publicou artigo de FHC em que ele formula uma visão crítica das práticas sociais nocivas e traça os rumos desejados para a moralidade na política. Palavras que todos assinaríamos. Só que foram  produzidas  como se estivesse apenas nos outros a convivência com os malfeitos.  Como se não houvesse existido também um mensalão tucano (o mineiro, de que poucos falam),como se o PSDB não tivesse feito as mesmas alianças espúrias que critica no PT,como se o seu aliado histórico – o DEM – não estivesse envolvido em maracutaias escandalosas que contrariam o espírito republicano, como se o Amaury Ribeiro Jr. não tivesse  escrito e documentado a “Privataria Tucana”…

Voltando ao início, uma possível eleição do candidato Serra nada trará de novo, além do desalento do “dejà vu”.  No fundo no fundo, o de que carecemos todos, paulistas ou cariocas, é de um processo de renovação política que realmente venha para impor novos rumos ao comando da coisa pública, que só vale se for realmente gerida  para o povo.

Quem sabe, o pleito paulistano nos reserve a surpresa de uma renovação. São Paulo  é importante, sim, muito importante no cenário nacional. E poderá contribuir  de forma ainda mais efetiva para o desenvolvimento do país  se seus cidadãos compreenderem a grande responsabilidade que têm no processo nacional da redenção social que todos desejamos.

Rodolpho Motta LimaAdvogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Significados das eleições em São Paulo | Direto da Redação – 10 anos

28/01/2012

Isto é PSDB!

Filed under: Capitania Hereditária,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 10:49 am

Os erros de Alckmin

Governador de São Paulo tenta se antecipar ao governo federal, promove ação truculenta contra 1,7 mil famílias em desocupação de terreno e precipita o fim da lua de mel com o Planalto

Na tentativa de se mostrar mais ágil do que a administração federal, em menos de um mês o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), protagonizou duas ações precipitadas, que indicam o fim de sua lua de mel com o governo da presidenta Dilma Rousseff. Suas iniciativas foram alvo de milhares de protestos nas redes sociais e estão sob o olhar de organizações internacionais de direitos humanos.

A mais truculenta ocorreu na última semana. Às 6 horas da manhã do domingo 22, as cerca de 1,7 mil famílias que ocupavam, desde 2004, a área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo, foram surpreendidas com a presença de dois mil homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Com forte aparato repressivo, os soldados estavam ali para cumprir uma decisão judicial de reintegração de posse do terreno, de 1,3 milhão de metros quadrados, pertencente à massa falida da empresa Selecta, do empresário Naji Nahas. Rapidamente, os tratores entraram em ação. Uma a uma, as casas eram postas abaixo, numa ação que o coronel da Polícia Militar Manoel Messias considerava um sucesso, enquanto gabava-se do fator surpresa.
Aos que tentavam resistir ou voltar ao local, a dispersão era garantida com tiros de borracha e bombas de efeito moral. Até o secretário nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, escalado para negociar com os moradores, foi alvejado. "Tenho militância, antes da ditadura militar, e pela primeira vez sou agredido dessa maneira, exatamente durante a democracia", declarou. Jornalistas tinham seu acesso à área restringido "para garantir a segurança", nas palavras da PM, e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) condenavam a operação. Sem rumo, os desalojados perambulavam atrás de auxílio. A truculência evidencia que o governo paulista parece ignorar os princípios do próprio PSDB, partido de Alckmin. Segundo o ideário da legenda, invasão de terra é questão social e não de polícia.

TRUCULÊNCIA
Batalhão da PM surpreende moradores do Pinheirinho com a
violência empregada durante reintegração de posse do terreno

A ação policialesca de Alckmin foi recebida com revolta e sentimento de traição em Brasília. Em nome do Ministério das Cidades, o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Rogério Sottili, vinha mantendo tratativas com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), sobre a questão de Pinheirinho. De acordo com ele, o governo federal recebeu há duas semanas a informação de que poderia haver confronto na área, caso se confirmasse a ação de reintegração de posse pela Polícia Militar.

Preocupado, Sottili entrou então em contato com o prefeito Cury e também procurou o ex-ministro José Gregori propondo uma saída negociada ao governador Geraldo Alckmin. "Eu me coloquei à disposição e o prefeito me recebeu superbem. Acertou de vir a Brasília na quinta-feira 19, mas depois pediu que sua secretária cancelasse a audiência", explica. Para o secretário-executivo, Cury, ao cancelar o compromisso, deu a entender que a desocupação do terreno seria adiada por 15 dias. "Estávamos em contato e fiquei surpreso com a ação da PM. Na verdade, eles estavam preparando a reintegração de posse, enquanto negociavam conosco", afirma. Entre as soluções negociadas, o Palácio do Planalto chegou a propor o fatiamento da área e a construção de conjuntos habitacionais dentro do programa Minha Casa Minha Vida. A desapropriação das terras interessa à União, que tem R$ 12 milhões a receber da massa falida do Grupo Selecta, do empresário Naji Nahas. Alckmin, no entanto, optou pelo confronto, em vez da negociação.

DESPROPORCIONAL
Sob o comando de Alckmin, polícia paulista tem cometido excessos injustificáveis

Com o aval de Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, classificou publicamente a reintegração de posse como uma praça de guerra. Uma declaração que, além de forte, destoa da forma como as medidas tomadas pelo governador paulista, Geraldo Alckmin, eram tratadas em público por autoridades do alto escalão federal. Até críticas às recentes enchentes eram evitadas por ministros, embora a má condução dessa questão também tenha entrado no rol de equívocos administrativos cometidos por Alckmim.

Em janeiro do ano passado, o governador anunciou um pacote de investimentos estimado em mais de R$ 800 milhões para resolver o grave problema que assola os paulistas todo começo de ano. O cronograma, porém, está atrasado, a limpeza de piscinões em diversas cidades prometida por Alckmin não foi feita como planejado e o Estado sofre novamente no período de chuvas Internamente, o governo federal já demonstrava descontentamento com outra ação da gestão Alckmin iniciada no dia 3 de janeiro.

Contingentes da Polícia Militar iniciaram uma operação para remover dependentes químicos e traficantes da região conhecida como Cracolândia, ponto de comércio e uso de drogas no centro de São Paulo. A violência empregada durante a operação, com o uso de balas de borracha, bombas de efeito moral e agressões físicas, levou ONGs ligadas aos direitos humanos a denunciar o caso à ONU. Para o Palácio do Planalto, além de desastrosa, a ação de Alckmin foi vista como oportunista. Tratava-se de uma tentativa clara de se antecipar ao lançamento do Plano Nacional de Combate ao Crack, uma das principais bandeiras da campanha petista ao Palácio do Planalto, sem sequer possuir a infraestrutura necessária para atender os dependentes químicos.

Revista IstoÉ

Os Amigos do Presidente Lula

25/01/2012

Tribunal de Justiça de São Paulo e PSDB, tudo a ver

Filed under: Capitania Hereditária,Geraldo Alckmin,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 9:31 am

E disso a Eliana Calmon ainda não tratou. Mas a ONU, sim… Vem aí a dobradinha à moda da casa, PSDB e TJ/SP.

Alckmin foi destituído do governo durante o domingo?

http://www.tj.sp.gov.br/Institucional/CanaisComunicacao/Noticias/Noticia.aspx?Id=12936

O povo perdoa muitas coisas num político, inclusive coisas que não deveria, mas se tem coisa que não pega bem é covardia.
O poderoso governador de São Paulo dormiu sábado como o rei da esperteza, pois na manhã seguinte, a polícia teria exterminado 1.700 lares, expulsando crianças, mulheres e trabalhadores pobres, pegando-os de surpresa na calada da noite de um domingo, em uma operação relâmpago.
A coisa desandou no extermínio do Pinheirinho, e a cidade de São José dos Campos virou uma praça de guerra, com repercussão nacional e internacional.
Mesmo assim, o poderoso governador ainda dormiu se vendo no programa Fantástico, da TV Globo, com a imagem "triunfal" de um ditador mão-de-ferro, mantenedor da lei (que nem sempre tem a ver com justiça), que impõe a "ordem" sobre "baderneiros" e "bandidos", coisa que agrada boa parte de seu eleitorado de índole fascista.
A coisa mudou de figura quando o telejornal "Bom Dia, Brasil" de segunda-feira (*) mostrou o mal-estar de uma mãe aflita com uma criança no colo, expulsa de sua casa por policiais do batalhão de choque, e que mal pôde pegar a mamadeira para o bebê, sem ter um lar para onde ir, só com a roupa do corpo.

O alerta vermelho dos marqueteiros tucanos soou no Palácio dos Bandeirantes.
Não há como um governador justificar a covardia de exterminar 1.700 lares com crianças e mães, deixando-as desalojadas, para entregar o terreno "limpo" à massa falida de um mega-especulador.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP) tornara-se irremediavelmente o "açougueiro do Pinheirinho".
Então, na segunda-feita, o governador tucano quis abdicar do cargo retroativamente, por 24 horas, e voltar a ser apenas um "picolé de chuchu" durante o domingo.
O tribunal de Justiça soltou uma nota prá lá de esquisita, onde o Presidente do Tribunal disse que assumiu o comando da Polícia Militar naquela operação, tirando o poder de comando sobre a polícia das mãos do governador.
É constitucional isso?
O Poder Judiciário pode fazer uma intervenção no poder executivo, "destituindo" o governador do comando?
Que eu saiba o Poder Judiciário emite ordem judicial dizendo o quê tem que fazer. Como fazer é atribuição do Governador, pois a Polícia Militar está sob sua hierarquia.
Faltou coragem a Alckmin duplamente:
Faltou coragem para assumir a responsabilidade pela operação policial, que é intransferível.
E faltou coragem para desautorizar uma nota que o "destituiu" do cargo.
De hoje em diante, é o Presidente do Tribunal de Justiça quem decide quem governa São Paulo e quando. Basta uma ordem judicial, que Alckmin cede o comando para o desembargador Ivan Sartori governar, sem ter sido eleito para isso.
——————————
(*) A TV Record podia passar sem essa. A reportagem do Bom Dia, Brasil foi a melhor e mais realista, apesar da matéria do Fantástico ser fascista, e a do Jornal Nacional ter estragado a boa edição da manhã para aliviar Alckmin.

Os Amigos do Presidente Lula

11/01/2012

Cracolândia resgata ideologia do autoritarismo

Filed under: Capitania Hereditária,Capitão-de-Mato,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 9:26 am

E na terra em que o PSDB governa uma Capitania Hereditária como se fosse uma Sesmaria, a história se repete como farsa.

Marcelo Semer
De São Paulo


Policiais enfileirados durante cerco na Cracolândia (Reinaldo Marques/Terra

Tratar questão de saúde pública por meio de uma operação militar não é apenas confusão. É pura ideologia.

A ocupação da Cracolândia tem pouco a ver com o vício, com o comércio ou com o tratamento de drogados. É a afirmação da ordem e da disciplina, por intermédio de uma doutrina que impõe sempre a supressão da liberdade como a primeira resposta a um problema.

Não é à toa que o cerco, a pressão e a violência chegam imediatamente; o auxílio, se calhar, o mês que vem.

O discurso da ordem é cada vez mais invasivo e tenta se justificar sobre uma população que se supõe acossada por muitos medos.

Afinal, é o que nos dizem constantemente a TV, os grandes jornais e as revistas semanais: a impunidade não tem limites, a criminalidade assumiu proporções estratosféricas, a droga virou epidemia etc. Bordões atemporais que nos fazem crer que a ação militar seja cada vez mais justificável, como se houvera chegado, finalmente, a hora da ultima ratio.

‘Dor e sofrimento’ não está sendo usado pela polícia paulista como uma opção terapêutica – apenas como insígnia.

Que os governos queiram usufruir deste bônus político em ano eleitoral nem é caso que se estranhe, pois aqui, como em qualquer outro canto, por bons ou maus fundamentos, administradores sempre pretendem se perpetuar em seus cargos.

Mas que consigam adesão de cidadãos ao progressivo esvaziamento de suas liberdades, é simplesmente de estarrecer.

Não deixa de ser lastimável presenciar o gene do autoritarismo florescendo no ventre na democracia, mas, verdade seja dita, o fato não é inédito na história da humanidade.

A expectativa de que um direito penal extremamente tonificado ponha fim de vez à criminalidade faz parte deste enredo ideológico.

Sem qualquer lastro científico, diga-se, como nos recorda o fiasco preventivo da Lei dos Crimes Hediondos, quando crimes aumentaram na mesma proporção das penas. A lei se foi, mas nos deixou, como legado, um crescente encarceramento feminino e as facções criminosas nas cadeias.

A ânsia de punir pode até reconfortar quem procura respostas rápidas e soluções simplistas. Talvez por isso muitos aplaudam hoje a supressão da liberdade, iludidos na vã esperança de que apenas criminosos ou drogados serão, ao final, por ela atingidos.

Vai daí que um senador com experiência na área criminal, como Demóstenes Torres (DEM-GO), proponha, a essa altura, a volta de penas de prisão para o uso do entorpecente.

Se não conseguimos controlar o tráfico, certamente devemos punir os usuários -o que se adequa perfeitamente à ideologia da ação paulista. Como diria o pai repressor: você sabe que a porrada dói mais em mim do que em você…

A tônica do ressurgimento dos espaços autoritários reside, também, no prestígio exagerado dos fins em relação aos meios, estes cada vez mais desprezados.

Em decisão recente, entendeu-se ilícita a divulgação por redes sociais de postos de fiscalizações da lei seca. Estaria configurado aí o "atentado à segurança de serviços públicos", tipo criado pelo legislador para punir condutas graves como a violação da tubulação de água que serve uma cidade, por exemplo.

Levar a criminalização até esse limite, em nome da eficácia policial, é o mesmo que jogar o bebê fora, com a água suja do banho.

Ao indivíduo, em breve, só restará ocupar os diminutos espaços que não ousem perturbar a "ordem pública" – equação que quase sempre resulta no esfacelamento da democracia.

Esse mesmo tônus de disciplina, todavia, não se preocupa com a repressão de condutas que visam justamente garantir a liberdade, como é o caso da homofobia.

Pouco importa que um homossexual seja vítima da intolerância a cada dia, conservadores que pregam o fortalecimento do poder de punir do Estado curiosamente não pretendem levá-lo a esse ponto. A liberdade não merece tanto prestígio.

E em pleno século 21, há quem critique o efeito perverso da fiscalização do trabalho escravo, por supostos prejuízos à competitividade das empresas, como se ainda estivéssemos discutindo as conveniências da Abolição.

O ponto máximo desse cinismo penal, no entanto, se expressa na pacata conivência com a violência policial, que, para muitos, não deixa de ser apenas um efeito colateral conhecido e suportável, de um objetivo mais relevante.

Todo esse quadro de autoritarismo emergente se casa como uma luva com a criminalização da política, impondo generalizações à própria idoneidade do sistema.

Estudantes são baderneiros, movimentos sociais são terroristas e políticos corruptos.

Mas quando, enfim, conseguirmos nos livrar de toda essa ‘escória’, quem afinal estará no comando para a ordem e o progresso do país, os homens da disciplina?

Já assistimos a esse filme antes e sabemos que o final não é feliz.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

Fale com Marcelo Semer: marcelo_semer@terra.com.br ou siga @marcelo_semer no Twitter

Cracolândia resgata ideologia do autoritarismo – Terra – Marcelo Semer

10/01/2012

Onde fica a cracolândia?

Filed under: Capitania Hereditária,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 10:30 pm

Os gaúchos já pagamos pelos nossos próprios pecados. Quem aguentou dois ex-funcionários da RBS (Antonio Britto & Yeda Crusius) já penou o suficiente para merecer o paraíso. Numa terra em que as regras são ditadas pela RBS, o tiro na nunca de Elton Brum beneficia as vítimas… Para resumir basta dizer que no RS Pinochet é mais popular que no Chile… Se não explica tudo, resume muita coisa. São Paulo não está sozinho no preconceito contra nordestinos. Quem tem Maluf, Quércia, Pitta, FHC, José “Bolinha de PapelSerra, Geraldo Alckmin e Bruno Covas já tem o suficiente com o que se ocupar…

As elites acham que pobre “dá muita despesa”…

Quem  quiser conhecer a crueza que a parcela da classe média brasileira que se deslumbra – e se crê ser , sem ser – com a elite deste país, visite a página do Estadão onde se noticia que o “Nordeste recebe metade dos benefícios do Bolsa Família em dezembro“, onde se noticia o óbvio: que a transferência de recursos para pessoas em situação de miséria é maior onde é maior a própria miséria.

A matéria não diz, mas os comentaristas explicitam: é um absurdo São Paulo receber menos bolsas-família que o estado da Bahia, o único dos estados nordestinos que supera o valor transferido aos paulistas que, é obvio, arrecadam mais tributos.

E aí as manifestações viram explicitudes.

“(…) o Sul e o Sudeste nao tem nada a ver com as misérias do Nordeste. Os problemas do Nordeste precisam ser resolvidos pelos nordestinos, e nao pelos paulistas ou gauchos. O povo nordestino que se vire sozinho. Que cobre atitudes efetivas dos politicos que ele elege. A pobreza deles eh problema deles, e de ninguem mais.”, diz um deles. “Bem que o povo lá de cima podia começar a trabalhar como nós aqui para sentir o drama do que é viver contra o governo tirando tudo que você sua para ganhar.”, argumenta outro.

Talvez diminuissem sua fúria racista se tivessem tido acesso à pesquisa do Ipea de onde vieram os dados sobre a bolsa-família. Ignoram o que ela contém, como fez o repórter do Estadão.

Ali veriam, por exemplo, que o Sudeste tem 44% das instituições públicas – e caras – de ensino superior do país, metade delas em São Paulo,  enquanto o Nordeste fica com 25%. Ou que o número de médicos recebendo pelo Sistema Único de Saúde é de 301 mil, 50% do total, e no Nordeste, que tem uma relação médico público/habitante 30% menor,  são apenas 20% do total de  profissionais médicos brasileiros.

Todos eles custando dinheiro público.

Essa parcela – felizmente minúscula – dos brasileiros, que pensa ser moderna mas ainda tem a cabeça na Idade Média não é apenas escravocrata: é burra e raivosa. E por estar concentrada no estado mais rico da Federação, São Paulo, acha que o papel que lhe cabe é o de capitão do mato cosmopolita.

Odeiam Dilma e Lula no século 21 como odiaram a Getúlio no século 20.

Porque, no fundo, o que odeiam é a idéia de um só Brasil e de um povo brasileiro.

Ficaram para trás., estão politicamente em extinção.

São as “maria-antonieta” dos Jardins, mas poderiam ser as mesmas de Ipanema.

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto

23/12/2011

Por que São Paulo?

Filed under: Capitania Hereditária,CNJ,Eliana Calmon,STF — Gilmar Crestani @ 7:54 am

Só pode ser coincidência. Até porque está mais do que provado que aquela Capitania Hereditária sempre foi muito bem administrada pelo PSDB. Há uma hagiografia na praça que trata da canonização dos homens probos, de reputação ilibada, que comandaram o desmanche do Brasil e que fizeram de São Paulo esta pocilga, é A Privataria Tucana. A diferença entre Gilson Dipp e Eliana Calmon está no tom. Dipp fazia; Calmon, fala. Dois tons acima…

Corregedora diz que 45% dos juízes de SP omitem bens a órgão de controle

Ministra Eliana Calmon expõe ainda mais a crise do Judiciário ao afirmar que acusações feitas por associações de magistrados e até por integrantes do STF são reação corporativista

22 de dezembro de 2011 | 23h 00

Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – No mais recente capítulo do entrave que expôs a divisão e o clima de guerra do Judiciário brasileiro, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou na quinta-feira, 22, que quase metade dos magistrados paulistas esconde seus rendimentos e que por trás da crise está um movimento corporativista para enfraquecer o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em resposta às associações de magistrados, ela disse que essas entidades são "maledicentes e mentirosas". "Este é o ovo da serpente", disse.

Veja também:
link Associações de magistrados querem investigação sobre ações do CNJ
link Peluso sugere que corregedoria do CNJ investigou juízes de maneira ilegal
link Após adiar votação, senador do PMDB diz apoiar proposta pró-CNJ

Eliana Calmon negou que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ - Wilson Pedrosa/AE

Wilson Pedrosa/AE

Eliana Calmon negou que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ

Segundo ela, em São Paulo foi descoberto que 45% dos magistrados descumpriram a legislação que obriga os servidores públicos a apresentarem todos os anos sua declaração de renda para que eventualmente ela seja analisada por órgãos de controle, como o CNJ. Em Mato Grosso do Sul, ninguém entregou.

Eliana Calmon repudiou informações divulgadas pelas entidades dos magistrados de que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ. De acordo com a corregedora, foram identificadas "bem menos" do que 500 transações atípicas realizadas por integrantes do Judiciário, sendo que 150 delas foram detectadas em São Paulo. "Como é que eu estou devassando 270 mil pessoas? Não há mínima possibilidade de isso acontecer", afirmou.

Ainda de acordo com a ministra, o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, não são investigados pela corregedoria do CNJ. No passado eles integraram o Tribunal de Justiça de São Paulo e durante esta semana chegou a ser divulgado que eles teriam recebido até R$ 700 mil relativos a auxílio moradia não pago na época. "A folha de pagamento examinada é a de 2009 e de 2010. Só. E os ministros do STF já não faziam mais parte do Tribunal de São Paulo nessa época", disse Eliana. Além disso, a corregedora observou que pela Constituição Federal o CNJ não pode investigar ministros do Supremo.

Sigilos. Em nota divulgada na quarta-feira, 21, Peluso sugeriu que magistrados tiveram seus sigilos quebrados. A ministra negou. "Não houve quebra de sigilo fiscal ou bancário e muito menos devassa e vazamento de informações sigilosas", garantiu a corregedora. Segundo ela, as inspeções são realizadas há quatro anos e que apenas agora, quando a vistoria foi feita em São Paulo, a Associação dos Magistrados Brasileiros reclamou. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Amapá já passaram pelo processo.

"As investigações patrimoniais começaram na época do ministro Dipp (ex-corregedor) e o problema só surgiu quando chegou em São Paulo", afirmou. "Esse estardalhaço que estão fazendo de uma decisão eminentemente técnica e que os senhores poderão acessar e verificar, isso é para tirar o foco do que está realmente em jogo, que é a sobrevivência com autonomia do CNJ. Isso é que o foco do corporativismo", disse. A ministra ganhou visibilidade e contribuiu para organizar a reação quando disse que havia "bandidos de toga" na magistratura.

De acordo com a corregedora, nas inspeções os técnicos não analisam transações bancárias. Ela disse que são examinadas as folhas de pagamento e as declarações de Imposto de Renda. As apurações começam a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que informa a existência de transações atípicas (no caso de desembargadores, são consideradas as superiores a R$ 250 mil por ano).

Eliana Calmon disse que não conversou com Peluso e Lewandowski sobre a polêmica. "A questão está judicializada. Eticamente não se deve questionar ou conversar como se fosse um clube de amigos, disse, ressaltando que o tribunal terá de examinar o mérito de uma ação movida pela AMB contra as investigações da corregedoria. As apurações foram suspensas na segunda-feira por uma liminar concedida por Lewandowski.

Corregedora diz que 45% dos juízes de SP omitem bens a órgão de controle – politica – politica – Estadão

11/11/2011

Da USP para as ruas: estudantes contra a repressão

“Ah, mas que vergonha, achar que a passeata é por causa da maconha”. Assim cantavam cerca de 2,5 mil estudantes da Universidade de São Paulo (USP), na tarde desta quinta-feira (10), em uma marcha que percorreu a região central da capital paulista. O ato político contra a Polícia Militar (PM) na Cidade Universitária, marcado para ocorrer concentrado, em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, ganhou as ruas com suas bandeiras contra a repressão da atual gestão da universidade.


Estudantes caminham pelas ruas do centro. Na linha de frente, os 73 presos que ocupavam a reitoria
Na frente de todos, formando uma espécie de escudo, os 73 presos acusados de ocuparem a reitoria da USP, por cerca de uma semana, abriam caminho para a passeata. Além de pedir o fim do convênio assinado entre a reitoria e a PM, os manifestantes pediam a saída do reitor, João Grandino Rodas, e abertura de diálogo entre reitoria, trabalhadores e estudantes para traçar um plano alternativo de segurança para o campus.
Na terça-feira (8), a desocupação do prédio da administração (cumprindo uma reintegração de posse) ocorreu de forma obscura, durante a madrugada. Segundo relatos de alguns alunos detidos na operação, 400 integrantes da Tropa de Choque, com apoio de 30 homens da cavalaria, viaturas e helicópteros, entraram no prédio quebrando tudo que viam pela frente para intimidar e incriminar os ocupantes do local.
Naquele mesmo dia, uma assembleia que reuniu 3 mil estudantes decidiu decretar greve para pressionar a saída da PM. Aderiram à greve até agora alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Ciências Sociais, Letras, Filosofia, História e Geografia (FFLCH), Artes Cênicas (ECA).

Concentração

Debaixo do sol forte, os primeiros manifestantes começaram a chegar por volta das 14h. Uma dificuldade do acesso ao largo São Francisco de quatro ônibus que saíram do campus Butantã com alunos dos cursos que aderiram à greve, gerou um atraso. A greve do corpo discente foi decretada em uma assembleia ocorrida na noite de terça-feira (8), que contou com cerca de 3 mil pessoas.

Os ocupantes dos ônibus chegaram, em grupos, por volta das 16h, na concentração. Entre eles, cerca de 40 alunos do curso de Artes Cênicas caracterizados como zumbis, vestidos e com rostos pintados de branco, numa alusão à paz e também a uma das características marcantes do movimento estudantil na USP, os rostos cobertos para evitar serem reconhecidos e sofrerem punições da reitoria.
“Se a gente cobre o rosto com panos ou máscara, a grande mídia diz que somos bandidos. Mas, se um policial militar cumpre uma ação de reintegração de posse sem identificação, ele se torna herói”, questionou a estudante Luisa, 20 anos, que preferiu não dar o nome completo. Segundo organizadores do ato, cerca de 20 estudantes e trabalhadores envolvidos em ocupações anteriores sofrem processos administrativos internos.
O estudante do primeiro ano de Ciências Sociais Erick Nascimento, 18, deu seu nome e apoio integral ao movimento. “Vim sozinho acompanhar de perto o que está acontecendo. Não podemos nos omitir”, disse Erick, que é de Campinas e mora em uma república de estudantes próxima do campus.

A universidade é pública

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, também presente, destacou que por trás da polêmica sobre a segurança está uma questão maior, que é a democratização da universidade pública, mais acessível e mais aberta à comunidade. A entidade defende o fim do vestibular e a adoção de outros mecanismos para seleção. Com relação à segurança, Iliescu destacou a importância de se pensar em uma reurbanização do espaço, com maior circulação de pessoas.
“Não é só uma questão de segurança, mas de democratização do espaço, que é público. Esse fato expõe a concepção liberal que vem sendo introduzida na universidade na atual gestão da reitoria. Por isso, a presença da PM, dentro ou fora da universidade, não é sinônimo de segurança”, afirmou Iliescu.

Para o presidente da UEE, Alexandre Cherno, “tudo isso que está ocorrendo dentro da USP vai na contramão da atual política nacional para a juventude. É um momento em que o país avança na questão com políticas e com a aprovação do Estatuto da Juventude”.
Já o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, que representa todos os estudantes da instituição, destacou que a manifestação de hoje é a expressão da falta de diálogo da reitoria.
“O ato de hoje fortalece o movimento. Com isso, esperamos abrir um diálogo profundo entre a comunidade acadêmica para discutir um novo projeto de universidade com mais ensino, pesquisa e extensão”, declarou João Vitor de Oliveira, um dos integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Também estavam presentes na manifestação o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), a Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), e movimentos sociais.
Deborah Moreira, da Redação do Vermelho

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168437&id_secao=8

Grandes operações da PM de SP não são contra bandidos

É óbvio, né. Se fosse, a ALESP teria ido parar na delegacia… E Bruno estaria com dois pés nas Covas…

Nas primeiras horas da última terça-feira, um efetivo de 400 policiais militares de São Paulo usou 50 veículos, dois helicópteros e um pequeno exército de jornalistas apoiadores para prender cerca de 70 garotos e garotas magrelos que ocupavam a reitoria da USP armados com livros e cadernos de alto calibre. Foram quase seis policiais militares para cada estudante.

Armados com fuzis, escopetas, bombas e o que mais se puder imaginar em termos de armamento pesado, a operação em tela foi uma das maiores que a Polícia Militar de São Paulo empreendeu neste ano. Cada um dos parrudos policiais militares armados até os dentes que se envolveram naquela operação teria condições de render, agora sim, pelo menos seis manifestantes.

As raras grandes operações que a polícia militarizada de São Paulo faz no Estado são sempre contra cidadãos rebelados, sim, mas que não são bandidos. Quem buscar na internet alguma operação desse porte contra o crime organizado ou desorganizado só encontrará operações de reintegração de posse ou de repressão a manifestações de rua.

Enquanto polícia como a do Rio de Janeiro empreende ocupações de favelas trocando tiros com criminosos fortemente armados e de altíssima periculosidade, a polícia paulista só investe contra famílias para retirá-las de habitações precárias que se equilibram em terrenos de grandes empresas ou de multimilionários, ou então contra manifestações legítimas da sociedade civil.

Quando se fala em operações policiais de porte em São Paulo, vêm a mente as reintegrações de posse que colocam mulheres, crianças e velhos pobres com seus móveis, roupas e utensílios domésticos no meio da rua ou a repressão à Marcha da Maconha ou as manifestações de professores da rede estadual em reivindicação por salários decentes.

Diante da situação de escandalosa insegurança pública que vige em São Paulo, não se entende onde ficam esses imensos contingentes de policiais quando não estão espancando jovens magricelos e professores ou enxotando famílias de seus barracos insalubres.

Há regiões no Estado de São Paulo, sobretudo na capital, em que nenhum desses jornalistas que vivem garantindo que o Estado está cada vez mais seguro ousaria dar as caras. Tanto quanto a polícia. A Cracolândia, por exemplo, incrustada como uma chaga no centro velho da capital, escandaliza muito mais devido à dimensão do caos que vige ali.

Apesar de outras cidades brasileiras terem pontos de tráfico e de consumo de drogas, nenhum tem a dimensão e a ousadia da Cracolândia paulistana. São centenas e centenas de mortos-vivos convivendo com traficantes de drogas procurados. É um local em que morre gente em ações violentas o tempo todo e onde qualquer um que passe pelo local pode ser vitimado.

Nos bairros pobres, as portas das escolas públicas atraem o tráfico e gangues violentas. Mesmo nas regiões mais abastadas da cidade, a elite se vê acossada em cada semáforo, ainda que trancada em seus carrões. A avenida Paulista se tornou uma selva até mesmo durante o dia. Mas é de noite que o bicho pega.

Gangues atacam cidadãos por qualquer razão. Este blogueiro ficou meses dormindo em um hospital naquela avenida para acompanhar a filha doente. Pelo menos uma vez foi ameaçado por uma dessas gangues na porta daquele hospital, ao sair de madrugada para comprar cigarros – eram quatro rapazes que frearam bruscamente o carro e que ameaçaram agredir sem razão inteligível.

Esses exércitos de policiais, porém, só dão as caras, em São Paulo, para combater cidadãos reivindicando direitos ou que sofrem os efeitos da pobreza e da desigualdade. É nesse contexto que a operação de desocupação da reitoria da USP se torna surreal. É como se a polícia paulista não tivesse nada de mais importante para fazer.

Como cada brucutu daqueles que invadiram a USP daria conta de render pelo menos uma meia dúzia daqueles garotos que não ofereceram resistência alguma e que se encolheram ordenadamente no chão ou contra a parede, estima-se que dez por cento do efetivo policial deslocado para aquela operação teria sido mais do que suficiente.

Além disso, é grave a suspeita de que aquela meia dúzia de Coquetéis Molotov exibida para a imprensa pela polícia sob alegação de que foram encontrados com os estudantes pode ter sido plantada pela própria polícia de forma a justificar o tamanho desproporcional da operação. Até agora, a polícia não apontou de quem seriam os artefatos.

Houve um linchamento dos estudantes pela imprensa, sobretudo pela tevê aberta e pela imprensa escrita, que praticamente não deram voz aos amotinados. Nos telejornais, alguns segundos para os advogados deles e longos minutos para seus acusadores e detratores, que se somavam às opiniões dos apresentadores.

A sociedade paulista está anestesiada. O povo de São Paulo tem que investir sem parar em segurança e, assim mesmo, todos sabem que podem sofrer ações criminosas e violentas a qualquer momento. Contudo, essa população não se espanta com a exibição de força de uma polícia que nunca está por perto quando se faz necessária.

Assassinatos, latrocínios, estupros, ataques de gangues, roubos, furtos… Tudo que é crime só faz aumentar em São Paulo. As estatísticas anunciadas pela polícia, apesar de refletirem tal situação, sofrem acusações incessantes de manipulação.

Isso sem falar que o povo paulista, como o senso comum reconhece, costuma nem se dar ao trabalho de prestar queixa de ações criminosas. Parece pouco polêmico afirmar que, em São Paulo, os alvejados pelo crime sempre argumentam que dar queixa na polícia “não adianta nada”. Ou seja, então: as estatísticas mal refletem a realidade de insegurança no Estado.

Essas dondocas que andam promovendo reuniões para criticar os estudantes da USP, para elogiar a desproporcional ação da PM e para articular a tal “marcha contra a corrupção” que promete sair às ruas no próximo dia 15, mal sabem que, por sua estupidez, no próximo semáforo poderão ser alvo de algum garoto de dez anos enlouquecido pelo crack.

Grandes operações da PM de SP não são contra bandidos | Blog da Cidadania

10/11/2011

Mídia isola Barbiere, o “leproso”

Por Altamiro Borges
Depois de 16 anos como fiel integrante da base de apoio dos governos tucanos em São Paulo, o deputado Roque Barbiere cogita romper com Geraldo Alckmin. Autor das graves denúncias sobre o esquema de venda de emendas na Assembléia Legislativa, ele diz que é vítima de feroz perseguição, sendo tratado como “um leproso politicamente” pelos aliados do governador do PSDB.

Em entrevista publicada hoje na Rede Brasil Atual, Barbieri reafirmou as denúncias sobre corrupção em São Paulo e garantiu que encaminhará as provas ao Ministério Público. Em setembro, o parlamentar petebista revelou que de “25% a 30%” dos deputados paulistas vendem cotas de emendas, em negociatas que envolvem empreiteiras, prefeituras e o governo – num típico “mensalão”.
Bruno Covas, o preferido de Alckmin
De imediato, Barbieri passou a ser hostilizado pela base governista. Alckmin até tentou cooptá-lo com cargos, numa manobra que não deu certo. Mesmo sob violenta pressão e por motivos ainda desconhecidos, o deputado insistiu nas denúncias e afirmou que a Assembléia Legislativa de São Paulo é um “verdadeiro camelódromo”, no qual muitos deputados “se vendem”.
O caso ganhou dimensão quando o secretário estadual do Meio Ambiente e deputado licenciado, Bruno Covas (PSDB), confirmou ter sido abordado por um prefeito que lhe ofereceu 10% do valor de uma emenda. O lapso de sinceridade apavorou os tucanos, mas depois o preferido de Alckmin para disputar da prefeitura da capital paulista negou a história – apesar dela estar gravada.
Os falsos éticos do PSDB
A tática do PSDB, que adora usar o discurso hipócrita do combate à corrupção, foi a de abafar as denúncias e isolar o parlamentar rebelde. Os governistas fizeram de tudo para abortar o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que obteve até agora 30 assinaturas. Também sabotaram o depoimento do “infantil” Bruno Covas.
Neste esforço nada ético, o PSDB contou com a ajuda inestimável da mídia demotucana. Apesar da gravidade das denúncias, ela evitou qualquer estardalhaço, o que só confirma que a imprensa é seletiva e parcial. A revista Veja não deu capa; o Fantástico não produziu nenhuma “reporcagem”; e os jornalões publicaram matérias insossas, sem destaque. A blindagem midiática foi total, vergonhosa.
Deputado reafirma as denúncias
Diante do seu isolamento, Roque Barbieri agora volta à carga. Reproduzo trechos da sua entrevista:
*****
O que o sr. achou da lista do governo com a relação de todas as emendas empenhadas desde 2007?
Vai chegar uma hora que ele (governo) vai colocar ela corretamente. A minha (parte) e a dos demais. Para onde foram, qual o valor, se foi pago, se teve aditivo, se obra foi feita, se está inacabada, se foi entregue.
Então o sr. concorda que a lista tem distorções?
Sim, ainda não está 100% (correta).
O senhor se sentiu prejudicado? De acordo com o levantamento, o senhor é o 22º deputado que mais empenhou recursos.
Não, nesse aspecto não.
Em que aspecto se sentiu prejudicado?
Fiquei magoado pela maneira como o presidente da Assembléia (Barroz Munhoz – PSDB) e o governo trataram do assunto com relação a mim, tentando me desqualificar, exigindo que eu desse nomes, quando a própria Constituição me ampara. Eles fingiram que não me conheciam. Esse é um governo que apoio há quase 20 anos, e nunca pedi nada desonestamente. O governo me ignorou por completo.
Explique melhor isso.
Como se eu tivesse falado a maior mentira do mundo, como se fosse uma surpresa, um absurdo a entrevista que eu dei, como se ninguém tivesse nem cogitado algo semelhante que pudesse ocorrer dentro da Assembléia.
O senhor acha que o governo se sentiu prejudicado por suas denúncias?
Talvez, talvez tenham sim, mas a denúncia foi para o bem, não foi para o mal. Paciência, quem não deve não teme.
Alguém do governo chegou a conversar com senhor?
Não, ninguém conversou comigo, nem na boa e nem na ruim. Eu virei um leproso politicamente falando, porque, no governo, ninguém tem nem coragem de chegar perto de mim.
O que achou de o governo dizer que o Bruno Covas gastou apenas R$ 2,1 milhões em 2010?
O Bruno Covas primeiro disse que o prefeito ofereceu propina para ele, depois disse que foi hipoteticamente. Do Covas eu gostava muito era do Mário.
Está descartada a hipótese de o senhor deixar a base?
Não, não está nada descartado. Vou esperar aprovar o orçamento, cumprir minha obrigação com o povo de São Paulo, depois, no ano que vem, eu vou me posicionar politicamente.
O presidente do PTB em São Paulo, deputado estadual Campos Machado, foi o grande defensor do governo nesse caso. Ele fez o que nenhum outro deputado governista fez. Por que isso?
O Campos Machado é apaixonado pelo governador Geraldo Alckmin, que realmente é uma pessoa cativante, mas em determinado momento temos que fazer uma separação do governador e do governo. E o Campos Machado não consegue fazer isso. O compromisso dele é apoiar o governo, estando certo ou errado. Ele mostra a cara, ele tem lado.
Não seria o momento de o senhor dizer algum nome, para não deixar o assunto esfriar?
Eu não posso, para satisfazer parte, prejudicar o todo. Primeiro vou conversar com o promotor. Depois, se ele seguir o caminho, com a aparelhagem que ele tem, ele vai chegar aos nomes.

Altamiro Borges: Mídia isola Barbiere, o “leproso”

07/11/2011

Folha, Estado, Veja e televisões minimizam corrupção em SP

Filed under: Capitania Hereditária,Grupos Mafiomidiáticos,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 7:21 am
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No último dia 12 de outubro, este blog cobriu ato público “contra a corrupção” que começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, e terminou no “Centro Velho” da cidade, na praça Ramos de Azevedo, diante do Teatro Municipal de São Paulo. A matéria reproduziu respostas a um questionário que esta página apresentou aos manifestantes. Aquele questionário foi elaborado de forma a identificar possível viés político-partidário e ideológico nos integrantes da manifestação.

Das 27 entrevistas feitas com os manifestantes, 26 apontaram forte viés político-partidário, deixando ver que o que ocorria ali era produto de campanha de partidos e entidades de oposição ao governo federal. Dessas 26 entrevistas que apuraram esse fato, sete se estenderam em breves conversas entre o entrevistador e os entrevistados. Só não foram relatadas antes porque o blog esperou pelo contato com fonte da Assembléia Legislativa que só ocorreu na semana passada.

Naquelas conversas com os manifestantes “contra a corrupção”, eles foram perguntados sobre se também estavam protestando contra o escândalo das emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo. Apesar de o entrevistador ter percebido que um dos entrevistados se fez de desentendido, os outros seis pareceram sinceros ao declararem que não sabiam de nada sobre esse escândalo, o que pode ser explicado pela discretíssima e rara cobertura do assunto pela imprensa.

Para quem não sabe, aliás, explica-se que há três meses o deputado estadual Roque Barbiere (PTB-SP) denunciou que ao menos “um terço” dos deputados estaduais paulistas “venderiam” a “prefeitos e empresas privadas” as emendas parlamentares ao Orçamento que os governos tucanos do Estado há muito distribuem a aliados e até a um pequeno contingente de deputados “de oposição” que fontes da AL informaram ao blog (na semana passada) que são tão governistas quanto os deputados assumidamente da base do governo.

Por conta disso, a base de apoio do governo Alckmin na AL-SP está conseguindo enterrar mais esse escândalo. Na última quinta-feira, os deputados governistas conseguiram derrubar, por seis votos a dois, o funcionamento do Conselho de Ética. Segundo um funcionário da AL (que preferiu não se identificar) ouvido pelo blog no último sábado, sem uma divulgação da imprensa igual à que é feita em relação a ministros do governo Dilma investigação relevante e profunda alguma ocorrerá, como nenhuma ocorre há muito tempo em São Paulo.

A explicação que esses veículos dão em off (através de alguns de seus jornalistas que freqüentam redes sociais como Twitter ou Facebook e entram em debates com quem questiona a omissão da imprensa nos escândalos tucanos) é a de que são escândalos “regionais” e que, por isso, receberiam cobertura tão “diferenciada”, um claro eufemismo para cobertura omissa porque, a bem dos fatos, não há, em relação ao PSDB, o jornalismo “investigativo” que chega a tentar invadir domicílios em busca de “provas” contra pessoas ligadas ao governo federal.

A cobertura e fiscalização pífias da imprensa em relação ao comportamento da oposição ao governo Dilma nos Estados em que essa oposição é governo – como em São Paulo ou em Minas Gerais – se dá sob o argumento de que seriam assuntos “regionais”. Todavia, tal falácia pode ser facimente desmontada meramente lembrando o que era feito pela imprensa quando a petista Marta Suplicy ou a ex-petista Luiza Erundina governaram a capital paulista. Então, críticas e denúncias ganhavam manchetes quase diárias nos jornais supracitados e nos telejornais de alcance nacional.

A imprensa, por essa razão, não investiga o escândalo das emendas parlamentares em São Paulo, um escândalo que lança suspeitas sobre os governos tucanos que se encastelaram no poder desse Estado há quase vinte anos, suspeitas comparáveis às que desencadearam o escândalo do mensalão federal porque insinuam que os governos tucanos paulistas subornam deputados para obterem deles favores em votações na Assembléia Legislativa.

À diferença das matérias investigativas que veículos como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e a revista Veja passaram a fazer todos os meses contra o governo federal desde o começo do governo Lula e que neste ano ganharam uma intensidade nunca vista em anos anteriores, com trabalhos de investigação se sobrepondo em várias frentes simultâneas, nenhuma das matérias sobre o governo de São Paulo, na última década, partiu da imprensa brasileira, mas, sim, da repercussão de denúncias antigas que circulam entre os aliados do governo federal ou da repercussão de investigações no exterior.

O caso Alstom é um exemplo. Contém denúncias sobre propina que teria sido paga pela empresa francesa Alstom a vários políticos do PSDB, entre eles o ex-governador Mario Covas, já falecido, e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. As raras matérias que saíram na imprensa brasileira foram “chupadas” da mídia internacional, de veículos como Wall Street Journal e Der Spiegel, entre outros. A imprensa brasileira mesma, não investiga nada sobre esse caso.

Todavia, é um caso gravíssimo. Trata-se de escândalo que envolve muitos milhões de dólares e que tem alcance internacional. Fora do Brasil, as notícias correm soltas.  O assunto é tão sério que está sendo investigado pelo ministério público da Suíça, onde estão arrolados os nomes dos políticos tucanos aqui citados e de outros brasileiros envolvidos.

De acordo com o que consta em documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo ministério público da Suíça, no período que vai de 1998 a 2001 pelo menos 34 milhões de francos franceses teriam sido pagos em propinas a autoridades do governo do Estado de São Paulo através de empresas offshore (empresas criadas em paraísos fiscais, onde gozam de sigilo de suas contas bancárias que dificulta investigações).

Segundo o ministério público suíço, os pagamentos teriam sido feitos utilizando-se do esquema de contratos de “consultoria de fachada”. O valor das “comissões” supostamente pagas pela Alstom em troca da assinatura de contratos pelo governo de São Paulo chegaria a aproximadamente R$ 13,5 milhões. Segundo o Ministério Público da Suíça, pelo cruzamento de informações esses trabalhos de “consultoria” foram considerados como sendo fictícios.

No período de negociação e da assinatura dos contratos de consultoria estava à frente da Secretaria de Energia de São Paulo o então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn, que deixou o cargo em janeiro de 1998 ao assumir a direção geral da Agência Nacional do Petróleo. O atual secretário de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo, que ocupou a secretaria por alguns meses, e o atual secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, também estão envolvidos.

Para que se tenha uma idéia da enormidade do caso e para que se possa mensurar a enormidade da minimização que a imprensa brasileira faz dele, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular uma compra de 12 trens da Alstom no valor de R$ 223,5 milhões feita sem licitação pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), empresa do governo de São Paulo. O contrato foi assinado em 28 de dezembro de 2005, no governo de Geraldo Alckmin.

Pergunta: você se lembra, leitor, de quando foi a última vez que recebeu uma única notícia da grande imprensa sobre esse caso?

O caso Alstom é apenas um dos muitos casos de corrupção que pesam sobre o partido que há quase duas décadas governa o segundo orçamento da União, o de São Paulo, que, como se sabe, é maior do que os orçamentos da maioria dos países da América Latina. Imagine o leitor o que faria a imprensa brasileira se houvesse um escândalo internacional contra o PT.

A imprensa daria ajuda inestimável ao ministério público suíço usando contra o PSDB esse “jornalismo investigativo” que descobre “provas” contra petistas e aliados toda semana. Contudo, é escandaloso o total desinteresse da imprensa brasileira sobre qualquer pedido de CPI entre as dezenas deles que hibernam nas gavetas da Assembléia Legislativa de São Paulo, que, agora se sabe, vem sendo banhada pelos impostos dos paulistas que acabam escorrendo para o setor privado através de nada mais, nada menos do que… ONGs.

É possível concluir, então, que a única forma de os governos federal, estadual e municipal serem fiscalizados pela imprensa é sendo governos petistas, pois só estes são alvos de investigação da imprensa. Essas campanhas “jornalísticas” contra ministros, com manchetes de capa e de primeira página tomando os telejornais todos os dias e com a Justiça sendo célere, só ocorrem desse jeito. Votar no PSDB, portanto, significa conceder a políticos uma espécie de licença para roubar sob as barbas da imprensa e da Justiça.

Folha, Estado, Veja e televisões minimizam corrupção em SP | Blog da Cidadania

15/10/2011

Capitania Hereditária do PSDB à moda PSDB

Filed under: Capitania Hereditária,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 9:46 am
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“É de provocar inveja a qualquer higienista social do Terceiro Reich”

Moradores de Pinheiros querem barrar albergue no bairro

Comerciantes e moradores não queriam abrigo em área residencial; caso foi parar na Delegacia de Intolerância Racial

Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli, em O Estado de S. Paulo, via Blog do Nassif

SÃO PAULO – Em um pedido com 1,2 mil assinaturas levado ao Ministério Público Estadual (MPE) no dia 29, moradores de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, tentavam impedir que um albergue para moradores de rua no bairro fosse transferido para uma área residencial mais nobre da Rua Cardeal Arcoverde. Mas o efeito foi inverso. Ontem, o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes comparou a iniciativa às tomadas na Alemanha nazista.

Lopes indeferiu o pedido e enviou os nomes de seis síndicos que assinaram a petição para a Delegacia de Polícia Especializada em Crimes Raciais de Delitos de Intolerância (Decradi). Todos serão alvo de inquérito por intolerância social, prevista na Constituição (art. 5.º, inciso 41).

“É de provocar inveja a qualquer higienista social do Terceiro Reich a demonstração de tal insensibilidade. A ideia – ou que ocupa o que deveria ser o seu lugar – associando pobreza e criminalidade e violência não tem guarida teórica e ética”, escreveu. “Esse pedido é muito revoltante”, disse ele ontem ao Estado.

O abaixo-assinado foi organizado por comerciantes e moradores de Pinheiros e se posiciona contra a mudança de um albergue da Prefeitura que hoje funciona no número 1.968 da Rua Cardeal Arcoverde, mas está prestes a ser transferido ao 3.041 da mesma rua – um trecho mais nobre e residencial, entre as Ruas Simão Álvares e Deputado Lacerda Franco. O local oferece melhores condições para o funcionamento do centro e tem mais quartos, segundo o governo municipal.

Mas, segundo o que os vizinhos do novo endereço relataram ao MPE no pedido de intervenção contra o albergue, “o comércio possivelmente não vai sobreviver, uma vez que a população local será acuada em suas residências e os visitantes de outros bairros vão nos trocar por centros comerciais mais tranquilos”. Eles também reclamam de constantes ataques de cachorros de moradores de rua contra “crianças e idosos”. Até um boletim de ocorrência de 2006 com um desses supostos ataques foi anexado no abaixo-assinado.

Indignação. Quase todos os moradores dos Edifícios Rainha Vitória e Magister, ao lado do futuro albergue, assinaram o abaixo-assinado. Entre os signatários há de diretor de multinacional a estudante de Direito.

Ana Arlene Carvalho, relações públicas e síndica do Rainha Vitória, defendeu o documento: “Esse povo já dorme embaixo do meu prédio faz anos, essa turma toda só faz bagunça. O que eles vão fazer durante o dia, ficar perambulando pelo bairro?” Ela reagiu com indignação à comparação do abaixo-assinado com as iniciativas tomadas pela Alemanha nazista. “Manda o albergue para a frente da casa do promotor, quero ver o que ele acha.”

Para a comerciante Joacy Sant’anna, de 57 anos, um albergue poderia ser montado em Pinheiros em galpões da Rua Sumidouro. “Está cheio de galpão vazio lá.”

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