Ficha Corrida

16/05/2015

Partido de Serpentes Desova Bolsonaros

Filed under: Ódio de Classe,Bolsonaro,Fascismo,Ovo da Serpente,PSDB,Valdir Rossoni — Gilmar Crestani @ 5:06 pm
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Estamos vendo a louca cavalgada do PSDB rumo ao fascismo. A sigla já tem outro lema: Partido de Serpentes Desova Bolsonaros. Tanto mais tempo vão ficando longe do poder só faz crescer o ódio e a falta de educação. A irracionalidade vai subindo de tom e as manifestações privadas e públicas deixam de ter um mínimo de educação. Daí o primeiro passo para massacrar professores. Esses capitães de mato de uma elite de vira-latas estão saindo do armário e ficando cada dia mais afoitos. A marcha dos zumbis e do MBL são o  mosto, o chorume do despeito despejado por esses maus perdedores.

E quem está chocando esses ovos de serpente? Os mesmos grupos que deram sustentação à ditadura. O PSDB é fruto dos velhos grupos mafiomidiáticos. Enquanto Peru e Argentina prenderam seus inimigos (Fujimori e Menem), no Brasil FHC está livre para continuar destilando seu despeito de perdedor pelas páginas dos jornais. E a escumalha não consegue ver que FHC foi traído até pela amante com que a Globo lhe capturou. Miriam Dutra dizia ter um filho de FHC. Foi escondida na Espanha para que FHC pudesse entregar todo nosso patrimônio em parceria com a Rede Globo e suas filiais. Não é mero acaso que depois de apeado do poder, seus asseclas acabaram entrando no holerite da RBS. De Pedro Parente a Pérsio Arida, a RBS albergou a mão que afanou a viúva. Na Globo não foi diferente.

O triunvirato da ABL tinha José Sarney, Roberto Marinho e Fernando Henrique Cardoso. De secretário, Merval Pereira. Todos albergados na Academia Brasileira de Letras fundada por Machado de Assis. Graças à esta tríade, o ódio é distribuído em doses cavalares diariamente pelo Rede Globo e suas filiais de norte a sul.

Os tucanos de São Paulo (José Serra, FHC, Geraldo Alcklmin, Barros Munhoz) sabem tão bem quanto os tucanos do Paraná (Álvaro Dias, Beto Richa e Valdir Rossoni) não são diferentes dos deputados do PSDB gaúcho( Yeda Crusius e Jorge Pozzobom). E nem vamos para Minas, terra do Napoleão de hospício. Todos contam com a proteção da banda podre do Poder Judiciário. E, pior, se vangloriam disso. A própria Folha, tucana em todas as linhas e entrelinhas, escreveu isso em editorial. Não é difícil de imaginar porque o notório bandido Alberto Youssef tenha virado herói exatamente na terra deste imbecil chamado Valdir Rossoini.

Professora acusa tucano de chamá-la de “biscate”

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Professora de História e doutoranda em Educação na Universidade Federal do Paraná, Adriana Sobanski afirma ter recebido uma mensagem privada no Facebook do deputado federal Valdir Rossoni, presidente do PSDB-PR, que dizia: "Pela (sic) seu desrespeito imagino q vc faz e sua casa vai procurar sua turma biscate"; segundo ela, isso aconteceu depois de ela ter postado comentários críticos na página do deputado; o relato é da blogueira paranaense Laís Laíny

16 de Maio de 2015 às 14:10

Por Laís Laíny – Professora de História e doutoranda em Educação na UFPR, Adriana Sobanski, foi surpreendida na manhã deste sábado (16), com uma mensagem inbox no Facebook de um dos políticos de "alto coturno" do PSDB do Paraná, o deputado federal Valdir Rossoni. Ela o acusa de chamá-la de biscate.

"Pela (sic) seu desrespeito imagino q vc faz e sua casa vai procurar sua turma biscate".

O print com a ofensa que, teria partido do parlamentar, começou a circular nas redes sociais ainda esta manhã e, por razões óbvias, gerou indignação dos internautas.

"Indignante mesmo… e pensar que um calhorda desse é deputado".

"Gente! Que nojo.. será que esse povo não enxerga que esse cara é um bandido? Detalhe: é o deputado da secretaria da educação!"

"Custo a acreditar que foi ele que respondeu está barbaridade -biscate- palavra antiga e tão atual! Nunca consegui olhar a "cara" dele na TV…agora sei que era meu sexto sentido!"

A professora Adriana contou ao blog que tudo começou ontem (15), quando ela fez comentários em duas postagens no perfil do deputado federal no Facebook.

"Comentei duas postagens dele. Uma com fotos de Brasília em que dizia sentir vergonha da presidente por causa da situação do país. Eu disse que primeiro devia ver a situação do Paraná.

A postagem em questão foi feita na quinta-feira (14), em que Rossoni provoca seus seguidores a fazerem críticas à presidenta Dilma Rousseff (PT).

"Em outra postagem ele criticava o programa pátria educadora. E eu escrevi que devia ver a situação da educação em nosso estado após a violência e a falta de diálogo com relação à data base", conta a professora.

Neste caso, o parlamentar compartilhou uma postagem do perfil do PSDB.

Foi depois dos questionamentos nessas publicações que o deputado destilou as ofensas à professora curitibana.

Após ter sido sigo xingada, Adriane tentou responder o parlamentar mas não conseguiu. Os comentários feitos por ela que geraram a ofensa também foram apagadas.

"O bate papo não permite que eu responda. Ontem era possível comenta na página, hoje não mais", escreveu a professora.

Ela classificou a atitude de Rossoni como absurda e desproporcional.

"A revolta é por esses políticos acharem que estão acima de todos e, claro, a forma como nós, professores, temos sido tratados".

Rossoni foi procurado pelo blog na manhã de hoje mas ainda não obteve resposta.

Professora acusa tucano de chamá-la de “biscate” | Brasil 24/7

Fernando Morais: SP choca o ovo da serpente

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"Cada vez que um vagabundo insulta em público alguém do governo, fica fácil entender por que São Paulo virou um cemitério de elefantes de extrema direita", afirma o escritor, ao mencionar episódios recentes de insulto contra o ex-ministro Guido Mantega, em um hospital, e ontem contra o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha; o jornalista cita, em um texto no Facebook, as candidaturas de Roberto Freire, Bolsonaro Filho e agora Roberto Jefferson, "que ameaça se candidatar a deputado por São Paulo"; "Muito apropriado. Aqui é o ninho onde eles estão chocando o ovo da serpente", diz; ao comentar o insulto no restaurante, Padilha citou um "clima de agressão, desrespeito, ódio e intolerância que alguns buscam aquecer no país e na nossa cidade", e acrescentou: "essas agressões não me abalam"

16 de Maio de 2015 às 15:28

SP 247 – O escritor e jornalista Fernando Morais publicou em sua página no Facebook um texto crítico sobre insultos contra integrantes do governo em São Paulo. Ele menciona o episódio ocorrido com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que foi expulso do hospital Albert Einstein sob gritos de "vai para o SUS" e o desta sexta-feira 15, contra o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, em crítica ao programa Mais Médicos.

"Cada vez que um vagabundo insulta em público alguém do governo (como aconteceu meses atrás com o Guido Mantega num hospital e ontem num restaurante com o Alexandre Padilha), fica fácil entender por que São Paulo virou um cemitério de elefantes de extrema direita", escreveu o autor de A Ilha, Olga, Chatô, entre outros livros.

Morais cita as candidaturas do deputado federal Roberto Freira, do PPS, do Bolsonaro Filho, filho do deputado Jair Bolsonaro, conhecido por suas posições homofóbicas e sexistas no Congresso, e acrescenta que "agora é o Roberto Jefferson que ameaça se candidatar a deputado por São Paulo". O ex-deputado do PTB deixou a prisão neste sábado, após conseguir autorização para cumprir o restante de sua pena em casa.

"Muito apropriado. Aqui é o ninho onde eles estão chocando o ovo da serpente", conclui Fernando Morais. Também pelo Facebook, o ex-ministro Alexandre Padilha comentou o episódio: "essas agressões não me abalam". Ele cita um "clima de agressão, desrespeito, ódio e intolerância que alguns buscam aquecer no país e na nossa cidade".

Leia o texto de Fernando Morais:

cada vez que um vagabundo insulta em público alguém do governo (como aconteceu meses atrás com o guido mantega num hospital e ontem num restaurante com o alexandre padilha), fica fácil entender por que são paulo virou um cemitério de elefantes de extrema direita. primeiro foi o roberto freire. depois o bolsonaro filho. agora é o roberto jefferson que ameaça se candidatar a deputado por são paulo. muito apropriado. aqui é o ninho onde eles estão chocando o ovo da serpente.

E o de Alexandre Padilha:

INACEITÁVEIS INSTANTES DE INTOLERÂNCIA

Toda vez que uma pessoa que nitidamente nunca passou pela dificuldade de não ter médico no seu bairro, comunidade ou família faz um gesto de ódio ao ‪#‎MaisMédicos‬, fico mais orgulhoso do programa que criei e implantei e de toda luta contra a intolerância, arrogância e descompromisso com os que mais precisam que empreendi quando Ministro da Saúde do Brasil.

Hoje os jornais estamparam mais uma vitória do Mais Médicos. A nova etapa mobilizou apenas médicos brasileiros. Atingimos o universo de mais de 18mil médicos, atendendo mais de 63 milhões de brasileiros que não tinham médico. Isso foi possível por dois motivos. Diferente do desejo de alguns, dos cerca de 14 mil médicos recrutados a partir de 2013 a desistência foi ínfima até 2015. O segundo motivo é que o programa criado pela minha gestão no Ministério da Saúde em 2011 (PROVAB), que garante pontos para o concurso de residência (especialidade) para médicos brasileiros que atendem nas periferias revelou-se um sucesso e, agora, os inscritos em 2015 foram incorporados ao Mais Médicos.

Em junho de 2013, o governo brasileiro iniciou uma longa batalha para aprovar a implantar o programa Mais Médicos. Seu objetivo: levar à saúde para mais perto daqueles que, por não terem plano de saúde, por não poderem pagar por uma consulta particular, não tinham direito ao cuidado e ao acolhimento que só o atendimento médico pode oferecer em um momento de tanta fragilidade como o da dor, o da doença.

Na ânsia de afrontar os que mais precisam, a democracia é desrespeitada. A democracia deve ser exercida para a liberdade. Somos um país democrático também em suas ideias, em seus anseios. O respaldo do Mais Médicos não é dado por mim. É dado pelos brasileiros e brasileiras atendidos pelo programa, que antes ansiavam pela presença de um médico, e por mais de 80% de toda população brasileira.

O último ato de agressão foi inusitado. Hoje fui convidado para um almoço em um restaurante no Itaim Bibi (bairro de classe média alta paulistano) com amigos de infância. São pessoas com quem convivo há mais de 30 anos. Uma amizade que sobrevive a tudo: distâncias e diferenças futebolísticas e políticas. Os respeito, convivo, divirto-me com eles tanto como com as outras amizades, que conquistei ao longo da minha vida profissional em comunidades da periferia e da Amazônia brasileira e na militância política. Talvez para a repugnância de alguns e dos detratores da intolerância, sim, tenho amigos da elite econômica paulistana e outros tantos tucanos, neoliberais e neoconservadores. Parte disso, pois minha família com muito esforço me garantiu a oportunidade de convivermos mesmas escolas e estudar na USP e na Unicamp. Divergimos em opções de vida, profissionais e na política, mas essas amizades sobrevivem apesar do clima de agressão, desrespeito, ódio e intolerância que alguns buscam aquecer no país e na nossa cidade.

Tudo ocorria normalmente quando de súbito um senhor que já se retirava começou a fazer um discurso, sendo filmado em vídeo pelo seu colega de mesa. Embora tenha buscado chamar a atenção do salão, talvez imaginando que seria solenemente aplaudido, foi absolutamente ignorado pelas dezenas de pessoas durante o seu ato de agressão. Apenas seu colega de mesa o aplaudiu. Após sua retirada, os garçons, as pessoas de outras mesas e o proprietário do estabelecimento prestaram solidariedade a mim. Meus amigos, que divergem das minhas posições políticas, ficaram indignados e certamente terão posições de maior rechaço a qualquer postura de intolerância, falta de educação e agressividade que alguns oposicionistas do Mais Médicos ainda alimentam pelo país. Paradoxalmente, episódios como esse são capazes de despertar cada vez mais as pessoas para que a democracia possa conviver com a diversidade e a diferença.

Já é um desrespeito aos meus direitos individuais alguém imaginar que pode me agredir em público e fazer uso dessa imagem. É um desrespeito ainda maior quando isso envolve direitos individuais dos meus amigos, que ao contrário do que pode-se pensar, não possuem nenhuma vinculação partidária nem política comigo.

Essas agressões não me abalam. Enfrentei alguns colegas de profissão para defender o Mais Médicos. Pelas pessoas beneficiadas pelo programa, venci preconceitos e mentiras. Não é qualquer coisa que me deixa perder o rumo e o foco. Muito menos me faz levantar de uma mesa repleta de amigos. Tão pouco me impressionaria com um agressor e um aplauso solitários de quem não encara um debate democrático e prefere a agressão e a fuga.

No ano passado, percorri todas as regiões do Estado de São Paulo – o que possui a maior elite econômica, o mais rico do país e o que mais pediu por profissionais do Mais Médicos desde a primeira fase até hoje -. Não foram poucos os depoimentos de agradecimento pelo programa. Ter a certeza que o Mais Médicos mudou a vida de milhões de brasileiros é a confirmação de que estamos melhorando a vida das pessoas, principalmente das que mais precisam, cada vez mais. Ainda precisamos fazer muito para melhorar a saúde do país. O Mais Médicos é apenas o primeiro e corajoso passo, dado enquanto fui ministro da Saúde pela presidenta Dilma, para que a saúde brasileira seja universal.

Posso deixar alguns frustrados, mas saibam que agressões como essa não me inibem, não reduzem meu convívio com amigos, sobretudo os não petistas, nem farão com que eu deixe de frequentar qualquer lugar. Sou feliz por ter amigos no Itaim Bibi e no Itaim Paulista e gosto muito de cultivá-los. Tenho muito orgulho de ter criado o Mais Médicos e, como disse, já enfrentei muito mais do que agressor solitário para implantá-lo.

02/11/2014

Marcha dos vadios perde até para a marcha das vadias

Taí uma sugestão. Para engrossar o caldo, quem sabe na próxima manifestações os golpistas pedem conselho aos organizadores da marcha das vadias. Dizer que teve mais gente na marcha das vadias é pleonasmo. Enquanto a Marcha das Vadias contou com gente em busca da igualdade de direitos para homens e mulheres de qualquer credo, raça ou ideologia, a marca dos vadios só contou com ratazanas golpistas.

Quem tem como ídolos Lobão e Bolsonaro só pode fazer sucesso mesmo é na mídia de esgoto.

Não é só coincidência que este tipo de manifestação ocorra na terra dos Integralistas, camisas verdes, da TFP, do Plínio Correa de Oliveira, do Ademar de Barros, do Jânio Quadros, de FHC, de José Serra, do Orestes Quércia, do Paulo Maluf, do Celso Pitta… e do Tiririca! Com o perdão do Tiririca, que pelo menos não é golpista.

As mesmas marchas que antecederam o golpe de 1964, com a liga das famílias católicas, é também o berço da Opus Dei, o famigerado ramo do conservadorismo católico nascido na terra da Inquisição, com Josemaria Escrivá..

Ato por impeachment de Dilma reúne 2,5 mil em São Paulo

RICARDO CHAPOLA – O ESTADO DE S. PAULO

01 Novembro 2014 | 15h 35

Na Avenida Paulista, grupo pediu ainda a intervenção militar no País

Atualizado às 22h11

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SÃO PAULO – Um ato em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, convocado pelas redes sociais, reuniu neste sábado, 1º, segundo a Polícia Militar presente no local, cerca de 2,5 mil pessoas na região da Avenida Paulista, área central de São Paulo. A manifestação foi marcada também pela defesa de nova intervenção militar no País.

“Se você acha que democracia é isso que temos aqui, então sou a favor da volta do militarismo”, disse o investigador de polícia Sergio Salgi, de 46 anos. Ele foi ao ato com uma faixa com os dizeres “SOS Forças Armadas”. Gritos como “Viva a PM” foram entoados pelos manifestantes.

O deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC) – filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) – discursou em cima do único carro de som do ato e disse que, se seu pai tivesse se candidato a presidente este ano, teria “fuzilado” a presidente – reeleita no domingo passado. “Ele teria fuzilado Dilma Rousseff se fosse candidato."

Gabriela Biló/EstadãoCerca de 2,5 mil pessoas, segundo a PM, participaram de ato contra o atual governo

Marcola. O filho de Bolsonaro disse ainda que votaria em Marcola – apelido de Marcos Willians Camacho, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) -, mas não em Dilma. “Dizia na campanha: voto no Marcola, mas não em Dilma. Pelo menos ele tem palavra.”

Na internet, o ato deste sábado teve a confirmação de mais de 100 mil pessoas. Manifestantes carregavam cartazes com mensagens como “Intervenção militar já”, “PT é o câncer do Brasil” e “Fraude nas urnas”. “(As urnas) são fraudáveis. Qualquer um que não é analfabeto sabe disso”, afirmou o perito Ricardo Molina, em discurso.

O ato seguiu em direção ao Parque do Ibirapuera e, no caminho, houve uma ameaça de racha do movimento – entre grupos que defendiam um novo golpe militar e outros que desejavam apenas protestar contra a eleição de Dilma. “Exigimos a recontabilização dos votos. Não tem ninguém golpista aqui”, disse o músico Lobão, após conferir no celular a repercussão da manifestação.

Durante o trajeto até o Ibirapuera, moradores da região balançaram bandeiras do PT nas janelas. “Vai pra Cuba”, reagiram os manifestantes – alguns levavam bandeiras do ex-candidato do PSDB a presidente Aécio Neves.

Em Brasília, cerca de 500 pessoas, segundo a PM, também protestaram contra Dilma na Esplanada dos Ministérios. / COLABOROU RICARDO DELLA COLETTA

08/10/2014

Preconceito, ignorância, má fé

Tenho dois cursos superiores e uma especialização, feitos todos com recursos próprios. Não passo necessidades, tenho plano privado de saúde e ainda pago meu cardiologista particular. Mas tenho que dizer que sou terceiro filho de uma família de oito, criados na roça. Todos nascidos em escadinha, de ano em ano. Quando o segundo depois de mim nasceu, minha mãe estava com cinco filhos e a mais velha tinha seis anos. Com apenas dois anos, minha avó me levou e me criou até os sete anos.

Bolsa Família e preconceito socialSe minha família tivesse Bolsa Família talvez minha mãe pudesse ter comprado pílulas anticoncepcionais. Ou então poderia ter me criado junto com os demais. Não existia Bolsa Família ou qualquer outro programa social.

Não havia Mais Médicos. O hospital mais próximo distava 14 km e fui ao médico com meu pai, com quase 40º de febre, na garupa de cavalo. Saímos de manhã, chegamos à noite.

A escola distava 4km, que fazíamos à pé, morro abaixo para ir, morro acima pra voltar. Inverno ou verão, chuva ou sol.

Passei por tudo isso, mas não desejo que outros passem. O fato de ter passado por isso não me leva a desejar isso a outros. Pelo contrário, gostaria que este tipo de situação fosse eliminada. O valor do Bolsa Família é até pequeno. Os juros bancários, que levaram o Banco Itaú a apoiarem Marina Silva, consomem muito mais recursos públicos que o Bolsa Família. É a tal de dívida pública…

Quando vejo postagens de pessoas que também passaram por isso dizer que “no meu tempo, Bolsa Família era foice, pá, enxada”, fico a imaginar o que o tamanho do egoísmo que corrói o autor da postagem. É um misto de despeito, inveja e desinformação. Isso sim me envergonha!

Negar algo hoje só porque não tivemos não é só egoísmo de quem diz, mas uma atitude abjeta, de negar a outrem por birra. Negar a quem precisa porque não se teve demonstra o quão pequeno é um ser na escala humana. Pior, se dão ao luxo de cometer tamanha ignorância em público, espraiando para que o mundo o tamanho de suas limitações intelectuais. São os que não dizem uma vírgula aos empréstimos subsidiados que salvam grandes empresas, como RBS.

Isso, gente, é preconceito em relação às políticas sociais. Eu não preciso disso. Quando precisei, não tive. Agora, se devemos odiar quem recebe o Bolsa Família, porque não odiamos os empréstimos subsidiados para a classe média comprar apartamento. Aí pode, né! Tem gente, no serviço público, que ganha R$ 751,00 de auxílio alimentação mas acha abominável pagar R$ 173,00 de Bolsa Família. Que nome se pode dar a isso?

Há poucos anos atrás as sinaleiras, esquinas e proximidades de restaurantes eram habitadas por mães que empurravam crianças pedindo esmolas. As mães se entrincheiravam em algum esconderijo esperando o resultado da coleta das crianças. Por que será que não se vê mais crianças nas sinaleiras? Não seria pelo fato de que agora há Bolsa Família? Será que é tão difícil entender que a mãe só recebe a bolsa se o filho frequentar a escola? Para onde foi a sensibilidade das pessoas que notam esta diferença tão cristalina? Uma mãe receber um ajuda para manter a criança na escola merece execração, mas os bancos não merecem o mesmo desprezo por terem se beneficiado por um programa criado por FHC chamado PROER? A GERDAU não fabrica um parafuso sem algum tipo de incentivo, seja isenção, financiamento via FUNDOPEN, estímulos via parcelamento de recolhimento de tributos, empréstimos a fundo perdido. Ninguém condena a GERDAU que, mesmo sendo uma das maiores empresas brasileiras e quiçá do mundo, opera também com dinheiro público. Por que GERDAU pode receber dinheiro público e a mãe não pode receber um auxílio, condicionado à frequência escolar do filho?

26/04/2014

A desigualdade impulsionada pelos governos

Filed under: Bolsa Família,Bolsonaro,Economia — Gilmar Crestani @ 12:01 pm
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bolsaInfelizmente poucos tem acesso e, destes, menos ainda leem Paul Krugman. Um dos economistas mais lúcidos, prêmio Nobel, que, em linguagem simples, traduz de forma contundente as armadilhas do capital encima da política. Como sempre, são os que mais tem que mais se beneficiam dos recursos públicos. Até nem é difícil de constatar. O problema não reside na descoberta, mas, em sabendo que é assim, o conformismo com a situação. Quando políticas tímidas como o Bolsa Família surgem, mesmo sabendo de que o lucro do Bradesco e do Itaú não diminuem, ainda preferem incentivos a Gerdau.

‘O Capital…’ revoluciona ideias sobre desigualdade

Obra de Thomas Piketty muda forma de pensar sociedade e economia

Autor mostra que caminhamos de volta ao ‘capitalismo patrimonial’, dominado por dinastias familiares

PAUL KRUGMAN, DO "NEW YORK TIMES"

Thomas Piketty, professor na Escola de Economia de Paris, não é muito conhecido, ainda que isso possa mudar com a publicação em inglês de sua abrangente e magnífica meditação sobre a desigualdade, "Capital in the Twenty-First Century". Mas sua influência é profunda.

Tornou-se comum afirmar que estamos vivendo uma segunda "Gilded Age" [Era Dourada, período de grande expansão econômica nos EUA entre 1870 e 1900]– ou, nas palavras de Piketty, uma segunda Belle Époque–, definida pela incrível ascensão do "1%". Essa afirmação só se tornou lugar-comum graças ao trabalho de Piketty.

Ele e colegas (especialmente Anthony Atkinson, de Oxford, e Emmanuel Saez, de Berkeley) são responsáveis pelo desenvolvimento de técnicas estatísticas que tornam possível rastrear a concentração de renda e de riqueza no passado distante –até o começo do século 20, no Reino Unido e nos EUA, e até o final do século 18 na França.

O resultado foi uma revolução em nossa compreensão sobre as tendências da desigualdade em longo prazo.

Antes dessa revolução, a maioria das discussões sobre a disparidade econômica desconsiderava os muito ricos. Alguns economistas (para não mencionar políticos) tentavam sufocar aos gritos qualquer menção à desigualdade: "De todas as tendências prejudiciais a um estudo sólido da economia, a mais sedutora, e em minha opinião mais venenosa, é tomar por foco as questões de distribuição", declarou Robert Lucas, da Universidade de Chicago, o mais influente macroeconomista de sua geração, em 2004.

Mas mesmo aqueles que se dispunham a discutir a desigualdade se concentravam, em geral, na disparidade entre os pobres da classe trabalhadora e as pessoas prósperas, mas não mencionavam os verdadeiramente ricos.

O foco eram os formandos universitários cuja renda superava a de trabalhadores com nível mais baixo de educação, ou a sorte comparativa dos 20% mais prósperos da população ante os 80% menos afortunados, e não a rápida ascensão da renda dos executivos e banqueiros.

Portanto, foi uma revelação quando Piketty e colegas demonstraram que as rendas do hoje famoso "1%", e de grupos ainda mais estreitos, eram o mais importante na ascensão da desigualdade.

E essa descoberta surgiu acompanhada por uma segunda revelação: as menções a uma nova "Gilded Age", que podiam parecer hiperbólicas, na verdade nada tinham de exagerado.

Nos EUA, a proporção da renda nacional reservada ao 1% mais rico seguiu uma curva em U. Antes da Primeira Guerra Mundial, o 1% mais rico detinha 20% da renda nacional, tanto nos EUA quanto no Reino Unido. Por volta de 1950, essa proporção caíra a menos da metade. Mas de 1980 para cá a parcela reservada ao 1% disparou de novo –e nos Estados Unidos ela retornou ao ponto em que estava um século atrás.

Ainda assim, a elite econômica atual é muito diferente da elite do século 19, não? Na época, as grandes fortunas tendiam a ser hereditárias; a elite econômica atual não é formada por pessoas que conquistaram suas posições com base no mérito?

Bem, Piketty nos diz que isso não é tão verdade quanto podemos imaginar e que de qualquer forma esse estado de coisas pode se provar não mais duradouro do que a sociedade de classe média que floresceu por uma geração depois da Segunda Guerra Mundial.

A grande ideia de "Capital in the Twenty-First Century" é não só a de que retornamos ao século 19 em termos de desigualdade de renda como a de que estamos no caminho de volta ao "capitalismo patrimonial", no qual os grandes píncaros da economia são ocupados não por indivíduos talentosos mas por dinastias familiares.

É uma afirmação notável –e é precisamente por ser tão notável que ela precisa ser examinada de maneira crítica e cuidadosa. Antes que eu trate desse assunto, porém, permita-me afirmar já de saída que Piketty escreveu um livro verdadeiramente soberbo. O trabalho combina abrangência histórica –quando foi a última vez que você ouviu um economista invocar Jane Austen e Balzac?– e análise minuciosa de dados.

E, ainda que Piketty zombe dos economistas, como profissão, por sua "paixão infantil pela matemática", a base de sua argumentação é um tour de force de modelagem econômica, uma abordagem que integra a análise do crescimento econômico à da distribuição de renda e riqueza.

Esse é um livro que mudará a maneira pela qual pensamos sobre a sociedade e pela qual concebemos a economia.

O que sabemos sobre a desigualdade econômica, e sobre os momentos específicos nos quais adquirimos conhecimento sobre ela?

Até que a revolução de Piketty varresse o campo, a maior parte do que sabíamos sobre desigualdade de renda e riqueza vinha de pesquisas nas quais domicílios escolhidos aleatoriamente preenchem um questionário, e suas respostas são computadas para produzir um retrato estatístico do todo.

O padrão internacional para essas pesquisas é o levantamento anual conduzido pelo Serviço de Recenseamento dos EUA. O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) também conduz uma pesquisa trienal sobre a distribuição de riqueza.

As duas pesquisas são um guia essencial quanto à mudança da forma da sociedade dos Estados Unidos. Entre outras coisas, apontam para uma virada dramática no crescimento econômico americano, iniciada por volta de 1980.

Antes disso, famílias de todos os níveis viam suas rendas crescerem mais ou menos em linha com o ritmo de crescimento da economia como um todo. Depois de 1980, porém, a parte do leão dos ganhos passou a caber ao topo da escala de renda, e as famílias na metade inferior ficaram muito para trás.

Historicamente, outros países não mostravam igual eficiência em rastrear quem fica com o que; mas a situação mudou ao longo do tempo, em larga medida devido ao Estudo de Renda do Luxemburgo (do qual em breve farei parte). E a crescente disponibilidade de dados de pesquisa que podem ser comparados entre diferentes países resultou em novas percepções importantes.

Sabemos agora, especialmente, tanto que os Estados Unidos têm uma distribuição de renda muito mais desigual que a das economias avançadas da Europa quanto que boa parte dessa diferença pode ser atribuída diretamente a ações do governo.

As nações europeias em geral têm rendas altamente desiguais como resultado das atividades de mercado, como os Estados Unidos, ainda que talvez não na mesma extensão. Mas conduzem redistribuição muito maior por meio de taxas e transferências do que os Estados Unidos fazem, o que resulta em desigualdade muito menor em termos de renda disponível.

No entanto, apesar de toda a sua utilidade, os dados dessas pesquisas têm limitações importantes. Tendem a subestimar, ou desconsiderar de todo, a renda que cabe ao punhado de indivíduos que ocupam o verdadeiro topo da escala de renda.

Também apresentam profundidade histórica limitada. Os dados de pesquisa norte-americanos, por exemplo, remontam a apenas 1947.

É aí que entram Piketty e seus colegas, que se voltaram a uma fonte de dados inteiramente diferente: os registros tributários. Essa ideia não é novidade. De fato, as análises iniciais de distribuição de renda dependiam de dados tributários, porque não havia muitos outros dados com que pudessem contar.

Piketty e seus colaboradores, porém, encontraram maneiras de combinar dados tributários e outras fontes a fim de produzir informações que complementam de maneira crucial os dados das pesquisas. E as estimativas baseadas nos impostos podem recuar muito mais ao passado.

Os Estados Unidos têm um imposto sobre a renda em vigor desde 1913; no Reino Unido, ele surgiu em 1909; a França, graças aos registros elaborados de coleta de impostos sobre propriedades e aos seus históricos detalhados, tem dados sobre patrimônio que remontam ao final do século 18.

Explorar esses dados não é fácil. Mas usando todos os truques da profissão, e alguns palpites bem informados, Piketty consegue produzir um sumário da queda e ascensão da desigualdade extrema ao longo dos últimos cem anos.

Como eu disse, descrever nossa era como uma nova "Gilded Age" ou Belle Époque não é simples hipérbole; é a verdade pura e simples. Mas como foi que isso aconteceu?

08/01/2012

Bolsonaro, o ignaro

Filed under: Bolsonaro,Ditadura — Gilmar Crestani @ 10:19 am

 

Escultura pornô com Bolsonaro vira acervo de fundação gay

Enviado por luisnassif, sab, 07/01/2012 – 18:06

Por Nilva de Souza

Do Blog A Capa

Escultura pornô com Bolsonaro vira patrimônio de fundação gay em NY

Mais um ponto a favor da arte e contra a imbecilidade de certos políticos. A escultura "Bolsonaros Sex Party", criada pelo artista plástico brasileiro Fernando Carpaneda, acaba de ser adquirida pela The Leslie Lohman Gay Art Foundation. A obra passa a integrar o acervo permanente da fundação. Carpaneda, além de artista plástico, é escritor e também autor do livro "Anjo de Butes".

"Acho que, da mesma forma que o Jair Bolsonaro tem direito garantido e imunidade parlamentar para ir à televisão brasileira falar mal de gays e negros, eu, como brasileiro, também tenho o direito de me expressar em público sobre o Jair Bolsonaro", disse Carpaneda recentemente.
"Quero que ele se sinta constrangido ao ser visto retratado praticando sexo oral e anal. Assim, sentirá na pele o que é ter sua intimidade transformada em alvo de piada".
A obra mostra exatamente uma orgia, com uma representação de Jair Bolsonaro em meio à suruba. A escultura também aproveita para criticar as campanhas homofóbicas que surgem no mundo, como a "God Hates Fags" (Deus Odeia as Bichas).
Agora, a "Bolsonaros Sex Party" ficará exposta ao lado de obras de mestres da arte moderna e gay, como Andy Warhol, Keith Haring e Robert Mapplethorpe. Com isso, Bolsonaro conseguiu justamente aquilo que ele não queria: ficará para sempre associado à questão gay, e nos EUA – fora do Brasil.
"Seja viado, seja herói!", brada Carpaneda, citando a famosa frase "Seja marginal, seja herói", criada pelo artista brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980) nos anos 60.

http://acapa.virgula.uol.com.br/cultura/escultura-porno-com-bolsonaro-vi…

 

Da “Documenta de Kassel” à desejável documenta da Bienal

Jair Bolsonaro como uma instalação na Bienal de São Paulo? A idéia parece aproveitável. "Dês" que ele fale. No Brasil das Bienais, talvez a grande “Documenta” seja o tal deputado. Ninguém melhor que ele expressa o que foram os preconceitos, a discriminação, a boçalidade e o obscurantismo do golpe militar de 64.

Enio Squeff

Tempos atrás, numa entrevista a um jornalista, o antropólogo Paulo Duarte, já falecido, instado a falar sobre um historiador paulista, cumulou-o de elogios – seria um bom pai de família, um cidadão honesto e sobretudo um paulista exemplar: tinha se comportado muito bem durante a chamada “Revolução Constitucionalista”. Era, em suma, um bom homem – mas tinha um defeito fundamental. Contra todos os vereditos e ponderações de seus colegas, insistia em escrever. 
A idéia é proveitosa para muitas outras pessoas, incluindo-se aí os artistas ou não. Seria, quem sabe, o caso do deputado Jair Bolsonaro: impossível não levar em consideração que ele brande olimpicamente suas idéias, arrosta meio mundo para defendê-las, mas, para muitos de seus críticos, padece igualmente de um mal insanável: ele fala.
Beethoven, certa vez, disse quase o mesmo sobre Rossini; ele que continuasse a escrever óperas cômicas – mas que ficasse nisso. Em outros gêneros, ele bem que poderia dispensar o mundo de escutá-lo.
Há diferenças fundamentais entre os personagens históricos e a possível boa piada a que, muitas vezes, a nossa falta de talento se presta. Todas, contudo, têm de ser vistas nos devidos termos, de serem tomadas como exemplares, para, quem sabe, o quase impossível: de serem ao menos engraçadas.
Napoleão valeu-se muito do que hoje chamaríamos de “guerra psicológica”. Entre enfrentar um grande general e desmoralizá-lo antes de qualquer confronto, preferia, digamos, os louros quase secretos da contra-informação. Quando soube que existiam sérias divergências entre os generais austríacos e um possível comandante dos exércitos aliados, o russo Mikhail Kutuzov (1745-1813), açulou o quanto pode as diferenças entre os aliados. Conseguiu que Kutusov fosse afastado, com o que se livrou do mais competente comandante que ele reconhecia nas hostes inimigas. E venceu, assim, a batalha de Austerlitz.
Pablo Picasso, sem ser um general, mas apenas o grande artista que todos conhecemos, também valeu-se de bons argumentos para elidir bobagens. Pertencia ao Partido Comunista Francês (PCF) e pouco se lhe dava a linha oficial do Comitê Central do PCF, para as artes. Esquivou-se, em suma, o quanto pôde da imposição estalinista em favor de uma “arte realista”, como se dizia. Na época, o que o estalinismo exigia era que todos os artistas ligados aos Partidos Comunistas do mundo fossem fiéis ao que ficou conhecido como “realismo socialista”. Era o que Stálin tinha decretado desde a União Soviética e as possíveis deformações na arte – de que Picasso era um dos artistas mais proeminentes da época – se tivessem de acontecer, que se fizessem fora das fronteiras do Partido. 
Picasso não reclamou, mas também não alterou em nada o sentido de seus pincéis: eles continuariam a pôr, literalmente, os pés pelas mãos, como se distingue a uma primeira vista em suas pinturas da fase cubista. Certo dia, contudo, viu-se na contingência de comparecer à exposição de um artista, tido como “oficial” pelo PCF . Era um pintor, que ao contrário de Picasso, fazia “tudo direitinho” (não era um bom artista, mas se situava tão bem no figurino “realista” que o mundo praticamente o esqueceu). Vem daí, porém, que ao avistarem Picasso na exposição, todos os seus amigos e inimigos esperavam uma palavra do criador do cubismo: ou falava ou se calava para sempre. Picasso emudeceu o quanto pôde, mas mal saiu da mostra, não resistiu de comentar com um amigo que se o tal pintor “realista” lhe tivesse pedido, ele bem que poderia lhe ensinar como desenhar um pé. 
A história foi logo divulgada e Picasso nem precisou se valer da consideração de que o tal artista talvez fosse tão bom chefe de família quanto o historiador mencionado por Paulo Duarte. Ficou, de qualquer modo, a suposição de que seu único defeito era que “pintava”.
Ora, há equívocos que excelem nem tanto o bom senso, mas principalmente o ridículo. Um campo que desafia o humor, parece ser o da arte de vanguarda. Há, ao que parece, uma espécie de temor universal, por parte do mundo intelectual e artístico, de não ficar à frente do tempo por se negar aqui e ali de que, “ser de vanguarda”, talvez não seja propriamente botar um jegue numa sala de exposição; ou prender um urubu num espaço qualquer. Torna-se, de qualquer modo, algo prosaico, que as associações protetoras dos animais não atendam às mensagens para o futuro da história da arte e imponham as restrições que as leis lhes facultam, para impedir “obras” do tipo, com a retirada compulsória dos pobres animais dos salões de exposição, tal como aconteceu não muito recentemente em salões aqui no Brasil. Ou seja, como Beethoven dizia (só que injustamente) sobre Rossini, todos poderíamos ser dispensados de ver tantas bobagens. Mas, neste caso, certamente, não saberíamos delas, o que não deixa de ser paradoxalmente, lamentável.
Talvez a questão se cinja mesmo à falta de humor ou antes, ao senso nenhum do ridículo. É que não há como desconsiderar a capacidade e a ausência de talento ou de bom senso, substituída pela sempre bem quista “ordem ideológica”. 
Na cidade de Kassel da Alemanha, onde em certas épocas se realizam exposições mais à vanguarda que o mundo – mesmo o da vanguarda – jamais possa imaginar (é a chamada “Documenta de Kassel”) – deu-se que um artista resolveu botar uma pedra numa rua. Fosse no Brasil, alguém se lembraria do famoso poema de Drummond – aquele da pedra no caminho. E tudo estaria explicado, inclusive com os aplausos da crítica. Lá, porém, o prefeito da cidadezinha, os transeuntes e principalmente os motoristas, resolveram que a obra de arte atrapalhava o trânsito; houve protestos do mundo artístico, claro, mas o objeto artístico – ou a pedra, como se queira -foi, enfim, retirada. Que dizer disso?
Quem sabe se possam fazer muitas ilações a propósito. Uma delas é a artística – existem muitas que são equívocos como o homem, que deveria fazer tudo, menos escrever. Ou falar. Mas outras talvez digam respeito ao mundo político e ao já mencionado deputado Jair Bolsonaro. 
Independentemente do que diga – e ele o diz, – parece ser justamente o contrário ao bom senso que queira proibi-lo de que se manifeste. Afora o direito que o contempla, ninguém em momento algum pôs de forma tão manifesta, o que foi o golpe de 64. Na cidade de Kassel, a mostra que se chama “Documenta” pretende que se legue ao futuro as muitas obras que o mundo não entende. No Brasil das Bienais, talvez a grande “Documenta” seja o tal deputado. Ninguém melhor que ele expressa o que foram os preconceitos, a discriminação, a boçalidade e o obscurantismo do golpe militar de 64. Aventemos que manifestação alguma, de vanguarda ou, de contestação, conseguiriam ser tão convincentes quantas as sempre inesperadas manifestações do capitão Bolsonaro. Assim como o professor de história mencionado por Paulo Duarte, era uma insofismável forma de mostrar como não se deveria escrever, existem pessoas que são, no mal dizer, documento vivos do que foi a história. Quem sabe a melhor “instalação” que alguém poderia inventar para dizer o que foi um período histórico do Brasil, seja o deputado em questão – um depoimento indelével e vivo do que foram os idos começados e 64.
Em quaisquer dos casos, quaisquer interditos só parecem atrapalhar. Pode-se deplorar que certas pessoas façam justamente o que não devam ou para as quais não têm talento. Mas são restrições meramente estéticas: não dizem das verdades que muitas delas contêm tanto para o bem quanto para o mal. Mas sempre para o entendimento. E para o esclarecimento do futuro.
Alguém deplorou a existência de Jair Bolsonaro. É o contrário: devemos agradecê-lo por ser tão esclarecedor e tão transparentemente a radiografia da nossa história recente. A nossa terrível e inacreditável história recente. 
Jair Bolsonaro como uma instalação na Bienal de São Paulo? A idéia parece aproveitável. Dês que ele fale.

Enio Squeff é artista plástico e jornalista.

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5390

Escultura pornô com Bolsonaro vira acervo de fundação gay | Brasilianas.Org

03/12/2011

Bolsonaro, a cara dos bundões da direita

Filed under: Bolsonaro,Direita — Gilmar Crestani @ 10:36 am

O que me admira não é a existência de Bolsonaro. Ignaros que nem ele conheço aos montes, que se vestem com ares de cultos mas destilam ódio por todos os poros. Causa espécie é ser convidado por uma Universidade. Ele pode ser burro e bronco, mas uma Universidade que se queira dar ao respeito não poderia incorrer em erro tão grave. Ainda se fosse uma universidade do crime. Ou será que é?

Sob vaias e gritos de “assassino”, Bolsonaro é expulso da UFF!

Sob gritos de assassino, fascista e Não, não nos representa não, o deputado Jair Bolsonaro foi expulso da UFF-Universidade Federal Fluminense, hoje pela manhã. Ele estava na faculdade para dar uma palestra, mas como sempre, aproveitou para fazer suas gracinhas e por que ainda há alguma esperança na humanidade, os estudantes reagiram. O deputado se abrigou num carro da PM e precisou de segurança para sair do local. Coisa linda de se ver:

Fonte:http://osentendidos.com

Os Amigos do Presidente Lula

26/11/2011

Bolsonaro e o decoro parlamentar

Filed under: Besta,Bolsonaro — Gilmar Crestani @ 9:14 am

Não se iluda o deputado pelo Rio de Janeiro. Se houver uma vontade política da maioria da Câmara dos Deputados, o seu mandato poderá vir a ser cassado por falta de decoro parlamentar. O conceito de decoro é político. O julgamento político não se submete aos ritos jurídicos comuns.

Mauro Santayana

Os debates parlamentares são, normalmente, incontroláveis. Desde que há parlamentos, as discussões conduzem a insultos e impropérios. Mas nem sempre os mais audaciosos na virulência, ou no mau gosto de seus argumentos, conseguem ser bem sucedidos na política. A ironia inteligente, a lógica no argumento e a paciência didática na defesa de uma idéia, ou de uma posição em assuntos pontuais, são sempre mais eficientes no confronto parlamentar.
O deputado Jair Bolsonaro, quer isso nos agrade ou não, representa uma parcela ponderável do eleitorado do Rio de Janeiro, constituída de militares saudosistas do regime ditatorial, de obstinados lacerdistas, de neoconservadores. Sua presença no Parlamento é assim legítima, de acordo com os ritos da democracia representativa. Ele é protegido, pelo que disser na tribuna, pela imunidade parlamentar. Sendo assim, nada pode impedir seus excessos verbais – a não ser uma ação política. O julgamento político, pelo parlamento, não está sujeito a regras jurídicas. Ele depende da vontade da maioria dos representantes do povo, sobretudo quando se trata de verificar se o acusado ofendeu ou não o decoro parlamentar.
Na defesa de suas idéias, mais do que conservadoras, o deputado Bolsonaro não se impõe limites. Ninguém pode impedir que ele defenda um governo de extrema direita, da mesma forma que seria estúpido impedir que alguém defendesse o contrário, ou seja, uma política de extrema-esquerda, conforme garante a Constituição. Mas aos debates parlamentares convém um mínimo de cortesia e de respeito aos outros. Bolsonaro é costumeiro em se dirigir, sobretudo às mulheres, com palavras pesadíssimas, que não são próprias de um cavalheiro, senhor de sua hombridade – em todos os significados do último vocábulo.
Quase sempre depois de um escorregão mental, ele se desculpa, e procura muletas semânticas, a fim de amenizar o que dissera antes. Essa é uma tática comum, não só no parlamento como na vida de todos os dias, a de desmentir intenções. Na realidade, os doestos, uma vez disparados, permanecem com seus efeitos perversos.
É natural que a muitas pessoas pareça incômoda a postura da sociedade moderna diante de certos comportamentos humanos, que lhes pareçam antinaturais, como é o caso do homossexualismo. A História nos mostra que a intolerância diante desses comportamentos é cíclica e variável nas culturas nacionais de cada época. O fato é que esses comportamentos fazem parte da condição humana. Talvez conviesse ao deputado Bolsonaro ampliar o leque de suas preocupações, e não limitá-las a um só assunto. Ele corre o risco de além da imagem de violento, também se tornar um parlamentar aborrecido, com seu samba de uma nota só.
Sua última tentativa de ofensa à presidente Dilma Rousseff – já acostumada a injúrias vis, como a de que é “assassina de criancinhas” – com a ridícula e desprezível insinuação divulgada, provocou a reação de grande parte dos parlamentares, muitos deles já alvos da agressividade verbal de Bolsonaro. Não se iluda o deputado pelo Rio de Janeiro. Se houver uma vontade política da maioria da Câmara dos Deputados, o seu mandato poderá vir a ser cassado por falta de decoro parlamentar. O conceito de decoro é político. O julgamento político não se submete aos ritos jurídicos comuns. É um ato de vontade da maioria, que o exerce conforme a Constituição.
Como disse, em debate crucial na Assembléia Francesa, o grande Robespierre, ao defender a sentença de morte contra Luís 16, o julgamento político nada tem a ver com a legislação penal.
Sendo assim, convém a Bolsonaro controlar a sua linguagem.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Carta Maior – Mauro Santayana – Bolsonaro e o decoro parlamentar

07/11/2011

Maciel, não ! Bolsonaro para a Comissão da 1/2 Verdade

Filed under: Bolsonaro,Cláudio Lembo,Dilma — Gilmar Crestani @ 7:15 am
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Amigo navegante carioca chama a atenção para um “panorama politico” na pagina 2, do Globo, deste sábado:

“Cotados”
“A Presidenta Dilma analisa os seguintes nomes para compor a Comissão da Verdade: Cláudio Lembo ou Marco Maciel, do DEM” …

Navalha

Em nome da “governabilidade”, é melhor o Bolsonaro.

Bolsonaro tem voto e não serviu a TODOS os governos militares, como Maciel.

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

Maciel, não ! Bolsonaro para a Comissão da 1/2 Verdade | Conversa Afiada

13/08/2011

O ovo da serpente

Filed under: Bolsonaro,O Ovo da Serpente — Gilmar Crestani @ 7:01 am
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A mortandade em Tucson, a hecatombe na Noruega. Por traz de aparentes  loucuras, uma lógica política que a Direita sempre soube praticar. Agora com aval da velha mídia, de Murdoch aos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. A  velha mídia brasileira é aquela que haja o que houver, aconteça o que tenha de acontecer está sempre ao lado dos criminosos do colarinho branco, não por acaso identificados com a direita. Se estiverem de algum modo favoráveis à ditadura, então são amados e recebem espaços generosos, nunca perseguem um Bolsonaro!

Filho de Bolsonaro diz que juíza executada no Rio ‘humilhava réus’

No Twitter, deputado do Rio afirma que recebia queixas por ela chamar acusados de ‘vagabundos’

12 de agosto de 2011 | 18h 17

SÃO PAULO – O deputado estadual do Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PP) disse nesta sexta-feira, 12, em seu perfil no Twitter (@flaviobolsonaro), que a juíza executada em Niterói na noite de ontem, Patrícia Acioli, "humilhava" os réus que interrogava e que isso teria contribuído para ela adquirir "desafetos" durante a carreira.

Veja também:
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link País tem pelo menos 87 juízes ameaçados de morte
link GABEIRA: Juíza morreu porque cumpria a lei

Reprodução

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Segundo Flávio, forma de agir de Patrícia era gratuita

"Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos", escreveu o político, filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP). Após receber possíveis críticas pelo comentário, ele esclarece: "Repudio a morte da juíza, apenas disse que ela teria muitos inimigos, não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus."

Flávio cita exemplos de reclamações que recebia sobre o suposto tratamento grosso de Patrícia para com os réus. "Cansei de receber em meu gabinete policiais e familiares, incentados (sic) por ela, acusando-a de chamá-los de ‘vagabundo’ e ‘marginal’ nas oitivas. (Eu) orientava sempre que deveriam formalizar denúncia no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra ela, por abuso de autoridade, nunca para tomar atitude violenta."

Por outro lado, colegas de profissão, como o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, ressaltam a coragem de Patrícia ao confrontar grupos criminosos, apesar de não falar de seus métodos. "Enfrentava grupos perigosos que atuavam na região: milícias, bicheiros e quadrilhas de transporte clandestino", disse.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também aponta o bom trabalho que a magistrada fazia na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Baixada Fluminense. "Realizava exemplarmente o seu trabalho no combate ao narcotráfico em defesa da sociedade", afirma em trecho da nota divulgada.

Patrícia Acioli foi morta dentro do carro com vários tiros quando se aproximava da entrada do condomínio onde morava, em Niterói. Ela foi surpreendida por homens utilizando toucas ninja ocupando duas motos e dois carros. A polícia acredita que o crime tenha sido encomendado.

Filho de Bolsonaro diz que juíza executada no Rio ‘humilhava réus’ – brasil – Estadao.com.br

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