Ficha Corrida

08/10/2014

Preconceito, ignorância, má fé

Tenho dois cursos superiores e uma especialização, feitos todos com recursos próprios. Não passo necessidades, tenho plano privado de saúde e ainda pago meu cardiologista particular. Mas tenho que dizer que sou terceiro filho de uma família de oito, criados na roça. Todos nascidos em escadinha, de ano em ano. Quando o segundo depois de mim nasceu, minha mãe estava com cinco filhos e a mais velha tinha seis anos. Com apenas dois anos, minha avó me levou e me criou até os sete anos.

Bolsa Família e preconceito socialSe minha família tivesse Bolsa Família talvez minha mãe pudesse ter comprado pílulas anticoncepcionais. Ou então poderia ter me criado junto com os demais. Não existia Bolsa Família ou qualquer outro programa social.

Não havia Mais Médicos. O hospital mais próximo distava 14 km e fui ao médico com meu pai, com quase 40º de febre, na garupa de cavalo. Saímos de manhã, chegamos à noite.

A escola distava 4km, que fazíamos à pé, morro abaixo para ir, morro acima pra voltar. Inverno ou verão, chuva ou sol.

Passei por tudo isso, mas não desejo que outros passem. O fato de ter passado por isso não me leva a desejar isso a outros. Pelo contrário, gostaria que este tipo de situação fosse eliminada. O valor do Bolsa Família é até pequeno. Os juros bancários, que levaram o Banco Itaú a apoiarem Marina Silva, consomem muito mais recursos públicos que o Bolsa Família. É a tal de dívida pública…

Quando vejo postagens de pessoas que também passaram por isso dizer que “no meu tempo, Bolsa Família era foice, pá, enxada”, fico a imaginar o que o tamanho do egoísmo que corrói o autor da postagem. É um misto de despeito, inveja e desinformação. Isso sim me envergonha!

Negar algo hoje só porque não tivemos não é só egoísmo de quem diz, mas uma atitude abjeta, de negar a outrem por birra. Negar a quem precisa porque não se teve demonstra o quão pequeno é um ser na escala humana. Pior, se dão ao luxo de cometer tamanha ignorância em público, espraiando para que o mundo o tamanho de suas limitações intelectuais. São os que não dizem uma vírgula aos empréstimos subsidiados que salvam grandes empresas, como RBS.

Isso, gente, é preconceito em relação às políticas sociais. Eu não preciso disso. Quando precisei, não tive. Agora, se devemos odiar quem recebe o Bolsa Família, porque não odiamos os empréstimos subsidiados para a classe média comprar apartamento. Aí pode, né! Tem gente, no serviço público, que ganha R$ 751,00 de auxílio alimentação mas acha abominável pagar R$ 173,00 de Bolsa Família. Que nome se pode dar a isso?

Há poucos anos atrás as sinaleiras, esquinas e proximidades de restaurantes eram habitadas por mães que empurravam crianças pedindo esmolas. As mães se entrincheiravam em algum esconderijo esperando o resultado da coleta das crianças. Por que será que não se vê mais crianças nas sinaleiras? Não seria pelo fato de que agora há Bolsa Família? Será que é tão difícil entender que a mãe só recebe a bolsa se o filho frequentar a escola? Para onde foi a sensibilidade das pessoas que notam esta diferença tão cristalina? Uma mãe receber um ajuda para manter a criança na escola merece execração, mas os bancos não merecem o mesmo desprezo por terem se beneficiado por um programa criado por FHC chamado PROER? A GERDAU não fabrica um parafuso sem algum tipo de incentivo, seja isenção, financiamento via FUNDOPEN, estímulos via parcelamento de recolhimento de tributos, empréstimos a fundo perdido. Ninguém condena a GERDAU que, mesmo sendo uma das maiores empresas brasileiras e quiçá do mundo, opera também com dinheiro público. Por que GERDAU pode receber dinheiro público e a mãe não pode receber um auxílio, condicionado à frequência escolar do filho?

14/08/2014

Cracolândia: sempre que o traficante é preso a pedra encarece

Filed under: Bolsa Crack,Bolsa de Valores,Especulação,Financiadores Ideológicos — Gilmar Crestani @ 7:32 am
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O capital especulativo, que na Argentina é chamado de golondrina (andorinha), chega à noite, desfruta do puteiro e na manhã seguinte já parte em busca de outros puteiros. Como é o dinheiro que finanCIA a velha mídia, os a$$oCIAdos do Instituto Millenium usam a Bolsa como o agricultor que usa espantalho. Eu não tenho medo de nada, muito menos de espantalhos da velha mídia.

Bolsa cai com receio de um segundo turno sem PSDB

VALDO CRUZDE BRASÍLIAMARIANA CARNEIRODE SÃO PAULO

Aos primeiros sinais de que o candidato Eduardo Campos (PSB) poderia ter sido vítima de um acidente aéreo, o mercado entrou em estado de tensão, a Bovespa começou a cair e analistas e economistas ligavam para jornalistas em busca de informações.

A reportagem da Folha, por volta das 11h30, recebeu ligações de três economistas de mercado. Todos querendo saber se havia confirmação de que Eduardo Campos estava no avião que havia caído em um bairro de Santos.

Às 12h30, com a confirmação de que ele era um dos passageiros, a Bolsa caía 2%. Entre os analistas, a discussão era sobre como ficaria o cenário da campanha presidencial. Sem Eduardo Campos no páreo, a eleição poderia ser definida num único turno, favorecendo a candidata Dilma Rousseff (PT).

Confirmada a morte do candidato do PSB, os analistas voltaram a entrar em contato com a reportagem, agora para checar se Marina Silva, candidata a vice, estava ou não no avião.

Diante da informação de que ela não estava na aeronave, a queda da Bolsa foi amenizada dentro da avaliação de que Marina pode assumir a candidatura presidencial do PSB e assegurar a realização de um segundo turno.

Logo depois, porém, o mercado voltou a oscilar, não tão fortemente como pela manhã. No final do dia, a Bolsa fechou com baixa de 1,53%, diante das avaliações de que o segundo turno pode juntar Dilma Rousseff e Marina Silva na reta final.

Economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito ressalva que ainda é cedo para avaliar os impactos da tragédia em Santos, mas acha que, se Marina for a candidata, o cenário fica mais complicado para Dilma porque o segundo turno estará praticamente garantido.

Tony Volpon, do banco Nomura, tem um balanço muito semelhante.

Em relatório, ele disse que a possível entrada de Marina na disputa aumenta as chances de segundo turno, o que é "negativo" para a presidente Dilma Rousseff.

04/06/2014

A Folha se informa sobre o Brasil com a Reuters

Filed under: Bolsa de Valores,Folha de São Paulo,Investimento,Reuters — Gilmar Crestani @ 8:41 am
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folhaA Folha é de… São Paulo. A Bolsa de Valores é de… São Paulo. Mas a Folha precisou de uma agência internacional, a Reuters, para dar uma boa notícia sobre o Brasil. É que o Brasil da Folha e de seus a$$oCIAdos do Instituto Millenium está tão quebrado que admitir que, ao contrário do jornal da D. Judith Brito e de seus correligionários do PSDB, investidores estrangeiros acreditam no Brasil.

Na matéria da Reuters publicada pela Folha está dito que “os  resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre terem sido vistos, no geral, positivamente”. Seria porque enquanto o Brasil cresce, pouco mas cresce, com pleno emprego, a economia norte-americana decresce!?

Recursos estrangeiros crescem na Bolsa

Diferença entre compras e vendas de estrangeiros em maio foi de R$ 5,5 bi, 4ª alta seguida e maior saldo em 28 meses

Mercado internacional com mais liquidez e boas perspectivas de retorno no Brasil são possíveis causas

DE SÃO PAULO

O saldo entre compras e vendas de estrangeiros na Bolsa brasileira em maio foi de R$ 5,538 bilhões, o maior desde janeiro de 2012, quando atingiu R$ 7,168 bilhões. Foi o quarto mês seguido de saldo positivo.

"É um resquício do movimento de março e abril. Com a expectativa de que as taxas de juros lá fora continuem baixas por um período mais longo, esses investidores voltaram a buscar mercados com juros mais altos e preços atraentes, como o Brasil", diz João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos.

Em maio, os estrangeiros compraram R$ 70,022 bilhões e venderam R$ 64,483 bilhões em ativos na BM&FBovespa. Apesar do saldo positivo, o volume de compras foi menor que o registrado em abril, de R$ 77,285 bilhões.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, três pontos podem explicar o evento. O primeiro seria o fato de os preços já estarem altos na Bolsa dos EUA. Uma maior liquidez mundial também foi elencada pelo economista.

O terceiro ponto, que explica a opção pelo Brasil como destino de recursos, é a alta rentabilidade dos dividendos pagos na Bolsa brasileira em relação ao preço das ações –dividend-yield– comparado a outros emergentes.

Segundo Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, o fato de a Bolsa brasileira ter caído muito em 2013 (-15,5%) deixou muitos ativos com preços atraentes no mercado nacional, o que colaborou para a vinda mais expressiva de investidores ao país.

Analistas da Citi Corretora mencionam ainda o fato de os resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre terem sido vistos, no geral, positivamente.

Na semana, a Bolsa brasileira subiu 1,55%, após dois pregões seguidos de alta.(ANDERSON FIGO E FABÍOLA SALANI)

Com a Reuters

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