Ficha Corrida

28/05/2011

E a famiglia Mesquita não sabia de nada…

 

E o crime compensa

Wálter Maierovitch27 de maio de 2011 às 12:21h

Finalmente, Pimenta Neves vai preso. Entende-se, porém, por que mafiosos, ditadores, facínoras travestidos de perseguidos políticos, como Battisti, aqui acham refúgio. Por Wálter Maierovitch. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

Inconformado com o rompimento unilateral de namoro, o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves matou, em 20 de agosto de 2000, com dois tiros pelas costas Sandra Gomide, sua colega de profissão e de trabalho no jornal O Estado de S. Paulo. Depois desse crime de matriz cultural machista, Pimenta Neves , que era diretor de redação e divorciado,  refugiou-se numa clínica particular de repouso e de tratamento, tudo numa mise-en-scène engendrada para evitar a prisão preventiva, já que da custódia em flagrante ele tinha se livrado com uma fuga sem perseguição.

A Justiça de primeira instância da comarca de Ibiúna (SP), por provocação do Ministério Público, não engoliu a mascarada fuga, e a prisão preventiva de Pimenta Neves restou decretada. Cerca de seis meses após o cumprimento da ordem de prisão preventiva, e sem sucesso em duas instâncias superiores, Pimenta Neves bateu, em busca de soltura da prisão fechada, às portas do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo voto do ministro Celso de Mello, o confesso autor do homicídio da jornalista de 34 anos de idade acabou colocado em liberdade provisória, com a obrigatoriedade de comparecer aos atos processuais.

Parêntese: Pimenta Neves não pulou instâncias em busca de soltura. Ao tempo, uma súmula do STF, depois desconsiderada pelo ministro Gilmar Mendes por ocasião da soltura por liminar do banqueiro Daniel Dantas, proibia os saltos. Fechado parêntese.

Passados 11 anos do crime confessado por Pimenta Neves, o mesmo ministro Celso de Mello sentenciou, pateticamente: “É chegado o momento de cumprir a pena”. O voto do ministro é o retrato perfeito e acabado do sistema criminal legal brasileiro. E dele se aproveita, por exemplo, o juiz apelidado de Lalau, que é tido como doente demais para enfrentar a cadeia e permanece na sua mansão no bairro do Morumbi a tentar evitar o bloqueio e a repatriação de dinheiro sem origem, com advogado no exterior e dedicação de quem sangra em saúde.

A propósito, trata-se de um sistema que destrói “castelos de areia” e revela personagens contemplados com equivocadas liminares, como sucedeu com o banqueiro Salvatore Cacciola. Em síntese, não é sem causa ter o Brasil, pelo seu sistema criminal legal, se transformado em refúgio seguro para mafiosos de ponta como, v.g.,- Tommaso Buscetta, ditadores sanguinários do porte de Alfredo Stroessner e facínoras travestidos de perseguidos político, com o caradurismo de Cesare Battisti.

Certa vez, um saudoso jurista francês escreveu que um sistema de Justiça ideal não deve deixar impunes os crimes ou punir os inocentes. No Brasil, pela quantidade de recursos, quatro instâncias recursais, leis impróprias, interpretações aberrantes, organização e divisão judiciárias inadequadas e que não funcionam também pela falta de juízes, levou-se 11 anos para se confirmar a condenação de um Pimenta Neves confesso. Não bastasse, temos de ouvir, com pompa e circunstância, um “é chegado o momento de cumprir a pena”. Diante de mais essa tragédia judiciária identificada como caso Pimenta Neves, convém lembrar a premonição de Rui Barbosa, na sua célebre Oração aos Moços: “Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.

É incrível, mas para Pimenta Neves, hoje próximo dos 75 anos, a situação processual pode ainda melhorar. É que a lei estabelece que o “condenado maior de 70 anos” pode ser “admitido” no regime aberto, “em residência particular”. Em incidente ao processo de execução, Pimenta Neves, com atestados médicos, poderá voltar logo à sua residência. Até sem precisar passar pelo regime semi-aberto, que tem garantido com um sexto da pena cumprida. Resumo da ópera, a pena de 15 anos de reclusão imposta a Pimenta Neves não se presta, para lembrar do alerta legado pelo marquês de  Beccaria, em 1764 e na sua clássica obra Dos Delitos e das Penas,  a dar a certeza de que houve punição.

Não se deve perder de vista ter tido Pimenta Neves, quando da sentença de pronúncia que o enviou a julgamento pelo Júri Popular, a blindagem ofertada pela lei nascida sob inspiração do delegado Sérgio Paranhos Fleury em 1973. Uma lei ad personam elaborada pela ditadura e voltada a não deixar o seu maior torturador ser levado à prisão. Antes da Lei Fleury, a decisão de pronúncia implicava a obrigatoriedade da imposição de prisão cautelar. Em outras palavras, o réu comparecia preso a julgamento popular. Para recordar, Fleury havia sido pronunciado por comandar o Esquadrão da Morte e mandar matar sumariamente pessoas suspeitas de autoria de crimes.

Como a Justiça deve julgar primeiro os processos de réus presos e Pimenta Neves estava solto, acabou ele por se beneficiar da morosidade decorrente de uma organização judiciária sem varas e juízes suficientes. Assim, Pimenta Neves restou julgado pelo Júri Popular apenas em 2006 e sancionado com 19 anos de prisão. Sem sucesso no Tribunal de Justiça de São Paulo, recorreu, sempre solto, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde logrou reduzir a pena para 15 anos. Agora, num quarto grau de jurisdição, o STF determinou a sua prisão definitiva.

Pimenta Neves é caso emblemático a dar razão ao ministro Cezar Peluso na sua tentativa de mudar um sistema consagrador de impunidade. Pior, que confunde “presunção de inocência” com “presunção de não culpabilidade”, esse último um princípio constitucional, copiado da Constituição italiana de 1948 e que apenas nega a culpa, ou seja, não proclama a inocência de ninguém. Nem de Antonio Palocci.

Na França, a Revolução de 1789 introduziu o princípio da presunção de inocência e basta compará-lo com o texto constitucional brasileiro para se concluir que, entre nós, vale o modelo italiano, como observou o jurista carioca Hélio Tornagni. Só que o princípio da inocência não sobreviveu na sua pureza original entre os franceses. O princípio tem a largueza adequada aos poderosos (detentores de poder do Estado), aos potentes (sem poder de -Estado, mas com potência econômica) e à cultura machista: a jornalista Tristane Barroa, molestada sexualmente por Dominique Strauss-Kahn, disse não ter tido coragem de denunciá-lo por saber como funcionam as coisas. Por outro lado, punguistas do metrô parisiense são mantidos presos provisoriamente, sem condenação e a presunção de inocência não se aplica.

O certo é que cada país deve eleger o sistema de Justiça que lhe convém e o brasileiro não é aprovado pelos -cidadãos de bem. Com base no princípio da presunção da inocência, o filósofo francês Bernard-Henri Lévy pediu a soltura imediata do seu amigo de 20 anos Strauss-Kahn e criticou asperamente o sistema norte-americano, que não respeita a presunção de inocência. Lévy integra o seleto grupo da chamada gauche caviar e no momento atua como consultor do presidente direitista -Nicholas Sarkozy para as questões da Líbia. Lévy defende, também, a não extradição de Cesare Battisti.

No direito norte-americano, em especial em delitos graves, a presunção de inocência de um Strauss-Kahn não anula a presunção de veracidade da palavra de uma imigrante negra e pobre, como a camareira Ophélia, dada como violentada pelo ex-mandachuva do Fundo Monetário Internacional. Mais, a lei é igual para todos e havia risco de fuga, sem existência de tratado de extradição entre França e EUA. Frise-se que o trambiqueiro das pirâmides, o banqueiro Bernard Madoff, está sentindo o peso de uma lei igualitária.

Na França, pela presunção de inocência, Strauss-Kahn não ficaria um minuto preso. No Brasil, idem e a gravidade do crime não seria suficiente para a prisão cautelar, haja vista o sucedido com Pimenta Neves. Só para lembrar, a presunção de inocência beneficiou Hannibal Kaddafi, que, num hotel de luxo em Paris, espancou e matou a mulher que estava grávida. O filho do tirano Muammar Kaddafi voltou para a Líbia e abraçou uma impunidade à francesa.

O banqueiro socialista Strauss-Kahn, no momento, já pensa na plea-bargaing, ou melhor, em transacionar com a acusação- e voltar logo para a França. Pelo que se sabe, está disposto a indenizar por danos morais a camareira Ophélia com 6 milhões de dólares.

Na Itália, o premier Silvio Berlusconi se diz perseguido pelos juízes, que chamou de “comunistas e brigadistas”, numa alusão aos antigos terroristas das Brigadas Vermelhas. A propósito, os -juízes “brigadistas e comunistas” condenaram, em três instâncias, Cesare Battisti. E a Corte de Direitos Humanos da União Europeia considerou que não houve violação à ampla defesa e os processos condenatórios por quatro homicídios não padeciam de nulidade. Battisti se diz perseguido por Berlusconi, mas nem Tarso Genro é capaz de explicar como ele foi condenado por magistrados comunistas e terroristas.

Berlusconi tenta reformar o Judiciário e introduzir o processo breve, com prazo certo de duração sob pena de extinção. Todos sabem que o tal “processo breve” vai levar para o arquivo três processos em fase final e nos quais será seguramente condenado. Na reforma judiciária, Berlusconi quer introduzir, a copiar a tese do jurista Nelson Jobim, modificação para tirar da Magistratura do Ministério Público o poder de apurar com independência.

No dia 23 de maio, em cerimônia que marcou o 19º aniversário da morte do juiz Giovanni Falcone, que a Máfia dinamitou, o ministro da Justiça, Angelino Alfano, delfim para ocupar o cargo de premier e com Berlusconi a pretender a Presidência da Itália, recebeu uma reprovação pública de Piero Grasso, procurador nacional antimáfia. Para Grasso, o premier Berlusconi insulta os magistrados e não se estabelece diálogo com quem insulta: “Com quem fala em diálogo desferindo bofetadas na cara dos magistrados”.

Mundo afora, os sistemas judiciários e processuais penais são plenos de imperfeições. No Brasil, o sistema criminal é o que nos titula como terra da impunidade e porto seguro para a criminalidade dos potentes, poderosos e falsos heróis da liberdade.

Wálter Maierovitch

Walter Maierovitch é jurista e professor, foi desembargador no TJ-SP

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15/03/2011

O recurso da rainha

Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 7:21 am
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Depois de “O Discurso do Rei”, vem aí “O Recurso da Rainha”.  Depois de tantas fantasias rotas, não entendo como alguns povos continuam vivendo como se fossem filhos dos Irmãos Grimm. O Rei de Espanha talvez, dentre tantos, seja o mais inútil. Os da Inglaterra são apenas personagens de filmes. E depois falam que Kadafi está a quarenta anos no poder… Até a Idade Média até poderia ser admissível que alguém fosse nobre pelo simples nascimento. Depois de tantas práticas nada nobres de reis e rainhas persistir na idéia de te-los é como se encarnassem Peter Pan. A Rainha Vitória, que nos legou “A Era Vitoriana”, é apenas mais um exemplo do quão inexplicável é atração dos humanos pelos contos de carochinha.

La reina Victoria amaba en secreto a su sirviente indio

15/03/11 Era un atractivo joven de 24 años. Llegó a ser su confidente y una figura poderosa.

MONARCA. VICTORIA TENIA UNOS 60 AÑOS CUANDO CONOCIO A KARIM. 

MONARCA. VICTORIA TENIA UNOS 60 AÑOS CUANDO CONOCIO A KARIM.

La reina Victoria de Inglaterra (1819-1901) mantuvo una apasionada relación secreta con uno de sus sirvientes indios, que provocó una crisis en la corte, según un diario descubierto recientemente por una historiadora india.

De acuerdo al documento, el alto y bello sirviente indio y musulmán, Karim Abdul Karim, se volvió el confidente más cercano de Victoria, a pesar de los denodados esfuerzos de cortesanos de Palacio para ocultar la relación antes y después de la muerte de la monarca.

Los diarios fueron hallados por la historiadora Shrabani Basu, quien los utilizó para su libro “Victoria and Abdul”, que narra la relación de la reina y su atractivo sirviente musulmán.

Los textos revelan que el joven indio pensó en dejar el trabajo poco después de comenzar, al considerarlo “de poca importancia”, pero la reina le rogó con éxito que se quedara.

Karim tenía sólo 24 años cuando arribó a Inglaterra de Agra en 1887 para servir en la mesa de Victoria durante el año del Jubileo Dorado. El joven había sido trasladado a la corte como “regalo de la India” .

Pero en poco menos de un año, el sirviente se convirtió en una de las figuras más poderosas de Palacio , alcanzando el título de maestro o “munshi” de la reina, principalmente en el aprendizaje del idioma Urdu y de la política india.

“En cartas escritas por Victoria a su sirviente, ella le escribe como ‘tu adorada madre y ‘tu amiga más cercana’, e incluso se despide ‘con gran cantidad de besos’. Algo muy inusual en la época, y más aún viniendo de la reina Victoria”, declaró Basu.

“Indudablemente era una relación apasionada. Una relación que, creo, operaba en diversos niveles además del de madre e hijo, entre un joven indio y una mujer que por entonces tenía alrededor de 60 años”, contó Basu.

Según la historiadora, Victoria incluso pasó una noche sola con Karim en una cabaña en el Highlands escocés, un hecho que “conmocionó” a los cortesanos de Palacio, que buscaron ocultarlo a toda costa.

Los sirvientes reales han sido siempre fuente de fascinación por su proximidad con los poderosos. Las relaciones de los reales con sus sirvientes solían causar fricciones en la corte, como ocurrió con el caso de Victoria, cuando le permitió a Karim comer con la familia real.

Si bien la relación era apasionada, Basu no cree que Karim y Victoria fueran amantes, incluso a pesar de aquella noche juntos en Escocia que desató una ola de rumores.

“Cuando el príncipe Alberto murió, Victoria dijo, en una frase famosa, que él era su esposo, amigo, padre y madre”, recordó Basu, citada por la cadena BBC .

Y agregó: “Creo que es improbable que Abdul Karim cumpliera un papel similar”.

Lo cierto es que la influencia de Karim sobre la reina era tan grande que ella misma estipuló que el joven sirviente musulmán tuviera el honor de estar entre los principales dolientes en el funeral de la reina en el Castillo de Windsor.

La reina Victoria amaba en secreto a su sirviente indio

13/02/2011

El País entrevista Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia

Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 10:14 pm
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"Colombia necesita avanzar mucho en justicia social"

JAVIER MORENO 13/02/2011

1.-TRAIDOR A SU CLASE. De resultar cierto que Juan Manuel Santos lleva preparándose para ser presidente de la República desde que era pequeño, como no cesa de repetir cualquiera en Bogotá a quien se le requiera su opinión, resulta entonces obligado reconocer aquí, en este preciso momento en el que Colombia aspira a conjurar de forma definitiva los espantos de su historia, que los primeros seis meses de su mandato constituyen bajo casi cualquier baremo un magnífico premio a su temprana vocación.

    No sólo ganó la elección con casi el 70% del voto popular , el porcentaje más elevado de la historia reciente, sino que, por el momento, resulta difícil encontrar una sola voz, incluso entre aquellos que recelaban de su ascenso o de su mal disimulada voluntad de poder, que se manifieste abiertamente en su contra. Su índice de popularidad tras los primeros cien días de presidencia superó el 90%.

    Y así da comienzo la entrevista. Ha logrado usted una rara unanimidad en sus primeros meses de mandato, le digo, sentados en su despacho. Ha sorprendido usted a sus partidarios, ha confundido a sus críticos, algunos de los cuales, según he podido comprobar estos días, aprecian ahora sus primeras decisiones, sus primeros anuncios, y parece encandilar con su encanto -que, por cierto, no resulta evidente a primera vista- a casi todo el mundo, dentro y fuera de Colombia, empezando por Caracas, plaza de reconocida dificultad para el toreo en la política latinoamericana. Quizá tenía todo planeado, incluso esto, ya que parece trazar estrategias con tanta antelación.

    – No, no. Esto ha salido de forma espontánea. Pero también creo que lo que está saliendo es una forma de pensar que no era un secreto. Llevaba escribiendo desde hace mucho tiempo sobre todo lo que estoy haciendo. Nací en una familia muy liberal, liberal en el sentido político de la palabra. Creo que este país necesita avanzar mucho en materia de justicia social. Avanzar muchísimo en materia de cicatrizar las heridas que la violencia le ha dejado y que nos han obligado a pensar y a discutir siempre sobre el pasado y no sobre el futuro. Si logramos cicatrizar esas heridas y distribuir mejor la riqueza que estamos creando, este país es imparable.

    A finales del año pasado, Santos leyó una biografía de Franklin Delano Roosevelt, un político que, junto con Winston Churchill, suscitó a partes iguales admiración y una decidida voluntad de emulación en el joven colombiano que con 30 años se estableció en Londres durante nueve años para representar a su país en la Organización Internacional del Café. De forma consciente o no, medio de broma medio en serio, el presidente dejó entrever la envergadura de su ambición para Colombia cuando, mostrando el libro a la periodista Patricia Lara, afirmó en una entrevista a bordo del avión presidencial el 31 de diciembre que al final de su mandato se le conocería, al igual que a Roosevelt durante el suyo, como un traidor a su clase. El título del libro de H.W. Brand, A traitor to his class. The privileged life and radical presidency of F. D. Roosevelt [Un traidor a su clase. La vida privilegiada y la presidencia radical de F.D. Roosevelt] contiene otra alusión a sus circunstancias personales cuya pertinencia seguramente Santos no pudo pasar por alto: al igual que Roosevelt, el hoy presidente, de 59 años, pertenece por nacimiento a la oligarquía nacional desde que Colombia es Colombia y su vida ha estado marcada por los correspondientes privilegios: riqueza, influencia y, ciertamente, clase, signifique esto último lo que signifique en las sociedades modernas.

    Santos no lo esconde. Tampoco existe manera humana de hacerlo: su tío abuelo, Eduardo Santos Montejo, fue presidente de Colombia entre 1938 y 1942, y propietario durante décadas del diario El Tiempo, el más influyente del país, al frente del cual siempre había habido un Santos u otro, y donde el hoy presidente de la República llegó a ser subdirector. Durante décadas, El Tiempo ha sostenido presidentes, ha tumbado ministros y ha determinado políticas de gobierno de una manera u otra, por las buenas o por las bravas. Juan Manuel Santos hubiese podido acabar de director del periódico, según consenso generalizado, de no haber decidido en 1991 desatar una crisis en la familia por romper el tabú que desde el tío abuelo prohibía de forma tácita a los Santos dar el salto a la política. [El Tiempo fue adquirido por Planeta en 2007, una operación a la que también aspiraba el Grupo Prisa, editor de EL PAÍS].

    Los detalles del pequeño drama los ha explicado él mismo en un libro reciente (Casi toda la verdad. Periodismo y poder, de María Isabel Rueda). Tentado por una oferta del entonces presidente, César Gaviria, para incorporarse como ministro a su gobierno, y como hizo ver que dudara, Juan Manuel Santos buscó el consejo de un viejo periodista y amigo que ocasionalmente le ayudaba a escribir editoriales en el diario: "En la vida hay que saber diferenciar entre la influencia y el poder", le dijo éste. "Influencia es la que usted ha tenido en El Tiempo todos estos años. Poder solo tendrá cuando pueda decir: ‘comuníquese y cúmplase’. Yo de usted, no lo dudaría un instante".

    Santos no lo dudó un instante, si acaso había albergado dudas en algún momento. El 10 de noviembre de 1991, El Tiempo, dirigido por su tío Hernando Santos, publicó el siguiente editorial: "En su oportunidad se notificó al Gobierno que nombramientos de esta clase, lejos de satisfacer la vanidad o las necesidades informativas del periódico, constituían un acto que no podía considerarse amistoso. El doctor Juan Manuel Santos constituye desde hoy un personaje que abandona el periodismo y se desvincula de El Tiempo para dedicarse a actividades que seguramente se acomodan más con su personalidad. A Juan Manuel Santos le deseamos éxitos. Pero El Tiempo reitera su oposición a que cualquiera de sus directivos ocupe cargos oficiales. Que quede esto bien claro para hoy, para mañana, para el actual gobierno y para los que sucedan al del presidente Gaviria".

    Ninguno de ellos prestó atención alguna a aquella admonición. Y la cuestión hoy, más allá de aquel desgarro familiar que las partes dan ya por superado, con Juan Manuel Santos en la presidencia de la República tras desempeñarse en varios ministerios, consiste en averiguar cuánto hay de verdad en la historia que sostiene que el recién elegido mandatario corre el riesgo de sufrir un rechazo del conjunto de una clase que, indudablemente, le reconoce como uno de los suyos, pero que comienza a recelar tanto de sus proyectos políticos como de su evidente determinación de llevarlos adelante.

    -Hay gente que está diciendo que yo estoy traicionando a una clase a la cual pertenezco. Yo no niego ni mi pasado ni mi origen. Yo vengo de una familia que ha sido muy prominente en el país, dueña de un periódico que está cumpliendo precisamente cien años, y entonces mucha gente dice: "Mire, si usted pone en marcha una agenda con mucho énfasis en lo social, eso es incongruente con su origen". Yo me muero de la risa. Es una estupidez que digan eso.

    -¿Es una estupidez porque no cree usted que vaya a pasar eso, que le acaben considerando un traidor a su clase, o porque de suceder, no le preocupa en absoluto?

    -Porque la gente que ha trabajado honestamente y ha adquirido sus tierras dentro de la ley no tiene por qué temer. Los que van a temer, y sí tienen por qué temer, son los que han desplazado a millones de campesinos y se han apropiado de millones de hectáreas de forma ilícita. Esos sí van a ser víctimas de esta política, porque se las vamos a quitar.

    Se refiere el presidente a la ley de tierras, todavía en trámites, que prevé devolver dos millones de hectáreas de las más de cinco millones que se calcula que tanto los terratenientes, con el apoyo de grupos paramilitares, como la guerrilla arrebataron en las últimas décadas a millones de campesinos, que en consecuencia se han visto desplazados de sus lugares de origen bajo la amenaza de asesinato. La buena intención de la ley contrasta, no obstante, con la dificultad crónica del Estado para ejercer el monopolio legítimo de la violencia en todo el territorio, lo que amenaza con dejar en papel mojado la norma en cuanto se trate de aplicar de veras en las zonas del interior del país, demasiado alejadas del centro político y económico, pero demasiado cerca de los violentos.

    -Ese es, efectivamente, un gran desafío y ahí vamos a necesitar ayuda de todo tipo, ayuda internacional también. Hay muchos enemigos, comenzando por los propietarios que se adueñaron de esas tierras ilegalmente, muchos de ellos vinculados a grupos paramilitares anteriores y hoy día con influencia en las bandas criminales, en la propia guerrilla que tiene tierras y puede estar también interesada en boicotear este trabajo. Entonces, ahí vamos a poner a prueba la capacidad del Estado para ejecutar una política tan ambiciosa como esa.

    2.- ¿UN INESPERADO GIRO A LA IZQUIERDA? La entrevista se celebra el miércoles pasado, a mediodía, en la Casa de Nariño, la residencia oficial del presidente de la República en Bogotá. Santos llega con retraso al almuerzo previo, al que asiste también la canciller, María Ángela Holguín. Viene de dirigir una reunión en el Ministerio de Tecnologías de la Información, sobre la que el ministro, Diego Molano, un joven procedente de la iniciativa privada, comentará luego: "En toda mi vida en la empresa privada no había tenido una reunión tan dura y tan exigente como esta. Más parecía un consejero delegado con sus ejecutivos que una reunión de gobierno".

    Ya en su despacho, le pregunto al presidente si la ley de tierras y la de víctimas, que busca resarcir y paliar a tantos damnificados por la violencia, los cambios tributarios previstos o su nueva retórica, alejada del discurso de fuerza que le caracterizó como ministro de Defensa del anterior presidente, Álvaro Uribe, claramente posicionado en la derecha, señalan un cierto desplazamiento hacia el centro izquierda.

    Desde la ventana del despacho, en la fachada norte del palacio, se divisa el patio de armas, en el que una banda militar ataca sin piedad una y otra vez los compases de Funiculí, Funiculà, la popular cancioncilla napolitana que tiene previsto interpretar, junto con los himnos de Colombia y de los países respectivos, en la presentación de credenciales de un grupo de embajadores programada para esa tarde, entre ellos el español, Nicolás Martín Cinto. Entre una cita y otra, Santos tiene en la agenda recibir a César Alierta, presidente de Telefónica.

    -¿Me equivoco si le digo que me ha parecido detectar un ligero corrimiento hacia el centro o el centro izquierda en su paso de ministro a presidente, dentro siempre de la fluidez y la vaguedad ideológica que caracterizan a los partidos políticos en Colombia?

    -Esas definiciones de dónde se encuentra uno en el espectro político para mí han sido siempre muy difíciles de aceptar. Yo he sido siempre lo que llaman "tercera vía". Inclusive escribí un libro contando eso de la tercera vía [en colaboración con Tony Blair]. Me encanta el pragmatismo de Felipe González, que además es un gran amigo mío. Yo fui muy duro con la guerrilla cuando fui ministro de Defensa, pero es que cuando se trata de la guerrilla no es que uno sea de izquierdas o de derechas. Se trata de la autoridad y hay que luchar por la supervivencia de un pueblo. Esa es la obligación de cualquiera, esté donde esté en el espectro político. Pero si me obliga a definirme, yo me definiría del extremo centro.

    -¿De dónde piensa sacar los recursos fiscales que necesita para construir un Estado viable? ¿Cree que podrá conseguirlo sin enfrentarse a los ricos y a los poderosos?

    -Colombia ha tenido una tradición de responsabilidad y prudencia macroeconómica. La economía está creciendo a tasas altas. Nuestras tarifas impositivas son bastante altas, lo que pasa es que hay mucha evasión. Ahí hay un campo grande para aumentar los recursos y lo estamos haciendo. El plan de desarrollo tiene una previsión de ingresos fiscales que es consecuente con los gastos que tenemos. Y estamos en una bonanza minera y petrolera que nos dará recursos suficientes, espero, para poder hacer lo que está en el plan en los próximos cuatro años.

    -Usted está diseñando o teniendo una visión del futuro para Colombia que parece bastante difícil de culminar en solo cuatro años….

    -Yo quisiera poderlo hacer en solo cuatro años. Estoy trabajando con toda la dedicación, intensidad y rapidez para poder hacerlo en cuatro años, porque también tengo una gran convicción, y es que para un país lo más importante son sus instituciones. Pero si me pregunta si estoy pensando en la reelección…

    -Efectivamente, le estoy preguntando por la reelección.

    -Entonces la respuesta es no. Espero no tener que reelegirme, haber terminado en cuatro años y terminar mi vida mirando hacia el pasado con la suficiente satisfacción.

    3.- CHÁVEZ Y EE UU, A LA VEZ. El 10 de agosto del año pasado, apenas tres días después de tomar posesión, Santos protagonizó el giro más sensacional de su presidencia: voló a una finca de Santa Marta, en Colombia, donde se abrazó con Hugo Chávez. El presidente venezolano había descalificado en términos muy duros a Santos como ministro de Defensa, había augurado una guerra si este ganaba las elecciones y, en general, había sostenido un enfrentamiento constante con Álvaro Uribe que derivó en una ruptura de relaciones diplomáticas y un temor real a que un conflicto entre ambos países arrastrase al conjunto de la región a una profunda desestabilización. Ante los ojos atónitos de sus conciudadanos y de media América Latina, amén de Washington, Santos pareció arreglar en cuatro horas una pelea de años. Imposible, pues, extraer mayor rendimiento de un abrazo, le digo.

    -Muchísimo rendimiento, en efecto. Mire, es que cuando llegamos, con Venezuela no había diálogo, no había relaciones diplomáticas, no había comercio, no había posibilidades de que nos pudieran dar un solo centavo de las deudas que teníamos. Chávez está ahora azuzando a nuestros enemigos desde su territorio. Antes, ya se hablaba de algo que a mí me parecía inconcebible: de guerra. Entonces teníamos el peor de todos los mundos. Lo que hoy tenemos es realmente diferente. Tenemos un diálogo, tenemos relaciones diplomáticas, tenemos comercio, nos han pagado parte de las deudas e inclusive tenemos una cooperación en materia de seguridad.

    -¿Y todo se consiguió con un simple gesto, sin más?

    -Es que los gestos en la política y en la vida son fundamentales. El presidente Chávez y yo tradicionalmente hemos tenido una relación muy complicada porque nos habíamos dicho mutuamente cosas muy agresivas. Pero a mí me preguntó que si yo había cambiado de parecer y yo le contesté: "Es que ahora soy presidente de la República y tengo una responsabilidad con el pueblo colombiano". Siempre he mantenido que uno puede tener unas buenas relaciones con personas, ya sea con el vecino o con el presidente, aunque se piense diametralmente opuesto, si se respetan las diferencias y eso fue lo que establecimos con el presidente Chávez. Yo no voy a pretender que piense como yo, que se vuelva un demócrata liberal, ni yo me voy a volver un revolucionario bolivariano, pero si nos respetamos las diferencias y él no se mete en mis asuntos colombianos, ni yo me meto en asuntos venezolanos, podemos tener unas relaciones como las que estamos teniendo. Yo creo que así ganan los dos pueblos, el venezolano y el colombiano.

    -De todas formas, me reconocerá que resulta inquietante que la región haya estado al borde de una guerra solo por el carácter de dos líderes…

    -Pero es que la historia está plagada de ejemplos donde el carácter de los líderes, la enemistad de los líderes, determinan el futuro de pueblos enteros. Así es la historia, desafortunadamente.

    -Chávez se comprometió a no permitir la presencia de grupos armados al margen de la ley. ¿Les consta que se hayan cerrado campamentos de las FARC?

    -No nos consta y eso no se puede hacer de un día para otro. Él se ha comprometido con la no presencia de los grupos y ya estamos viendo más presencia de la guerrilla del lado nuestro. Y nos está entregando por primera vez gente capturada allá. Yo espero que eso continúe porque para nosotros es muy importante.

    -De todas maneras, eso de que Chávez es su "nuevo mejor amigo", no se lo cree nadie, empezando por él…

    -Es una ironía. Lo dije de forma irónica, pero sí tengo muy claro que quiero tener una relación cordial y constructiva con él. Eso es muy bueno para Venezuela y muy bueno para Colombia.

    -Algunos creen o temen, o afirman creer o temer, que Colombia se está alejando de Estados Unidos. ¿Qué fundamento tiene esto?

    -Ninguno. Yo soy muy proamericano. Y seguiré siendo muy proamericano, pero eso no excluye que sea amigo de otros países. Tal vez lo que estamos haciendo es diversificando nuestras relaciones internacionales y dejando de depender tanto de Estados Unidos. Pero de ninguna forma el acercamiento mío a otros países quiere decir que me estoy alejando de Estados Unidos.

    -La nueva cercanía con Chávez puede haber influido en esa sensación.

    -Pero no son excluyentes, es más, los americanos están muy contentos de la cercanía con Chávez porque eso significa que la región deja de tener un foco de conflicto y de dificultad. Y con Chávez no quiere decir que yo me vaya a volver antiamericano porque tengo relaciones cordiales con él, de manera que ahí no aplica el principio de exclusión mutua, todo lo contrario, se puede complementar también.

    -El otro asunto es la congelación de la autorización para el uso por parte de tropas estadounidenses de bases colombianas.

    -No creo que les preocupe. Ellos entendieron perfectamente que aquí no hay ningún cambio frente a lo que queríamos antes. Lo que sucedió es que hubo muy mal manejo por parte del Gobierno americano y del Gobierno colombiano en la explicación de lo que significaba ese acuerdo y permitieron que realmente se armara una tormenta en un vaso de agua.

    -De todas formas, parece darse un sentimiento en Colombia de no entender por qué si se consideran aliados estratégicos con Estados Unidos todavía no disponen de un tratado de libre comercio (TLC).

    -Es un sentimiento que está creciendo. El colombiano común y corriente no entiende muchas veces la política interna norteamericana, las dificultades entre los partidos. Ya llevamos demasiado tiempo, más de cuatro años. Lo importante del tratado, más que el acceso al mercado, es la seguridad en las reglas del juego para la inversión. Esto sí nos puede haber perjudicado un poco. Pero en este momento, mire la ironía, a quien más le conviene el tratado es a Estados Unidos porque ellos sí que pagan aranceles para los productos que exportan a Colombia y están perdiendo mercado. Han perdido mercado en todos sus productos agrícolas frente a Canadá, Argentina y Brasil. O sea, que mientras nos sigan aprobando las preferencias [exenciones arancelarias], los que pierden son ellos.

    -No está usted jugando al póker con ellos por el TLC [a Santos, igual que a Roosevelt, le gusta la baraja y es un gran jugador].

    -No, no, mucha gente me dice que yo me acerqué a Chávez, o que hice mi primera visita a Francia para producir celos a los Estados Unidos. No, no hay nada de eso, yo tengo una magnífica relación con el presidente Obama y con los dos partidos, tanto el republicano como el demócrata.

    -¿Y cuándo se va a aprobar?

    -Yo creo que este año se aprueba.

    -¿Tiene garantías de algún tipo?

    -Tengo información. O se aprueba el tratado este año o no habrá tratado. Yo creo que más allá de este año es difícil que pase.

    4.- LA MORAL Y LA DEMOCRACIA: UNA LECCIÓN. ¿Cuánto tiempo pueden resistir las instituciones de un país, sin derrumbarse, los ataques combinados de una guerrilla que dura ya 40 años y que ha llegado a asediar ciudades y ocupar pueblos; de decenas de miles de paramilitares que las combatían pero que eran tan asesinos como ella; o de los carteles de narcotraficantes en tiempos más poderosos del continente, que derribaban aviones civiles, secuestraban y asesinaban a políticos y ciudadanos? ¿Cómo mantener la cordura y la fe en la democracia cuando los servicios secretos espían a la Corte Suprema, docenas de legisladores del partido en el gobierno resultan imputados por sus relaciones con los paramilitares, y una treintena de ellos acaban en la cárcel? ¿Cómo asimilar que militares asesinen a dos millares de campesinos, estudiantes, sindicalistas, marginados de todo tipo, los llamados falsos positivos, para hacerlos pasar por guerrilleros abatidos y cobrar las correspondientes recompensas y ascensos?

    Todo ello sucede o ha sucedido en Colombia. Y sin embargo, las instituciones del sistema democrático no solo se sostienen en pie sino que, en conjunto, probablemente funcionen mejor que en cualquier otro país de la región, característica esta que se ha mantenido inmutable a lo largo de la mayor parte del siglo pasado, en un momento en el que casi todo el subcontinente sucumbió de una forma u otra al autoritarismo en sus distintas formas.

    La justicia investiga, los fiscales actúan y la prensa denuncia pese a los estrechos vínculos que caracterizan al establishment colombiano y que en tantos otros países sirven solo para secuestrar a las instituciones. Fue precisamente Semana, un respetado semanario político, propiedad de Felipe López, hijo y nieto de presidentes de la República, y dirigido por Alejandro Santos, sobrino del actual presidente, el que jugó un papel clave en el escándalo de los falsos positivos.

    Juan Manuel Santos, entonces ministro de Defensa y superior jerárquico de los militares acusados, es hoy el presidente de la República. ¿Supone ello una traba más al correcto funcionamiento de las instituciones, de los jueces, de la investigación?

    -En esas falsas ejecuciones extrajudiciales, los llamados falsos positivos, fui precisamente yo con el respaldo del presidente Uribe el que tomó las medidas para los que desaparecieron y lo hicimos de una manera contundente, transparente. Tomamos todas las medidas que había que tomar con la Alta Comisaria de Naciones Unidas, que casualmente estaba por aquí. Por eso digo que eso es un ejemplo para el resto del mundo y el resultado final es que los falsos positivos desaparecieron. Ya no hay denuncias de falsos positivos. El caso ahora es que la gente que fue responsable, pague. Hay más de 200 condenas en el sistema judicial y lo que estamos haciendo es darle todo el apoyo a las autoridades y al poder judicial para que pueda juzgar, porque al propio Ejército también le conviene que los culpables paguen, pero que los inocentes también sean declarados inocentes, porque aquí también ha habido mucha falsa denuncia.

    De fondo, siempre, como un angustioso basso osstinato, retumba el inacabable conflicto con la guerrilla. Precisamente el miércoles de la entrevista, a las 6.30 de la mañana, las FARC liberaron al primero de cinco prisioneros cuya puesta en libertad se esperaba para los siguientes días. ¿Podía suponer eso un cambio de cara a un posible diálogo?

    -De parte mía, no. No es suficiente, lo he dicho. Lo he repetido muchas veces. Colombia ha sufrido mucho los engaños de la guerrilla. Yo he dicho que necesito mucho más que la liberación de cinco secuestrados para que me muestren que realmente hay una voluntad de paz y que vale la pena iniciar algún tipo de diálogo. Muchas veces han utilizado estos diálogos y estas negociaciones para volverse a fortalecer, para ganar espacio militar o político y, como dicen vulgarmente en mi país y creo que en España también, al perro no lo capan dos veces.

    La banda militar ataca furiosamente Funiculí, Funiculà por enésima vez en un contrapunto involuntariamente alegre a la solemnidad que destilan las últimas palabras del presidente. Entonces Santos se levanta, se despide con mucha cortesía y se marcha para recibir a César Alierta.

    "Colombia necesita avanzar mucho en justicia social" · ELPAÍS.com

    01/01/2011

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 9:40 pm
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    Dilminha

    Pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.

    Sinto uma imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico desta decisão.

    Sei, também, como é aparente a suavidade da seda verde-amarela da faixa presidencial, pois ela traz consigo uma enorme responsabilidade perante a nação.

    Para assumi-la, tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração para receber, neste momento, uma centelha de sua imensa energia.

    E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular que, após levar à presidência um homem do povo, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país.

    Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que –no dia de hoje– todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher.

    Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!

    Venho, antes de tudo, para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este país já viveu.

    Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais vigorosa experiência política da minha vida e o privilégio de servir ao país, ao seu lado, nestes últimos anos.

    De um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do seu País.

    A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu governo. Reconhecer, acreditar e investir na força do povo foi a maior lição que o presidente Lula deixou para todos nós.

    Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da história.

    Minha missão agora é de consolidar esta passagem e avançar no caminho de uma nação geradora das mais amplas oportunidades.

    Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do Presidente Lula nestes oito anos: nosso querido vice José Alencar. Que exemplo de coragem e de amor à vida nos dá este homem! E que parceria fizeram o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar, pelo Brasil e pelo nosso povo!

    Eu e Michel Temer nos sentimos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles.

    Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje.

    Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional: milhões de empregos estão sendo criados; nossa taxa de crescimento mais que dobrou e encerramos um longo período de dependência do FMI, ao mesmo tempo em que superamos nossa dívida externa.

    Reduzimos, sobretudo, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média.

    Mas, em um país com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos caminhos e buscar novas soluções.

    Só assim poderemos garantir, aos que melhoraram de vida, que eles podem alcançar mais; e provar, aos que ainda lutam para sair da miséria, que eles podem, com a ajuda do governo e de toda sociedade, mudar de patamar.

    Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo – um país de classe média sólida e empreendedora.

    Uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social, liberdade política e criatividade institucional.

    Queridos brasileiros e queridas brasileiras,

    Para enfrentar estes grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui.

    Mas, igualmente, agregar novas ferramentas e novos valores.

    Na política é tarefa indeclinável e urgente uma reforma política com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.

    Para dar longevidade ao atual ciclo de crescimento é preciso garantir a estabilidade de preços e seguir eliminando as travas que ainda inibem o dinamismo de nossa economia, facilitando a produção e estimulando a capacidade empreendedora de nosso povo, da grande empresa até os pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura familiar.

    É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade. O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.

    Valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente. A competitividade de nossa agricultura e da pecuária, que faz do Brasil grande exportador de produtos de qualidade para todos os continentes, merecerá toda nossa atenção. Nos setores mais produtivos a internacionalização de nossas empresas já é uma realidade.

    O apoio aos grandes exportadores não é incompatível com o incentivo à agricultura familiar e ao microempreendedor. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parcela dos empregos permanentes em nosso país. Merecerão políticas tributárias e de crédito perenes.

    Valorizar o desenvolvimento regional é outro imperativo de um país continental, sustentando a vibrante economia do nordeste, preservando e respeitando a biodiversidade da Amazônia no norte, dando condições à extraordinária produção agrícola do centro-oeste, a força industrial do sudeste e a pujança e o espírito de pioneirismo do sul.

    É preciso, antes de tudo, criar condições reais e efetivas capazes de aproveitar e potencializar, ainda mais e melhor, a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro.

    No plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.

    É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.

    Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do Presidente Lula. Mas, ainda existe pobreza a envergonhar nosso país e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido.

    Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte. O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. E este é o sonho que vou perseguir!

    Esta não é tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abraçado por toda sociedade. Para isso peço com humildade o apoio das instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem.

    A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações.

    É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.

    Isso significa – reitero – manter a estabilidade econômica como valor absoluto. Já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.

    Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilíbrio das contas externas. Atuaremos decididamente nos fóruns multilaterais na defesa de políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos.

    Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos que sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção.

    Faremos um trabalho permanente e continuado para melhorar a qualidade do gasto público.

    O Brasil optou, ao longo de sua história, por construir um estado provedor de serviços básicos e de previdência social pública.

    Isso significa custos elevados para toda a sociedade, mas significa também a garantia do alento da aposentadoria para todos e serviços de saúde e educação universais. Portanto, a melhoria dos serviços é também um imperativo de qualificação dos gastos governamentais.

    Outro fator importante da qualidade da despesa é o aumento dos níveis de investimento em relação aos gastos de custeio. O investimento público é essencial como indutor do investimento privado e como instrumento de desenvolvimento regional.

    Através do Programa de Aceleração do Crescimento e do Minha Casa Minha Vida, manteremos o investimento sob estrito e cuidadoso acompanhamento da Presidência da República e dos ministérios.

    O PAC continuará sendo um instrumento de coesão da ação governamental e coordenação voluntária dos investimentos estruturais dos estados e municípios. Será também vetor de incentivo ao investimento privado, valorizando todas as iniciativas de constituição de fundos privados de longo prazo.

    Por sua vez, os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão concebidos de maneira a dar ganhos permanentes de qualidade de vida, em todas as regiões envolvidas.

    Este princípio vai reger também nossa política de transporte aéreo. É preciso, sem dúvida, melhorar e ampliar nossos aeroportos para a Copa e as Olimpíadas. Mas é mais que necessário melhorá-los já, para arcar com o crescente uso deste meio de transporte por parcelas cada vez mais amplas da população brasileira.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    Junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.

    Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental. Porém é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio.

    Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré escolas.

    No ensino médio, além do aumento do investimento publico vamos estender a vitoriosa experiência do PROUNI para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.

    Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.

    Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    Consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu governo.

    Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro.

    Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo.

    O SUS deve ter como meta a solução real do problema que atinge a pessoa que o procura, com uso de todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.

    Vou usar a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.

    Vamos estabelecer parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.

    A formação e a presença de profissionais de saúde adequadamente distribuídos em todas as regiões do país será outra meta essencial ao bom funcionamento do sistema.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    A ação integrada de todos os níveis de governo e a participação da sociedade é o caminho para a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras.

    Meu governo fará um trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e Municípios.

    O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo – quando necessário – a participação decisiva das Forças Armadas.

    O êxito desta experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate, sem tréguas, ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento de jovens.

    Buscaremos também uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente.

    Reitero meu compromisso de agir no combate as drogas, em especial ao avanço do crack, que desintegra nossa juventude e infelicita as famílias.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    O pré-sal é nosso passaporte para o futuro, mas só o será plenamente se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental.

    A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação. Seu desenvolvimento será fator de valorização da empresa nacional e seus investimentos serão geradores de milhares de novos empregos.

    O grande agente desta política é a Petrobrás, símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética.

    O meu governo terá a responsabilidade de transformar a enorme riqueza obtida no Pré Sal em poupança de longo prazo, capaz de fornecer às atuais e às futuras gerações a melhor parcela dessa riqueza, transformada, ao longo do tempo, em investimentos efetivos na qualidade dos serviços públicos, na redução da pobreza e na valorização do meio ambiente. Recusaremos o gasto apressado, que reserva às futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

    Meus queridos brasileiros e brasileiras,

    Muita coisa melhorou em nosso país, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era. O despertar de um novo Brasil.

    Recorro a um poeta da minha terra: "o que tem de ser, tem muita força".

    Pela primeira vez o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser, uma nação desenvolvida. Uma nação com a marca inerente da cultura e do estilo brasileiros –o amor, a generosidade, a criatividade e a tolerância.

    Uma nação em que a preservação das reservas naturais e das suas imensas florestas, associada à rica biodiversidade e a matriz energética mais limpa do mundo, permitem um projeto inédito de país desenvolvido com forte componente ambiental.

    O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática.

    Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.

    Mas o caminho para uma nação desenvolvida não está somente no campo econômico. Ele pressupõe o avanço social e a valorização da diversidade cultural. A cultura é a alma de um povo, essência de sua identidade.

    Vamos investir em cultura, ampliando a produção e o consumo em todas as regiões de nossos bens culturais e expandindo a exportação da nossa música, cinema e literatura, signos vivos de nossa presença no mundo.

    Em suma: temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar investindo fortemente nas áreas mais sofisticadas da invenção tecnológica, da criação intelectual e da produção artística e cultural.

    Justiça social, moralidade, conhecimento, invenção e criatividade, devem ser, mais que nunca, conceitos vivos no dia-a-dia da nação.

    Queridos brasileiros e queridas brasileiras,

    Considero uma missão sagrada do Brasil a de mostrar ao mundo que é possível um país crescer aceleradamente, sem destruir o meio-ambiente.

    Somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, um país que sempre saberá crescer de forma saudável e equilibrada.

    O etanol e as fontes de energia hídricas terão grande incentivo, assim como as fontes alternativas: a biomassa, a eólica e a solar. O Brasil continuará também priorizando a preservação das reservas naturais e das florestas.

    Nossa política ambiental favorecerá nossa ação nos fóruns multilaterais. Mas o Brasil não condicionará sua ação ambiental ao sucesso e ao cumprimento, por terceiros, de acordos internacionais.

    Defender o equilíbrio ambiental do planeta é um dos nossos compromissos nacionais mais universais.

    Meus queridos brasileiros e brasileiras,

    Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não-intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo.

    O meu governo continuará engajado na luta contra a fome e a miséria no mundo.

    Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Preservaremos e aprofundaremos o relacionamento com os Estados Unidos e com a União Européia.

    Vamos dar grande atenção aos países emergentes.

    O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao de nosso continente.

    Podemos transformar nossa região em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à Unasul. Vamos contribuir para a estabilidade financeira internacional, com uma intervenção qualificada nos fóruns multilaterais.

    Nossa tradição de defesa da paz não nos permite qualquer indiferença frente à existência de enormes arsenais atômicos, à proliferação nuclear, ao terrorismo e ao crime organizado transnacional.

    Nossa ação política externa continuará propugnando pela reforma dos organismos de governança mundial, em especial as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    Disse, no início deste discurso, que eu governarei para todos os brasileiros e brasileiras. E vou fazê-lo.

    Mas é importante lembrar que o destino de um país não se resume à ação de seu governo. Ele é o resultado do trabalho e da ação transformadora de todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do tamanho da participação de todos e de cada um:

    RusevDos movimentos sociais,

    dos que labutam no campo,

    dos profissionais liberais,

    dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores,

    dos intelectuais,

    dos servidores públicos,

    dos empresários,

    das mulheres,

    dos negros, dos índios e dos jovens,

    de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação.

    Quero estar ao lado dos que trabalham pelo bem do Brasil na solidão amazônica, na seca nordestina, na imensidão do cerrado, na vastidão dos pampas.

    Quero estar ao lado dos que vivem nos aglomerados metropolitanos, na vastidão das florestas; no interior ou no litoral, nas capitais e nas fronteiras do Brasil.

    Quero convocar todos a participar do esforço de transformação do nosso país.

    Respeitada a autonomia dos poderes e o princípio federativo, quero contar com o Legislativo e o Judiciário, e com a parceria de governadores e prefeitos para continuarmos desenvolvendo nosso País, aperfeiçoando nossas instituições e fortalecendo nossa democracia.

    Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião.

    Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura, somos naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intansigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos.

    O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.

    Eu e meu vice Michel Temer fomos eleitos por uma ampla coligação partidária. Estamos construindo com eles um governo onde capacidade profissional, liderança e a disposição de servir ao país serão os critérios fundamentais.

    Mais uma vez estendo minha mão aos partidos de oposição e as parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. Não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio.

    A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros, sob a égide dos valores republicanos.

    Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia.

    Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

    Chegamos ao final desse longo discurso. Dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor.

    Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento. Divido com eles esta conquista, e rendo-lhes minha homenagem.

    Esta dura caminhada me fez valorizar e amar muito mais a vida e me deu sobretudo coragem para enfrentar desafios ainda maiores. Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra:

    "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"

    É com esta coragem que vou governar o Brasil.

    Mas mulher não é só coragem. É carinho também.

    Carinho que dedico a minha filha e ao meu neto. Carinho com que abraço a minha mãe que me acompanha e me abençoa.

    É com este mesmo carinho que quero cuidar do meu povo, e a ele – só a ele – dedicar os próximos anos da minha vida.

    Que Deus abençoe o Brasil!

    Que Deus abençoe a todos nós!

    This work is licensed under a Creative Commons license.

    28/12/2010

    Que a Vera traga muitas notícias boas para os gaúchos

    Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 10:08 am
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    Perfil da nova Secretária de Comunicação do governo do Estado na nova gestão, Vera Spolidoro, traçado pela Coletiva.net. Quando ainda não havia tantos blogs e fazer o contraponto na internet era um desafio, recebi da Vera o apoio de que tanto precisava. Depois do geocities, passei pelo HPG e cheguei no blogspot. Hoje estou no wordpress. Foi uma longa trajetória. Se continuei a luta foi em grande parte ao incentivo que dela recebi.

    Política de bastidores

    Vera Spolidoro

    Ampliar Crédito: Tânia Meinerz

    Por Vanessa Bueno

    A política a acompanha desde a infância, quando saía para panfletar com o tio que exercia cargos públicos. “Está no sangue”, revela a jornalista Vera Spolidoro, que daqui a pouco assumirá como secretária de Comunicação do governo Tarso Genro. De voz mansa e ar sereno, ela explica, porém, que nunca pensou em disputar uma eleição. Em uma conversa que tem o rio Guaíba ao fundo, na sede Campestre da Procergs, revela, entre outras coisas, que prefere os bastidores.
    Foi assim que ela acompanhou o ex-deputado, ex-prefeito,ex-ministro de Estado e atual governador eleito Tarso Genro em diversas gestões públicas. A parceria dos dois teve início lá em 1992, quando ele venceu as eleições para prefeito de Porto Alegre. Vera já estava na prefeitura, atuando na Coordenação de Comunicação, ao lado de Daniel Herz e Pedro Osório. “Ficamos muito próximos”, diz referindo-se ao vínculo que estabeleceu com Tarso, que, segunda ela, consegue reunir qualidades raras de se encontrar juntas em uma pessoa. “É um bom gestor e um bom estrategista. Tem uma visão que está sempre à frente. Isto é muito estimulante. Foi ele, aliás, quem sugeriu que a Secretaria de Comunicação seja de inclusão digital também”, revela a jornalista.
    A proposta, na visão de Vera, é inovadora. “Se eu conseguir implantar todo o nosso projeto, vou me sentir muito realizada. Minha preocupação, desde a época em que eu estava no Sindicado (dos jornalistas), sempre foi de tornar a Comunicação um bem público”, explica. Nesta linha, também defende a criação de um Conselho de Comunicação no Estado, que, conforme já anunciado pelo governador eleito, será exposto à avaliação da sociedade. “Nossa proposta é reunir a sociedade para discutir a Comunicação”, ela explica. Para isto, será criado no Estado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que pretende ser um debate entre representantes de diversas áreas. A busca, conforme a jornalista, é pela democratização da informação e “nada tem a ver com censura como estão dizendo por aí”.
    Vera, que registra passagem pela presidência do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul em duas gestões, de 1986 a 1990, sempre esteve envolvida nas questões relacionadas a políticas de Comunicação e decidiu filiar-se ao PT, no final dos anos 80, por acreditar que as diretrizes do partido estavam alinhadas a seus ideais. E foi assim que Vera acabou sendo convidada para integrar a coordenação de Comunicação do governo de Olívio Dutra na prefeitura de Porto Alegre. “Liderados por Daniel Herz, planejamos um novo formato de comunicação pública, que depois se estendeu pelos quatro períodos do governo do PT na Prefeitura”, conta.

    Colunista política
    Ao fim do mandato de Tarso na Prefeitura, Vera chegou a ser convidada para atuar ao lado do político no Ministério da Educação, mas optou por ficar em Porto Alegre. “Queria estar próxima da minha família”, diz, destacando que, como boa descendente de italianos, gosta de reunir o clã para os almoços de fim de semana. Vera é mãe da publicitária Gabriela, da assistente social Ângela e do músico Nicola, frutos de seu primeiro casamento. Além disso, também é avó de Pedro e Tiago. “Sou uma avó muito babona, os deixo fazerem tudo o que querem quando estão comigo.”
    Assim, em Porto Alegre, Vera passou a dedicar-se a uma coluna política que assinava no jornal O Sul. Ficou por três anos lá. “Eu gostava muito deste trabalho. Sempre deixei claro o meu posicionamento de esquerda e nunca fui criticada por isso”, conta. Os leitores e inclusive a direção do jornal, como faz questão de ressaltar, entendiam e respeitavam suas opiniões. Quando Olívio Dutra assumiu o governo estadual, atuou por dois anos na assessoria de imprensa do Palácio.
    Mais tarde, Vera se renderia aos convites para ir para Brasília. Durante quatro anos optou por viver na ponte-área e permaneceu na Capital Federal, segundo ela, só para trabalhar. Lá, exerceu funções de assessoria de Comunicação na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República e no Ministério da Justiça. “Foi um período de muito trabalho”, reconhece a jornalista, que nem quis fixar residência, pois seus planos eram um dia retornar para Porto Alegre.

    Outros rumos
    Natural de Veranópolis, Vera mudou-se com a família para Porto Alegre nos anos 80. Antes, porém, morou com os pais e os irmãos em Bento Gonçalves. “O que eu mais me lembro daquela época era a liberdade que tínhamos. Brincávamos de casinha, teatro, inclusive cobrando entrada”, diverte-se a irmã do meio de Gilberto e Marco Antônio. Filha do médico Ângelo Raphael Spolidoro e da dona de casa Ignez Varnier Spolidoro, conta que escolheu o Jornalismo como profissão porque sempre foi muito estimulada para a leitura pelo pai. “Essa minha proximidade com a Literatura me fez pensar em ser escritora, mas isso me parecia muito vago, então recorri ao Jornalismo”, recorda. O sonho de escrever livros, no entanto, ficou para trás.
    Passou então no vestibular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e, ao contrário do que imaginava, sua primeira experiência profissional foi como assessora de imprensa. “A gente entra na faculdade querendo ser repórter, fazer grandes matérias na França, mas a vida nos leva para outros rumos”, reconhece. Vera trabalhou na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), onde também coordenava a área de Comunicação, mudando-se, após alguns anos, para o Uruguai: recém-casada, decidiu seguir o então marido, que é uruguaio. O casal morou lá durante três anos, quando decidiu voltar para Porto Alegre. O período era de ditadura no país e, como os dois eram apoiadores do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaro (organização de guerrilha urbana uruguaia, que operou nas décadas de 1960 e 1970), optaram por retornar ao Brasil.

    Do Brasil e do mundo
    Com dificuldades para guardar datas, opta por registrar as épocas. Do seu tempo em Brasília – está de volta a Porto Alegre desde fevereiro deste ano – guarda boas recordações dos amigos que fez por lá, como os jornalistas Franklin Martins e Tereza Cruvinel, e do clima agradável, segundo ela, nem tão quente e nem tão frio. Também voltou para o Estado com uma visão ampliada. “Percebi o quanto o Rio Grande do Sul vive isolado. O gauchismo não faz bem para nós”, diz, referindo-se ao bairrismo existente no Estado: “Não é à toa que Tarso escolheu o slogan Rio Grande do Sul, do Brasil, do Mundo”.
    Desde que chegou à Capital, Vera tem aproveitado para matar a saudade da família. Gosta de cozinhar para o clã e entre suas especialidades estão camarão na moranga e massa ao pesto. A inclinação pela culinária ela herdou da mãe, uma “excelente cozinheira”. Apreciadora de diversos gêneros de música, do rock ao jazz, elegeu o grupo Nicola Spolidoro Quarteto como seu preferido. Reconhecendo que o herdeiro pode ter sido influenciado pelo seu hábito de consumir muita música, diz-se feliz com o caminho que os filhos seguiram. “Sempre dei muita liberdade para eles. Até pelo fato de eu sempre trabalhar, procurei estabelecer um laço de confiança entre nós. Hoje, quando os vejo adultos e se virando sozinhos, penso que acertei”, diz orgulhosa.

    Conectada
    A jornalista também gosta de frequentar o Facebook. “Estou sempre ligada nas novidades do mundo digital”, diz. Nesta linha, integrou-se no lançamento do projeto jornalístico Sul 21, diário eletrônico de política, economia e cultura. Mas já em julho foi reintegrada à propaganda política, desta vez, para comandar a comunicação das redes sociais da campanha de Tarso. Comunicativa, entende sua capacidade de diálogo como uma qualidade. Já a impaciência é um defeito. “Às vezes me irrito com o ritmo lento das coisas”, comenta. Para relaxar costumava fazer ioga, alongamento e até musculação. Atualmente, a rotina puxada de trabalho, porém, apenas lhe permite algumas horas de leitura e momentos de distração com a música.
    Vera, que tem como norte a sua formação política, diz que sua luta sempre foi por mais justiça e democracia. “Quando eu era jovem, lutava contra a ditadura. Agora os objetivos são outros, mas seguem a mesma linha”. Tendo como exemplos de vida os pais, a mãe – “pela grande agregadora que é” – e o pai por ter lhe aproximado da política, procura seguir seus ensinamentos. Em termos profissionais, seu mestre foi o jornalista Daniel Herz, “grande pensador e executor de políticas de Comunicação”.
    A dica que deixa para quem está começando na área é relacionada à leitura. “Eu diria para os jovens que leiam muito. Falta vocabulário hoje e sem vocabulário não é possível pensar. Vale ler de Eça de Queiroz a Paulo Coelho”, aconselha. Sobre seus planos futuros, diz que está muito empolgada para iniciar as atividades frente à Secretaria de Comunicação. “Com as novas tecnologias eu vislumbro um mundo de possibilidades”. Na vida pessoal, “se continuar assim, está ótimo”.

    13/12/2010

    Uma mente perigosa

    Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 8:42 am
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    wikipensa"Que tipo de informação é importante para o mundo? Que tipo de informação pode desencadear uma reforma? (…) Informações que governos e corporaçãos estão fazendo um esforço econômico para esconder, isso é um bom sinal. (Sinal) de que quando esta informação estiver disponível  possa servir para algo de bom, porque as organizações que sabem das coisas, que conhecem tudo de dentro para fora, estão tendo trabalho para escondê-las. E é isso o que descobrimos com a prática (Wikileaks), e essa é a história do jornalismo. (…) Há segredos legítimos, você sabe – seus registros com o seu médico, esse é um registro legítimo. (…) Os valores principais são: homens capazes e generosos não criam vítimas, eles cuidam das vítimas. (…) Há outra maneira de cuidar das vítimas, que é vigiar os autores do crime. Então, isso é algo que está no meu caráter há bastante tempo."

    Cuidado! Quem pensa assim tem todas as chances de se tornar inimigo dos EUA. Que privilégio!

    03/11/2010

    Burrice explícita

    Filed under: Autobiografia,PIG — Gilmar Crestani @ 9:38 am
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    Encontrei no blog do Rodrigo Viana a preciosidade que registro para a posteridade. Não é toda hora que um exercício espontâneo desnuda a face crua, mas verdadeira, de um grupo nefasto. Como não sou do Rio nem nunca assinei O Globo, imagino que o brinde pela assinatura seja um fardo de capim…

    Editorialista sucumbe ao peso de suas idéias!“NÃO INTERESSA À SOCIEDADE A EXPLORAÇÃO POLÍTICA DESTA DIVISÃO, NA QUAL ESTADOS MAIS RICOS, COM POPULAÇÃO MAIS ESCLARECIDA, FICARAM COM GOVERNADORES DE OPOSIÇÃO.”, Editorial d’O Globo, da famiglia Marinho, em 02/11/2010.

    O editorialista estava com os pés, os quatro, postos sobre o teclado quando foi alçado aos píncaros pelo peso das ideias  perpetradas na frase acima. Não é só a manifestação de preconceito explícito, mas principalmente o retrato de uma deficiência mental alarmante. Das duas, uma, e nenhuma a favor d’O Globo: ou foi um mal informado ou um mal intencionado.  Ou as duas. De qualquer sorte, traduz com perfeição porque sempre estão atrelados ao peso do atraso. São asneiras indigestas como esta que leva a direita ser de direita.

    Para ficar com apenas dois estados ricos, que não ficaram na oposição: Rio Grande do Sul e o próprio estado sede d’O Globo. Mas poderia citar Ceará, Bahia ou mesmo Espírito Santo. Se o jornal não consegue sequer compreender a realidade que o cerca, o que se dirá de algo maior, mais amplo? Falece-lhe o sentido da humanidade que lhe pesa.

    Se com a raciocinada o editorialista pretendia alçar voos mais altos, é melhor desistir. Jegue não voa…

    Jornal O Globo, não compre; se comprar, não abra; se abrir, não leia; se ler não acredite, ou então, SE ACREDITAR, RELINCHE!

     

    OBS. No blog do Nassif, há um tópico interessante sobre as manchetes d’O Globo no intervalo entre o primeiro e o segundo turno das eleições: Os títulos de O Globo

    23/04/2010

    Biografia ou Necrológio?

    Filed under: Autobiografia,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 9:39 pm
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    Um Ministro com a cara do PSDB

    Ao cabo, a imagem que (sos)sobrou de Gilmar Mendes é a de alguém comprometido com corruptores e bandidos. Convenhamos, tudo a ver com quem o colocou lá no STF, FHC!

    14/03/2010

    Zero Hora tira a máscara

    Filed under: Autobiografia,Cosa Nostra,PIG,RBS — Gilmar Crestani @ 8:15 pm
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    Zero Hora veste a camisa de Falsa Democrata!

    Zero Hora veste a camisa de Falsa Democrata!

    Falsa democrata ou democrata de ocasião, você decide.


    As vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”, Luis Fernando Veríssimo

    O que disse Lula em seu discurso na Conferencia Nacional da Cultura, na quinta-feira (11) a respeito dos editoriais dos jornais:
    Vocês prestem atenção, se vocês são como eu que não gostam de ler notícia ruim, vocês prestem atenção no noticiário, porque política e eleição também são cultura. Sobretudo o resultado. Prestem muita atenção daqui para frente. Leiam os editoriais dos jornais, que a gente pensa que só o dono lê. Às vezes, é bom ler para a gente ver o comportamento de alguns falsos democratas que dizem que são democratas, mas que agem querendo que o editorial deles fosse a única voz pensante no mundo”.

    Lula pediu, provavelmente tendo em vista a constante diminuição de leitores, que lêssemos os editorais. Veja bem, ele não disse para não ler. Pelo contrário, ele quer que saibamos como pensam os que escrevem editoriais para ver se possamos entender o novo conceito de democracia.

    Ora, a Zero Hora não se fez de rogada, vestiu a carapuça e fez novo editorial atacando a postura de Lula. Não só vestiu. Deu atestado e assinou. Leia e surpreenda com os novos conceitos de democracia e liberdade de expressão da única voz pensante do RS. A manisfestação do Presidente foi considerada como “ataque”. Não é inacreditável? A RBS de modo geral, e Zero Hora em particular, especializaram-se em atacar Lula e defenderem Yeda, tacha uma simples constatação como sendo um ataque. Cadê meus sais, senão também terei um ataque. De fúria!

    13 de março de 2010 | N° 16273

    FALSOS DEMOCRATAS

    Na mesma semana em que foi criticado por declarações sobre a morte de um dissidente cubano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou de forma enfática o noticiário dos jornais, especialmente os editoriais, argumentando que estes textos são escritos por “falsos democratas”, com a pretensão de ser a “única voz pensante do mundo”. Feitas quinta-feira à noite, em Brasília, durante a 2ª Conferência Nacional de Cultura, as manifestações ganharam destaque na mídia eletrônica e devem ser reproduzidas pelos mesmos veículos impressos operados por profissionais como os que foram transformados em alvo de ataque. Democracia, como o presidente deveria saber, pela sua singular trajetória como homem público, não tem como abrir mão de aspectos como o direito de criticar e de ser criticado.

    Um dos pressupostos do jornalismo nos países livres é justamente o sintetizado pelo jornalista C. P. Scott, que por mais de meio século dirigiu o conceituado jornal britânico The Guardian: “Os comentários são livres, mas os fatos são sagrados”. Isso significa que, nos países democráticos, a informação precisa ser fiel aos fatos, particularmente no caso de órgãos de imprensa interessados em garantir a fidelidade de seu público. Se há desvios, e eles existem, esta é uma questão a ser devidamente levada em conta por quem busca informação de qualidade e, quando for o caso, a ser avaliada e punida por instituições às quais cabe zelar pela verdade. Os comentários – ou as opiniões –, porém, são livres, desde que circunscritos a regras mínimas de civilidade, sem recorrer a insultos.

    Seja qual for o caso, uma democracia precisará assegurar sempre o direito à livre manifestação e o de defesa a quem for efetivamente prejudicado. O inadmissível – e é lamentável que o primeiro mandatário do país fomente esta possibilidade – é se partir para o ataque ao direito à livre manifestação de opiniões. O presidente da República pode ter esquecido, mas sabe, desde o tempo de sindicalista, que fatos são fatos – não há como contestá-los. Opi- niões, porém, como as dos editoriais, refletindo o pensamento de empresários de comunicação, dependem de quem as expressa. Raramente, portanto, são coincidentes, o que não constitui razão para serem rechaçadas. Uma democracia costuma funcionar justamente com base nos consensos possíveis a partir de diferentes visões sobre uma determinada questão.

    Obviamente, há situações nas quais algumas opiniões têm mais chances de se sobreporem a outras. O próprio poder público se vale disso, criando eventos diários que se transformam em palanque para discursos ou mesmo recorrendo a redes nacionais para transmitir um determinado recado. Não é devido a excessos ou a deformações na manifestação de opiniões, porém, que se deva simplesmente suprimi-las ou intimidá-las, atribuindo-as a “falsos democratas”.

    Seja qual for o caso, uma democracia precisará assegurar sempre o direito à livre manifestação e o de defesa a quem for efetivamente prejudicado.


    O mundo mudou, Zero Hora não

    Em 2002, quando publiquei alguns artigos no Observatório da Imprensa, até ser despejado em cumprimento de ordem direta de Nelson Sirotsky a Alberto Dines, por telefone, a Zero Hora partiu para o ataque. Devido às denúncias que fazia no Blog que tinha na época e no Observatório, a RBS chegou a solicitar investigação ao ex-Secretário de Segurança Pública, no tempo de um outro ex-funcionário dos Sirotsky. Fui fotografado na saída do trabalho e próximo de minha cada. Minha sorte foi ter amigos que trabalhavam no setor de inteligência da Polícia gaúcha.

    Fiquem com uma amostra grátis do tipo de democracia que a RBS adora e pratica. O editorial da Zero Hora é de 28/04/2002. Como se vê, o mundo mudou, os Sirotsky não!

    A construção de uma calúnia

    Uma sucessão de mal-entendidos e de atos de má-fé levou na última semana o jornalista Ricardo Boechat, responsável pela coluna Informe JB, no Jornal do Brasil, a cometer um equívoco danoso à imagem da RBS. Na sua coluna do dia 19 último, Boechat divulgou uma nota sob o título “Grande furo”, com a informação de que a RBS TV havia sido condenada a indenizar o governo gaúcho em R$ 1 milhão por ter feito um acordo com assaltantes para libertarem reféns apenas quando a emissora pudesse cobrir o acontecimento ao vivo. Tudo é falso nessa notícia: a RBS não fez acordo com os seqüestradores, não foi julgada e muito menos condenada. O próprio colunista reconheceu o erro em nova nota publicada na edição do dia 24 passado, no mesmo JB, sob o título “Sem condenação”. (Veja a íntegra das duas notas nesta página.)

    Porém, mesmo com o desmentido formal, algumas pessoas mal-intencionadas e outras desavisadas continuaram a repassar a primeira informação via internet ou a utilizá-la em pronunciamentos públicos. Até mesmo um antigo comunicador da praça, conhecido por seu temperamento rancoroso, passou a fazer proselitismo ético a partir da informação falsa. A RBS, evidentemente, está adotando as medidas judiciais cabíveis contra os detratores , mas, em respeito ao seu público e aos seus colaboradores, utiliza este espaço editorial para contar em detalhes a origem e a construção desta calúnia.

    Tudo começou no dia 17 de dezembro de 2000, quando três assaltantes invadiram uma residência no bairro Cristal, em Porto Alegre. Dois dos criminosos foram surpreendidos pela polícia dentro da casa e mantiveram uma família refém por cerca de três horas. Durante a negociação para a rendição, os assaltantes exigiram a presença da imprensa e a transmissão ao vivo da televisão. No caso da RBS TV, seria impossível atender tal pedido por dois motivos: o manual de ética da empresa proíbe expressamente qualquer acordo ou submissão a chantagens impostas por delinqüentes e, naquele momento, estava no ar uma programação em rede nacional. Por isso, uma equipe de reportagem deslocou-se imediatamente para o local a fim de fazer a cobertura para o programa Teledomingo, produção local que entraria no ar um pouco mais tarde. Os assaltantes ficaram nervosos e a situação se prolongou até uma das reféns entrar no ar em entrevista por telefone. Não houve qualquer tipo de ingerência dos profissionais da RBS na continuação ou no desfecho do assalto.

    O relato deste episódio nos autos do processo, pelo depoimento dos réus e das vítimas, levou o juiz relator a concluir equivocadamente que a RBS TV havia solicitado aos assaltantes o prolongamento do seqüestro até que fosse possível colocá-lo no ar. O absurdo acabou sendo potencializado pelo voto subjetivo e preconceituoso do magistrado contra a imprensa, mais especificamente contra a RBS.

    Ao tomar conhecimento da peça processual, um já identificado servidor público que promove delirantes e obsessivos ataques à RBS encaminhou um artigo confuso a um site especializado em imprensa, originando-se daí as mensagens via internet que estão sendo distribuídas por algumas pessoas. O artigo chamou a atenção da produção do colunista Ricardo Boechat, que acabou sendo induzido ao erro pelo insidioso informante. Logo que constatou o equívoco, porém, o jornalista do JB tratou de se redimir, desculpou-se com a RBS e publicou a nota esclarecedora que, infelizmente, algumas pessoas insistem em desconhecer, ficando com a primeira versão absolutamente inverídica.

    Como alguns leitores, ouvintes e telespectadores dos nossos veículos foram atingidos por esta corrente de maledicências, estamos repondo a verdade: a RBS não cometeu qualquer deslize neste episódio, não faz acordo com delinqüentes, não foi julgada e muito menos condenada. O esclarecimento se faz necessário porque uma mentira multiplicada pela internet, que dá poderes incontroláveis a anônimos e irresponsáveis, acaba confundindo a opinião pública. Além disso, o caso é exemplar no momento em que espertalhões procuram desacreditar os veículos de comunicação com o indisfarçável propósito de impor suas idéias e interesses sem a vigilância da sociedade.

    Minha resposta ao editorial saiu no Observatório da Imprensa de primeiro de maio de 2002, com o título Parcas, mas não muito, onde concluo:

    O equívoco do editorial está em atribuir ao juiz relator conclusão equivocada. Se equívoco houve, foi das vítimas, senão vejamos o depoimento da vítima Alexandre Paz Garcia, transcrito nos autos:

    “… mas daí ficou acertado que demoraria um pouquinho para já aproveitar e aparecer do ‘Teledomingo’, que eles falaram: ‘Então ao invés da gente mandar uma equipe agora, a gente segura um pouquinho, manda que já aparece ao vivo no ‘Teledomingo’.

    Complemente com o depoimento de outra vítima, Luciane Petrolli, que consta das peças processuais: “A demora se deu porque estava no ar o ‘Sai de baixo’ e eles queriam esperar até o ‘Teledomingo’ para botar no ar.”

    No editorial, a RBS conta o milagre mas não entrega o santo. “Ao tomar conhecimento da peça processual, um já identificado servidor público que promove delirantes e obsessivos ataques à RBS encaminhou um artigo confuso a um site especializado em imprensa, originando-se daí as mensagens via internet que estão sendo distribuídas por algumas pessoas. O artigo chamou a atenção da produção do colunista Ricardo Boechat, que acabou sendo induzido ao erro pelo insidioso informante.”

    Sobrou também para “um antigo comunicador da praça, conhecido por seu temperamento rancoroso” que “passou a fazer proselitismo ético a partir da informação falsa”. Suspeito de que o editorialista esteja falando de Flávio Alcaraz Gomes, e a informação “falsa” é a que consta da Apelação Criminal nº 70 002 658 870, julgada na 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho.

    A estratégia de desqualificar o autor das denúncias, para se defender, também foi usada por dois ex-presidentes do Senado, antes de renunciarem.

    Para encerrar, sugiro que o Observatório da Imprensa passe a identificar melhor seus articulistas. Quem sabe acrescentando alguns dados pessoais, como endereço, telefone, atestado de bons antecedentes, laudo psicológico, e-mail, cor dos olhos, a fim de que a RBS possa “identificar” o “servidor público” delirante, obsessivo e insidioso. Afinal, trata-se de um ser nocivo aos bons costumes jornalísticos praticado pelo coronelismo eletrônico.

    Camões ficaria espantado com a dificuldade da RBS em lidar com a mudança do mundo.

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança;
    Todo o mundo é composto de mudança,
    Tomando sempre novas qualidades.
    Continuamente vemos novidades,
    Diferentes em tudo da esperança;
    Do mal ficam as mágoas na lembrança,
    E do bem, se algum houve, as saudades.

    O tempo cobre o chão de verde manto,
    Que já foi coberto de neve fria,
    E em mim converte em choro o doce canto.

    E, afora este mudar-se cada dia,
    Outra mudança faz de mor espanto:
    Que não se muda já como soía.

    18/01/2010

    A face da RBS

    Filed under: Autobiografia,Cosa Nostra,RBS — Gilmar Crestani @ 11:39 pm
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    Dinossauro, travestido de porta-voz do coronelismo eletrônico, traça seu perfil psicológico ao vivo e a cores, para gáudio do canil da famiglia Sirotisky.
    Abaixo reproduzo artigo que publiquei em 2002 no Observatório da Imprensa, provando que Lasier Martins sempre foi e será um sabujo menino de recados da famiglia Sirotisky.


    TV RBS
    Almoço do espanto

    Gilmar Antonio Crestani (*)

    O curso de Direito me forneceu ferramentas de trabalho, alguns amigos e boas leituras. Algumas leituras foram mais marcantes que outras. Cito A defesa tem a palavra, de Evandro Lins e Silva, que me caiu às mãos sem qualquer indicação, mas foi nela que encontrei os indicativos que mostram por que Evandro é o profissional reconhecido dentro e fora do meio jurídico.

    Faleceram-me os códigos Civil, Penal, Comercial etc., pois são letra morta, que só os membros do MST devem cumprir, ou morrer, embora sirvam também para que as editoras ganhem rios de dinheiro a cada ano, em função da enxurrada anual de leis que alteram as alterações anteriores. Sem contar as famigeradas medidas provisórias, que mudam todos os meses. Mas nada me foi mais ilustrativo a respeito do Direito do que uma entrevista publicada pelo Pasquim, nº 409, de maio de 1977, com o jurista anticomunista Sobral Pinto. Nesta, Sobral pinta e dá as cores de como buscou melhores condições de instalação para seu cliente, o comunista Berger, que estava preso:

    “A situação em que se encontra é precisamente a do Artigo 14 da Lei de Proteção aos Animais. Este artigo diz que nenhum animal pode ser posto numa situação que não esteja de acordo com sua natureza. Um cavalo não pode ficar dentro de uma baia a vida inteira. Tem que sair, galopar, isso é da sua natureza. O homem também não pode ficar numa situação dessas, contrária a tudo que há em sua natureza e à sua psicologia. Então pedia a aplicação da Lei de Proteção aos Animais.”

    Outra lição inesquecível é a de que o culpado sempre procura os melhores advogados. A contratação de certos advogados indicariam o grau de culpabilidade do cliente. Quem contrata um Saulo Ramos, um Ives Gandra Martins não busca necessariamente o conhecimento desses profissionais, mas o seu jamegão e suas relações. A riqueza dos cursos de Direito está exatamente em fornecer um variado cardápio de profissionais: delegados, advogados de defesa, promotores, procuradores e também juízes.

    Mas há também bacharéis que se acham oniscientes, por obra e graça de sua única vontade, ou, quem sabe, por inspiração divina. Estes, embora já tenham sido catalogados por Cesare Lombroso (1836-1909), encontram-se no jornalismo: investigam, julgam, condenam e executam.

    Os programas de TV, como fontes de informação, não me atraem, excetuando documentários. Prefiro a palavra escrita dos jornais e revistas aos leitores de teleprompter. Por isso ando meio desligado, como na música dos Mutantes, no que diz respeito à programação da TV local e seus comentaristas policiais. Além disso, como assino a DirecTV, na minha casa não se vêem Rede Globo e suas filhas. Meu conhecimento do que rola nas tevês “abertas” – tão abertas que não podem passar na DirecTV! – vem da leitura de jornais ou pela internet.

    Presunção de culpa

    A exemplo do nacional Carlos “Ratinho” Massa, os gaúchos também já dispõem de um “ratinho” gaudério: Lasier Martins. O campeão dos comentários trash. Faz Erasmo Dias e Afanázio Jazadzi parecerem seminaristas em festa de São Francisco de Assis.

    Má hora em que, nestas minhas férias, dia 12/3, fui forçado a almoçar assistindo ao Jornal do Almoço, programa da RBS-TV, de Porto Alegre. Fiquei deveras chocado. Em pleno almoço o âncora entrou em êxtase, espumando de raiva como se tivesse incorporado nele o coisa ruim. Pior me senti depois, ao constatar que, de fato, existe público para tanta baixaria. Talvez aí também se explique o sucesso das igrejas evangélicas e suas sessões para expulsar o demônio.

    Realmente, há gostos e gostos, como provam os livros de medicina legal. O cinema criou um estilo de filme batizado de terrir. É o terror que faz rir, quando o paroxismo das cenas vira caricatura, sem verossimilhança com a realidade. Para mim, os comentários de Lasier Martins fizeram não minha Hora do espanto, mas meu Almoço do espanto.

    Para que o leitor possa ter uma idéia, o Ratinho da RBS tecia alguns comentários a respeito de um fato policial sucedido em Porto Alegre. Um assalto a ônibus resultou na morte de uma policial. Em represália, um grupo de policiais teria “apagado” dois dos presumíveis assassinos. Esse era o mote. A fúria do clarividente e onipotente comentarista desembestou de tal forma que parecia uma daquelas sessões do filme O exorcista. Que motivações levam uma pessoa a perder o controle sobre si mesmo diante da mesa de almoço de seus telespectadores?

    Explique-se. Era o dia da primeira audiência de tentativa de identificação dos policiais pretensamente envolvidos na morte dos presumíveis assassinos. Digo presumíveis, pois não houve inquérito, julgamento e, muito menos, condenação. Ainda.

    O vociferante jurista e dublê de jornalista aproveitou o gancho para louvar a atitude da PM paulista, que massacrou todos os passageiros daquele ônibus que estaria levando integrantes do PCC a um assalto. (Igualmente uso o verbo no condicional pois não houve inquérito, acusação, julgamento, essas coisas banais do Estado de Direito, a que se dá o nome de segurança jurídica na democracia). Não se trata de defender bandido, que leis há para serem aplicadas e cumpridas, mas cuida-se da saúde mental de quem detém poder de repercussão.

    Pelo que li no rosto do apresentador, não ando só desligado, mas desatualizado, a menos que tenha sido revogada a garantia constitucional da presunção de inocência. Deve ter voltado a moda dos tempos da ditadura, da presunção da culpa. A presunção de inocência somente vale para quem tem R$ 1,32 milhão no cofre da empresa para uma campanha eleitoral que sequer começou. Já para quem é pobre e anda em ônibus suspeito, a presunção é de culpa.

    Talião revisitado

    Não se fala em identificação dos culpados, nem em apresentá-los à Justiça. Bandido bom, para Lasier Martins, assim como para muita gente que se acha ilustrada em pleno século 21, é bandido morto. Em outras palavras, incentivou a justiça pelas próprias (dos policiais) mãos. Apresentou, inclusive, a ação dos policiais paulistas como padrão a ser seguido pelos policiais gaúchos, já que aqui os direitos humanos só protegem os bandidos. Minha avó italiana, analfabeta, também dizia que tem gente que só matando. Mas era uma metáfora para dizer que certas pessoas não têm conserto.

    Seguindo as regras sui generis do animador de almoço, os sete magníficos meninos (não é filme de cowboy), conhecidos como Gangue da Praça Matriz, filhos da fina flor da sociedade porto-alegrense, que assassinaram o menino Alex Thomas, deveriam ter sido sumariamente fuzilados. Um dos acusados de envolvimento no crime hoje é ator na Globo. Seguindo a mesma pena de talião revigorada pelo vociferante e clarividente Lasier Martins, naquele estertor sádico amedrontador, os assassinos que incendiaram o índio Galdino Pataxó, numa parada de ônibus em Brasília, também deveriam ser decapitados em praça pública. Se fôssemos seguir a mesma trilha rancorosa, o filho de Odacyr Klein, ex-ministro dos Transportes, que atropelou e fugiu deixando um morto estendido na beira da estrada, deveria ter sido linchado em praça pública. Mas nessas horas Lasier deve falar nas fatalidades, dos insondáveis caminhos a que o homem está sujeito, neste vale de lágrimas.

    Coincidentemente, Lasier é aquele mesmo que sentiu um prazer sádico ao constatar, na lista dos 40 maiores devedores do estado, a presença da Imcobrasa, de Renato Ribeiro, também dono do Correio do Povo, empresa que o havia defenestrado. Declarou, sem constrangimento, que usava espaço na RBS para se vingar do ex-patrão. É esse o equilíbrio emocional e o critério de isenção jornalística perseguido por Lasier Martins? Alguém consegue imaginar esse senhor envolvido em um acidente de trânsito e com uma arma na mão?

    A chave de ouro, tão surrada como uma de pedra lascada, foi que os direitos humanos praticados aqui no RS só servem para proteger bandidos. Estou curioso para saber a definição de “bandido” e de “humano” do senhor Lasier Martins.

    Teste psicotécnico

    Infelizmente, Lasier está estribado em conceito expresso por um sociólogo de renome, que, por acidente, ocupa o comando desta nação. Quando a polícia paranaense matou o agricultor Antônio Tavares Pereira, 38 anos, cinco filhos, líder local do Movimento dos Sem-Terra, o professor Cardoso soltou uma de suas tantas pérolas: “Fatos como esse devem servir de alerta para aqueles que optarem pela provocação e pelo desrespeito à democracia e à cidadania.” Aí está a legitimação da justiça pelas próprias mãos. Daí à execução da justiça pelos policiais é só uma oportunidade. Jorge Murad, lembrando das sobras de campanha do correligionário de sua esposa Roseana, o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, deve ter pensado: se não há financiamento público das campanhas, então tudo é permitido. Subjacente, há sempre uma lógica.

    “Polícia não tem que perguntar”, cuspiu, naquele meu almoço, para justificar a atitude da PM paulista. Não por acaso, a morte de um tenista, em São Leopoldo-RS, pelas costas, se encaixa perfeitamente na “raciocinada” do Lasier Martins. Se analisada in vitro, a língua viperina do comentarista policial da RBS não passaria de mais um caso patológico a ser resolvido no âmbito da medicina legal. Contudo, a virulência do ataque tem pessoas e endereços certos. Estes, além de não servirem à RBS como o BNDES o faz com relação à mãe dela (a Globo), também já cobraram na Justiça muita grana desta filha daquela.

    Assim como o filho de Pluto, deus grego do dinheiro, também chamado de BNDES, que virou a cabeça da Globo a respeito de Roseana, também a RBS tem lá suas razões que só os cofres públicos conhecem. Qual dos coronelismos é pior: o do clã Sarney ou o de certa mídia a que estamos submetidos?

    A mídia já apóia abertamente a justiça pelas próprias mãos. Então, para que implantar a pena de morte, se diariamente centenas morrem de morte matada nos arrabaldes das cidades? A diferença é que ninguém insufla a polícia a fazer justiça com as próprias mãos quando se trata de Jorge Murad, Jader Barbalho, ACM, Luis Estêvão, Eliseu Padilha, Nicolau Lalau, Sarneys. Nesses casos, até algema causa celeuma. Também Hildebrando Paschoal, do PFL do Acre, que mandava serrar seus desafetos com motosserra, escapa da sanha magarefe de Lasier Martins.

    Antes de exigirem diploma, os sindicatos de jornalistas deveriam exigir teste psicotécnico para os profissionais que pilotam programas jornalísticos, mormente no horário de almoço.

    (*) Funcionário público federal

    Dissecando um cadáver

    Filed under: Autobiografia,Cosa Nostra — Gilmar Crestani @ 5:26 am
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    Bolso(ig)naro de capuz!

    OBS. Está página foi publicada originalmente em 18/01/2010. Vez que outra aparece uma titica de galinha cantando de galo.

    Repito. Não publico email de gente escrota. Para isso tem o PIG.

    Como titica é merda, e merda não canta. Apenas solta um cheiro insuportável,  estou trazendo, neste 03/03/2011, novamente à luz. Só para desagravo dos valentões do anonimato. Uma raça escrota que não ousa dizer o próprio nome. Faltam-lhes culhões! Como os torturadores da ditadura, só são valentes contra alguém já algemado.  Oh raça!

    O consultor da direita hidrófoba lançou, através do Estadão deste 17/01/2010, a autópsia de um cadáver insepulto: a direita brasileira.
    Vamos dissecar e empalhar, parágrafo por parágrafo, o ideário que move os que chamam ditadura de ditabranda e são incansáveis defensores de torturadores, ao mesmo tempo que travam batalha sem trégua contra os movimentos sociais.

    Direitos humanos recicláveis

    OBS 1: – O título não poderia sem mais emblemático, ao considerar que os direitos humanos são recicláveis como se fossem um saquinhos de leite perfurados.

    Conceito deixou de se aplicar a indivíduos reais para exprimir prerrogativas de coletividades imaginadas

    Demétrio Magnoli
    OBS 2: – Guarde esse nome e não o pronucie diante de crianças e pessoas decentes.

    SÃO PAULO – Samuel Pinheiro Guimarães, o número 2 do Itamaraty feito secretário de Assuntos Estratégicos, renomeou os direitos humanos como “direitos humanos ocidentais” e qualificou a sua defesa como uma política que dissimula “com sua linguagem humanitária e altruísta as ações táticas das grandes potências em defesa de seus próprios interesses estratégicos”. O ataque frontal aos direitos humanos é ineficaz e desqualifica o agressor. Os inimigos competentes dos direitos humanos operam de outro modo, pela sua usurpação e submissão a programas ideológicos estatais. O Plano Nacional de Direitos Humanos há pouco anunciado é uma ilustração acabada dessa estratégia. Desgraçadamente, os movimentos e ONGs que falam em nome dos direitos humanos não são apenas cúmplices, mas inspiradores da ofensiva de âmbito internacional.

    OBS 3: – Note três termos caros ao geógrafo de cadáveres: “usurpação”, “submissão” e “ideológico”.

    A política internacional de direitos humanos nasceu de fato com a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. O texto célebre inscreve-se na tradição da filosofia política das Luzes, que se organiza ao redor do indivíduo. Ele proclama direitos das pessoas, não de coletividades étnicas, sociais ou religiosas. Tais direitos circulam na esfera política, mesmo quando se referenciam no mundo do trabalho ou da cultura. Por esse motivo, a sua defesa solicita, sempre e inevitavelmente, o confronto com o poder político que viola ou nega direitos. A Declaração de 1948 é, essencialmente, um instrumento de proteção dos indivíduos contra os Estados. Não é fortuito que seus detratores clássicos sejam os arautos das utopias totalitárias: o fascismo, o comunismo, o ultranacionalismo, o fundamentalismo religioso.
    OBS 4: – Um dos colegas de ideologia de Demétrio Magnoli, Olavo de Carvalho, traduziu um livro de Schopenhauer dando o título de “Como vencer um debate sem ter razão”. Outros traduziram com a “Arte de Ter Razão”. Há inescapável diferença. Schopenhauer nos auxilia a compreender como fazerm os que querem vencer um debate sem ter razão: primeiro generalizam, depois pinçam só os casos que fecham com a tese genericamente apresentada. A generalização está em termos como “indivíduos”. Note que dentre as formas totalitárias não estão os governos golpistas nem os hereditários. Neoliberalismo também não foi relacionados dentre as utopias totalitárias…

    Na sua fase heroica, as ONGs engajadas na defesa dos direitos humanos figuravam na lista de desafetos dos Estados, inclusive das democracias ocidentais. Elas denunciavam implacavelmente a censura, a repressão política, as detenções ilegais e as torturas promovidas pelos regimes tirânicos, mas também as violações cometidas pelos serviços secretos das potências democráticas, a pena de morte, a discriminação oficial contra imigrantes, o preconceito racial nos sistemas judiciário e policial. Nada disso servia para a obtenção de financiamentos de governos, instituições multilaterais ou fundações filantrópicas globais. O ramo dos direitos humanos não era um bom negócio.

    OBS 5: – Já começa a sair do generalismo e começa a entrar na particularidade: ONGS, classificando-as em apenas duas espécies, as que estão contra e a favor do Estado. Note que é o financiamento e não o trabalho das ONGs que alimentam o conceito de Magnoli.
    Dicionário Magnoli: Direitos humanos é apenas um negócio… business its business. Os filmes a respeito da Cosa Nostra, quando os Capos discutem uma retaliação, mostram este conceito na prática, e explicitamente.

    O giro estratégico começou há menos de duas décadas, por meio de uma reinterpretação fundamental dos direitos humanos. As ONGs inventaram a tese útil de que os direitos humanos, tal como expressos na Declaração de 1948, representam apenas direitos “de primeira geração”. Eles deveriam ser complementados por direitos econômicos, “de segunda geração”, e direitos culturais, “de terceira geração”. A operação de linguagem gerou um oceano de direitos indefinidos, um livro vazio a ser preenchido pelos detentores do poder de preenchê-lo. Simultaneamente, propiciou a aliança e a cooperação entre as ONGs de direitos humanos e os Estados.

    OBS 6: – Na primeira frase já sai atacando nada menos que Noberto Bobbio e seu “A Era dos Direitos”. Aí inventa uma expressão inútil: “tese útil”. Alguém, no uso nromal de suas faculdades mentais inventaria uma tese inútil? Sim, e ele se chama Demétrio Magnoli, o intérprete da Direita Tupiniquim. O que Magnoli quer é que um direito reconhecido não possa ser exigido: mais ou menos assim, a Constituição garante a liberdade de expressão, mas o exercício deste direito não pode ser exigido. Claro, se exigido pelo movimento sociais.  Se exigido pelo poder econômico, deve ser imediatamente obtido.

    Sob o amplo guarda-chuva dos direitos “de segunda geração”, quase todas as doutrinas políticas podem ser embrulhados no celofane abrangente dos direitos humanos. A reforma agrária promotora da agricultura camponesa converte-se num direito humano, tanto quanto a coletivização geral da terra, que é o seu oposto, segundo a vontade soberana do poder estatal de turno. O Plano de Direitos Humanos apresentado pelo governo Lula declara o “neoliberalismo”, rótulo falseador usado como referência genérica às políticas de seu antecessor, como um atentado aos direitos humanos. As políticas assistenciais de distribuição de dinheiro transfiguram-se em princípios indiscutíveis de direitos humanos. Aqui ao lado, em nome dos direitos “de segunda geração”, Hugo Chávez destrói meticulosamente aquilo que resta da economia produtiva venezuelana.

    OBS 7: – Vou pinçar mais uma “tese inútil”: “A reforma agrária promotora da agricultura camponesa converte-se num direito humano“. Entendeu? Reforma agrária promove agricultura camponesa. Ah se a reforma agrária provocasse evolução mental de geógrafos… Mas não, reforma agrária pode existir como previsão constitucional, mas não pode ser exigida, porque se exigir aí vira direito humano, quase sinônimo de baderna. Outra frase lapidar: “As políticas assistenciais de distribuição de dinheiro transfiguram-se em princípios indiscutíveis de direitos humanos.” E agora como fica aquela “tese inútil” de que o Bolsa Familia foi criado pelo governo do professor Cardoso? O oposto da tese de Magnoli é conhecida, inclusive no meio jurídico: dar a cada um o que é seu; ao pobre a miséria, aos ricos a riqueza. Não caberia, por essa “tese inútil”, ajuda ao Haiti. Em outras palavras, é a mesma tese de Boris Casoy, agora feita por um geógrafo metido a taxidermista. E aí, no final do parágrafo, aparece o fantasma da compulsão noturna de Demétrio Magonoli e da direita em geral: Hugo Chávez. Como disse acima, cria-se uma regra geral e depois busca-se no particular um exemplo para reforçar a tese. Aos que ainda não sabem, o “aqui ao lado” poderia também  ser Alvaro Uribe, da Colômbia, menino dos sonhos da direita envergonhada de dizer seu nome.

    Os direitos “de terceira geração”, por sua vez, funcionam como curingas dos tiranos e das lideranças políticas que fabricam coletividades étnicas, raciais ou religiosas. A perseguição à imprensa independente, nas ditaduras e nos regimes de caudilho, adquire a forma da proteção de direitos sociais contra o “poder midiático”. A introdução de plataformas ideológicas no sistema educacional é envernizada com a cera dos direitos culturais. O mesmo pretexto propicia um discurso legitimador para a implantação de políticas de preferências étnicas ou religiosas no acesso aos serviços públicos, ao ensino superior e ao mercado de trabalho. O Plano de Direitos Humanos contém um pouco de tudo isso, refletindo a intrincada teia de acordos firmados entre o governo, os chamados movimentos sociais e redes diversas de ONGs.

    OBS 8: – aqui Magnoli se faz de tapete para o patrão. Existe ser mais abjeto que o puxa-saco? Ele põe no liquidificador termos que são verdadeiros fantasmas para a direita hidrófoba, a política de cotas. Um governo que põe em prática políticas que surgem das necessidades sociais, como a cota universitária para negros e os 20% nos concursos públicos para deficientes, são um verdadeiro perigo. Magnoli defende a política espartana que jogava num penhasco as crianças com má formação. Já imaginou se fossem jogados também aqueles com má formação mental!?

    A revisão do significado dos direitos humanos empreendida por iniciativa das ONGs esvaziou o sentido original da política internacional de direitos humanos. Eles deixaram de exprimir direitos dos indivíduos reais para se transfigurarem em direitos de coletividades imaginadas. O “negro” ou “afrodescendente” genérico, supostamente representado por uma organização política específica, tomou o lugar do indivíduo realmente esbulhado pela discriminação racial. O “índio” abstrato, “representado” pelo Instituto Sócio-Ambiental, sequestrou a voz do grupo indígena concreto que não tem acesso a remédios ou escolas. O Plano de Direitos Humanos contempla todas as coletividades fabricadas pela “política de identidades”, inclusive as quebradeiras de coco. Ao reconhecimento oficial de cada uma dessas coletividades vitimizadas corresponde uma promessa de privilégios para seus “representantes”, que são ativistas internacionais do próspero negócio dos direitos humanos.

    OBS 9: – outra tese inútil, típica de um pensamento perturbado, o conflito entre indivíduo e sociedade, como se fosse possível atender o indivíduo mas não à coletividade, também chamados de direitos difusos. É a inutilidade do Ministério Público, principal defensor dos direitos difusos, que tanta urticária provoca na direita. Demétrio Magnoli não quer uma política para negros, para quilombolas, quer política para o indivíduo… Pelé… Bolsa família, não. Subsídio, isenção, incentivo e perdão para empresário, sim!

    Os direitos humanos de “segunda geração” e “terceira geração” diluíram os direitos humanos. As ONGs de direitos humanos incorporaram-se à paisagem geopolítica das instituições multilaterais e seus ativistas ingressaram numa elite pós-moderna de altos funcionários do sistema internacional. Em contrapartida, pagaram o preço de uma renúncia jamais explicitada, mas nítida e evidente, a fustigar as violações de direitos humanos praticadas pelos Estados.

    OBS 10: – discurso que lembra Rolando Lero, da Escola do Professor Raimundo. São as tais generalidades etéreas de um causídico enfastiado com o tormento de servir sem ser servido…

    A “guerra ao terror” de George W. Bush, com suas operações encobertas de transferência de presos para ditaduras cruéis, suas prisões off-shore e suas técnicas heterodoxas de interrogatório, escapou relativamente incólume do bombardeio das ONGs amestradas. A submissão do sistema judicial da Rússia de Vladimir Putin às conveniências políticas do Estado quase desapareceu dos radares dos ativistas. A vergonhosa deportação dos boxeadores cubanos por um governo brasileiro disposto a violar tratados internacionais precisos não mereceu uma denúncia no âmbito da OEA. O fechamento de emissoras de TV e a nova figura dos prisioneiros políticos na Venezuela não merecem manifestações significativas dos altos executivos de direitos humanos. A agressão recente à blogueira cubana Yoani Sánchez não gera nem mesmo uma protocolar nota de protesto das organizações que redigiram junto com Paulo Vannuchi o Plano de Direitos Humanos. De certo modo, Samuel Pinheiro Guimarães triunfou.

    OBS 11: “A “guerra ao terror” de George W. Bush, com suas operações encobertas de transferência de presos para ditaduras cruéis, suas prisões off-shore e suas técnicas heterodoxas de interrogatório, escapou relativamente incólume do bombardeio das ONGs amestradas.” Estadão, Globo, Folha, que abraçaram a causa americana estariam entre as ONGs amestradas. Fui atrás dos artigos do geógrafo Magnoli a respeito da “guerra ao terror” e são só encômios aos EUA. A história dos boxeadores é só mais um exemplo que move pessoas desinformadas e as mal intencionadas. Reportagem da Sportv que entrevistou os boxeadores desmentiu. Estava neste endereço “http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM974527-7824-EXCLUSIVO+BOXEADOR+CUBANO+REVELA+DETALHES+DA+SUA+FUGA,00.html” . Mas o tipo de democracia que a Globo pratica impediu a continuidade dos vídeos, pois desmentiam aquilo que Demétrio, ao melhor estilo Goebbels, insiste em continuar. Da mesma forma, continua a falar do fechamento de TV na Venezuela, mas não fala da Colômbia nem a Honduras do golpista Michelet, que fechou não uma mas vários veículos, faria igual.

    – Essa é a direita e seus métodos, suas verdades e suas compulsões. Demétrio Magnoli é apenas mais um proxeneta que, para existir, precisa ser subserviente, capacho!

    Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP, é colunista de O Estado de S. Paulo.

    OBS 12: – Pelo nível de conhecimento demonstrado pelo geórgrafo Magnoli, acho que afinal sabemos quem foi o mentor intelectual do mapa da América do Sul distribuído pelo PSDB em São Paulo.

    Geografia pelo Método Magnoli

    Geografia pelo Método Magnoli

    17/01/2010

    Assassinos de Aluguel

    Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 10:09 pm
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    Editorial do New York Times, de 11/01/2010, publicado pelo Último Segundo, revela a verdadeira face da guerra Made in USA. A verdadeira face do terror é estrangeira, mas a serviço da mais eficiente e lucrativa máquina de assassinar já montada no Ocidente.

    Assassinos de Aluguel

    Assassinos de Aluguel


    Ricardo Urbina, um juiz federal de Washington, ofereceu mais um argumento convincente contra a terceirização da guerra a mercenários do setor privado. Ao rejeitar acusações contra agentes da companhia Blackwater que mataram 17 iraquianos na praça Nisour, em Bagdá, em setembro de 2007, Urbina ressaltou a incapacidade do governo de fazer com que os mercenários sejam responsabilizados por seus crimes.

    Urbina determinou corretamente que o governo violou a proteção aos agentes da Blackwater contra autoincriminação. Ele rejeitou uma acusação inepta que se baseava em declarações feitas pelos agentes a funcionários do Departamento de Estado, que contratou a companhia de segurança da Carolina do Norte para proteger comboios e pessoal no Iraque. Isso, segundo ele, seria uma “violação irresponsável dos direitos constitucionais dos acusados”.

    Durante a campanha presidencial, Barack Obama e Hillary Clinton competiram sobre quem tomaria medidas mais rígidas contra os mercenários. Está claro que a única maneira de Obama manter sua palavra é se livrar dos milhares de mercenários contratados no Iraque, Afeganistão e em outros lugares.

    As mortes na praça Nisour não foram os primeiros crimes das armas de aluguel no Iraque, ou seu último. O exército afirmou que funcionários de empresas como a CACI International estiveram envolvidos em mais de um terço dos incidentes de abuso comprovados na prisão de Abu Ghraib em 2003 e 2004. Guardas da Blackwater – que mudou de nome para Xe Services – e de outras empresas de segurança, como a Triple Canopy, estiveram envolvidos em outros tiroteios fatais.

    No dia 7 de janeiro dois ex-guardas da Blackwater foram presos e acusados por duas mortes advindas de um tiroteio que aconteceu em maio no Afeganistão.

    Ainda assim, o governo não tem conseguido responsabilizar os mercenários. Quando sua ocupação formal do Iraque acabou, em 2004, a gestão Bush exigiu que Bagdá concedesse imunidade legal aos seguranças privados.

    O congresso tentou cobrir tais crimes com leis americanas. O Ato Militar de Jurisdição Extraterritorial estende leis civis a mercenários que apoiam operações militares no exterior e o Código Uniforme de Justiça Militar foi ampliado em 2006 para cobri-los.

    Mas o governo não processou com sucesso nenhum caso pelas mortes cometidas por mercenários. Uma ação iraquiana contra empresas contratadas pelos militares americanos, movida por iraquianos vítimas de tortura em Abu Ghraib, foi rejeitada por um tribunal de apelação federal que afirmou que as companhias têm imunidade como parceiras do governo.

    Furioso que o caso da praça Nisour foi rejeitado, o governo iraquiano afirmou que poderá entrar com ações civis nos Estados Unidos e Iraque contra a Xe. Mas suas chances de sucesso não são consideradas promissoras. As famílias de muitas das vítimas do ataque aceitaram um acordo da Xe na semana passada, temendo que uma ação civil pudesse não levar a nada.

    Há muitas razões para se opor à privatização da guerra. O uso de mercenários permite que o governo trabalhe fora do radar do escrutínio público. E contratantes despreocupados podem ter propósitos diferentes daqueles das forças armadas. Os guardas não supervisionados da Blackwater arruinaram o esforço de se ganhar o apoio iraquiano.

    Mas mais fundamental é que o governo não pode – ou não quer – manter o controle legal de seus mercenários. Uma nação de leis não pode ir à guerra dessa maneira.

    12/01/2010

    Fuzilamento

    Filed under: Autobiografia,Cosa Nostra — Gilmar Crestani @ 7:59 pm
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    Goya - Fuzilamento de 3 de maio

    Goya - Fuzilamento de 3 de maio

    Impressionante o arsenal das viúvas da ditadura. Deve haver muita atrocidade escondida para uma reação tão desproporcional à tentativa de se buscar esclarecer como e porque desapareceram tantas pessoas durante a ditadura militar.

    O principal argumento, de que se houver investigação dos torturadores, também devem ser investigados aqueles que reagiram à ditadura, é tão primário que só um deficiente mental aceita.

    Por tras deste argumento se esconde uma confissão escabrosa: se for necessário investigar também os grupos armados que lutaram contra a ditadura, significaria aceitar a afirmação de que foram torturados e mortos sem qualquer tipo de investigação e julgamento.

    Pelo contrário, com base na lei de segurança dos militares e de gente que muito lucrou com a ditadura, o exército e todo o aparato policial comandado pelos gorilas, fez todo tipo de investigação, entrou em universidades procurando exatamente quem se enquadrava em seus delírios.

    Com base em seus critérios dantescos, a ditadura prendeu, torturou, assassinou e escondeu.

    Alguns, poucos, foram julgados e inocentados, geralmente se tinha algum pistolão militar, mas a grande maioria ou fugiu o foi morta.
    Portanto, sádicos de plantão, arrumem outro argumento.

    Essa de querer fazer um segundo julgamento da vítimas, inclusive de mortos, só pode ser coisa de bandido.

    … OU ENFORCAMENTO

    Uma imagem vale por mil palavras. De qualquer forma, como tem muito imbecil que ainda acredita que comunista come criancinha, e que tem orgasmo quando ouve falar em tortura, explico.

    O jornalista Vladimir Herzog foi perseguido, preso, torturado até a morte. Não satisfeitos com isso, os donos da moral e dos bons costumes, que queriam livrar o Brasil dos comedores de criancinhas, enforcaram o morto. Essa é a gente que não quer discutir os crimes perpetrados durante a ditadura: por omissão, conivência ou mesmo participação, pode-se incluir as famiglias Sirotisky, Frias, Mesquita e Marinho.

    Torturadores, deliciem-se! Honestos, indiguinen-se!

    Vladimir Herzog

    Vladimir Herzog

    OBS. A bomba colocada pelos bandidos a serviço da ditadura aconteceu depois da Lei de Anistia, portanto, não estava ao abrigo da impunidade construída pelos únicos beneficiários da anistia, os torturadores.

    10/01/2010

    Onda Assassina

    Filed under: Autobiografia,Cosa Nostra,RBS — Gilmar Crestani @ 10:17 am
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    Coincidência pouca é bobagem, as manchetes da Zero Hora e do Estadão são iguais até nas intenções.
    Ao abraçar a causa dos torturadores e se perfilarem em defesa do esquecimento, atuam em causa prórpia. COVARDES!

    Reação em causa própria

    Onda Assassina


    Oito palavras iguais acolheradas igualmente por sequazes!

    02/01/2010

    Ignorância em Estado Bruto

    Filed under: Autobiografia — Gilmar Crestani @ 7:52 pm
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    Baixou o espírito Rúbens Ricúpero na dupla Boris Casoy e Joelmir Beting. E a razão? Constataram que cada vez que atacavam o Governo Federal, Lula ganhava mais um ponto em credibilidade. O jeito foi partir para cima de quem Lula defende, os pobres. E aí sobrou para dois garis, simplesmente porque desejaram um Feliz 2010. A humilhação dos garis, via satélite funciona como uma espécie de cartão de apresentação da famiglia Saad, que dirige a Rede Bandalha, onde Casoy & Beting dão expediente. Casoy não foi escolhido pela Band por suas credenciais jornalísticas, mas por ser um senhor boçal, de bons serviços prestados aos representantes do atraso. Defensor incansável de energúmenos, Boris Casoy expôs sua biografia em estado bruto para quem quisesse ver e guardar seu retrato mais bem acabado. Ninguém conseguiria traçar um perfil melhor, mesmo autorizado, de Boris Casoy. Depois dessa, continuar permitindo a entrada diária de Boris Casoy no nossos lares, sim, será uma vergonha!
    OBS. Parece morar aí a razão pela qual Gilmar Mendes entende não ser necessário diploma a jornalista. Já para o concurso de garis em São Paulo, exige-se segundo grau completo…
    Auto retrato de Boris Casoy, o energúmeno!

    Filosofia Casoyana: “Que merda!… Dois lixeiros desejando felicidades… Do alto de suas vassouras… Dois lixeiros… o mais baixo da escala do trabalho…”

    OBS: A biografia completa de Boris Casoy saiu completa na Revista <a href="Boris Casoy“>O Cruzeiro.

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