Ficha Corrida

12/08/2014

Aécio assume que não tem constrangimento

Filed under: Aécio Neves,AécioPorto,AeroPÓ,Aeroportos,Narcotráfico — Gilmar Crestani @ 8:38 am
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Não entendeu? Vamos desenhar. Em 2013, o portal G1, da Rede Globo, noticiou: Polícia fecha laboratório de refino de drogas em Cláudio, MG. A Polícia Federal pega um helipóptero com 450 kg de cocaína, que passagem pelas marginais de Cláudio/MG. A ADPF denunciou que Juiz de Fora, Minas Gerais, virou centro de distribuição de droga para o Nordeste. A Folha insiste que o programa do Aécio para Aeroportos só beneficiou lugares onde ele e sua família tinham e têm fazendas. É evidente que um sujeito que faz isso não tem o menor constrangimento. Constrangida ficaria minha avó se soubesse disso!

aeciportonAécio diz no ‘JN’ que uso de aeroporto não o constrange

Tucano foi questionado ao vivo sobre obra em terra de tio-avô, em Minas

Temas como mensalão tucano e cartel no metrô de São Paulo também foram abordados durante entrevista

DE SÃO PAULO

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), disse não ter nenhum constrangimento ético por ter usado o aeródromo de Cláudio (MG), construído em terreno de seu tio-avô que foi desapropriado pelo Estado.

Os questionamentos a respeito da obra dominaram a entrevista do tucano, ao vivo, no "Jornal Nacional", da TV Globo, nesta segunda (11).

Diversos temas polêmicos para Aécio e o seu partido foram abordados –como o caso do cartel no metrô de São Paulo e o mensalão mineiro– mas a obra em Cláudio, patrocinada pelo tucano quando governador, ocupou quase um terço do tempo que ele tinha para expor suas ideias. O caso foi revelado pela Folha no dia 20 de julho.

Questionado se considerava "republicano" construir um aeroporto que "poderia ser visto como benefício para a família, no mínimo, por valorizar as terras dela", Aécio rebateu dizendo que, "nesse caso, especificamente, se houve algum prejudicado" foi o tio-avô. "Ele reivindica R$ 9 milhões na Justiça e não recebeu R$ 1 até hoje."

O tucano também foi questionado sobre a proximidade da obra com a Fazenda da Mata, sítio de sua família que fica a 6 km do aeródromo de Cláudio. "Essa fazenda a qual você se refere está na minha família há 150 anos. Ninguém faz negócio ali", respondeu.

"Nunca na minha vida fiz algo que eu não pudesse defender de cabeça erguida. (…) Até porque nesse local já havia uma pista [de terra]. Eu poderia ter descido lá."

Ao falar de economia, Aécio disse que o produto da balança comercial da gestão Dilma Rousseff (PT) é a geração de empregos fora e não dentro do país. Citou a volta da inflação e afirmou que o baixo crescimento prejudica a criação de postos de trabalho.

O tucano admitiu que o próximo governo terá de promover um "realinhamento" de preços hoje represados, mas não deu detalhes. "Só quando tiver os dados sobre a realidade do governo." Por fim, se dirigiu diretamente ao telespectador para martelar o slogan de que deseja "mudar de verdade" o Brasil.

Rivais de Aécio na disputa pelo Planalto, Eduardo Campos (PSB), Dilma e Pastor Everaldo (PSC) serão entrevistados pelo telejornal nesta terça (12), quarta (13) e quinta (14), respectivamente.

27/07/2014

Aécio, te apresento d. Judith Brito

Aécio na pele da Andréa ou Andréa na pele do Aécio?!

aecioxivA Torquemada das alterosas, Andréa Neves, tenta no âmbito nacional o que já conseguiu em Minas, abafar os escândalos do irmão. Tudo acontece em Minas, até o ET é de Varginha, mas nada sai no Estado de Minas. Desde Tancredo Neves, o aparelhamento da mídia é uma constante. A bem da verdade, a irmã do candidato não inova em termos de aparelhamento da mídia. Cássio Cunha Lima fez isso na Paraíba. Teotônio Vilella Filho faz isso em Alagoas. Yeda Crusius e sua parceria umbilical com a RBS fez isso no RS. Em São Paulo a parceria se revelou com milhares de assinaturas da Folha, Estadão e Veja distribuídos nas escolas por todo o Estado.

Por obra e artes de José Serra, vide Mauro Chaves e o seu “Pó pará, governador!” no Estadão, a Folha vem divulgando o que a velha mídia de Minas continua sonegando. Antes que a Andréa consiga convencer os incautos, apresento a ela D. Judith Brito. Esta diretora da Folha reivindicou o papel de oposição para a Folha em relação à Lula e Dilma. Portanto, as relações umbilicais da Folha com José Serra não podem ser jogadas ao colo da Dilma. Segundo a matéria abaixo, na Folha deste domingo, a Goebbels de Aécio Neves traçou a estratégia a seguir: “Diante do quadro, os tucanos traçaram duas estratégias: numa frente, deram tratamento político à exploração do caso, dizendo que ele estava sendo usado pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para prejudicar quem aparece hoje como seu adversário mais competitivo.” A outra estratégia foi dar explicações…

QG de Aécio teme crescimento de rejeição ao tucano

Há uma semana, senador mineiro vem sendo confrontado por causa de construção de aeroporto em terra de seu tio

Decisão de responder prioritariamente sobre o caso na internet foi tomada pelo próprio candidato do PSDB

DANIELA LIMADE SÃO PAULO

A primeira crise no ninho tucano desde o início da campanha eleitoral acendeu, no QG do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o receio de que a rejeição a seu nome cresça antes mesmo de ele se tornar conhecido pela maioria do eleitorado.

Há uma semana o mineiro vem sendo confrontado sobre a construção de um aeroporto em um terreno em nome de seu tio-avô que foi desapropriado pelo governo de Minas quando Aécio comandava o Estado. O caso foi revelado pela Folha. Aécio nega ter beneficiado familiares.

A avaliação do partido é de que uma marca negativa agora poderia prejudicar o candidato em um momento em que a campanha não dispõe de espaço para "se defender" –a propaganda eleitoral só começa em agosto.

Segundo a última pesquisa Datafolha, Aécio tem a segunda menor rejeição entre os quatro candidatos que lideram as sondagens: 17% –mesmo índice de eleitores que dizem conhecê-lo "muito bem".

Entre quem identifica o mineiro, o maior percentual é de eleitores que dizem saber quem é Aécio "só de ouvir falar": 37%. É com essa fatia do eleitorado, na qual espera-se que o tucano cresça, que a campanha mais se preocupa.

A decisão de responder prioritariamente a questionamentos sobre o caso na internet –onde houve ampla repercussão da notícia– foi de Aécio. No domingo em que a primeira reportagem sobre o caso foi publicada, sua coligação emitiu nota em redes sociais e no site da campanha.

Todas as respostas postadas pelo PSDB foram supervisionadas pela irmã de Aécio, Andréa Neves. Ela é assessora da campanha e atuou nos governos do mineiro como braço forte da comunicação.

Os tucanos monitoraram nas redes sociais menções negativas ligando o candidato ao caso; a oposição a ele também. Emídio de Souza, presidente do PT-SP, escreveu no Twitter que levantamentos internos mostravam que 85% das menções a Aécio no Facebook foram negativas.

Diante do quadro, os tucanos traçaram duas estratégias: numa frente, deram tratamento político à exploração do caso, dizendo que ele estava sendo usado pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para prejudicar quem aparece hoje como seu adversário mais competitivo.

Em outra frente, reservaram explicações detalhadas a notas oficiais, para preservar Aécio de ter que dar declarações sobre os meandros do caso. Durante a semana, o candidato teve agenda interna por dois dias. Nas ruas, disse considerar o assunto "explicado".

26/07/2014

Fábrica e aeroPÓrtos Gremlins

Filed under: Aécio Neves,AeroPÓ,Aeroportos,Corrupção,Gremlins,PSDB — Gilmar Crestani @ 12:14 pm
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Aecioporto 3 é fantasma de 5 milhões em Itabira

26 de julho de 2014 | 03:48 Autor: Miguel do Rosário

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Em setembro de 2010, o jornal O Mosaico, editado pelo jornalista Luis Mosaico, de Belo Horizonte, e dedicado a notícias de Minas Gerais, publicou uma notinha de denúncia eleitoral.

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Em meio às confusões aeroportuárias de Aécio Neves, Luis Mosaico, hoje pilotando um blog, resgatou a denúncia.

Pesquisando nas redes, confirmei a denúncia em outro jornal eletrônico.

O interessante desses debates sobre aeroportos mineiros é que eles estão nos fazendo conhecer vários jornalistas mineiros que tentam, há anos, furar o bloqueio midiático imposto no estado pela família Neves.

Há jornalistas presos, jornais e sites censurados. A democracia não tem sido fácil nas montanhas de Minas.

A foto do panfleto segue abaixo.

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*

GOVERNO AÉCIO GASTOU R$ 5 MILHÕES EM REFORMA DE AEROPORTO INEXISTENTE, INDICA PANFLETO ELEITORAL

Trecho de artigo publicado no blog de Luis Mosaico.

Nem só do aeroporto de R$ 14 milhões da cidade de Cláudio pode se alimentar a mídia, mas também do inexistente aeroporto da terra de Drummond. Panfleto eleitoral de 2010, distribuído pela campanha de Aécio ao Senado e de Anastasia ao governo mineiro, informou sobre R$ 5 milhões liberados pelo governo Aécio para melhorias nas operações do aeroporto de Itabira. Só que, acredite ou não o leitor, no município não existe aeroporto, nem mesmo um simples ‘campo de aviação’, como se dizia noutras eras.  (…)

Aecioporto 3 é fantasma de 5 milhões em Itabira | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

22/07/2014

Minas e RS não têm mídia para tucano

O espantoso não é que a Aécio tenha feito um aeroporto, com dinheiro público, para uso pessoal, seu e de sua família. Há coisas ainda piores a respeito de Aécio Neves. O que chama a atenção é que, parece, Minas Gerais não tem jornal, tv ou rádio. Por que não se soube disso antes? Veja só que coincidência. Quando Yeda Crusius era governadora do RS, nada a seu respeito saía na RBS. E isso que a RBS domina 80% do mercado de mídia do RS. As pequenas informações eram dadas pela Folha de São Paulo. O que fazem estes tucanos com a mídia local para que sejam tão protegidos? Será que os largos investimentos em marketing pagam a conta da proteção mafiosa de que gozam quando estão no poder?

A Folha faz com Aécio o que não fez com José Serra e Geraldo Alckmin. Para nosso mal, estes dois paulistas fizeram e fazem com o dinheiro público coisas ainda piores, como a distribuição de assinaturas de Veja e Folha de São Paulo nas escolas por todo o interior de São Paulo. Cadê as reportagens indignadas da Folha a respeito dos desvios da Alstom, Siemens? Até agora a Folha não fez uma reportagem sequer sobre o racionamento de água que atinge paulistanos da periferia.

Ainda acho que a denúncia da Folha é uma matéria paga pelo José Serra, desafeto mortal de Aécio Neves. Basta lembrar de outros colunas, como aquela do Mauro Chaves no Estadão ou a do Juca Kfouri, no UOL.

O Aécioporto

Quando governador de MG, Aécio Neves usou 14 milhões de dinheiro público para construir um aeroporto num terreno de sua família, na cidade de Claudio, que tem 25 mil habitantes. Coincidentemente, o terreno fica próximo a um dos lugares que Aécio mais gosta de visitar no estado. O próprio fato de a denúncia ter sido feita pela Foxlha é algo espantoso, considerando que a própria Ombudsman do jornal já cansou de apontar que a cobertura do periódico é pró-tucana. Eles queriam já estourar uma bomba que provavelmente seria detonada durante a campanha e provocaria mais destruições? Há dedo de José Serra aí?

Não sei. O fato é que, para se defender, Aécio disse que o terreno foi desapropriado e que sua família não se beneficiou disso.

Uau. A emenda foi pior que o soneto – o que não é incomum no que diz respeito a Aécio, que constantemente comete esses tropeços colossais.

Porque o fato é que a JUSTIFICATIVA de Aécio é que o estado do qual era governador PAGOU por um terreno de SUA FAMÍLIA. Isso já seria ruim o bastante, mas, pra piorar, não é verdade, já que o terreno ainda está sob litígio, já que seu tio, dono do terreno, quer mais dinheiro do que o que lhe foi oferecido.

E o estado não tem saída, já que construiu um aeroporto num terreno que não era legalmente seu, praticamente obrigando os cofres públicos a pagarem uma fortuna ao TIO DE ÁECIO por um aeroporto que não beneficia ninguém a não ser sua família.

Sim, porque o outro fato embaraçoso é que o aeroporto ("público", segundo Aécio) fica fechado e as chaves são controladas… POR SEU PRIMO.

Já está ruim o bastante? Pois tem mais: o tal primo TEM FICHA CRIMINAL.

Agora imaginem se Dilma tivesse construído aeroporto num terreno de sua família, fechado ao público e controlado por parente com ficha criminal. O ruído do orgasmo coletivo da mídia seria ouvido na Lua. E as manchetes ficariam expostas até o dia da eleição.

SQN

04/06/2014

Banditismo MafioMidiáticos

Aeroporto

Banditismo escrito

Um porco e três filhos da puta

Pablo Villaça

Alexi Lalas escreve que está no Rio: "Não fui roubado e meus órgãos não foram extraídos". O Globo traduz: "AINDA não fui roubado". Canalhas.

É assim que esta mídia de merda manipula os imbecis: pintando um Brasil pavoroso que não encontra reflexo na realidade. Querem convencer o povo de que o Brasil é digno de vergonha. O objetivo: colocar no poder quem favorece seus próprios interesses. Querem salários baixos e um povo miserável que se contenta com migalhas enquanto o 1% mais rico nada em benefícios.

No entanto, eles não têm os votos pra isso e, portanto, precisam que o POVO faça o trabalho para eles, votando contra os próprios interesses. Daí a manipulação contínua.

"Não, a imprensa não age com má fé! Isso é paranoia!". A paranoia não inventa as manchetes negativas que distorcem os fatos diariamente. Um estrangeiro escreve que "Não foi roubado" e um dos principais jornais do país traduz como "AINDA não foi roubado". Isso é o quê? Caráter? Honestidade? Como não ficar possesso de raiva diante deste tipo de canalhice? Como posso ver alguém defender a versão da mídia e ficar passivo? Não dá.

A competição faz parte da democracia. Mas a competição limpa. A imprensa deveria OBSERVAR e REPORTAR, não MOLDAR A REALIDADE e MENTIR.

Enfim. Podem ter vergonha do Brasil, seus vira-latas com complexo de colonizados. De minha parte, tenho orgulho pra caralho desse país.

SQN

11/02/2012

Dilma acerta tiro no (próprio) pé

Filed under: Aeroportos,Ezeiza,Privadas da Dilma — Gilmar Crestani @ 10:12 am

Sindicalista compara concessão de aeroportos ao sistema elétrico: “Tá cheirando mal”

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Francisco Luiz Xavier de Lemos, está convidando a mídia brasileira a visitar o aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, para descobrir quanto a empresa concessionária, a Corporação América, investiu de dinheiro próprio na melhoria da infraestrutura. A empresa é a mesma que venceu recente leilão para administrar o aeroporto de Brasília. Lemos comparou a concessão dos três principais aeroportos brasileiros à privatização do sistema elétrico. Segundo ele, o dinheiro investido foi do BNDES, o que permitiu aos empresários lucrar sem arriscar capital. Ele diz que, ao retirar do controle da Infraero os três aeroportos mais lucrativos, o governo Dilma colocou em jogo o futuro de todo o sistema, no qual os aeroportos lucrativos bancavam os deficitários.

Para ouvir a entrevista, clique abaixo:

Nós entendemos que a palavra não muda o sentido da coisa. O governo chama de concessão, mas nós entendemos que concessão é uma privatização disfarçada.

Viomundo: Então, a semântica para você não importa…

Não. De forma alguma. Acho que concessão, privatização… quando você entrega ou a responsabilidade ou o patrimônio do estado você está privatizando algo que deveria estar na mão e sob responsabilidade do estado brasileiro.

Viomundo: O estado brasileiro precisa tocar aeroporto, você considera estratégico?

Considero, sim. Eu acredito que 85% dos aeroportos do mundo é o estado que administra, por diversos fatores. Apenas 15% está nas mãos da iniciativa privada. Destes 15% que está na mão da iniciativa privada diversos exemplos são negativos. Há realmente alguns aspectos localizados positivos, eu não nego. Mas há principalmente a falta de investimento. Para você ter uma ideia o aeroporto de Ezeiza, aqui do lado, em Buenos Aires, quando foi privatizado… grandes aeronaves como o 747-777 e o 767-400, que pousavam em Guarulhos e seguiam de manhã para Buenos Aires para terminar o vôo, as próprias companhias de seguro das aeronaves começaram a cobrar mais caro, porque fez uma avaliação do aeroporto de Buenos Aires. Depois de privatizado ele não teve os investimentos necessários e consequentemente aumentou o risco até de acidente aéreo.

Viomundo: O estado não deveria se concentrar em saúde, educação, segurança pública e deixar os aeroportos para a iniciativa privada?

Você está falando na questão de saúde e segurança. O setor elétrico foi privatizado com a essa pretensão de que a iniciativa privada melhoraria, iria investir, enfim. O que está acontecendo? Os transformadores do Rio de Janeiro, transformadores de subsolo que deveriam ser de superfície… não fizeram os investimentos necessários, precarizaram demais a mão de obra, ou seja, terceirização, quarteirização, descaso com a legislação trabalhista. E acabou criando problemas terríveis. De vez em quando cai um disjuntor no setor elétrico e deixa a gente no escuro. Pergunto eu a vocês: no setor aéreo, o que é que cai? Não é disjuntor, cai avião. Até mesmo porque 95% dos acidentes aéreos no mundo, até hoje na história da aviação, ocorrem no processo de pouso ou decolagem e a infraestrutura aeroportuária, seja em equipamento, em pessoal, em condições de pista, em sinalização tem muito a ver com todas as investigações desses acidentes que ocorreram no mundo. Apenas 5% dos acidentes aéreos no mundo ocorrem em vôo de cruzeiro, como o caso da Air France, a não ser nisso todos têm a ver com as condições da infraestrutura aeroportuária.

Viomundo: Foi dito que a Infraero vai continuar cuidando de tudo. Basicamente o que os concessionários vão fazer é cuidar das lojinhas. É verdade?

A gente criou uma cláusula de barreira no edital para que não ocorresse o que aconteceu com o setor de telecomunicações ou com o setor elétrico, deles terceirizarem ou quarteirizarem o serviço final com qualquer empresa, o que colocaria em risco muito grande a operação de vôo e de transporte aéreo desse país. Para evitar isso, nós conseguimos negociar com o governo e colocar no edital que para o serviço básico do aeroporto tem de ser funcionário direto da concessionária, ou seja, vai ter de contratar mão-de-obra direta, treinar essa mão-de-obra e administrar. Com uma exceção: a concessionária poderá contratar a Infraero, que é sócia e já tem experiência na questão operacional para cuidar dessas atividades fins, e aí a Infraero seria remunerada à parte da lucratividade, porque ela é sócia. Há uma possibilidade de que a Infraero continue tocando as atividades-fim, ou seja, operações, segurança, carga áerea, isso ficaria na mão do estado e evidentemente a área comercial a gente encara como operação secundária. A área comercial poderia ficar até com a administração da concessionária, desde que o funcionário seja contratado diretamente da concessionária.

Viomundo: Por que somente os três principais aeroportos, justamente os mais lucrativos? E os outros?

Pois é. A questão dessas privatizações é que toda a rede Infraero que é composta por 67 aeroportos, 83 grupamentos de navegação aérea, diversos terminais de carga, tudo isso é garantido sem aporte nenhum do governo, é tudo com recurso próprio, da própria Infraero. E só 12 aeroportos brasileiros são lucrativos. Até mesmo por conta de que a Infraero utiliza o modelo da federação brasileira. Nem todos os estados da federação são superavitários. Estados dessa federação são subsidiados por estados como São Paulo, que deve subsidiar um monte de repasses para outros estados que não tem renda. A Infraero funciona desse jeito. Essa pergunta deve ser feita à presidente Dilma. Ela que tem que dar conta de como ela tira os três grandes, lucrativos, do sistema… e os outros aeroportos, vai entregar o que, a municipalização, a estadualização? Ou o governo vai ter de deslocar recursos da educação, da saúde? Não podem negar… que Teresina, no Piauí, fique sem aeroporto ou com aeroporto precário. Teresina faz parte da federação brasileira, do estado brasileiro e tem de ser subsidiado por alguém.

Viomundo: Mas o argumento é de que com a bolada de dinheiro que vai entrar agora o Brasil enfim terá dinheiro para investir nos aeroportos deficitários…

De forma alguma, de forma alguma. Primeiro que o estado não é banco, não é corretora, não tem de ficar comemorando ágio nenhum, lucro nenhum. Estado, na minha concepção do que é estado, tem de comemorar o resultado de satisfação em bem estar da sociedade que ele representa. Eu acho que é balela dizer que esse dinheiro vai para aeroporto. Ainda não está muito claro nessa negociata toda como é que entram os 80% de dinheiro do BNDES, que é dinheiro do estado, para financiar em condições extremamente paternais esse tipo de negócio que foi feito com aeroportos. Tá feia a coisa, na minha opinião a coisa tá muito feia e cheirando mal.

Viomundo: O BNDES financia a concessão a grupos privados dos aeroportos lucrativos…

É o que está acontecendo no setor elétrico. É só vocês investigarem. O investimento dos próprios grupos, dos próprios recursos, esse não tá vindo, não. A hora que acabou o dinheiro do BNDES eles estão abandonando tudo. Eles só lucraram. Dinheiro do próprio bolso, do bolso do empresariado, para investimento, esse não está vindo nem aqui e nem na Argentina. Inclusive é o mesmo empresário que privatizou o aeroporto de Brasília. O principal do consórcio. É só vocês darem um pulinho aqui do lado em Ezeiza, dá uma olhada no investimento que foi feito no aeroporto de Buenos Aires. Não foi feito investimento nenhum, nem vai ser feito.

Viomundo: É o mesmo grupo que ganhou a concessão em Brasília.

Exatamente. Interessante fazer uma viagem a Buenos Aires, escutar um tango e ver as condições do aeroporto, como é que tá. É do lado, é pertinho, é um convite que a gente faz à nossa mídia, à mídia investigativa. Evidentemente que vocês vão deparar com uma situação que deve preocupar a sociedade brasileira. O grupo é o mesmo que está assumindo o aeroporto de Brasília. O governo deixou praticamente oito procuradores de plantão na AGU [Advocacia Geral da União] para combater nossos questionamentos judiciais e acredito que a gente deve provocar uma discussão principalmente no Congresso Federal para que seja avaliado mais profundamente o que tem de realmente concreto, de positivo e de negativo nessa história. Nós, do sindicato e da Central Única dos Trabalhadores, nós fizemos… durante quase dois anos a gente encaminhou diversos questionamentos para a opinião pública, a mídia e o governo e muitos desses questionamentos não tiveram resposta até agora, em relação ao que melhora, o que piora, que risco corremos. O sindicato vai continuar mobilizando, alertando a sociedade e fiscalizando muito de perto, mais do que nunca, a segurança da atividade aérea no país.

Viomundo: Outro argumento em favor da concessão é de que a Infraero é uma estatal ineficiente.

Não encaro como estatal ineficiente, não. Eu acho que é uma estatal que tem quase 40 anos de existência, nunca precisou de um centavo do governo para atingir seus objetivos e mantém um padrão de aeroportos, sendo a sua grande maioria deficitária, não acho ineficiência. Ineficiência existe na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), como todas as agências que foram criadas, em seus objetivos, não funcionam. Boa parte, talvez a maior parte dos problemas que temos nos aeroportos é de fiscalização e regulamentação e não é o papel da Infraero, que não tem poder de fiscalizar. Eu acho que só vai melhorar a operacionalidade dos aeroportos quando mudar o procedimento operacional e a agência funcionar. Aliás, nenhuma delas funciona. Nem ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), nem ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), nem ANAC, eu não vejo eficiência em agência regulamentadora deste país, nenhuma. A gente passaria muito bem sem essas agências.

Sindicalista compara concessão de aeroportos ao sistema elétrico: “Tá cheirando mal” | Viomundo – O que você não vê na mídia

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