Ficha Corrida

19/08/2016

Sóbrio, Gilmar diria que Ficha Limpa "parece feita por Aécio Neves”

Filed under: AJUFE,AMB,Ficha Limpa,Ficha Suja,Gilmar Mendes,OAB — Gilmar Crestani @ 8:44 am
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OBScena: veja o que o Google informa a respeito de alcoolismo e outros tóxicos

Aécio Bêbado no Google

Se usarmos a razão, a Ficha Limpa incide antes do crime político. Houvesse sido aplicada com ainda mais eficácia, praticamente nenhum ministro do atuais usurpadores poderia estar ocupando cargo público. A Lei de Ficha limpa tem natureza pedagógica e, principalmente, incide antes do político alcançar o foro privilegiado. Seria esta a razão pela qual GM se insurge, cassado antes, não cai nas suas mãos?

Não não enganemos, Gilmar Mendes é o cavalo de Tróia de FHC deixado na porta do STF. Continua lá, vivo, porque há quem serve a alfafa. Em ambientes mais saudáveis, quem acusa a busca por decência no ambiente político não poderia, impunemente, ser chamar entidades OAB, AJUFE, AMB de bêbados. Mas, o que é chamar os decentes de bêbados para quem já chamou o TSE de Tribunal Nazista?!

Ora, a se julgar pelas decisões de Gilmar Mendes, Daniel Dantas poderia concorrer. Ganhou, em menos de 24 horas, dois habeas corpus. Aliás, até Abdelmassih poderia ter continuado sua vida de estuprador e, porque não, político com ficha limpa?!

Será que Gilmar Mendes manteria esta opinião se a lei tivesse sido proposta pelo PSDB, top ten dos cassados pela lei de ficha limpa?!

Se essa lei tivesse sido proposta por Aécio Neves ele diria que parece feita por toxicômano. Há ou não há escala que diferencia alcoólatra de toxicômano?

Se gosta tanto de se imiscuir na política, por que Gilmar Mendes não tira a toga e se candidata a alguma coisa, de vereador a Presidente?!

Mas, pior do que isso tudo, é o silêncio dos seus pares. Ficara parecendo que o enxovalhamento tem a conivência dos demais. No mínimo, coonestam por omissão.

Se não estivesse embriagado com a overdose de poder decorrente do bem sucedido golpe paraguaio, Gilmar Mendes se insurgiria contra uma lei proposta por várias instituições representativas da sociedade, com trâmite na Câmara e Senado, aprovada e sancionada? Sim, claro que se insurgiria.

E não, só. Quem é o usurpador que não pode concorrer a cargo eletivo por oito anos? Adivinhou quem lembro do ventríloquo da Rede Globo, Michel Temer.

Quais são os partidos com mais políticos afastados pela lei de ficha limpa?

Ficha Limpa

 

Aparentemente sóbrio, Gilmar diz que Ficha Limpa "parece feita por bêbados"

Aparentemente sóbrio, Gilmar diz que Ficha Limpa "parece feita por bêbados"

qui, 18/08/2016 – 12:38

Atualizado em 18/08/2016 – 12:46

 

Jornal GGN – Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse nesta quarta-feira (18) que a Lei da Ficha Limpa foi "mal feita" e que parece ter sido "elaborada por bêbados". A opinião ofensiva do ministro causou indignação até na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O presidente da OAB, Cláudio Lamachia, criticou as declarações de Gilmar, afirmando que o teor das afirmações "não se coaduna com a postura de um magistrado", e elogiou a Ficha Limpa.

Como presidente do Tribunal que julga matérias de eleições e direitos eleitorais, Lamachia acredita que Gilmar Mendes "deveria reconhecer e apoiar todas as iniciativas que aperfeiçoam o sistema eleitoral".

Além disso, o presidente da entidade chamou a atenção da postura de Gilmar, que com frequência, manifesta críticas e posicionamentos pessoais a partidos, políticos e matérias polêmicas.

"A linguagem usada por ele, inclusive, não se coaduna com a postura de um magistrado, notadamente um ministro do STF, na hora de exercer seu direito de crítica, seja ela direcionada à sociedade, proponente da lei, seja aos parlamentares que aprovaram a matéria, seja ao chefe do Executivo que a sancionou", completou Lamachia.

Em seguida, descreveu que a Lei que impede a candidatura de quem tem ficha suja é "amplamente reconhecida pela sociedade como um avanço da democracia e do sistema eleitoral". "Todas as entidades que apoiaram a Lei da Ficha Limpa, entre elas a OAB, estavam absolutamente conscientes da importância dessa medida", posicionou-se.

Aparentemente sóbrio, Gilmar diz que Ficha Limpa "parece feita por bêbados" | GGN

16/04/2015

Gilmar Mendes terceiriza justificativa do engavetamento

Filed under: AJUFE,AMB,Celso Daniel,Engavetador Geral,Gilmar Mendes,STF,Terceirização — Gilmar Crestani @ 8:05 am
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OBScenas: Marinho & Mendes

Gilmar Mendes e Roberto_Irineu_MarinhoA moda da terceirização veio para ficar. Até Gilmar Mendes, um terceiro do PSDB no STF, está terceirizando o voto-vista no processo movido pela OAB contra o financiamento empresarial dos políticos. Como não poderia deixar de ser, o muito vivo ministro biônico do PSDB culpa um morto pela sua inércia. Seria engraçado se partisse do seu parceiro, DEMÓstenes Torres, mas uma fundamentação jurídica deste jaez só engrandece quem o indiciou ao STF, FHC.

Com a justificativa Gilmar Mendes sinaliza à magistratura que o engavetamento, como aquele do Rodrigo de Grandis, ou a lentidão folclórica do judiciário pode ser atribuída à… morte de Celso Daniel. Este é o nível daquele que FHC colocou no STF para ser seu salvo-conduto jurídico.

Neste caso pode-se dizer que vale cada centavo investido pelo PSDB. Gilmar Mendes, sozinho, tem feito mais pelo PSDB do que todo seus representantes partidários democraticamente eleitos.

Se isso tudo já é muito, não é tudo. Os eleitores esperam que Aécio Neves, FHC, Geraldo Alckmin ou Álvaro Dias façam política. Terceirizar a Gilmar Mendes depõe contra todos eles. Pior, acabam por nos fazer crer que, sendo incapazes de fazer a própria defesa, não são suficientemente dotados, seja de capacidade intelectual, seja de bom senso, seja de intuição política.

A judicialização da política decorre da falta de sujeitos capazes de fazerem a defesa das ideias caras à direita brasileira.

Por um breve período a direita contou com outsider, como Fernando Collor de Mello, ou com um capacho totalmente subserviente, FHC. Um e outro foram derrotados pela total falta de capacidade cognitiva. A realidade lhes é completamente estranha. Acreditam apenas no mundo da fantasia construído por quem os finanCIAm. A má escolha fez com que a direita brasileira partisse para a construção de instrumentos próprios para a assumir o poder, o Instituto Millenium. A entidade que serve de laboratório ideológico da direita é finanCIAdo exatamente por quem sempre se apropriou do Estado mesmo nunca tendo ganho eleição, o poder econômico. Não é mero acaso que os mesmos pegos na Lista Falciani do HSBC também estejam na Operação Zelotes. Não é mera coincidência que a Zelotes reúna no mesmo banco de réus Gerdau & RBS: ambos são partes de um todo congregado para capturarem o Estado.

Por falta de políticos hábeis, a direita tentou terceirizar aos grupos mafiomidiáticos, como admitiu Judith Brito e a própria ANJ. A falência do coronelismo eletrônico, contudo, corroída pela incapacidade congênita de gerirem os próprios negócios sem a participação estatal, fez com que a direita brasileira se bandear em busca de apoio do Poder Judiciário. Se deu certo em Honduras e no Paraguai, por que não daria no Brasil?

Gilmar Mendes cita caso Celso Daniel ao ser cobrado sobre doações eleitorais

Ricardo Brito – O Estado de S. Paulo

Ministro do Supremo pediu vista em processo sobre repasses de empresas a campanhas políticas em abril do ano passado e lembrou que processo que investiga morte de ex-prefeito está parado desde 2012

Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes lembrou nesta terça-feira, 24, do julgamento do  assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em resposta às cobranças para que devolva o pedido de vista do processo que discute a proibição das doações de empresas privadas para campanhas eleitorais."Até hoje ainda não voltou (o julgamento por causa de pedido de vista) e, por coincidência, é um caso em que há uma questão de crime ligado à questão política", disse ao lembrar do caso que esta parado na Corte desde um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski, em 2012.

Ministro do STF Gilmar Mendes conversa com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)Ministro do STF Gilmar Mendes conversa com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)

Mendes foi cobrado nesta terça por senadores durante sua participação de uma sessão temática no plenário Senado para discutir a reforma política.Em abril do ano passado, o ministro pediu vista do caso, mesmo com uma maioria já formada de seis votos a um a favor da proibição das doações de empresas privadas a campanhas. "Esse tema virou como se fosse o único pedido de vista existente no Supremo Tribunal Federal. Mas nós temos pedidos de vista que não voltaram desde 1998, só para os senhores terem ideia", disse.O ministro afirmou ainda que devolverá o processo das doações eleitorais "oportunamente".

No caso do assassinato do ex-prefeito petista, se discute o direito do Ministério Público de investigar o crime. Durante o evento, ele aproveitou ainda para debater o tema da reforma política e afirmou que o Congresso Nacional é o lugar adequado para realizar as mudanças no sistema eleitoral. Para o ministro, o sistema tem dado sinais ao longo dos anos "por conta de vários fenômenos", e "algum tipo de sinal de exaustão". Ele citou o exemplo do modelo de eleição proporcional de lista aberta – adotado hoje para a eleição de vereadores e deputados após participação ampla -, mas pode distorcer o modelo de representação política.

Gilmar Mendes cita caso Celso Daniel ao ser cobrado sobre doações eleitorais – Política – Estadão

Gilmar não devolve e pede pressa no caso Celso Daniel

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Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes ignora pedidos da própria magistratura e mantém bloqueio do julgamento da ação pelo fim do financiamento privado das campanhas; ele diz que as entidades como AMB e Anamatra deveriam cobrar celeridade no julgamento do assassinato de Celso Daniel, que se arrasta há 15 anos

07/11/2014

Classe médica está doente e não há remédio para tanta burrice

Filed under: AMB,Mais Médicos,Preconceito,Racismo,SIMERS — Gilmar Crestani @ 9:33 am
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Médicos boicotam laboratórios que doaram recursos a Dilma

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Comunidade do Facebook “Dignidade Médica”, que propôs “holocausto” e “castrações químicas” contra eleitores do PT, sobretudo nordestinos, agora lidera movimento que propõe boicote aos laboratórios que doaram recursos à campanha da presidente Dilma Rousseff; leia a denúncia feita por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania

7 de Novembro de 2014 às 06:31

Por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania

Após o lançamento do programa Mais Médicos e a consequente chegada de médicos cubanos ao Brasil, a classe médica brasileira vem promovendo um show de horrores. Há menos de um mês, o portal IG fez uma denúncia estarrecedora:

A denúncia do IG espalhou-se como fogo e por certo fez ver a boa parte dos formadores de opinião o movimento nazista que se aglutinou em torno da candidatura Aécio Neves. Para entendimento dos fatos que serão narrados mais adiante, vale rever trecho daquela matéria.

Sobre a comunidade do Facebook “Dignidade Médica”, que propôs “holocausto” e “castrações químicas” contra eleitores do PT, sobretudo nordestinos, para que “não se reproduzam” tem como uma das organizadoras a senhora Patricia Sicchar, que se declara médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus em perfil da rede social.

Confira, abaixo, trecho de outra matéria do IG sob o título “Médica de grupo anti-PT minimiza holocausto a nordestinos: ‘é revolução do agir’”.

Como se vê, uma das médicas organizadoras do tal “holocausto” médico contra nordestinos eleitores do PT é servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, sob responsabilidade do prefeito tucano Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), líder do PSDB no Senado de 2003 a 2010.

Agora, os médicos manuenses voltam à ribalta com um movimento que pretendem espalhar pelo país. Chegou ao Blog uma denúncia séria contra médicos daquela capital. E o pior: a denúncia sugere que abuso desses médicos contaria com a conivência dos hospitais em que trabalham.

O denunciante enviou ao Blog link de perfil no Facebook de um médico manuense chamado Lano Macedo, que se diz funcionário do Hospital Beneficente Português do Amazonas, que já se envolveu em polêmicas como desrespeitar a “Lei do acompanhante no parto”, conforme denúncia do médico psiquiatra Rogélio Casado.

O tal médico Lano Macedo lidera um movimento de médicos manauenses no Facebook que propõe que a classe médica – e, consequentemente, os hospitais onde aqueles médicos trabalham – boicotem os laboratórios que doaram recursos à campanha da presidente Dilma Rousseff.

A confissão dos médicos de que irão deixar de recomendar fabricantes de medicamentos sob razões político-partidárias e ideológicas é um escândalo. E se aquele laboratório tiver medicamento mais conveniente para os pacientes, seja em termos de preço, qualidade ou outro?

Após o episódio “holocausto e castração química”, produzido a partir de organização de médicos de Manaus como o tal Lano Macedo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu nota condenando os autores daquela barbaridade.

Resta saber o que o CFM tem a dizer sobre essa atitude de médicos de Manaus. E, aliás, deveria investigar – talvez até com participação do Ministério Público – se médicos de outras regiões também estão adotando uma conduta profissional inadequada não só por se misturar com os interesses político-partidários deles, mas por prejudicar seus pacientes.

Por fim, resta saber, também, que atitude o prefeito tucano Arthur Virgílio tomou contra a servidora pública Patricia Sicchar, que se declarou médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus e organizou o movimento propondo “castração química” de eleitores do PT.

Médicos boicotam laboratórios que doaram recursos a Dilma | Brasil 24/7

12/09/2014

Mais Médicos cubanos contra Ebola

Filed under: AMB,Cuba,Ebola,EUA,Médicos Cubanos — Gilmar Crestani @ 8:53 am
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mais medicos menos mulasA A$$oCIAção Médica Brasileira também deveria mandar seus jalecos brancos preconceituosos para combater o Ebola. Já os EUA certamente mandarão os marines e seus drones para matar o Ebola a tiro….

Cuba vai enviar médicos para combater surto de Ebola

JAMIL CHADE – CORRESPONDENTE DE O ESTADO DE S. PAULO

11 Setembro 2014 | 22h 17

País diz ser o primeiro a atender os apelos da ONU e vai mandar 165 profissionais de saúde a partir de outubro para Serra Leoa

Atualizado às 7h20 de 12/9

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GENEBRA – Cuba vai usar parte de seus 4 mil colaboradores e médicos espalhados por 32 países africanos para ajudar a Organização Mundial da Saúde (OMS) a responder ao surto do Ebola que, segundo a entidade, pode contaminar mais de 20 mil pessoas. Na manhã desta sexta-feira, 12, Cuba anunciou que vai enviar 165 profissionais de saúde a partir de outubro para Serra Leoa.

"Se vamos para guerra contra o Ebola, precisamos de recursos para lutar", declarou Margaret Chan, diretora da OMS. Cuba se declarou como o primeiro país a atender aos apelos de ajuda da ONU para enfrentar a doença.

A doença já matou mais de 2,2 mil pessoas e contaminou oficialmente 4 mil. Mas a própria OMS admite que os números reais são maiores, e os governos da região africana mais afetada alertam que é a existência dos Estados que hoje está em jogo.

Abbas Dulleh/APOficialmente, o surto de Ebola já matou mais de 2,2 mil pessoas

Diante do cenário, a ONU passou a apelar diretamente a governos de todo o mundo para que saiam ao socorro da região.

O ministro da Saúde de Havana, Roberto Morales, reuniu-se com a diretora da OMS, Margaret Chan, enquanto a imprensa oficial cubana se apressou em decretar que o regime de Raúl Castro era o primeiro no mundo a dar uma resposta aos apelos da ONU por ajuda na África.

No final da semana, o governo britânico anunciou o envio de médicos e de soldados para erguer um centro de atendimento em Serra Leoa, com capacidade para 62 leitos.

O governo dos Estados Unidos também anunciou ajuda, depois de um telefonema do diretor do secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, ao presidente Barack Obama.

Na Europa, Bruxelas anunciou 140 milhões de euros em ajuda e envio de equipes, enquanto a Fundação Bill e Melinda Gates prometeu nesta semana US$ 50 milhões para combater o vírus.

Para os órgãos oficiais cubanos, porém, "Chan manifestou seu agradecimento ao presidente cubano, Raúl Castro, por ser o primeiro país que dá um passo à diante depois do chamado da ONU e da OMS".

Morales, depois de visitar a OMS, indicou apenas que esperava que a entidade servisse como "coordenadora" das diversas colaborações internacionais que estão sendo anunciadas.

"Pela história de colaboração de nossos países, e em particular no campo da saúde, nos foi pedido que pudéssemos formar parte dos países que dão uma resposta de maneira inicial ao chamado urgente da África", explicou Morales.

25/08/2014

É esta a tal de ética médica do Sindicato Médico e da AMB?

Filed under: AMB,Mais Médicos,Roger Abdelmassih — Gilmar Crestani @ 7:59 am
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Mais MedicosDiante destas graves acusações, tudo indica que as manifestações da A$$oCIAção Médica Brasileira e do Sindicato Médico contra o Mais Médicos não passava de diversionismo, uma cortina de fumaça para impedir a vinda de concorrentes no assédio sexual. A máfia de branco veste o jaleco para assediar quem já se encontra em situação de vulnerabilidade. Nada mais simbólico desta classe mercantilista que o patrono Roger Abdelmassih… 

44% das cassações de registro de médico no País são por assédio sexual a paciente

FABIANA CAMBRICOLI – O ESTADO DE S. PAULO

24 Agosto 2014 | 03h 00

Desde 2009, 61 profissionais perderam o direito de exercer a medicina; do total, 27 foram condenados por abuso sexual

O assédio sexual contra pacientes foi responsável por 44% das cassações de registros profissionais de médicos ocorridas no País desde 2009, conforme dados inéditos do Conselho Federal de Medicina (CFM) obtidos pelo Estado. De 2009 até julho deste ano, 61 médicos brasileiros perderam em definitivo o direito de trabalhar após serem julgados culpados pelo conselho por algum delito ético. Em 27 dos casos, mostram os registros, o motivo da cassação foi assédio sexual.

O recorde de cassações por este motivo aconteceu em 2011, mesmo ano em que Roger Abdelmassih perdeu o registro após ter sido considerado culpado pelo CFM nas investigações de violência sexual contra pacientes de sua clínica de reprodução assistida. Além de ser impedido de exercer a medicina, ele foi condenado pela Justiça a 278 anos de prisão por 48 estupros contra 37 pacientes.

Naquele ano, das 13 cassações referendadas pelo CFM, dez estavam relacionadas com denúncias de assédio sexual, o que representa 77% do total.

Nos outros anos, os casos de abuso foram responsáveis por, no máximo, 58% das cassações. No ano anterior ao recorde, 2010, apenas quatro médicos tiveram seu registro cassado, nenhum por assédio.

Segundo Roberto Luiz d’Avila, presidente do CFM, embora não haja um estudo que comprove a relação do caso Abdelmassih com o aumento de denúncias, a ampla divulgação da história pode ter estimulado vítimas de outros médicos a procurar os conselhos de classe para denunciar o delito.

“Ao verem a possibilidade de justiça com a punição de Abdelmassih, as pessoas que vivenciaram essas situações e não viam, até aquele momento, perspectiva de buscar a punição dos culpados podem ter tomado coragem para ir até a polícia, ao Conselho de Medicina ou até dividir seu trauma com um amigo, que, por sua vez, dá o apoio para que ela rompa seu silêncio”, afirma.

São Paulo. No Estado de São Paulo, o caso Abdelmassih também teve reflexo no número de denúncias de assédio sexual.

Em 2009, quando os primeiros relatos de pacientes vieram a público, o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremesp) recebeu 82 denúncias do tipo, mais do que o dobro do registrado no ano anterior.

Entre 2008 e 2013, foram 286 denúncias de assédio praticado por médicos em São Paulo. Desse total, 114 viraram processos éticos até agora, abertos quando o conselho constata que há, de fato, indícios do delito. As especialidades que registram o maior número de queixas de assédio são ginecologia, psiquiatria e clínica geral.

“Nem todas as denúncias se transformam em processos éticos profissionais. Já identificamos uma minoria de situações em que o paciente quer extorquir o médico ou faz a denúncia por vingança”, diz Maria do Patrocínio Tenório Nunes, coordenadora da Comissão Técnica de Assédio do Cremesp, criada em 2007.

Até agora, 14 processos já foram julgados e em 11 casos o profissional foi considerado culpado. Os demais procedimentos estão em apuração – o Cremesp tem cinco anos para julgar o processo e, quando a pena aplicada é a cassação, a decisão precisa ser referendada pelo CFM.

Para Maria do Patrocínio, é importante que qualquer caso de assédio seja comunicado aos conselhos regionais. “A medicina é uma profissão que depende da confiabilidade e da lealdade. Aqueles que não têm condições de exercê-la devem ser removidos. É nosso dever avaliar isso”, afirma ela.

24/08/2014

Abdelmassih, o monstro que une Gilmar Mendes e a A$$oCIAção Médica Brasileira

Filed under: AMB,Gilmar Mendes,Mais Médicos,Roger Abdelmassih — Gilmar Crestani @ 9:45 am
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Mais medicos e jornalistasA explicação é simples. Pessoas como o Sinistro posto no STF por FHC e a A$$oCIAção Médica Brasileira protegem tudo o que visa lucro sem interessar métodos ou meios, só os fins. Quando o assunto se volta para a saúde, como o Mais Médico, vira escândalo. Como pode a medicina estar voltada exclusivamente para a saúde, sem pensar no enriquecimento de quem a pratica?

O maior e o melhor argumento da AMB em relação ao Mais Médicos está naquela frase da jornalista do Rio Grande do Norte: “tem cara de empregada doméstica”. Claro e objetivo: a empregada era negra, e não tinha plano de saúde particular. Tudo ao avesso da exploração comercial que o bom uso da medicina recomenda. O combate veio de quem não trabalha mas se dá ao trabalho de inventar dedos de silicone para marcar presença…

A melhor explicação para o comportamento da A$$oCIAção Médica Brasileira já foi dada pelo Aparício Torelly, vulgo Barão de Itararé: “O emblema do médico tem duas cobras, isto significa que ele cobra duas vezes; se ele cura, cobra e se ele mata, cobra.”

Caso Abdelmassih endureceu regras da reprodução assistida

Antes do escândalo, ex-médico escolhia sexo de embriões e dizia que trocava check-ups por óvulos de mulheres jovens

Em 2011, dois anos após abusos sexuais virem à tona, Anvisa criou novas regras para clínicas de fertilidade

CLÁUDIA COLLUCCIDE SÃO PAULO

Agosto de 2001. O então médico Roger Abdelsmassih declara que "vitamina" óvulos de mulheres mais velhas com material genético de mulheres mais jovens com a intenção de aumentar as chances de gravidez.

Setembro de 2004. Abdelmassih afirma que praticava a "sexagem", ou seja, transferia para o útero da mulher apenas os embriões do sexo que o casal deseja. O resto ia para o lixo. Chamava isso de "balanceamento familiar".

Fevereiro de 2006. O ex-médico conta que recebia doações de óvulos de 30 universitárias, com idades entre 23 e 26 anos. Dizia que, em troca, oferecia um check-up.

As três situações acima foram descritas pela Folha em reportagens que denunciavam procedimentos vetados pelo código de ética médica. Roger Abdelmassih nunca foi punido por eles.

Foi preciso o escândalo dos abusos sexuais vir à tona em janeiro de 2009 para que a área da reprodução assistida passasse a ser mais bem regulamentada.

Em 2010, o CFM (Conselho Federal de Medicina) atualizou, depois de 18 anos, as normas que regem os procedimentos reprodutivos.

Um ano depois, em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) criou novas regras de funcionamento das clínicas de reprodução assistida, que passaram a ter que informar o número de embriões congelados e a taxa de sucesso dos tratamentos, por exemplo.

O médico Adelino Amaral Silva, diretor brasileiro da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida e que foi consultor do CFM para a resolução sobre o tema, afirma que as mudanças não ocorreram em razão do escândalo. "Já vinham sendo pensadas, discutidas."

Para ele, as normas éticas sempre foram muito claras e as eventuais infrações são de responsabilidade de cada profissional. "Cada cabeça sua sentença."

Já o médico Artur Dzik, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, entende que houve uma maior movimentação na implantação de novas normas após o caso.

"Demorou para que olhassem para a área. Agora está bem regulamentada, mas falta fiscalização", diz.

O Sistema Nacional de Produção de Embriões, criado pela Anvisa, é abastecido com informações fornecidas pelas clínicas. Não existe fiscalização ativa das vigilâncias sanitárias.

O último relatório da Anvisa, de março de 2014, aponta, por exemplo, que o país tem 93 centros de reprodução. Mas especialistas da área dizem que há ao menos 200 clínicas reprodutivas.

Na opinião de Artur Dzik, atos criminais como os praticados por Abdelmassih fogem da esfera da regulamentação de normas. "Loucura não tem limite."

De acordo com o médico José Gonçalves Franco Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, o caso Abdelmassih compete à esfera policial e está encerrado.

"Foi triste, as pessoas só falam disso, mas não afetou a imagem da especialidade. Não há substituto do Roger."

18/04/2014

O que a Associação Médica Brasileira tem a dizer a respeito de Leandro Boldrini?

Filed under: AMB,Mais Médicos — Gilmar Crestani @ 9:30 am
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A A$$oCIAção Médica Brasileira gasta o dízimo arrecadados dos jalecos brancos para atacar o Mais Médicos. Por que a AMB não usa este dinheiro gasto em má publicidade para fazer exame psiquiátrico nos seus a$$oCIAdos?! Descobriria coisa como esta, um cirurgião que, no mínimo, batia no próprio filho.

Os meninos de luz ceifados pela barbárie

sex, 18/04/2014 – 08:22 – Atualizado em 18/04/2014 – 08:57

Luis Nassif

Os mais espiritualizados diriam que a humanidade é composta pela massa informe dos que vieram de passagem pela vida, buscaram promoção pessoal ou não, acomodaram-se na carreira profissional ou não, mas fecharam-se em seu mundinho murado, não se expondo aos desafios da vida nem à luz dos sentimentos maiores, incapazes de celebrar a beleza ou se indignar com os absurdos da vida.

Sobem quando encontram espaço; resignam-se, quando expostos a obstáculos.

Mas há as crianças de luz, aquelas que nasceram com a garra dos predestinados, com a indignação dos que jamais se curvariam às vicissitudes da vida. E aquelas que, dotadas da força iinterna dos iluminados, foram ceifadas pela força bruta dos bárbaros.

**

Com 8 anos de idade, morador da Vila Kennedy, na zona Oeste do Rio, o menino Alex Moraes

Soeiro era um deles.

Morava com a mãe em Mossoró, Rio Grande do Norte. Ameaçada de perder a guarda do filho, por não leva-lo à escola, despachou-o para morar com o pai no Rio de Janeiro.

Ex-presidiário, traficante, desempregado, o bárbaro acolheu a luz.

Alex foi matriculado na Escola municipal Coronel José Gomes Moreira. No primeiro bimestre tirou nota 88; no segundo, nota 100; no terceiro nota 90.

Segundo os colegas, era um menino afetuoso, que se dava bem com todos. Sensível, gostava de dança do ventre e de lavar louças, de forró e de brincar de carrinhos. E tinha uma força interna de tal ordem que escondia dos colegas os hematomas resultantes dos frequentes espancamentos a que era submetido pelo pai, “para ensiná-lo a andar como homem”.

De frente com a besta, o menino não cedia, não chorava, não gritava. Foi assim quando recusou-se a cortar o cabelo e foi espancado e não cedeu e continuou sendo espancado até que a pancadaria feroz dilacerou o fígado, provocando uma hemorragia interna.

Com 8 anos morreu sem se curvar  à bestialidade. No laudo final, os legistas encontraram escoriações nos joelhos, cotovelos, ouvido esquerdo, no tórax, na região cervical, equimoses no rosto, no tórax, no supercílio direito, no punho esquerdo, no braço e antebraços.

Se a besta não tivesse ceifado sua vida, seria um dos futuros meninos de luz a iluminar a construção de um país desigual, talvez um grande líder político ou comunitário, talvez um empreendedor destemido, talvez um artista consagrado.

***

Esta semana foi a vez de Bernardo Boldrini, de 11 anos, no município de Três de Maio, perto de Santa Maria, Rio Grande do Sul.  Órfã da mãe, que supostamente se suicidou logo após se separar do marido, foi morar com o pai, médico cirurgião bem sucedido e a nova esposa.

Pelos amigos, era considerado dócil, obediente e carente, especialmente devido ao abandono a que foi relegado pelo pai. Muitas vezes refugiava-se em casa de amigos, sem jamais criticar o pai ou mencionar os problemas em casa.

Em um dia em que o pai prometeu mais atenção, comentou com os colegas sua felicidade, por poder brincar com a “mana”, a irmã de um ano e três meses do novo casamento.

Quando a vida tornou-se insuportável, não cedeu.

Com 11 anos, procurou o Conselho Tutelar da cidade para denunciar os maus tratos e o abandono pelo pai e propor ser criado pelo avó.

No último dia 4 foi morto com uma injeção letal,  aplicada provavelmente pelo pai e pela madrasta.

Aos que desanimam com os problemas da vida real, que se abatem com os trancos do destino, iluminem-se com a luz desses meninos que não cederam.

Os meninos de luz ceifados pela barbárie | GGN

01/01/2012

Bolsa Esmola x Carnê Miséria

Filed under: AMB,Carnê Miséria,Nelson Henrique Calandra,Poder Judiciário — Gilmar Crestani @ 9:39 am

Presidente da Associação de Juízes reclama do carnê da miséria de mil reais

O presidente da Associação Brasileira de Magistrados (AMB), Nelson Henrique Calandra,  deu longa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Ele procurou, –trocado os panos da guerrilha corporativa e a envergar trajes pacifistas–, dar colorido de simples dissenso de interpretação constitucional a  um conflito que colocou o Supremo Tribunal Federal (STF), –pelas liminares concedidas no apagar das luzes no Ano Judiciário de 2001 pelos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Levandowisky–, e  a Magistratura representada pelas associações classistas, em situação vexatória e de descrédito perante a opinião pública.

Infelizmente, o presidente da AMB, desembargado em São Paulo e ex-presidente da Associação Paulista de Magistrados, não se saiu bem e, como fazem os piores parlamentares, dissimulou a ponto de elogiar a corregedora Eliana Calmon: a AMB entrou com representação criminal junto à Procuradoria Geral da República para apurar quebra de sigilos fiscais de magistrados e vazamentos de informações. Como todos sabem, informações à Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) foram requisitas pelos ministros Gilson Dipp e Eliana Calmon, como corregedores do CNJ.

Pior ainda. Não percebe o presidente da AMB que o único caminho razoável e socialmente salutar, seria as desistências dos dois pedidos de liminares.

Com as desistências, cairiam por terra as canhestras liminares concedidas por Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowisky. Essa liminares, como  já comentei diversas vezes neste espaço Sem Fronteiras de Terra Magazine, continuam a desafiar o óbvio, ou seja, de que não havia nenhuma  urgência para as liminares acautelatórias.

De se ressaltar, também, que as desistências não impediriam o exame da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que está em curso. O plenário do STF tirou essa Adin de pauta em setembro passado. Em outras palavras, deixou o STF para melhor ocasião ( e a mostrar a nenhuma urgência da matéria que estava em pauta de julgamento no mês de setembro de 2011)  o exame da Adin proposta pela AMB e que discute a constitucionalidade da competência correcional do CNJ.

Com a desistência voltaria-se à situação anterior (status quo ante) e a sociedade civil aplaudiria o bom-senso e o retorno à imagem do equilíbrio e do saber esperar por soluções, sem atropelos oportunistas e tendentes a evitar, por exemplo, verificações no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Na opinião do presidente da AMB e conforme a entrevista supracitada, o CNJ só teria poder correcional suplementar e não concorrente ao das corregedorias dos tribunais estaduais e federais. Ele ressaltou, ainda, que todos  têm interesse em apurar desvios e irregularidades, a lembrar que a AMB adotou posição favorável à constitucionalidade do CNJ.

Calandra não deixou de destacar a dificuldade de juízes em receber verbas devidas e falou no “carnê da miséria”.

Num verdadeiro escárnio a quem vive num país que (1) luta contra a miséria, (2) possui  milhares de credores que morrem na fila dos precatórios judiciais sem receber, (3) com população dominado por uma elite predatória e sabedora da existência de uma burguesia mafiosa impune, o presidente Calandra fala em “carnê da miséria”. Ou seja, refere-se ao pagamento de parcelas mensais de R$1.000,00 por créditos devidos a magistrados. Caso lembrasse  do valor do salário mínimo e da falta de assistência médico-hospitalar para carentes, o presidente da AMB notaria que o apelidado “carnê da miséria” representa um bom ajuda para se pagar um bom plano de saúde familiar.

Outrossim, o presidente Calandra afirmou que a AMB defendeu posição sobre a constitucionalidade do CNJ. Pelo jeito, a AMB mudou de posição ao atacar, por Adin, a competência da corregedoria, que é um órgão do CNJ.

Pano Rápido. O certo é que a corregedoria do CNJ, nas gestões dos ministros Gilson Dipp e Eliana Calmon, começou a incomodar ao se afastar, heroicamente, do corporativismo, marca das corregedorias estaduais e federais.

Um exemplo dessa sua constitucional e eficiente atuação diz respeito ao afastamento, em processo administrativo disciplinar, do ministro Paulo Medina, ex-presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB). Medina, em face de acusações de vender liminares por interposta pessoa (irmão) foi apenado com a maior sanção administrativa. Essa maior sanção é a de aposentadoria compulsória, com vencimentos e vantagens garantidas até o fim da vida. Para o ministro Gilmar Mendes, que afirmou sem corar a face,  trata-se de sanção (aposentadoria compulsória)  e não de prêmio.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

Sem fronteiras » Presidente da Associação de Juízes reclama do carnê da miséria de mil reais

01/10/2011

Movimento Ministério Público Democrático

Filed under: AMB,CNJ,Eliana Calmon,Roberto Livianu — Gilmar Crestani @ 12:23 pm
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TERRA | TERRA MAGAZINE
CNJ | CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Dirigente do MP Democrático: "Não é admissível juiz usar toga para praticar crime"

Eliano Jorge
Promotor e vice-presidente do Movimento Ministério Público Democrático, Roberto Livianu critica a tentativa da Associação dos Magistrados Brasileiros de retirar do Conselho Nacional de Justiça o poder de investigar e punir magistrados suspeitos de cometerem irregularidades. Ele compara a "um leão sem os dentes e as garras" a limitação do órgão de controle.
– Como vamos ter uma instituição para proteger, para controlar, para depurar os maus, tirando desta instituição os poderes que ela tem por força da norma que os criou? – questiona, em conversa com Terra Magazine.
Livianu diz entender a corregedora nacional de justiça, Eliana Calmon, que atacou os "bandidos de toga". Mas considera exagerada sua declaração de que "a imagem do Judiciário é a pior possível" para quem recorre a ele.
No entanto, o promotor cobra:
– Não é admissível que se use a toga ou a beca para se praticar crime. Quem pratica crime tem que ser punido.
Ele mantém um tom crítico em relação aos magistrados. "Muitas vezes, interesses regionais, interesses menores acabam preponderando. O corporativismo, muitas vezes, infelizmente fala mais alto", atesta. "Há um interesse maior em jogo que é o interesse público em termos uma Justiça limpa, transparente, independente e vigorosa. Para que tenhamos isso, é importante que os conselhos existam, que tenham seus poderes preservados e reafirmados", defende.
Confira os principais trechos da entrevista com Roberto Livianu.
‘Bandidos de toga’
"Eu entendo bastante o que diz a ministra Calmon. Acho que houve uma interpretação exagerada das palavras dela, é importante que tenhamos este espírito de preservar as instituições. Para ter uma Justiça melhor no Brasil, precisamos depurar os maus quadros no Ministério Público, na magistratura… Esta atitude é importante. É difícil, doloroso, cortar a própria carne, mas é imprescindível para que preservemos as instituições. Tanto o Poder Judiciário quanto o Ministério Público são essenciais para que tenhamos uma distribuição de justiça sadia".
Importância dos conselhos de controle
"O segundo aspecto: quando, em 2004, foi aprovada a Emenda 45, que instituiu o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público, isso foi extremamente importante para que tenhamos controle e mais transparência. Não é possível imaginar qualquer espécie de exercício de poder, qualquer que seja ele, sem controle. Exercício de poder sem controle é uma situação de abuso, é indesejável do ponto de vista do interesse público. Esses conselhos de controle são extremamente importantes, saudáveis. Quando foram criados, se falou muito de controle externo, mas, na verdade, a gente percebe que, nos órgãos dos dois conselhos, temos muita gente das próprias instituições, precisaríamos ter mais gente da sociedade civil. Acho isso importante".
Limitação dos poderes do Conselho Nacional de Justiça
"Se for dado provimento a esta iniciativa, esta ação que foi proposta (pela Associação dos Magistrados Brasileiros), é mais ou menos como um leão sem os dentes e as garras. Como vamos ter uma instituição para proteger, para controlar, para depurar os maus, tirando desta instituição os poderes que ela tem por força da norma que os criou? Os conselhos não são órgãos apenas de controle. Eles têm uma importância grande no planejamento, tanto da Justiça quanto do Ministério Público. É preciso ser feito mais neste território".
Corporativismo e interesses
"No controle e no depuramento dos maus elementos, é extremamente importante que os conselhos mantenham a sua independência e que não haja esta exigência de prévio esgotamento dos canais do próprio tribunal. Porque, muitas vezes, esses canais estão obstruídos. Muitas vezes, interesses regionais, interesses menores acabam preponderando. O corporativismo, muitas vezes, infelizmente fala mais alto. Então, não podemos ter a prevalência desses valores menores. Há um interesse maior em jogo que é o interesse público em termos uma Justiça limpa, transparente, independente e vigorosa. Para que tenhamos isso, é importante que os conselhos existam, que tenham seus poderes preservados e reafirmados. Isto será sinônimo de Justiça de melhor qualidade e melhor distribuída".
Imagem do Judiciário
"Eu não diria que é a pior possível. Talvez haja um pouco de exagero aí. A gente não pode nunca fazer generalizações porque elas levam a injustiças quando se fala dos ‘bandidos’. Eu infelizmente acredito que haja gente desonesta na Magistratura, como acredito que infelizmente pode haver gente desonesta dentro do Ministério Público. Estas pessoas que praticam desvios precisam ser punidas exemplarmente. Agora, acho que, olhando especificamente para o Judiciário, a imagem não é boa por algumas razões, mas as pessoas têm uma percepção clara de impunidade, por um lado. Por outro lado, o Poder Judiciário brasileiro não tem a cultura de se comunicar com a sociedade. Dos Poderes da República, é o que menos se comunica. Comparando com o Ministério Público, se comunica muito menos que ele. Existe uma atitude reclusa por parte do Poder Judiciário, de uma forma geral. E essa falta de interação com a sociedade gera uma percepção ruim dessa sociedade, isso com uma ideia que se tem de impunidade, de que as situações não são resolvidas rapidamente".
‘Sacerdotes da Justiça
"Existem pessoas excelentes, tanto no Poder Judiciário quanto no Ministério Público, que trabalham muito, com muita dedicação e com elevadíssimo espírito público. Não se pode desconsiderar este trabalho devotado e quase sacerdotal dessas pessoas por causa de más condutas de alguns indivíduos".
Punições
"Aposentadorias compulsórias, nas situações em que são cabíveis, são medidas importantes, mas não vejo problema nenhum, quando se detectam casos de violações graves aos deveres inerentes à função, que se proponham as ações de perda de cargo, que se proponham ações penais, com processos criminais, pelas condutas criminosas que pessoas praticam. Porque não é admissível que se use a toga ou a beca para se praticar crime. Quem pratica crime tem que ser punido. Aposentadoria compulsória e colocar em disponibilidade são medidas importantes, mas, em certas situações, são insuficientes. É importante que haja os processos criminais com as punições criminais decorrentes. Inclusive temos também a Lei de Improbidade Administrativa, que é perfeitamente aplicável. Quem pratica ato de improbidade pode ser processado, pode ser punido, a lei prevê penas importantes, com perda de patrimônio, multa patrimonial, suspensão de direitos políticos. Deve-se usar todo o instrumental jurídico colocado à disposição para todo aquele agente público, em que se enquadram juiz e promotor, que cometam esses desvios".

CNJ

Impunidade, corrupção e hipocrisia

Filed under: AMB,CNJ,Eliana Calmon — Gilmar Crestani @ 10:37 am

Em meados de agosto passado, a AMB-Associação dos Magistrados Brasileiros, ajuizou perante o STF-Supremo Tribunal Federal uma ação (a ADIN 4638) contestando a constitucionalidade da Resolução 135 do CNJ-Conselho Nacional de Justiça, que estabelece as normas relativas aos processos administrativo-disciplinares envolvendo os magistrados.

Mais ou menos simultaneamente , começaram a pipocar algumas manifestações contra a corrupção no país, em geral bastante esvaziadas, muito embora incentivadas e até mesmo convocadas por órgãos da mídia.

Onde se encontram estes fatos na vida política da nação?

O CNJ foi criado pela Emenda Constitucional 45 , em fins de 2004, para ser órgão de controle do Poder Judiciário (que não se submete a eleições populares, como os demais poderes) ainda que integrado majoritariamente por membros do próprio Judiciário, mais alguns representantes da OAB, Ministério Público e Parlamento. Sua competência está direta e expressamente estabelecida na Carta Magna. Lá, dentre outras, o art. 103-B, §4º, inciso III prevê que cabe ao CNJ “receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário”.

Desde sua criação o CNJ tem agido com eficácia. 50 magistrados foram condenados pela prática de vários delitos. Dezenas de atos descabidos, autoritários ou injustificados de Tribunais espalhados por todo o país foram anulados e revertidos pelo CNJ. A mais velha caixa-preta da República se não foi totalmente aberta, pelo menos passou a ser mais conhecida pelo povo.

A intenção da AMB, entidade corporativa dos magistrados, é reduzir drasticamente o poder do CNJ para punir seus membros, mediante a afirmação de uma competência subsidiária, que existiria apenas na “omissão” das corregedorias dos Tribunais. A simples leitura da Constituição aponta que esta competência é concorrente com a corregedoria dos Tribunais (se não fosse assim, qual o sentido da expressão “sem prejuízo da competência dos Tribunais”, presente no inciso supra citado?), mas se não fosse a corajosa intervenção da Ministra Eliana Calmon, corregedora do CNJ, com uma declaração forte e impactante, o STF teria certamente emasculado os poderes do Conselho. A repercussão do grito da Ministra fez a Suprema Corte adiar a votação da ADIN 4638.

Este episódio deve ensinar algumas lições ao Brasil. A principal delas é que a impunidade é o atributo mais desejado por nossas elites, estejam onde estiverem. Outra lição, não menos importante, é que a corrupção, filha dileta da impunidade, não está centrada no Governo Federal nem se resolve com a faxina de alguns ministros.É um fenômeno endêmico em nosso pais, presente em todos os poderes, em todas as esferas de poder e na própria sociedade civil, muitas vezes disfarçada de “jeitinho brasileiro”.

Não se combaterá a corrupção impulsionando a impunidade. Se a sociedade compreender isto, bem como a real extensão do problema, talvez as manifestações públicas deixem de ser mero instrumento da luta politico-partidária, perdendo o ranço de moralismo udenista, que hoje ressurge até no surrado símbolo das vassouras, para ganhar volume de massas em nossas ruas. Afinal, lembremos que a UDN, quando teve oportunidade não varreu a corrupção, mas varreu a Democracia…

Sul 21 » Impunidade, corrupção e hipocrisia

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