Ficha Corrida

23/02/2015

Aeroporto para tapetão voador

Filed under: AeroPÓ,Camargo Correa,FHC,Tradição Tucana — Gilmar Crestani @ 4:33 pm
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Pena que o Ministério Público, este mistério púbico, só tenha passado a existir a partir da chegada do PT ao governo, senão poderia ter denunciado, sem necessidade de domínio do fato, a compra da reeleição ou a construção deste aeroporto. Taí, ó, para quem diz que o PSDB não deixou legado que vá cimento e tijolos, já foi encontrado pelo menos uma que cimenta as relações da Camargo Correia com FHC

Deve ser por isso que o PSDB se acha no direito de falar em moralidade no serviço público…

Como no poema gaudério, Herança, do Apparício Silva Rillo, a paciência bovina do Ministério Público :

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos
os bois mandavam nos homens,
e por isso a vida era mansa na cidadezinha
arrodeada de ventos, chácaras e estâncias.
Os touros cumpriam devotamente o seu mister
e as vacas, pacientes,
pariam terneiros e terneiros e terneiros.
O campo engordava os bois,
as tropas de abril engordavam os homens
e os homens engordavam as mulheres.

Na época a mídia não fazia escândalo porque escândalo não era notícia. Algo legal, corriqueiro, correto, ético, seria notícia. Nunca o que o PSDB fazia. Prova que até hoje se nota pela diferença de tratamento.

O melhor epitáfio da Era FHC foi escrito por Rubens Ricúpero, no famoso Escândalo da Parabólica, e divulgado pela Rede Globo via Monforte: "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde."

OPS! Outro aeroporto tucano? Camargo Correa fez aeroporto “de presente” para fazenda de FHC

FazendaFHC

A Camargo Correa, e a filha de FHC “fantasma” no Senado, tem algo em comum no passado.

Uma inusitada boa vizinhança entre duas fazendas, onde o conflito de interesses público e privado não tinha porteiras.

Em 1989, FHC comprou com Sérgio Motta a fazenda “Córrego da Ponte” em Buritis (MG).

Em 1995, quando FHC já era presidente, e a proprietária da fazenda Pontezinha, ao lado das terras de FHC, era a Agropecuária Jauense, da Camargo Corrêa.

De acordo com esta antiga reportagem da Revista ISTOÉ, em julho de 1995, a empreiteira iniciou a construção de um aeródromo particular na fazenda, obra concluída em menos de 3 meses.

Conta com uma pista de 1.300 metros (mesmo tamanho que a do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro), e estacionamento para 20 pequenas aeronaves.

O registro oficial da pista no Departamento de Aviação Civil (DAC), antecessor da ANAC, foi feito em outubro de 1995, autorizando receber aviões do tipo Bandeirantes e Lear-Jets.

O engenheiro responsável pela obra, Marcelo Ávidos, elogia a qualidade da pista, discorda das restrições de pouso impostas pela Infraero e garante que o aeródromo está preparado para grandes aeronaves. “Até um Boeing 737 pode aterrissar ali”, atesta Ávidos.

Na época da reportagem (1999), o fazendeiro Celito Kock, vizinho de ambos e atento observador do trânsito aéreo na região narrava:

“Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não pára de descer gente”.

Dois habitués na pista da Pontezinha eram Luciana Cardoso (atual funcionária “fantasma” do Senador Heráclito Fortes), filha do presidente, e seu marido, Getúlio Vaz, que iam à fazenda de Fernando Henrique sempre que podiam.

A assessoria de imprensa da Presidência da República informou à reportagem que FHC usou apenas uma vez a pista da Camargo Corrêa, num dia em que estava difícil voar de helicóptero. Mas confirmou a utilização da pista pelos familiares do presidente.

Nesta época, Jovelino Carvalho Mineiro Filho (amigo de FHC) já havia comprado a parte que pertencia a Sérgio Motta, e FHC havia passado sua parte aos filhos Luciana Cardoso, Beatriz Cardoso, e Paulo Henrique Cardoso.

A sociedade era gerida e administrada por Jovelino Mineiro e Luciana Cardoso.

MESES ANTES, A CAMARGO CORRÊA GANHOU A OBRA DE AMPLIAÇÃO DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA

Apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendou o serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, numa autêntica troca de gentilezas.

Meses antes, a Tercon havia conseguido um bom negócio ao ser contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília – empreitada que só terminou anos depois. Com isso, não se furtaria a retribuir o favor.

FILHA DE FHC USOU AVIÃO DA FAB PARA IR À FAZENDA EM 2002

Em 2002, o procurador da República Luiz Francisco Souza, exigiu explicações à Luciana Cardoso, filha do ex-presidente, por ter viajado a Buritis (MG) num avião oficial da Força Aérea Brasileira.

Luciana foi a Buritis conferir os danos causados pela invasão dos sem-terra à sede da Fazenda Córrego da Ponte, de propriedade de sua família.

A assessoria do Palácio do Planalto informou que Luciana era funcionária da Presidência (era secretária do próprio FHC) e viajou com outros servidores do Planalto.

OPS! Outro aeroporto tucano? Camargo Correa fez aeroporto “de presente” para fazenda de FHC | BRASIL29 noti­cias

02/12/2014

Pó pará, Aécio!

A mais longa síndrome de abstinência da história

Aecio hjPOcritaAs operações da Polícia Federal, de que fala a ADPF, combinada com a perda das chaves do Aeroporto de Cláudio, deixaram Aécio Neves exasperado. A síndrome de abstinência persiste tanto mais porque apanhou nos dois Estados que ele tinha como se fossem sua própria casa: Minas e Rio.

É por comportamentos como este que o partido que tinha por projeto ficar 20 anos no poder, como verbalizou o PC Farias do PSDB, Sérgio Motta, que FHC e seus sequelados estão alijados do Poder Central. Pior, é o retorno de Lula em 2014 que os enlouquece. Uma compra de reeleição do país tolera, será que terá estômago para digerir este tapetão de obsessão infantil de maus perdedores.

Se ele pode me chamar, como eleitor de Dilma, membro de “organização criminosa”, por que eu não poderia chama-lo de toxicômano?!

Pó pará, governador! Perdeu, playboy!

JANIO DE FREITAS

O presente de Aécio

Se ele acha que está sendo ‘porta-voz da indignação’, fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo

Ela se apropriou da política econômica defendida por Aécio, mas Aécio não se deixa abater e já demonstra que pode fazer o mesmo: adere à redução da desigualdade social por meio da distribuição de renda, defendida por Dilma na campanha.

A reviravolta de Dilma foi mais surpreendente, mas a de Aécio é mais original no método. Veio pela TV, na amenidade noturna do fim de semana, e naquele estilo de elegância chamado "curto e grosso".

Nas próprias palavras do ainda pretendente à Presidência da República: "Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político, eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinada por esse grupo político que aí está".

De fato, Aécio não perdeu para um partido político. Perdeu para os eleitores, petistas, peemedebistas e nada disso, que lhe negaram o voto e o deram a Dilma. Qualquer deles agora habilitado, desde que capaz de alguma prova de sua adesão a Dilma, a mover uma ação criminal contra Aécio Neves por difamação, calúnia e injúria, e cobrar-lhe uma indenização por danos morais.

Uma foto em manifestação, uma doação ou um serviço para a campanha, um cartaz ou um retrato na janela, uma propaganda no carro, em qualquer lugar do país podem se juntar às demais provas para dar uma resposta à acusação de Aécio Neves tão gratuitamente agressiva e tão agressivamente insultuosa.

É difícil admitir que Aécio Neves esteja consciente do papel que está exercendo. A situação social do Brasil não é de permitir que acirramentos, incitações e disseminação de ódios levem apenas a efeitos inócuos, de mera propaganda política. Para percebê-lo, não é preciso mais do que notar a violência dos protestos com incêndios ou a quantidade de armas apreendidas.

Se Aécio acha, como diz, que está sendo "porta-voz de um sentimento de indignação", pior ainda: fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo, e aonde isso o leva.

12/08/2014

Aécio assume que não tem constrangimento

Filed under: Aécio Neves,AécioPorto,AeroPÓ,Aeroportos,Narcotráfico — Gilmar Crestani @ 8:38 am
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Não entendeu? Vamos desenhar. Em 2013, o portal G1, da Rede Globo, noticiou: Polícia fecha laboratório de refino de drogas em Cláudio, MG. A Polícia Federal pega um helipóptero com 450 kg de cocaína, que passagem pelas marginais de Cláudio/MG. A ADPF denunciou que Juiz de Fora, Minas Gerais, virou centro de distribuição de droga para o Nordeste. A Folha insiste que o programa do Aécio para Aeroportos só beneficiou lugares onde ele e sua família tinham e têm fazendas. É evidente que um sujeito que faz isso não tem o menor constrangimento. Constrangida ficaria minha avó se soubesse disso!

aeciportonAécio diz no ‘JN’ que uso de aeroporto não o constrange

Tucano foi questionado ao vivo sobre obra em terra de tio-avô, em Minas

Temas como mensalão tucano e cartel no metrô de São Paulo também foram abordados durante entrevista

DE SÃO PAULO

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), disse não ter nenhum constrangimento ético por ter usado o aeródromo de Cláudio (MG), construído em terreno de seu tio-avô que foi desapropriado pelo Estado.

Os questionamentos a respeito da obra dominaram a entrevista do tucano, ao vivo, no "Jornal Nacional", da TV Globo, nesta segunda (11).

Diversos temas polêmicos para Aécio e o seu partido foram abordados –como o caso do cartel no metrô de São Paulo e o mensalão mineiro– mas a obra em Cláudio, patrocinada pelo tucano quando governador, ocupou quase um terço do tempo que ele tinha para expor suas ideias. O caso foi revelado pela Folha no dia 20 de julho.

Questionado se considerava "republicano" construir um aeroporto que "poderia ser visto como benefício para a família, no mínimo, por valorizar as terras dela", Aécio rebateu dizendo que, "nesse caso, especificamente, se houve algum prejudicado" foi o tio-avô. "Ele reivindica R$ 9 milhões na Justiça e não recebeu R$ 1 até hoje."

O tucano também foi questionado sobre a proximidade da obra com a Fazenda da Mata, sítio de sua família que fica a 6 km do aeródromo de Cláudio. "Essa fazenda a qual você se refere está na minha família há 150 anos. Ninguém faz negócio ali", respondeu.

"Nunca na minha vida fiz algo que eu não pudesse defender de cabeça erguida. (…) Até porque nesse local já havia uma pista [de terra]. Eu poderia ter descido lá."

Ao falar de economia, Aécio disse que o produto da balança comercial da gestão Dilma Rousseff (PT) é a geração de empregos fora e não dentro do país. Citou a volta da inflação e afirmou que o baixo crescimento prejudica a criação de postos de trabalho.

O tucano admitiu que o próximo governo terá de promover um "realinhamento" de preços hoje represados, mas não deu detalhes. "Só quando tiver os dados sobre a realidade do governo." Por fim, se dirigiu diretamente ao telespectador para martelar o slogan de que deseja "mudar de verdade" o Brasil.

Rivais de Aécio na disputa pelo Planalto, Eduardo Campos (PSB), Dilma e Pastor Everaldo (PSC) serão entrevistados pelo telejornal nesta terça (12), quarta (13) e quinta (14), respectivamente.

07/08/2014

José Jorge, esqueleto que FHC escondeu no armário do TCU

Filed under: AeroPÓ,FHC,Gilmar Mendes,José Jorge,P-36,Petrobrás,PSDB,TCU — Gilmar Crestani @ 12:01 am
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Augusto Nardes, José Jorge, Gilmar Mendes. Eis a plêiade, os varões do Putarco! Putarco é uma corruptela daquele autor clássico da literatura greco-latina que escreveu Vidas Paralelas, Plutarco. PML faz as mal traças linhas paralelas entre dois personagens (como seu congênere grego em Roma: José Jorge x Edson Lobão… Por tabela, traça os paralelos dos modus operandi de FHC e Lula se encontrarem na Petrobrás. Ou seria Petrobrax?

Neste cotejo de personagens, põe em relevo P-36 x Pasadena. Com autoridade e estilo, PML joga uma pá de cal encima daquele cocô que ousa chamar-se revista. Se tiveres dinheiro, nenhuma ética e algum ódio, há quem publique o que quiseres que seja publicado. Mas há assuntos proibidos na revista de aluguel.

Jamais encontrarás nas páginas daquele pastiche manchetes raivosas a respeito do:

1) helipóptero com 450 kg de cocaína; 

2) aécio2portos;

3) Tremsalão (Siemens, Alstom);

4) racionamento ou crise d’água em São Paulo…

Como lembra o grafite da periferia paulista, o PSDB, se voltar, transforma o mar em sertão.

Voltando aos esqueletos que FHC homiziou em órgãos públicos, a lista estaria incompleta se não citasse o esqueleto de  Gilmar Mendes no STF. Figuras das quais Plutarco não se ocuparia, mas Putarcos de aluguel vicejam em revistas idem. Botar tudo na conta de FHC também é sacanagem, pois Mário Covas, antes dele, já havia incrustado no TCE-SP o flanelinha de trens, Robson Marinho. Como se vê, é uma tradição do PSDB, de norte a Sul, legar personagens como o famigerado Cel. Mendes.

Onde está José Jorge?

5 de agosto de 2014 – por Paulo Moreira Leite

O destino de José Jorge, ministro do TCU, relator de cinco denúncias contra diretores da Petrobrás, é alvo de justas preocupações por parte da CPI.

Ele já foi convidado para dar depoimento mas não disse nem sim nem não e, a qualquer momento pode ser convocado pelos parlamentares para dar depoimento e, neste caso, será obrigado a comparecer. A requisição do senador Antonio Carlos Rodrigues, de São Paulo, está pronta para ser debatida e votada.

O TCU, não custa lembrar, não é um poder autônomo. É um órgão auxiliar do Legislativo, a quem presta assessoria jurídica.

José Jorge chegou ao tribunal por indicação de Fernando Henrique Cardoso e, antes disso, foi ministro das Minas e Energia durante o reinado tucano. Na condição de ministro, presidiu o Conselho Administrativo da Petrobrás e ocupava o posto quando ocorreram dois desastres na empresa.

O primeiro foi uma ruinosa troca de ações com uma subsidiária da Repsol, na Argentina. Prejuízo estimado: US$ 2,5 bilhões. O segundo foi o naufrágio da P-36, plataforma oceânica, responsável por 6% do petróleo do país. Prejuízo estimado: US$ 1 bilhão por ano.

Referindo-se aquele período em que José Jorge era o manda-chuva na área de energia brasileira, a revista VEJA fez uma observação curiosa, sem dar nomes, mas reveladora do que se passava na maior empresa brasileira:
“Um urubu pousou no ombro da Petrobras e nada consegue espantá-lo”.

Você já fez as contas: no armário de José Jorge guarda-se um esqueleto equivalente, por baixo, a cinco vezes aquele prejuízo que, em teoria foi produzido pela compra de Pasadena. Detalhe: Pasadena existe, refina petróleo e pode dar lucro. Se a economia americana mantiver o ritmo deste ano, o prejuízo registrado na compra. Quanto a plataforma naufragada, hoje serve de moradia para lagostas, peixes coloridos e outros animais estranhos que habitam o fundo do mar. Irreversível, a troca de ações fez a alegria de mão única de quem empurrou o mico para os cofres brasileiros.

Não se deve colocar o carro na frente dos bois e incriminar José Jorge por aquilo que ocorreu sob sua gestão. Todos são inocentes até que se prove o contrário, certo?

Mas, com todos estes números no currículo, José Jorge conseguiu ser o relator de cinco “missões investigativas” realizadas para apurar a denúncia de Pasadena. Vamos ser simpáticos.

Imagine se, um dia, quando deixar o governo, o atual ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, vai parar no TCU. De repente, surge uma denúncia sobre a Repsol, ou sobre a plataforma, José Jorge vai parar na berlinda e Lobão vai parar na berlinda. Pode? Claro que não. O conflito de interesses seria óbvio demais para ser ignorado.

Estamos falando de um personagem múltiplo, que às vezes faz o papel de raposa e em outros, de galinha e, quem sabe, daquele urubu sugerido pela VEJA. Como imaginar que possa ter isenção para examinar, julgar e condenar?

É neste jogo de sombras que a oposição procura manter o interesse sobre a denuncia contra a Petrobrás. É um fracasso recorde, vamos combinar. O Congresso fez duas CPIs para investigar o caso e nenhuma delas trouxe qualquer novidade substancial – apenas confirmou aquilo que era possível perceber depois dos primeiros depoimentos.

Essa é a utilidade do factóide da semana, em torno das reuniões dos dirigentes da Petrobrás que antecederam seus depoimentos. Só o puro interesse político-eleitoral pode tentar tranformar uma banalidade em escândalo, distorção assinalada hoje pelo mestre Jânio de Freitas. Ele escreveu: ”Não pesquisam nada, não estudam nada, apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo. Com tantos meses de falatório sobre Petrobras e seus dirigentes, o que saiu de seguro (e não é muito) a respeito foi só por denúncias à imprensa. Mas a Petrobras sangra, enquanto serve de pasto eleitoral.”

Incapaz de apontar para irregularidades reais, consistentes, que seria de interesse de todos investigar, a oposição monta um circo em torno dos bastidores, como se ali tivesse ocorrido uma trama para iludir o país.

É de rir – quando se recorda que a a maioria das questões colocadas pela CPI eram públicas, estavam no site do senado e podiam ser consultadas por qualquer pessoa. Qualquer parlamentar que tivesse alguma questão surpreendente, fantástica, bombástica, também teria direito a colocar sua questão e, heroicamente, desmontar a conspiração. As câmaras e microfones estavam ali, ávidos, famintos, a espera justamente de uma cena como esta.
Só que para isso era preciso ter consistência, informações, conhecimento.

Sob outro aspecto, também é o caso de chorar. A oposição só não participou da CPI do Senado porque não quis, preferindo fazer o teatrinho da denuncia. Mas foi até o STF garantir outra CPI, a segunda, para tratar do mesmo assunto, que nada apurou nem demonstrou de relevante. Quer convencer os brasileiros, agora, que a CPI nada descobriu porque os diretores combinaram as respostas. Não dá para acreditar na pura ingenuidade de tantos políticos veteranos.

Ou contavam com a disposição dos acusados para se autoincriminarem, ainda que estes sempre tenham afirmado que as denúncias eram falsas.

Ou já sabiam de antemão que nada havia para ser descoberto e que o importante era manter o clima inquisitório – de grande utilidade na campanha eleitoral.

O ponto é este. Chamados a depor, os acusados compareceram a CPI e prestaram todos depoimentos necessários. Se algum ponto relevante ficou para ser esclarecido, ninguém lembrou de perguntar.

Os depoentes receberam orientação de advogados e assessores, o que é natural num ambiente agressivo, onde provocações, frases de efeito e acrobacias perante câmaras de TV são o trunfo de cada parlamentar-inquisidor, treinado em jogar para a platéia que tudo acompanha de casa.
Se não fossem prestar este serviço, por que seriam contratados, muitas vezes à peso de ouro?

Invertendo o sinal: alguém acha que os deputados e senadores da oposição buscam informações num convento de freiras? Preparam perguntas e montam cenários lendo poemas barrocos? Seria este um mundo sem promessas obscuras, negócios prometidos, recompensas insinuadas?

A questão real, sabemos todos, é outra.

Mesmo reunindo o tradicional adversário do PT, e dois ex-ministros de Lula que agora frequentam outro palanque, a oposição não consegue ser uma ameaça ao governo. Suas intenções de voto, somadas, nunca estiveram tão baixas, lembra Maurício Puls, no artigo “Sem rumo,” publicado na Folha de S. Paulo no último sabado. Este é o combustível do dia. O resto é teatro.

Onde está José Jorge? | Paulo Moreira Leite

Paulo Moreira Leite

Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília. É também autor do livro "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA, IstoÉ e Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

27/07/2014

Aécio, te apresento d. Judith Brito

Aécio na pele da Andréa ou Andréa na pele do Aécio?!

aecioxivA Torquemada das alterosas, Andréa Neves, tenta no âmbito nacional o que já conseguiu em Minas, abafar os escândalos do irmão. Tudo acontece em Minas, até o ET é de Varginha, mas nada sai no Estado de Minas. Desde Tancredo Neves, o aparelhamento da mídia é uma constante. A bem da verdade, a irmã do candidato não inova em termos de aparelhamento da mídia. Cássio Cunha Lima fez isso na Paraíba. Teotônio Vilella Filho faz isso em Alagoas. Yeda Crusius e sua parceria umbilical com a RBS fez isso no RS. Em São Paulo a parceria se revelou com milhares de assinaturas da Folha, Estadão e Veja distribuídos nas escolas por todo o Estado.

Por obra e artes de José Serra, vide Mauro Chaves e o seu “Pó pará, governador!” no Estadão, a Folha vem divulgando o que a velha mídia de Minas continua sonegando. Antes que a Andréa consiga convencer os incautos, apresento a ela D. Judith Brito. Esta diretora da Folha reivindicou o papel de oposição para a Folha em relação à Lula e Dilma. Portanto, as relações umbilicais da Folha com José Serra não podem ser jogadas ao colo da Dilma. Segundo a matéria abaixo, na Folha deste domingo, a Goebbels de Aécio Neves traçou a estratégia a seguir: “Diante do quadro, os tucanos traçaram duas estratégias: numa frente, deram tratamento político à exploração do caso, dizendo que ele estava sendo usado pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para prejudicar quem aparece hoje como seu adversário mais competitivo.” A outra estratégia foi dar explicações…

QG de Aécio teme crescimento de rejeição ao tucano

Há uma semana, senador mineiro vem sendo confrontado por causa de construção de aeroporto em terra de seu tio

Decisão de responder prioritariamente sobre o caso na internet foi tomada pelo próprio candidato do PSDB

DANIELA LIMADE SÃO PAULO

A primeira crise no ninho tucano desde o início da campanha eleitoral acendeu, no QG do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o receio de que a rejeição a seu nome cresça antes mesmo de ele se tornar conhecido pela maioria do eleitorado.

Há uma semana o mineiro vem sendo confrontado sobre a construção de um aeroporto em um terreno em nome de seu tio-avô que foi desapropriado pelo governo de Minas quando Aécio comandava o Estado. O caso foi revelado pela Folha. Aécio nega ter beneficiado familiares.

A avaliação do partido é de que uma marca negativa agora poderia prejudicar o candidato em um momento em que a campanha não dispõe de espaço para "se defender" –a propaganda eleitoral só começa em agosto.

Segundo a última pesquisa Datafolha, Aécio tem a segunda menor rejeição entre os quatro candidatos que lideram as sondagens: 17% –mesmo índice de eleitores que dizem conhecê-lo "muito bem".

Entre quem identifica o mineiro, o maior percentual é de eleitores que dizem saber quem é Aécio "só de ouvir falar": 37%. É com essa fatia do eleitorado, na qual espera-se que o tucano cresça, que a campanha mais se preocupa.

A decisão de responder prioritariamente a questionamentos sobre o caso na internet –onde houve ampla repercussão da notícia– foi de Aécio. No domingo em que a primeira reportagem sobre o caso foi publicada, sua coligação emitiu nota em redes sociais e no site da campanha.

Todas as respostas postadas pelo PSDB foram supervisionadas pela irmã de Aécio, Andréa Neves. Ela é assessora da campanha e atuou nos governos do mineiro como braço forte da comunicação.

Os tucanos monitoraram nas redes sociais menções negativas ligando o candidato ao caso; a oposição a ele também. Emídio de Souza, presidente do PT-SP, escreveu no Twitter que levantamentos internos mostravam que 85% das menções a Aécio no Facebook foram negativas.

Diante do quadro, os tucanos traçaram duas estratégias: numa frente, deram tratamento político à exploração do caso, dizendo que ele estava sendo usado pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para prejudicar quem aparece hoje como seu adversário mais competitivo.

Em outra frente, reservaram explicações detalhadas a notas oficiais, para preservar Aécio de ter que dar declarações sobre os meandros do caso. Durante a semana, o candidato teve agenda interna por dois dias. Nas ruas, disse considerar o assunto "explicado".

26/07/2014

Fábrica e aeroPÓrtos Gremlins

Filed under: Aécio Neves,AeroPÓ,Aeroportos,Corrupção,Gremlins,PSDB — Gilmar Crestani @ 12:14 pm
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Aecioporto 3 é fantasma de 5 milhões em Itabira

26 de julho de 2014 | 03:48 Autor: Miguel do Rosário

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Em setembro de 2010, o jornal O Mosaico, editado pelo jornalista Luis Mosaico, de Belo Horizonte, e dedicado a notícias de Minas Gerais, publicou uma notinha de denúncia eleitoral.

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Em meio às confusões aeroportuárias de Aécio Neves, Luis Mosaico, hoje pilotando um blog, resgatou a denúncia.

Pesquisando nas redes, confirmei a denúncia em outro jornal eletrônico.

O interessante desses debates sobre aeroportos mineiros é que eles estão nos fazendo conhecer vários jornalistas mineiros que tentam, há anos, furar o bloqueio midiático imposto no estado pela família Neves.

Há jornalistas presos, jornais e sites censurados. A democracia não tem sido fácil nas montanhas de Minas.

A foto do panfleto segue abaixo.

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*

GOVERNO AÉCIO GASTOU R$ 5 MILHÕES EM REFORMA DE AEROPORTO INEXISTENTE, INDICA PANFLETO ELEITORAL

Trecho de artigo publicado no blog de Luis Mosaico.

Nem só do aeroporto de R$ 14 milhões da cidade de Cláudio pode se alimentar a mídia, mas também do inexistente aeroporto da terra de Drummond. Panfleto eleitoral de 2010, distribuído pela campanha de Aécio ao Senado e de Anastasia ao governo mineiro, informou sobre R$ 5 milhões liberados pelo governo Aécio para melhorias nas operações do aeroporto de Itabira. Só que, acredite ou não o leitor, no município não existe aeroporto, nem mesmo um simples ‘campo de aviação’, como se dizia noutras eras.  (…)

Aecioporto 3 é fantasma de 5 milhões em Itabira | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

Bolsa AeroPÓrto começou com FHC

Filed under: Aécio Neves,AeroPÓ,Camargo Correa,FHC — Gilmar Crestani @ 9:30 am
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Tucanos tem bico maior que o cérebro, mas voam…

O aecioporto de FHC

26 de julho de 2014 | 04:44 Autor: Miguel do Rosário

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Nessa história de aeroporto, acabei redescobrindo mais um escândalo tucano que a mídia varreu para baixo do tapete, enquanto tocava o bumbo “mensalão, mensalão, mensalão”.

Trata-se de um aeroporto feito pela Camargo Correia, de presente para o então presidente Fernando Henrique Cardoso.

A Istoé publicou, em 18 de agosto de 1999, uma reportagem sobre a construção de um aeroporto na propriedade da Camargo Correia, uma das principais doadoras (senão a principal)  no Brasil para campanhas eleitorais.

A fazenda da empreiteira, e logo também o aeroporto, por “concidência”, ficavam (e continuam lá) exatamente ao lado da fazenda Corrego da Ponte, de Fernando Henrique.

Eu separei um trecho delicioso da reportagem:

A atração na Pontezinha é uma ampla pista de pouso que costuma receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que jatinhos de uma das maiores empresas do País. “Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não pára de descer gente”, conta o fazendeiro Celito Kock, vizinho de ambos e atento observador do trânsito aéreo na região. A pista particular tem 1.300 metros de comprimento e 20 metros de largura, asfaltados numa grande área descampada. Um estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves completa o aeródromo.

A pista, avaliada em R$ 600 mil, começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano. Apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendou o serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, numa autêntica troca de gentilezas. Meses antes, a Tercon havia conseguido um bom negócio ao ser contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília – empreitada que só terminou anos depois. Com isso, não se furtaria a retribuir o favor. O registro oficial da pista no Departamento de Aviação Civil (DAC) foi feito no dia 23 de outubro de 1995, com a publicação da portaria 175/EM3. Está autorizada a receber aviões do tipo Bandeirantes e Lear-Jets.

*

Observe que, quando há interesse, o proprietário da pista consegue rapidamente registro na Anac.

Pois bem, alguns anos depois, um blog mineiro retoma a história e nos dá uma contextualização mais precisa sobre o que acontecia ali.

A filha de FHC, Luciana Cardoso, funcionária na fazenda do pai, chegou a usar avião da FAB para pousar no aeroporto. O caso foi investigado pelo procurador federal Luiz Francisco de Souza, do MP do Distrito Federal.

O aecioporto de FHC | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

Perrella’s family estrelando Os Bons Companheiros!

Filed under: Aécio Neves,AeroPÓ,Helicóptero,Zezé Perrela — Gilmar Crestani @ 9:25 am
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Aécio Perrella

Justiça decreta bloqueio de bens e quebra de sigilo da família Perrella

Marcelo Portela – O Estado de S. Paulo

22 Janeiro 2014 | 13h 31

Senador, seu irmão e seu filho são acusados de firmar contratos sem licitação com o governo de Minas que beneficiaria empresa da família

BELO HORIZONTE – A Justiça mineira decretou o bloqueio de bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de integrantes da família Perrella e de ex-diretores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) no valor de R$ 14,5 milhões. A decisão judicial atendeu a pedido do Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais porque a juíza Rosimere das Graças do Couto, da 3ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, entendeu haver de "indícios da prática de improbidade administrativa" em contratos firmados entre a Epamig e a Limeira Agropecuária e Representações Ltda., da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG).

Além do senador, são acusados também seu filho, o deputado estadual de Minas Gustavo Perrella (SDD), um irmão de Zezé, Geraldo de Oliveira Costa, o filho dele, André Almeida Costa – que consta como representante da Limeira – e ex-dirigentes da autarquia mineira. Eles são acusados de firmarem "contratos, convênios e termos de parceria" sem licitação por meio dos quais a Epamig fornecia uma série de "sementes especiais" para serem plantadas em uma propriedade da Limeira.

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Como o Estado mostrou na edição de domingo (19), as sementes eram fornecidas pela autarquia "sem ônus para o parceiro" e depois a própria Epamig comprava a produção da empresa da família Perrella para que os alimentos – feijão, milho, arroz e sorgo – fossem usados no programa "Minas Sem Fome". Segundo o MPE, a autarquia ainda fornecia técnicos para acompanharem o cultivo na empresa acusada.

Na ação, o Ministério Público ressaltou que os contratos, fechados entre 2007 e 2011, eram ilegais porque a Limeira era dirigida por Zezé Perrella quando ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas e depois passou a ter Gustavo Perrella como um dos donos – em sociedade com a irmã Carolina Perrella e André Costa. Pela legislação federal e estadual, Zezé e Gustavo "impedidos de contratar com o poder público" por serem parlamentares.

Tanto a assessoria da Limeira quanto da Epamig alegaram que os contratos eram legais porque obedeciam às "cláusulas estabelecidas e as exigências da empresa". A Epamig ainda justificou a dispensa de licitação com o argumento de que se tratava de pesquisa e para que os alimentos produzidos com as sementes especiais "chegassem aos produtores rurais".

"Entendo que parte das medidas requeridas pelo Ministério Público devem ser deferidas para garantia do processo instaurado e eventual ressarcimento ao erário", afirmou a juíza. Para a magistrada, os indícios de improbidade justificam "a decretação da quebra dos sigilos bancário e fiscal" dos réus entre 2007 e 2012, bem como a notificação de cartórios para que "anotem a indisponibilidade de bens existentes em nomes dos requeridos". Por meio de nota, a assessoria da família Perrella informou que já "sendo providenciado" recurso para tentar cassar a liminar.

A nota ressalta que Zezé Perrella está "totalmente tranquilo" porque "todo o procedimento realizado entre a empresa de sua família e a Epamig sempre esteve pautado nas normas legais, não havendo qualquer ilegalidade que denote improbidade administrativa, conforme será demonstrado ao longo do processo". Além de Gustavo e Zezé Perrella, são réus no processo um irmão do senador, Geraldo de Oliveira Costa, o filho dele, André Oliveira Costa – como representante da Limeira -, e os ex-diretores da autarquia Baldonedo Arthur Napoleão e Antônio Lima Bandeira. Os dois últimos não foram encontrados e ainda não constituíram advogados na ação.

Relembre. O helicóptero, registrado em nome da empresa da família – Limeira Agropecuária e Participações Ltda. -, foi apreendido em 24 de novembro passado no município de Afonso Cláudio (ES). Quatro pessoas foram presas em flagrante com 445 quilos de cocaína, incluindo o piloto Rogério Almeida Antunes, então funcionário da Limeira e da Assembleia Legislativa de Minas, indicado pelo filho do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD).  Logo após ser preso, ele declarou que a família não tinha relação com a droga apreendida. No dia seguinte, o superintendente da PF no Espírito Santo, Erivelton Leão de Oliveira, deu declarações inocentando os políticos.

Justiça decreta bloqueio de bens e quebra de sigilo da família Perrella – Política – Estadão

AeroPÓ made in Aécio

AeroPOOu do PÓrque, segundo a ADPF Minas virou centro de distribuição de droga PÓ Nordeste. Compare-se o PÓAero ao Minha Casa Minha Vida. Isso se chama choque de gestão. Aécio, chega de lero-lero, vamos conversar? Afinal, é papo reto ou o senhor papa reto?

Como sempre Aécio faz o contrário do que cobra dos outros. De fato, Aécio aparelha o Estado para aparelhar a família. Ao invés de levarem filiados a só ocuparem cargos de confiança, usa o Cargo de Confiança de Governador para levar o Estado até sua família. De um lado o aparelhamento do Estado, do outro, o Estado aparelhamento  da famiglia…

Pelo menos em Minas pode-se dizer que não há caos aéreo… Há caos nas contas públicas que sanearam as contas do tio, mas aí o papo curvo!

ELEIÇÕES 2014

Governo de Aécio fez só 2 aeroportos novos em MG

Cidade onde família de tucano tem fazenda foi uma das beneficiadas

Programa do governo estadual investiu em melhorias e ampliações de aeródromos que já existiam no interior

GABRIELA TERENZIRICARDO GALLODE SÃO PAULO

Dos 14 novos aeroportos previstos para Minas Gerais pelo programa ProAero, lançado no governo Aécio Neves (2003-2010), apenas dois saíram do papel: o Regional da Zona da Mata e o da cidade de Cláudio, onde a família do senador possui uma fazenda.

Nas cidades de Itabira, Sete Lagoas, Ouro Preto, Brumadinho, Lagoa da Prata, Barão de Cocais, Monte Santo de Minas, Mantena, Andrelândia, Chapada Gaúcha, Buenópolis e Volta Grande, as obras inicialmente idealizadas não foram executadas.

A construção do Aeroporto Regional da Zona da Mata teve início em 2005 e foi concluída em 2011. A companhia Azul opera voos comerciais no local para duas cidades.

A obra em Cláudio foi concluída em 2010, mas o empreendimento ainda não tem autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para operar com o público. Empresários da cidade dizem que a demanda por uso de aviões particulares é reduzida.

Desde o governo Aécio, 29 aeroportos receberam investimentos de Minas Gerais. Em 26 deles, o dinheiro foi aplicado em obras de ampliação e adequação. Um novo aeroporto em Itajubá entrou na lista no ano passado, mas as obras ainda não começaram.

A assessoria de imprensa do governo de Minas informou que em 2010 houve reformulação do ProAero, com "revisão de prioridades do setor".

"Os investimentos serão realizados de acordo com a disponibilidade financeira do Estado", disse a assessoria.

Sobre o documento inicial do ProAero, que previa outros 12 novos aeroportos, o governo disse que se tratava de uma "modelagem concebida em 2006 e que, portanto, era suscetível de atualização em razão de novas realidades".

Para o governo, não é correta a avaliação de que o aeroporto de Cláudio seja considerado "novo", já que havia antes uma pista de pouso de terra batida no local.

A pista mencionada foi construída em 1983, quando o avô de Aécio, Tancredo Neves, era governador de Minas e um tio-avô do senador, Múcio Tolentino, era prefeito de Cláudio. A nova pista de pouso, porém, não fica no mesmo lugar que a antiga pista.

De acordo com parecer da Secretaria de Meio Ambiente de 2009, a nova pista foi implantada "a montante (sul) da atual, sendo que dista aproximadamente 70 m a oeste, e a leste, intercepta a atual pista".

A assessoria de Aécio disse que cabe ao governo mineiro responder sobre o assunto.

FAMILIARES

No domingo, a Folha revelou que o aeroporto de Cláudio foi construído num terreno de seu tio-avô, Múcio Tolentino, desapropriado pelo Estado. Minas gastou quase R$ 14 milhões na obra.

A área foi desapropriada, mas o tio de Aécio contesta na Justiça o valor proposto para a indenização, que ainda não foi paga. Com a desapropriação, o governo obteve a posse do terreno, mas ele só poderá ser registrado em seu nome após o pagamento.

Há duas semanas, a Prefeitura de Cláudio indicou à Folha familiares de Aécio como responsáveis pela administração do aeroporto e pela guarda das chaves do portão. No domingo (20), a prefeitura afirmou que as chaves ficam sob sua responsabilidade.

Colaborou LUCAS FERRAZ, de São Paulo

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