Ficha Corrida

27/11/2015

Ad Argumentandum

Justiça CegaAdmitamos. As gravações indicam a intenção de comportamento extremamente grave. Mas crime tentado é diferente de crime consumado. Intenção, se me lembro bem de minhas aulas de direito, não é crime. Isto posto, vamos por outra vereda.

Assim, ad argumentandum tantum, e se o PGR, Rodrigo Janot, de posse das gravações, ao invés de entrega-las ao Ministro Teori Zavascki tivesse entregue ao Renan Calheiros ou ao Eduardo CUnha? O Congresso não teria de abrir uma investigação para apurar responsabilidade de seus membros e saber se ele estaria mancomunado com Ministros do STF para prática de crime? Os Ministros citados não teriam de se defender?

Ainda no ramo das argumentações, e se a gravação do advogado, ao invés de parar nas mãos do PGR tivesse caído nas mãos da Veja, Época?! A Veja diria, os ministros fulano e beltrano sabiam de tudo…

Apesar de minha formação jurídica não sou operador do direito. Confessada minha deficiência, também sou cidadão com algumas luzes e sei fazer perguntas. E as perguntas sobre esta “operação” lançam algumas luzes sobre como funciona a “justiça”, a rapidez ou lerdeza, segundo a conveniência. Donde concluo que nenhuma instituição está imune de albergar comportamentos comuns da sociedade de onde saíram. Aliás, um festejado Ministro do STF e de governos diferentes, Nelson Jobim, confessou que contrabandeou artigos da Constituição. Aí cabe um pergunta no mínimo para se discutir se “os fins justificam os meios”?

Os vazamentos da Lava Jato, pelo “japonês bonzinho”, por alemão batata ou pelo italiano polenteiro podem estar favorecendo algum criminoso. Daí que no bojo desta constatação surge outra pergunta: quem comete crime para descobrir se há crime não é também criminoso? Há um dado concreto admitido pelo próprio Ministro Teori, o agora preso, André Esteves, estava de posse da delação que seria sigilosa. Sem a posse desta delação será que ele estaria tentando, junto com o Delcídio Amaral, cometer crime?!

E assim vão surgindo perguntas caras aos operadores da Lava Jato: os crimes cometidos no âmbito da Lava Jato são de responsabilidade de quem praticou ou também implicam quem está no comando?! A teoria do domínio do fato não se aplicaria neste caso?!

Para (não) entender a prisão de um Senador pelo STF

Para (não) entender a prisão de um Senador pelo STF

qui, 26/11/2015 – 14:49

Do Empório do Direito

Para (não) entender a prisão de um Senador pelo STF

Por Rômulo de Andrade Moreira e Alexandre Morais da Rosa

Se o Senador Delcídio do Amaral praticou ou não as condutas descritas na decisão que “decretou sua prisão em flagrante” somente o devido processo legal irá apontar. Somos professores de Processo Penal e acreditamos em duas questões preliminares a partir da defesa intransigente da Constituição: a) Senadores devem ser investigados e punidos caso cometam crimes; b) não é permitida a prisão preventiva dos Senadores. Não se trata de gostar ou não dos dispositivos constitucionais, pois se assim acolhermos, quando a regra constitucional não nos fosse conveniente, poderíamos, simplesmente, modificar o sentido normativos por contextos, tidos por nós mesmos, e no caso o STF, graves? A gravidade, na linha de Carl Schmitt, autorizaria a decisão do “Soberano Constitucional” de suspender os dispositivos constitucionais, instaurando-se a exceção? Abrimos espaço para em nome da finalidade justificar o que não se autoriza? Seria uma faceta do ativismo?

Acabamos de ver um dos exemplos de como não deve decidir uma Suprema Corte em um Estado Democrático de Direito e como não devem cinco Ministros agir por emoção. É muito preocupante quando o Supremo Tribunal Federal determina a prisão de um Senador da República contrariando explicitamente a Constituição, afrontando a soberania popular e o poder constituinte originário. Obviamente que o Senador não tem imunidade absoluta, mas tem. Di-lo a Constituição e é preciso que se respeite o art. 53 da Lei. Nada justifica uma tal teratológica decisão, nem a corrupção, nem crime de lavagem de dinheiro, nem integrar organização criminosa ou outras tantas outras “iniquidades”, como disse a Ministra Cármen Lúcia, ao acompanhar o voto do Ministro Teori Zavascki.

Em suas decisões, a Suprema Corte deveria observar (e não tem feito) as normas constitucionais (e, eventualmente, se for o caso, as convencionais. É um dever republicano. É isso que esperamos dos Ministros. Não esperamos vindita, nem arroubos, nem frases de efeito, nem indignações inflamadas e retóricas. Deixemos isso para políticos populistas e programas policiais!

A Constituição da República é muito clara: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.” (art. 53, § 2º, da Constituição Federal).

Quais são os crimes inafiançáveis referidos na decisão do Ministro Teori Zavascki? Aprende-se nos primeiros anos da Faculdade de Direito, por mais medíocre que seja o Professor de Processo Penal, serem eles o racismo (não a injúria racial), a tortura, o tráfico ilícito de drogas, o terrorismo, os definidos como crimes hediondos, o genocídio e os praticados por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, nos termos do art. 5º., XLII e XLIII da Constituição da República. Quais destes crimes o Senador da República praticou? Na decisão não está escrito. Devemos aguardar a denúncia.

Citou-se na decisão o art. 324, IV do Código de Processo Penal. Mero malabarismo que, obviamente, não se admitiria nem em uma decisão de um Juiz pretor (se ainda existissem no Brasil tais figuras), quanto mais de um Ministro do Supremo Tribunal Federal de quem se espera “notável saber jurídico”. Este artigo só seria aplicável ao caso se fosse possível a decretação, ao menos em tese, da prisão preventiva do Senador, o que não é, pois, como vimos acima, ele tem imunidade formal dada pela Constituição da República, pelo Constituinte originário (aliás, ao longo da referida decisão são citados artigos do Código de Processo Penal que estão justamente no Capítulo III, do Título IX, que trata da Prisão Preventiva). Dito de outra forma, a invocação do art. 324, IV, do CPP, somente poderia ocorrer se o pressuposto – decretação da prisão preventiva – fosse possível.

Logo, o art. 324, IV do Código de Processo Penal não serve para estabelecer o conceito de inafiançabilidade, para efeito de excepcionar o art. 53 da Constituição da República. Trata-se apenas de um impedimento para a concessão da liberdade provisória com fiança. Mas isso é óbvio!!!! Um crime não se torna, ao menos no Brasil, inafiançável porque estão presentes os requisitos da prisão preventiva. Assim decidindo o Supremo Tribunal Federal acabou aditando a Constituição para prever um sem número de novos casos de inafiançabilidade. Ainda mais que o caput do art. 313, ao contrário da redação anterior à reforma de 2008, não mais limita a decretação da prisão preventiva, aos crimes dolosos. Portanto, ainda que em tese, até o autor de um crime culposo (se envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, por exemplo) pode ser preso preventivamente (inciso IV).

Mas ainda há coisa pior, muito mais grave, se é que é possível. Utiliza-se como elemento fático para fundamentar a decisão uma gravação feita por um dos interlocutores do Senador, presente ao seu espaço, ou seja, uma escuta ambiental não autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, único órgão do Judiciário que poderia fazê-lo, tendo em vista que se tratava de alguém detentor de prerrogativa de foro junto à Suprema Corte. Ora, sabemos que este tipo de ato investigatório invasivo da privacidade é admitido no processo penal brasileiro de forma excepcional (Lei nº. 12.850/13), mas sempre, e necessariamente, a partir de ordem judicial, o que não foi o caso. Sequer a Comissão Parlamentar de Inquérito teria tal poder, nada obstante o art. 58 da Constituição da República.

Tratou-se, portanto, de uma prova obtida ilicitamente! Escancaradamente ilícita. Mais ilícita impossível! Jamais poderia ser utilizada contra alguém. A favor sim, nunca contra. Isso é elementar. O resto é querer punir por punir, “exemplarmente”, como disse o Ministro Celso de Mello, ao referendar a decisão do Ministro Teori Zavascki. Sem contar a possível gravação conveniente dada a entrega posterior para fins de troca na delação premiada homologada, sequer pelo interlocutor da gravação, mas por terceiro, com os riscos do induzimento e surpresa. Aliás, o STF no julgamento da Ação Penal n. 307-DF, deixou dito o Min. Celso de Mello: “A gravação de conversa com terceiros, feita através de fita magnética, sem o conhecimento de um dos sujeitos da relação dialógica, não pode ser contra este utilizada pelo Estado em juízo, uma vez que esse procedimento precisamente por realizar-se de modo sub-reptício, envolve quebra evidente de privacidade, sendo, em consequência, nula a eficácia jurídica da prova coligida por esse meio. (…) A gravação de diálogos privados, quando executados com total desconhecimento de um dos seus partícipes, apresenta-se eivada de absoluta desvalia, especialmente quando o órgão de acusação penal postula, com base nela, a prolação de um decreto condenatório.

É até muito compreensível que os Ministros tenham se sentido ofendidos com o diálogo captado ilegalmente, mas completamente inadmissível que tais Magistrados tenham sido levados pela emoção a ponto de rasgarem a Constituição que prometeram cumprir. E nosso papel de professores de Direito é, com as vênias de praxe, apontar o nosso desacordo.

Será que eles avaliaram o precedente que acabaram criando quando, por exemplo, admitiram uma escuta ambiental clandestina para legitimar a prisão preventiva ou a prisão em flagrante? Se assim foi para um Senador da República, assim será para um ladrão de uma sandália de borracha no valor de R$ 16 ou de 15 bombons artesanais no valor de R$ 30 ou mesmo de dois sabonetes líquidos íntimos, no valor de R$ 48, já que estes, segundo o mesmo Supremo Tribunal Federal, praticaram crimes (Habeas Corpus nºs. 123734, 123533 e 123108, respectivamente).

Uma última observação: se houve prisão em flagrante, não era o caso do preso ser apresentado imediatamente ao Ministro Teori Zavascki para a audiência de custódia, como determina a Convenção Americana sobre Direitos Humanos? Assim entendeu o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº. 347.

Calmon de Passos escreveu o seguinte: “a crítica ao positivismo e o incentivo ou ênfase no papel criador do intérprete, que é também aplicador do direito, tem o grave inconveniente de ser um despistamento ideológico. Na verdade, uma regressão. Esquecemo-nos, nós, juristas, que não trabalhamos com assertivas controláveis mediante a contraprova empírica. Nosso saber só se legitima pela fundamentação racional (técnica, política e ética) de nossas conclusões. Se não nos submetermos à disciplina da ciência do Direito e aos limites que o sistema jurídico positivo impõe, estaremos nos tornando criadores originais do direito que editamos ou aplicamos; consequentemente, nos deslegitimamos por nos atribuirmos o que numa democracia é inaceitável – a condição de deuses (se somos pouco modestos) – ou nos tornamos traidores de nosso compromisso democrático (se temos vocação para déspotas).[1]

Então, escolham Ministros da 2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal: ao ignorarem a Constituição da República, os senhores e senhoras arvoraram-se em instaurar e decidir em exceção, no mais lídimo ativismo. É a nossa reflexão como Professores de Processo Penal que cumprem a Constituição e manifestam o desconforto em face da constitucional regra da Liberdade de Expressão.

Salve-se quem puder e confira, agora, sempre, se o seu interlocutor não está gravando! Vale, vale tudo…


[1] Direito, poder, justiça e processo – Julgando os que nos julgam, Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 61.

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Um elemento muito aPreciado por José Serra

Por que nesta hora não há aquelas manchetes do tipo “amigo do José Serra”? Pelo mesmo motivo que não houve manchete para Zezé Perrella, “amigo do Aécio”… O que se discute não é o combate contra a corrupção. O que está chamando a atenção são os pesos e medidas praticados pelos vazadores e os beneficiados com os vazamentos.

Que ninguém tenha dúvida, Delcídio Amaral é tão culpado quanto Eduardo CUnha. Que os podres de Aécio Neves se devem mais à influência de José Serra na imprensa paulista e que as caronas do Aécio pro Roberto Civita nos aviões do  Estado de Minas é irmã gêmea da distribuição de milhares assinaturas da Veja nas escolas públicas de São Paulo. Se inscreve na briga intestina que há entre o PSDB paulista e o mineiro. A briga de bugio entre o Estadão (Pó pará, governador”) e O Estado de Minas (“Minas a reboque, não”) reflete exatamente o que começa vir à tona agora, com a gravação feita por equipe fora da Lava Jato.

Na Lava Jato há uma seletividade que escapou à equipe de Brasília, por isso o nome de Gregório Martin Preciado ou qualquer outro, não foi convenientemente filtrado. Além disso, há um silêncio ensurdecedor a respeito da afirmação do Ministro Zavascki: “Vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró, confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo investigatório”.

Ontem também ficamos sabendo como o André Esteves conseguia tantas entrevistas nas páginas amarelas da Veja e as capas da Revista éPÓca! Esteves, como Eike Batista, eram a fina flor do empresariado nacional que vivia de acusar empresas públicas. De repente a desculpa da privatização em nome da transparência aparecem uma SAMARCO/VALE e um BTG Pactual. E, quando Esteves vai preso, quem aparece? Pérsio Arida

O que fica de bom da Lava Jato é que, não fosse a chegada ao poder de Lula e Dilma, a Petrobrás continuaria sendo esquartejada até se liquefazer nas mãos do PSDB, sem qualquer investigação, quem dirá punição.

Quando parecia uma pausa, novas bombas na política

Quando parecia uma pausa, novas bombas na política

qui, 26/11/2015 – 00:01

Atualizado em 26/11/2015 – 00:01

Luis Nassif

Quando se pensava que haveria uma trégua política da Lava Jato, surge o inesperado: as denúncias que levaram à cadeia o senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves.

A prisão não decorreu diretamente da Lava Jato. Delcídio tentou convencer Nestor Cerveró a desistir da delação premiada. Prometeu interceder para libertar Cerveró e providenciar sua fuga para a Espanha. O filho de Cerveró, Bernardo, acertou com a Procuradoria Geral da República entregar Delcídio em troca de aliviar a prisão do pai.

O grampo resultou em um inquérito novo, da Polícia Federal de Brasília, sem a intervenção do juiz Sérgio Moro.

***

Todo o envolvimento de Delcídio visava abafar as investigações sobre os negócios do BTG com a Petrobras na África. De posse do grampo, o Procurador Geral Rodrigo Janot encaminhou pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para deter Delcídio. Ontem de manhã o STF autorizou a prisão e, no final do dia, o Senado convalidou a prisão.

***

Há um conjunto amplo de desdobramentos nesse episódio.

O primeiro é o fato de Delcídio ser o líder do governo no Senado, e parlamentar com amplo trânsito em todos os partidos.

O segundo é que a degravação dos grampos joga um foco de luz em um personagem misterioso: Gregorio Preciado, o espanhol casado com uma prima do Senador José Serra e seu parceiro histórico

Segundo as conversas entre Delcídio, Bernardo e seu advogado, Preciado era sócio e o verdadeiro operador por trás de Fernando Baiano, o lobista do PMDB na Petrobras.

Delcídio conta que, assim que o nome de Preciado foi mencionado, dias atrás, Serra passou a rodeá-lo visando buscar informações.

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Velho operador da Petrobras, em um dos trechos Delcídio revela que quem abriu a Petrobras para Preciado foi Paulo Roberto Costa, atendendo a ordens “de cima”. Na época, o governo ainda era de Fernando Henrique Cardoso e Serra Ministro influente.

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Pelas tendências reveladas até agora, dificilmente Sérgio Moro e a Lava Jato abririam investigação sobre Preciado. Pode ser que as novas investigações, feitas a partir de Brasília, revelem maior independência.

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Obviamente, em nada ameniza a situação do PT, do governo e do próprio Congresso.

Para prender Delcídio, o PGR e o STF valeram-se de uma certa esperteza jurídica: incluíram nas investigações um assessor de Delcídio, meramente para compor o número 4, mínimo para caracterizar uma organização criminosa.

Com a prisão de Delcídio, abre-se caminho para avançar sobre outros políticos. O STF assume um protagonismo, em relação direta com as bazófias de Delcídio nas gravações, arrotando suposta influência sobre Ministros do Supremo.

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Outro ponto de turbulência é a prisão de André Esteves.

Particularmente não tenho a menor simpatia por Esteves. Esteve envolvido com os rolos do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), calou a imprensa com subornos milionários, não tem limites. Quando passei a denunciar as jogadas com o CARF, ele conseguiu me calar na Folha.

Mas, por outro lado, o Pactual assumiu um papel central em vários projetos relevantes para a retomada do crescimento.

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Aliás, será curioso conferir nos jornais de hoje o tratamento dado à prisão de André Esteves. Certamente será bastante poupado, se não por gratidão, ao menos por receio.

Quando parecia uma pausa, novas bombas na política | GGN

10/04/2015

Saiba com quem André Esteves

Filed under: Aécio Neves,André Esteves,Banco Pactual — Gilmar Crestani @ 9:29 am
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OBScenas: Diga-me com quem Esteves e direi quem és!

esteves

Como entender que, com estas companhias, Aécio Neves tenha feito tanto voto? Certamente, o nível educacional demonstrado pelos paulistas ajuda a entender, mas não foi apenas São Paulo que votou em Aécio Neves. O honorável PP Gaúcho, da senadora da RBS, Ana Amélia Lemos, também votou fechado com Aécio Neves.

André Esteves não só apoiou Aécio Neves como pagou sua lua de mel no exterior. O dinheiro é dele assim como também o reconhecimento de que faz besteira. André Esteves é aquele banqueiro que levou uma trupe do PSDB para, em Nova Iorque, falarem mal do Brasil. O PSDB odeia o Brasil. Seus apoiadores, idem. Estão sempre vestidos com as cores da bandeira dos EUA. Só vestem verde amarelo quando querem dar golpe.

A marcha dos zumbis veste verde-amarelo como vestiam verde os integralistas de Plinio Salgado. Coincidência, movimentos de natureza essencialmente paulista. A fruta, podre, nunca cai longe do pé…

Por isso também esta semelhança com os movimentos nazi-fascistas. Quem apoia golpistas é o quê senão golpista?!

Esteves: ‘Somos normais, fazemos besteira’

Controlador do BTG Pactual, com ativos de R$ 160 bilhões no Brasil, R$ 60 bilhões no exterior e patrimônio líquido de R$ 19 bilhões, André Esteves diz que "este negócio é feito de ganhos e perdas": "Somos normais, fazemos besteira. Mas temos muito mais acertos do que erros"; banco tem sob seu portfolio a Sete Brasil, maior fornecedora da Petrobras que acumula dívidas de mais de R$ 900 milhões com estaleiros; o BTG injetou R$ 2,8 bilhões na forma de capital para se tornar o maior acionista, com fatia de pouco mais de 25%

10 de Abril de 2015 às 06:56

247 – O presidente do BTG Pactual, André Esteves, avalia de forma satisfatória o percurso do banco. Com ativos de R$ 160 bilhões no Brasil, R$ 60 bilhões no exterior e patrimônio líquido de R$ 19 bilhões, ele diz que "este negócio é feito de ganhos e perdas": "Somos normais, fazemos besteira. Mas temos muito mais acertos do que erros".

A instituição tem sob seu portfolio a Sete Brasil, maior fornecedora da Petrobras que acumula dívidas de mais de R$ 900 milhões com estaleiros. Investigada na Lava Jato, Esteve pessoalmente se arrepende de um dos maiores investimentos já feitos pelo banco: BTG injetou R$ 2,8 bilhões na forma de capital para se tornar o maior acionista, com fatia de pouco mais de 25%.

Sobre essa área de "merchant banking", ele diz que a performance do portfólio de empresas segue a média do mercado: um terço dos investimentos deve alcançar retorno de dez vezes sobre o capital, outro terço deve ter retornos módicos e o último terço pode até virar pó.

Leia aqui reportagem de Vanessa Adachi, do Valor, sobre o assunto.

Esteves: ‘Somos normais, fazemos besteira’ | Brasil 24/7

04/11/2012

Se é bom para banqueiro…

Filed under: André Esteves,Banco Pactual,Bancos — Gilmar Crestani @ 8:51 am

… não o é para bancário nem usuário, só para usurário! Sem meias palavras, quer a volta ao estado da natureza: “A gente deveria deixar o investidor ter mais rentabilidade e a competição baixá-la. Dizer: aqui é o lugar mais atraente do ponto de vista de retorno. E deixar esse capital competir.” Não se pode desprezar este tipo de afirmação, já que são eles os financiadores ideológicos que fazem a cabe$$a dos grupos mafiomidiáticos…

ENTREVISTA ANDRÉ ESTEVES

Não é preciso reforma tributária para baixar já os impostos no Brasil

Presidente do maior banco de investimentos da América latina diz que governo tem espaço e deve ter coragem para cortar carga tributária de todos os setores produtivos

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO

EDITORA DE “MERCADO”

TONI SCIARRETTA

DE SÃO PAULO

Chegou a hora de o governo Dilma reduzir a carga tributária, diz o banqueiro André Esteves, presidente e principal sócio do BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina.

Para ele, o sistema atual é herança de um passado que já ficou para trás: economia muito volátil, com pouca escala e muito informal. Esteves defende uma mudança gradual. "Sem inventar muito, vamos reduzindo os impostos piores. Não é preciso reforma tributária para isso."

No comando de uma instituição com ativos que superaram R$ 100 bilhões em 2011 e resultado líquido de quase R$ 2 bilhões, ele teme que o governo Dilma perca a chance de fazer "um choque de infraestrutura", pelo excesso de burocracia e de regras que limitam os ganhos.

Em entrevista à Folha no escritório da avenida Faria Lima (um dos centros financeiros de São Paulo), Esteves abordou as perspectivas para a China, a Europa e os EUA, minimizou a importância da inflação e defendeu a adoção -limitada- de cotas sociais, embora prefira a "igualdade de oportunidades".

"Várias lideranças empresariais nasceram muitas vezes da classe baixa, de cidades pequenas, longe dos grandes centros urbanos", diz, com sotaque carioca de quem "emigrou para São Paulo duas vezes", a mais recente em 2003.

Quando fala dos desafios do país, inclui-se quase sempre numa primeira pessoa do plural -"temos que partir para a execução e aumentar a ambição". Tido como um dos conselheiros do Planalto, elege o tripé que deveria ser prioritário para o governo: produtividade, desoneração fiscal e educação de qualidade.

Folha – Há uma preocupação excessiva com a inflação?

André Esteves – A inflação, de longe, não é o principal problema hoje do país. A gente ainda gasta muito tempo e esforço pensando nela. A economia brasileira se sofisticou. Três grandes temas, tão ou mais importantes, estão na agenda do governo -infraestrutura, excesso de carga fiscal e educação. Um quarto tema está fora.

Qual está fora?

Eu gostaria de ver mais atenção à agenda microeconômica, que produziu resultados muito importantes, como a lei de falência, o crédito consignado. O Brasil ainda tem um entulho burocrático enorme, medidas regulatórias que vêm de um momento de economia não estabilizada, de um mercado de capitais pouco desenvolvido, sociedade pouco madura e até de muito preconceito ideológico. Pequenas mudanças em pequenas regrinhas trariam evoluções que teriam até impacto no PIB potencial.

A burocracia ameaça o investimento em infraestrutura?

Preferia um formato que nos levasse a um grande choque de investimento.

O que falta? O que está errado no modelo apresentado?

A gente deveria deixar o investidor ter mais rentabilidade e a competição baixá-la. Dizer: aqui é o lugar mais atraente do ponto de vista de retorno. E deixar esse capital competir.

Falando em temas fora da agenda, e a carga fiscal? É alta e muito complexa…

Isso foi necessário durante o período de estabilização, em que tínhamos uma economia muito volátil, com pouca escala e muito informal. Chegamos hoje a uma economia que se formaliza diariamente pelo avanço tecnológico, penetração do cartão de crédito, nota fiscal eletrônica.

Fala-se muito em competitividade da nossa indústria e estávamos ligando isso ao câmbio. Mas o principal é que nossa carga fiscal é substancialmente acima do nosso "peer group" [grupo de equivalentes, em inglês]: México, Colômbia, Chile, Rússia, África do Sul. A média de arrecadação desses países é pouco acima de 20% do PIB. A nossa é de 35%, 36% do PIB. Não podemos ter 50% a mais do que os nossos competidores.

Vários Estados dizem que não podem abrir mão da receita. Como evitar esses conflitos?

A gente nunca teve um conflito distributivo em tão pequena escala no Brasil.

Temos sobra fiscal. Reduzimos as taxas de juros para padrões internacionais, uma taxa real em torno de 2%. Essa sobra fiscal deve ser linearmente transferida para a desoneração da economia.

Priorizar setores é erro?

Gostaria de ver desonerações lineares. Há uma fórmula muito simples. Sem inventar muito, vamos reduzindo os impostos piores.

Não é preciso reforma tributária para isso. Pode ser feito gradualmente, da mesma forma que fizemos com a política monetária: reduzindo com responsabilidade, testando as águas.

Mudar PIS, Cofins e folha de pagamento já seria relevante?

Sim, até do ponto de vista de sua complexidade. O mercado de trabalho ganha flexibilidade, cria um dinamismo benéfico para a economia.

O PIS e a Cofins são horrorosos; não existem nessa magnitude em nenhum lugar do mundo. Não precisamos ter medo. Pouquíssimos países do mundo têm uma dívida baixa e cadente. Temos que converter em uma disciplina canina a desoneração da sociedade produtiva.

Fizemos o mais difícil, que era arrecadar com uma economia desestabilizada. Desonerar é sempre mais fácil.

Proteger setores é válido?

Sou simpático à política de conteúdo nacional em indústrias em que o Brasil tenha a capacidade e a escala de se tornar líder mundial. É diferente de tentar inventar o Google no Brasil.

Temos que saber onde estão nossas vantagens competitivas. Não podemos, em nome de um nacionalismo bobo, recriar a lei de informática. Vamos para o buraco. Mas em óleo e gás e agricultura temos espaço. Mais ainda, não temos o direito de não tentar a liderança mundial, dada nossa escala do Brasil. É o que antigamente se chamava política industrial (risos).

O sr. citou como qualidades dos EUA serem uma sociedade aberta, com educação de qualidade, flexibilidade do mercado de trabalho, mobilidade social e senso empreendedor. No Brasil há empreendedorismo e mobilidade social?

Completamente. Temos características muito parecidas com as americanas. Somos uma sociedade com uma base de imigrantes, um país de dimensões continentais, mas com a mesma cultura e língua, poucos preconceitos.

Nas pesquisas sobre otimismo futuro, o Brasil está sempre nos três primeiros lugares, o que se traduz em empreendedorismo e mobilidade social. Várias lideranças empresariais brasileiras nasceram da classe média, muitas vezes da classe baixa, de cidades pequenas, longe dos grandes centros urbanos.

O que a sociedade demanda é igualdade de oportunidade. O resultado vai ter a ver com dedicação, talento, oportunidade, em alguns casos até sorte. Mas é preciso um padrão mínimo, que dê dignidade. Que bom termos uma economia livre, competitiva, uns em estágio diferente dos outros, o que significa mais crescimento, mais produtividade. No longo prazo, mais emprego e renda.

É a favor de cotas sociais?

Dada a demanda histórica, poderíamos ter uma política -mas limitada- de cotas.

Não me agrada uma política ampla. A sociedade brasileira é madura, com poucos preconceitos. Não podemos criar o preconceito que não existe, criar um tema que não está presente. Podemos e devemos fazer um pouquinho do resgate histórico, mas sem exagerar na dose.

O sr. se imaginava à frente de um patrimônio de bilhões, atuando nos EUA, na China?

Não, as coisas foram se desenvolvendo naturalmente, para todos os sócios principais. Somos sujeitos de classe média que gostamos do que fazemos, acreditamos no Brasil, achamos que temos os princípios certos de negócio e, acima de tudo, nos divertimos todo dia vindo aqui trabalhar. Isso já deixou de ser sobre dinheiro há muito tempo, é muito mais para poder contar essa história e ser um agente de transformação do Brasil na direção certa.

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