Ficha Corrida

15/07/2016

Eliseu Rima Rima, RBS, é coisa nossa, como a CRT!

Eliseu Rima RicaTodo dia aparece um pentelho da RBS no sabonete do golpe. Desde antes da CRT, a RBS é teúda e manteúda dos “depiladores” do patrimônio público. Basta ver a diferença de publicidade de seus apaniguados com os que ela combate ferozmente. Alguém já viu alguma atuação da RBS para desmascarar Eliseu Rima Rica? A gente viu como a RBS tratou Olívio Dutra e como a RBS se envolveu com Yeda Crusius. Embora a venda casa seja proibida, a longa manus  do RS no golpe atende por Eliseu e Pedro Parente. A RBS, Gerdau e todos os demais envolvidos na Operação Zelotes agradecem…

Eliseu tem três qualidades: pertence ao PMDB do CUnha e do Sartori, é gaúcho e tem o apoio da RBS, mas parece que lhe resta uma única saída para fugir da prisão, filiar-se ao PSDB. No mais, deste os tempos do escândalo dos precatórios do DNER, qualquer pessoa com alguma memória sabe do que é feito. Não por acaso ACM, que entendia do riscado, batizou-o: Eliseu Quadrilha. Foi numa entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, de 16/02/2001:

“Em diálogos privados, vazados para os jornais, o sr. confidenciou que FHC se negara a entregar um ministério a Jader por considerá-lo desonesto. Verdade?

ACM – Por considerá-lo sem condições para o cargo e, inclusive, com receio de que a mídia revivesse os casos de Jader Barbalho. Isso é verdade.

Faz tempo?

Sim. Na ocasião, houve uma mudança de ministério. Sobrou para o Eliseu Padilha a pasta dos Transportes. Ou seria Eliseu quadrilha? Nunca sei direito. Acho que é quadrilha mesmo”.

Poucos políticos entendiam tanto de quadrilha quanto ACM. Esse predicado foi aperfeiçoado quando a Rede Globo indicou-o para Ministro das Comunicações de Tancredo Neves, como mostra o documentário Muito Além do Cidadão Kane. Mas foi com FHC que ele, sempre como filial da Rede Globo, chegou ao ápice. Toninho Malvadeza contribuiu duplamente para a sociedade gaúcha levou a FORD  e deu um sobrenome à altura do Eliseu. Nada mais parecido que um ACM do que um Sarney ou um Sirotsky. Não por acaso, sentam à mesa do capo di tutti i capi, Marinho da Globo!

 

Eliseu "Quadrilha" cai no grampo da Andrade

Andrade derruba o "Governo". E quando a Odebrecht falar?

publicado 15/07/2016

O Gatinho angorá já tinha sido localizado na rede da Andrade, essa empreiteira muito amiga do Aecím, o chato.

Agora, no Globo, é a vez daquele a quem o ACM se referia como o Eliseu "Quadrilha".

(Breve, Lula na Casa Civil e Miriam Belchior de sub-chefe.)

Padilha pediu a Andrade Gutierrez que contratasse seu call center
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tratou em mensagens enviadas ao então presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, de pedido para que a empresa telefônica Oi contratasse a estrutura do escritório de call center que ele tem em Porto Alegre. Na época, a empresa de telefonia era controlada pela empreiteira.
O pedido foi feito no início de 2014, na época em que Padilha era deputado federal. A troca de mensagens consta de relatório da perícia da Polícia Federal elaborado a partir da análise do telefone celular usado por Otávio Azevedo, incluído pela PF em inquérito público da Lava-Jato.
Padilha admite a troca de mensagens e encontros com o executivo, mas afirma que o projeto não foi adiante. Ele afirma que este foi o único motivo de contato dele com a Andrade Gutierrez.
"Caro Otávio, como foi a reunião com o ministro e o líder?”, escreveu Padilha às 21h45 de 13 de fevereiro de 2014.
“Estou usando este para pedir que marque para mim uma conversa com o dir comercial da Oi que trata de vendas via Call Center. Tenho um call center em P. Alegre e poderemos fazer ótima parceria", continuou Padilha.
Às 23h18 do mesmo dia, Otávio respondeu às mensagens, mas não é possível dizer se ele tratava exatamente do mesmo assunto.
“Amigo, a reunião foi boa e surgiu uma luz para acelerarmos o processo”, escreveu o executivo.
“Ótimo, podes compartilhar?”, perguntou Padilha três minutos depois.
“Call Center precisamos de falar. abs”, respondeu Otávio no minuto seguinte.
Quatro meses depois, às 15h41 de 25 de junho, Padilha voltou a falar com o executivo pelo telefone:
“Caro Otávio! Caso possas gostaria de falar pessoalmente em nome da pessoa com a qual estivemos. Hoje ainda, se possível”, escreveu.
Otávio marca o encontro para dali duas horas, no escritório da Andrade Gutierrez em Brasília. A troca de mensagens mostra que o encontro atrasou e foi realizado depois das 21h, no mesmo dia.

Eliseu "Quadrilha" cai no grampo da Andrade — Conversa Afiada

22/10/2015

Meu nome é Renato Guerreiro, mas pode me chamar de Miriam Dutra

OBScena: a parceria que escondeu a corrupção no Brasil

Marinho %26 FHCAparecem indícios de como FHC foi seduzido pela funcionária da Globo, Miriam Dutra. A captura de FHC pela Rede Globo ficou patente ainda durante a campanha eleitoral, quando o então Ministro Rubens Ricúpero, em parceria com Carlos Monforte, revelou, nos estúdios da Globo, o método que a Parabólica vazou. Aliás, quem já assistiu o documentário Muito Além do Cidadão Kane, sabe como os governos subalternos aos interesses da Rede Globo nomeavam Ministros. Foi assim, aliás, que ACM virou Ministros das Comunicações… Os métodos de captura dos Marinho aparece também na criação do Instituto Innovare e na distribuição de estatuetas compradas com dinheiro sonegado a quem vai fazer a diferença para Rede Globo.

Na parceria de mão dupla reuniu, na ABL, a plêiade do coronelismo eletrônico: José Sarney, Merval Pereira, FHC & Roberto Marinho.

Se os assoCIAdos do Instituto Millenium fossem investigados com os mesmos critérios da Lava Jato, não sobraria nem contínuo fora da prisão. A história da ascensão econômica das cinco irmãs coincide (coincidência?!) com a ditadura.

Presidente do Grupo Globo contesta reportagem da Folha

DE SÃO PAULO – 22/10/2015 02h00 –

O presidente do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho, enviou carta à Folha para contestar reportagem publicada na terça, no site e nesta quarta (21), no impresso, que trata dos diários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No primeiro volume dos diários, FHC afirma ter nomeado um alto funcionário do Ministério das Comunicações em 1995 após consultar Marinho a respeito de três indicações. Um desses nomes foi escolhido secretário-executivo pelo então titular da pasta, Sérgio Motta.

O trecho da obra, reproduzido na reportagem da Folha, diz o seguinte: "Eu próprio [FHC], depois de ter pedido uma informação ao Roberto Irineu Marinho a respeito de três pessoas competentes da área, pedi ao [ministro] Eduardo Jorge que as entrevistasse", afirma o tucano. "Passei os nomes ao Sérgio Motta [1940-98]. O secretário-executivo escolhido pelo Sérgio [Renato Guerreiro] é um desses três."

"O então presidente, por iniciativa dele, quis conhecer a minha opinião sobre três nomes para uma posição técnica", afirma Marinho na nota enviada à Redação.

Leia abaixo a íntegra da carta do presidente do Grupo Globo.

*

Na reportagem "Reclamações contra a Folha são uma constante no livro" (ontem, Poder, página A10), a Folha afirma que a Globo influenciou a escolha de nomes no Ministério das Comunicações. Não é verdade. A Folhaomitiu outros trechos do diário em que o então presidente Fernando Henrique atesta que a Globo não teve, nem quis ter, qualquer influência. Em 25 de dezembro de 1994, ele disse: "Nunca houve, nem de longe, nenhuma insinuação de designação de A, B ou C". Mais, o pessoal da Globo especificamente disse o seguinte: "Olha, o ministro é seu, quem disser que fala por nós está mentindo, nós não temos nenhuma reivindicação". Nos registros feitos entre 30 de janeiro e 5 de fevereiro de 1995, disse Fernando Henrique em relação ao ministério: "É preciso mudar os métodos de administração, acabar com o nepotismo e, sobretudo, com a falta de critérios objetivos na distribuição dos canais. Eu já tinha conversado muito com o Sérgio sobre esse assunto e ele está levando isso adiante, com o apoio, hoje, de setores crescentes da opinião pública e –devo deixar aqui um depoimento– do Sistema Globo, que não tem reivindicação nenhuma na matéria. Pelo contrário, o seu desejo é que haja uma limpeza na área". Ao omitir tais declarações, a Folha cometeu erro grave e distorceu os fatos. Para o leitor do livro, o trecho citado pela Folha deixa evidente o que se passou. O então presidente, por iniciativa dele, quis conhecer a minha opinião sobre três nomes para uma posição técnica, nenhum deles das minhas relações pessoais ou profissionais. E, depois de mandar auxiliares inquiri-los e de ouvir a opinião de outras pessoas, nomeou aquele que quis, prerrogativa apenas dele. Outros trechos do diário mostram as dificuldades que nosso grupo de comunicação enfrentou no ministério, o que demonstra, mais uma vez, que nossa influência nele foi nenhuma.

Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo

31/01/2015

Como no velho oeste, a justiça só chegará quando os bandidos estiverem mortos

Na imagem, Roberto Marinho a tiracolo de seus capangas

Roberto-Marinho-e-Figueiredo-e-ACMAos poucos vai se descobrindo todos os matizes de um grupo de bandidos que tomou, por assalto a mão armada, o poder no Brasil em 1964. Só não ocultavam o caráter… porque não tinham. Se houvesse qualquer razão, não precisariam fazer de tocaia, às escondidas, ao arrepio da lei, assassinando, estuprando e escondendo os restos dos corpos esquartejados. Estes foram os animais que O Globo saudou a chegada em editorial. Graças a esta parceria um jornal de fundo de quintal deu origem ao maior império de exploração econômica da informação no Brasil. A famiglia Marinho deve aos trogloditas de armas na mão a construção de seu império. Hoje, os três filhos de Roberto Marinho são os três homens mais ricos do Brasil.

Literalmente, um império construído à bala!

Procuradoria acusa agentes por crimes no Araguaia

Militares teriam matado e ocultado os cadáveres

ESTELITA HASS CARAZZAIDE CURITIBA

O Ministério Público Federal no Pará denunciou dois militares sob a acusação de homicídio qualificado e ocultação de cadáver durante a Guerrilha do Araguaia.

Lício Ribeiro Maciel, 84, conhecido como Major Asdrúbal, foi acusado por três homicídios e ocultação de cadáver. Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, 76, por ocultação de cadáver.

A Guerrilha ocorreu entre 1968 e 75, quando militantes estabeleceram-se às margens do rio Araguaia, entre Pará, Maranhão e Tocantins para reunir camponeses para uma revolução socialista. Militares descobriram o plano e mataram dezenas de guerrilheiros.

Na atual denúncia, as vítimas são os guerrilheiros André Grabois, João Gualberto Calatrone e Antônio Alfredo de Lima, mortos numa emboscada em outubro de 1973.

Segundo o MPF, as mortes são qualificadas por motivo torpe, com uso de violência, abuso de autoridade e do aparato estatal. Os procuradores pedem o cancelamento das aposentadorias dos militares, além do pagamento de danos às famílias das vítimas.

Os advogados dos militares classificaram a acusação de "estapafúrdia", com o argumento de que a Lei da Anistia extinguiu a punibilidade de agentes de Estado por crimes cometidos na ditadura.

28/12/2014

Supermercado público só é pecado em mãos petistas

Filed under: ACM,Ditadura,Privatas do Caribe,Roberto Marinho,Supermercados — Gilmar Crestani @ 10:51 pm
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roberto-marinho-e-figueiredo-e-acmPrecisou um governo petista chegar ao poder na Bahia para a Folha divulgar que aquele Estado tinha até um Supermercado.

Claro, tudo o que é criado pelo ACM leva as bênçãos da famiglia Marinho, parceira da Folha no jornal Valor. Vieram as privatizações mas ninguém lembrou de privatizar o supermercado do ACM.  Por quê? Por que todo filhote da ditadura tem licença para fazer o que bem entende. Se os ditadores que prendiam, estupravam, matavam e esquartejavam estão soltos, por que alguém haveria de se preocupar com um dos principais donos de mídia que mais se locupletaram com a corrupção na ditadura.

Por que ninguém lembra que ACM, Sarney, Collor & Sirotsky eram os principais parceiros da Rede Globo. União esta abençoada pelos trogloditas de plantão. Saíram do nada para se tornarem os cinco maiores grupos do país. E continuam pautando, via Instituto Millenium, os destinos do que podemos saber.

Há um muito interessante documentário que retrata muito bem a relação de Roberto Marinho e seus asseclas distribuídos pelas repetidoras estaduais: Muito Além do Cidadão Kane

Bahia privatiza rede de supermercados

Gestão petista vai colocar à venda lojas públicas criadas em 1979 pelo então governador Antônio Carlos Magalhães

Empresa que adquirir deverá manter as 285 lojas em 236 cidades; apenas 20% são rentáveis, diz estudo

JOÃO PEDRO PITOMBODE SALVADOR

O compositor Raimundo Nonato da Cruz, o Chocolate da Bahia, já fez milhares de jingles. Mas nenhum deles marcou tanto sua carreira quanto o feito para a rede pública de supermercados da Bahia: a Cesta do Povo.

Versos simples, melodia grudenta e uma longa permanência da propaganda no ar ("Viva a Cesta do Povo, viva! Sempre ao lado do povo, viva!") forjaram uma marca poderosa –principal ativo de uma empresa deficitária e que está em vias de sair das mãos do governo baiano.

Única rede pública de supermercados do país, a Cesta do Povo será privatizada por decisão do novo governador Rui Costa (PT).

"A Cesta do Povo não é capaz de concorrer com as redes privadas de supermercado. As grandes do setor têm agilidade na hora de negociar e definir preços, muito diferente de uma empresa pública", justifica Costa.

Gerida pela Empresa Baiana de Alimentos, a Cesta do Povo é a segunda maior rede de supermercados da Bahia (a primeira é o Atakarejo), mas sobrevive de subsídios.

Em 2014, o governo da Bahia repassou R$ 15 milhões do Tesouro Estadual para sustentar a rede de supermercados. Em anos anteriores, esse valor já atingiu a marca de R$ 60 milhões por ano.

Para cessar os repasses, o governo da Bahia vai alienar o controle acionário da rede de supermercados. A modelagem ainda está sendo estudada –não há definição se a venda será total ou parcial.

De acordo com o governador eleito, a empresa que adquirir a rede deverá manter abertas, por um período predeterminado, as atuais 285 unidades espalhadas por 236 dos 417 municípios baianos.

O governo aposta na marca Cesta do Povo para viabilizar o negócio. E também aponta como valioso ativo o sistema de cartões Credicesta, que garante crédito para compras na rede a funcionários públicos em sistema de consignação.

A Cesta do Povo foi criada em 1979 para regular os preços dos alimentos básicos frente à escalada da inflação, que, naquele ano, foi de 67%.

Nos bastidores, contudo, a criação da rede é creditada a desavenças entre o então governador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) e o empresário Mamede Paes Mendonça, dono da principal rede de supermercados da Bahia na época.

A partir da estabilidade com o Plano Real, de 1994, o papel de regulação ficou em segundo plano. Hoje, nem sempre os produtos da Cesta do Povo são mais em conta que nos concorrentes.

Estudo contratado pelo governo mostrou que apenas 20% das lojas são rentáveis.

"Será difícil a iniciativa privada tornar o negócio lucrativo mantendo todas as unidades", avalia Teobaldo Costa, presidente da Associação Baiana de Supermercados.

O novo governador Rui Costa, contudo, não vê futuro na Cesta do Povo sem a participação privada: "No contexto atual, não há sentido em tirar dinheiro da saúde e da educação para sustentar um supermercado".

30/10/2014

Brasil, onde a máfia é midiática

A informação não é nova, mas a constatação pelos espanhóis, sim. E a associação com Berlusconi não é gratuita. Aliás, Roberto Marinho ensaiou entrada na Itália, mas foi chutado por Berlusconi. A Mediaset está para a Itália da mesma forma que a Rede Globo para o Brasil. Na Arábia, um família é dona de tudo. No Brasil algumas famílias são donos de tudo. E quando vamos ver quando começaram, em companhia de quem, e como chegaram a reunir tanto poder vamos sempre lembrar da ditadura. Graças ao EUA, a ditadura foi instaurada. Instaurada  a ditadura, algumas famílias cresceram à sombra das torturas. São as que hoje festejam a decisão contra a participação popular no congresso.

Quando da morte de Tancredo Neves, o vice, José Sarney, era um braço do polvo Rede Globo. No RS, tinha RBS, de onde saiu Antonio Britto para ser porta-voz. Na Bahia, outro braço do polvo Rede Globo, saiu o Ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães. Enquanto embalsamavam Tancredo Neves, Roberto Marinho preparava o Ministério do José Sarney. Enterrado aquele, este ascendeu e sobreviveu com a distribuição de rádios. Coincidência, uma dos beneficiados foi um jovem de 25 anos, sobrinho do morto, um vivo chamado Aécio. E por aí se explica porque José Sarney, com um broche da Dilma, votou no 45 do Aécio.

Quem quiser saber um pouco mais sobre a máfia midiática há um filme que por muitos anos foi proibido no Brasil: Muito Além do Cidadão Kane… Quem quer ir um pouco além, pode começar investigando a Cosa Nostra, digo, o Instituto Millenium.

Los ’30 Berlusconis’ de Brasil

Así denominó Reporteros sin Fronteras a las siete familias brasileñas que se reparten el 90% de los medios de comunicación del país. La diferencia de trato hacia los candidatos vuelve a desestabilizar la campaña electoral para las presidenciales

AGNESE MARRA Sao Paulo 25/10/2014 08:00

Dilma Rousseff y Aécio Neves tras un debate televisado.

Dilma Rousseff y Aécio Neves tras un debate televisado.- REUTERS
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Leer los grandes diarios de Brasil puede llevar a pensar que la economía del país se ha hundido, que ya no hay inversores interesados y que sólo existe un culpable de cualquier escándalo de corrupción: el Partido de los Trabajadores (PT). Al mismo tiempo que publican que la tasa de desempleo cae a un 5%, la más baja de los últimos 24 años, denuncian que los brasileños tienen dificultades para encontrar trabajo.

Durante la campaña electoral para las presidenciales, que este domingo se disputan en segunda vuelta Aécio Neves y Dilma Rousseff, estas características se han acentuado. El discurso de oposición de Neves es un claro reflejo del de los medios de comunicación: "Ahora que ven posibilidades reales de que el Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) vuelva al poder, el que era un habitual desgaste progresivo ha pasado a ser una masacre. La guerra de baja intensidad ahora es un bombardeo indiscriminado", denuncia Guilherme Boulos, profesor de Filosofía de la Universidad de São Paulo.

El portal Manchetômetro publicaba la semana pasada una pesquisa en relación a las noticias positivas y negativas que aparecían en los principales medios de comunicación sobre ambos candidatos. Entre los tres principales periódicos impresos (Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Jornal Globo) las portadas positivas para Dilma fueron cuatro, para Aécio Neves, 32. Las negativas para Roussef fueron 176 y para Neves, 31. En el principal telediario del país, el Jornal Nacional de la televisión Globo, la cobertura de noticias favorables para la candidata del PT duraron 4 minutos y 14 segundos. Para el candidato del PSDB llegaron a los 9 minutos y 52 segundos. En el caso de las noticias desfavorables, el tiempo dedicado a Rousseff fue de 53 minutos, mientras que el dedicado a Neves fue de siete minutos y seis segundos.

Muchos de los los siete grupos de poder existen desde antes de la dictadura

En 2013 Reporteros sin Fronteras (RSF) publicaba un informe, conocido como Los 30 Berlusconis de Brasil, para referirse a las siete familias que se reparten el 90% de los medios de comunicación del país. "Las características del funcionamiento de los medios impiden la libre circulación de la información y el pluralismo. Brasil presenta un nivel de concentración mediática que contrasta con el potencial de su territorio y la diversidad de su sociedad civil", denunciaba el informe.

Los siete grupos de poder se reparten entre Rio de Janeiro y São Paulo, y muchos de ellos existen desde antes de la dictadura. Algunos como Globo o Folha de São Paulo, colaboraron con ella, como señala la tesis doctoral sobre medios y censura de la historiadora brasileña Beatriz Kushnir.

En el espectro audiovisual la familia Marinho. dueña del grupo Globo. se coloca en primer lugar. Los hermanos Marinho no son sólo grandes magnates de la televisión y la prensa brasileña, sino que son considerados, según Forbes, el clan más rico de Brasil con una fortuna que alcanza los 29 billones de dólares. Le sigue en el ramo audiovisual, el grupoSBT (Sistema Brasileño de Televisión) del que es dueño Silvio Santos, encargado de presentar el mismo programa de televisión desde hace más de 40 años.

"Las oligarquías mediáticas son las las élites de Brasil, las que deciden quién manda"

La familia Saad es la responsable de la Rede Bandeirantes, y la televisión evangélica Record forma parte de la fortuna del presidente de la Iglesia Universal del Reino de Dios, Edir Macedo. En relación a la prensa escrita, el grupoGlobo mantiene un lugar privilegiado junto a diarios comoFolha de São Paulo, de la familia Frías Filho, o el Estado de São Paulo de la familia Mesquita. La editora Abril, de la familia Civita, es dueña del 70% de los semanarios de Brasil, con la revista Veja como estandarte del grupo.

"En este país los nombres de puentes y de calles son para estas familias. Tenemos el puente Octavio Frías, la avenida Roberto Marinho o la Plaza Víctor Civita. Nuestras oligarquías mediáticas son las las élites de Brasil, los que deciden quién manda en el país y los que se quedan hasta con los nombres de nuestras calles", dice la periodista brasileña Cynara Menezes.

Un enemigo común

Desde que Luiz Inácio Lula da Silva llegó al poder en 2002, el ex presidente no ha dejado de denunciar los ataques que sufre por parte de los grandes medios. "Quien hace oposición en este país es un determinado tipo de prensa, si dependiese de ellos, yo tendría un 0% de aprobación", argumentaba en la pasada campaña electoral. Hace dos semanas en otro actodecía: "Estoy cansado, todas los años es igual, dicen que el país está en quiebra, usan informaciones sin contrastar para acusarnos de corrupción, pero ahora está siendo mucho peor, han diseminado un odio hacia el PT que ha superado todos los límites".

Lula: "Han diseminado un odio hacia el PT que ha superado todos los límites"

El politólogo del Instituto de Pesquisas de Rio de Janeiro, Marcos Figueredo, asegura que los medios impresos brasileños tienen un doble discurso. Por un lado presumen de seguir una línea de periodismo americana, objetiva, y por otro están los resultados de sus publicaciones: "Al final lo que vemos son diferencias de trato con cada candidato, profundizan en ciertos temas negativos asociados a Lula o a Dilma, y son benevolentes a la hora de tratar temas espinosos de los adversarios que están en la oposición".

Los ataques no son tan duros como las omisiones. A lo largo de la actual campaña la gran prensa ha insistido en el escándalo de desvío de dinero de la directiva de Petrobrás, la cual había sido elegida por Dilma Rousseff. El director está siendo juzgado y continúa prestando declaraciones, pero algunos medios han publicado nuevas acusaciones no confirmadas. Sin embargo, los escándalos de corrupción vinculados al candidato Neves, como la construcción con dinero público de un aeropuerto privado dentro de la finca de su tío, o el desvío de dinero en la construcción de trenes y metro del PSDB en São Paulo, pasan desapercibidos.

La portada de hace un mes de la revista Veja vinculada directamente a Rousseff con el escándalo de Petrobrás, pero no ofrecía ningún dato que confirmara esa afirmación. Tras esta publicación el periodista Ricardo Kotscho escribió en su columna de Record News (R7)una anécdota del fallecido candidato Eduardo Campos: "No pensaba contar esto, pero después de la portada de este domingo me acordé de lo que me dijo Campos en 2012 cuando entró por primera vez en el despacho de Roberto Civita. Se quedó asombrado al oír del dueño del grupo Abril la siguiente frase: -¿Está viendo todas estas portadas de Veja? Esta es la única verdadera oposición al PT, el resto son tonterías. Sólo nosotros podemos acabar con esta gente, e iremos hasta el final-".

Internet es el instrumento que sirve para compensar el desequilibrio frente a los grandes medios

El nieto de João Goulart, el último presidente brasileño antes del golpe militar de 1964, salió a defender a Dilma la semana pasada: "Es increíble la campaña de terrorismo económico, sistemática del oligopolio de los medios de comunicación buscando desestabilizar el gobierno Dilma. Es muy parecido a lo que hicieron con mi abuelo", decía João Alexandre Goulart en el Diario do Centro do Mundo.

Internet es el instrumento que sirve para compensar el desequilibrio frente a los grandes medios. Portales de noticias como Fórum, Diario do Centro do Mundo, O Cafezinho, o blogs como Conversa Afiada, ofrecen una óptica distinta, mayoritariamente petista. Muchos de ellos tienen en sus redacciones a periodistas que ya trabajaron en la gran prensa y que decidieron marcharse, y otros que sólo han trabajado para medios alternativos. "Trabajé más de ocho años en laFolha de São Paulo y nunca me censuraron, en el único medio que me tocaron mis textos fue en la revista Veja. Pero sé de muchos amigos periodistas que han sido despedidos cuando sus jefes sospechaban que pudieran ser petistas", asegura Cynara Menezes, periodista de la revista Carta Capital, el único semanario nacional que se declara a favor del Gobierno.

Regulación de la Ley de Medios

Uno de los cánticos más sonados de las manifestaciones de junio de 2013 era el de "Fuera Red Globo". Además de mejoras en los servicios públicos, educación y sanidad principalmente, los brasileños pedían la democratización de las comunicaciones. Dilma Rousseff ha prometido durante la campaña que si llega a ser reelegida va a llevar a cabo una Regulación de la Ley de Medios. La Ley de 1988 prohíbe la creación de monopolios y oligopolios mediáticos, pero hasta el momento nadie la cumple.

"De nada sirve que ahora el PT se ponga a llorar. Ha tenido doce años para discutir la democratización de los medios y no ha tenido coraje", decía el profesor Guilherme Boulos, y añadía en un artículo del diario Outras Palavaras: "La masacre que estamos viendo y que veremos hasta el día 26 de octubre, revela la adhesión en bloque de la élite a la candidatura de Aécio Neves y a su apuesta por la polarización. Si ganan, podrán consolidaruna onda conservadora en Brasil y en América Latina. Si pierden, pagarán por haber exagerado en la dosis de polarización, ya que eso no es algo que se desmonte con facilidad". En la misma línea se muestra Cynara Menezes: "Su enemigo número uno es Lula, y cada vez están suscitando más odio hacia el PT, se les está yendo de las manos. Como decís en España: Cría cuervos y te sacarán los ojos".

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20/10/2014

Neto de dinossauro encontrado vivo na Bahia

Filed under: ACM,ACM Neto,DEMo,Jorge Bornhausen — Gilmar Crestani @ 9:08 am
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ACM Neto, cavalgando a turma do avô, abraça programa de governo do Jorge Bornhausen: “O que disse foi que o mais importante era tirar o PT do poder.” Por que todo troglodita da direita só tem por projeto tirar o PT do poder? Por que, ao invés de propostas para melhorar o Brasil, o programa se resume em disseminar o ódio contra uma agremiação?

O anão nem nome político tem, vive do legado do avô, e sobe nas tamancas como se fosse gente grande?

Já que o Neto não se digna em mostrar, ACM subiu na vida por ser braço midiático da Globo na Bahia. Foi assim, como mostra o documentário Muito Além do Cidadão Kane, que ACM ascendeu ao poder. Quando Tancredo Neves morreu, Antonio Britto, porta-voz, fazia a abertura do Jornal Nacional, diretamente do Hospital de Base de Brasília, dizendo: “Senhores, trago boas notícias”, que lhe valeu o título de “vivo do ano” pelo Pasquim Sul.

Tancredo, tio avô do Aécio, estava morto, mas Sarney precisava tomar posse, por isso era mantido vivo por aparelhos (Globo), enquanto se engendrava a indicação de ACM para Ministro das Comunicações de Sarney. Sarney, que viria a distribuir concessões de rádios a políticos como Aécio Neves. Aécio ganhou uma rádio do Sarney, a mesma que a irmã dele, Andreia Neves, distribuída verbas enquanto ele era governador de Minas.

Não fosse a ditadura, não fosse o Rede Globo, não fosse Sarney, não fosse a distribuição de rádios em troca de mais um ano para Sarney, não teríamos nem Aécio Neves nem ACM Neto. Ambos são fruto da corrupção comandada por Sarney, Rede Globo, ACM.

Quem não conhece o passado acaba repetindo no presente os mesmos erros, os mesmos personagens, as mesmas práticas.

ENTREVISTA DA 2ª – ACM NETO

PT quer ser dono do Nordeste, diz prefeito de Salvador

Líder do DEM, baiano ataca estratégia da campanha de Dilma de disseminar medo e estimular divisão entre norte e sul do país

Um dos principais aliados do presidenciável Aécio Neves (PSDB) na região Nordeste, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), critica a estratégia petista de disseminar no eleitorado nordestino o "medo" de uma possível vitória do tucano.

Em entrevista à Folha, o neto do senador e governador baiano Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) diz que o PT "quer tomar para si a condição de proprietário" do Nordeste.

"Não vamos aceitar", disse o prefeito, que ainda criticou o governador baiano Jaques Wagner (PT) por relativizar a importância do tema "corrupção" na disputa presidencial.

Folha – Há cerca de 20 dias, o cenário da eleição era outro. O presidente do DEM, José Agripino, defendeu o apoio a Marina Silva no 2º turno. O sr. também disse que apoiaria Marina, caso Aécio não tivesse sucesso. Não acreditavam mais em Aécio?

ACM Neto – A declaração de Agripino foi distorcida. Em nenhum momento ele deixou de ter confiança na ida de Aécio para o segundo turno. Eu também mostrei toda minha confiança. O que disse foi que o mais importante era tirar o PT do poder.

Sempre estive nesse projeto muito menos por expectativa de poder e muito mais por compromisso de vida. Estou há dez anos na oposição e mantive minha coerência.

Aécio se preparou para ser presidente e ocupou funções públicas de forma muito honrada. E, com todo o respeito que tenho aos candidatos de oposição que nos lideraram em outras eleições, ele é o mais preparado.

A presidente Dilma teve mais que o dobro de votos de Aécio no Nordeste no 1º turno. Como reverter esse cenário?

Procuramos fazer o esforço máximo. Crescemos em relação a 2010 no primeiro turno e queremos crescer mais no segundo turno. O desempenho de Aécio no Nordeste foi superior ao de Serra em 2010.

O fundamental é enfrentar a tática do medo e mostrar que qualquer alinhamento tem que ser programático. Também acho inadmissível a tática do PT de querer dividir o Brasil. E o único capaz de unificar o Brasil é Aécio. Ele, aliás, foi o único candidato que desenhou um plano específico para o Nordeste.

Aécio vai ter um olhar muito especial para o Nordeste. Isso incomoda o PT porque eles querem chamar para si a condição de donos, de proprietários de uma região. E, isso, não vamos aceitar.

O ex-presidente FHC afirmou que o PT se apoia em "setores sobretudo mal informados". O sr. concorda?

Não acho, de jeito nenhum. Acho que a fala de FHC foi descontextualizada e não vamos aceitar essa injustiça que o PT procurou fazer com o ex-presidente.

Refuto qualquer tentativa de dividir regiões e classes sociais. Isso não existe. Tanto é que a gente encontra eleitores do PT nas classes economicamente mais avantajadas e antipetistas nas classes mais pobres. Não acho que seja divisão de classe.

O DEM tinha uma meta de eleger 30 deputados e um governador. Elegeu 22 deputados e nenhum governador. Onde o partido errou nas eleições?

Todos os deputados do partido que disputaram foram reeleitos. E Ronaldo Caiado [DEM-GO] e Davi Alcolumbre [DEM-AP] agora são senadores. Por isso, acho que o partido teve uma estratégia mais corajosa, pensando no médio e no longo prazo.

Temos cinco senadores, podendo chegar a seis, se Aécio for eleito, 22 deputados e algumas prefeituras importantes como Salvador e Aracaju. Passada a eleição, vamos fazer um conjunto de debates para refinar a estratégia de futuro do partido.

O futuro passa por uma fusão?

Isso não está em pauta. Não quero nem descartar nem carimbar nenhuma hipótese. Vamos esperar passar a eleição e refletir as alternativas para o partido ganhar força e crescer. Mas estamos tranquilos. Nosso capital é importante, sobretudo pelo valor dos quadros do partido. O partido está unido, coeso e tem grandes quadros.

O governador Jaques Wagner disse que a corrupção é um tema rejeitado pela população. O sr. concorda com ele?

O PT, infelizmente, procurou banalizar o tema corrupção numa tentativa de nivelar todos os políticos por baixo.

O governador [Jaques Wagner] certamente é uma das últimas pessoas que têm autoridade para falar sobre corrupção. Seja por sua relação direta com os petistas envolvidos em escândalos recentes, seja pelo fato de ter colocado [o ex-presidente da Petrobras] José Sérgio Gabrielli como um secretário forte de seu governo.

Essa nomeação traz para o governo da Bahia essa conexão com o escândalo da Petrobras, empresa que é o maior patrimônio dos brasileiros, mas que foi tomada de assalto pelo governo petista.

Considera correta essa estratégia de opor as candidaturas no campo ético?

Isso não é uma estratégia, é um fato. Os petistas estão atrás das grades, fruto do mensalão, e agora estão envolvidos com o escândalo da Petrobras.

Os fatos mostram quem são os políticos que estão do lado de uma verdadeira mudança, da defesa de um novo momento da política, e aqueles que são o símbolo da corrupção na história recente da política brasileira.

Aécio tem uma trajetória política tradicional. Porque ele representaria um novo momento na política?

Aécio está disposto a fazer reformas e promover mudanças extremamente profundas. Não é mais possível continuar com um tipo de relação do poder Executivo com o Legislativo que foi construída pelo PT na base do toma-lá-dá-cá, da cooptação dos partidos, na base da troca de favores.

Aécio está determinado a promover essa ruptura. Ele vai não só usar toda sua força e capital político para promover uma reforma política, mas estabelecer uma relação com o Legislativo acerca de ideais e propostas. O tipo de relação [com o Congresso] construída pelo PT é a causa dos principais escândalos do governo petista.

Caso eleito, Aécio deve buscar o apoio do PMDB?

O Aécio deve dialogar com todo os partidos e com todos os deputados e senadores que queiram discutir um projeto para o Brasil.

A maioria congressual ele terá por um reconhecimento de deputados e senadores do resultado das urnas, do que a sociedade está indicando.

As negociações têm que se dar em torno da pauta que for encaminhada para o Congresso. Tenho a confiança de que, eleito, Aécio vai reunir capital político necessário para ter uma maioria em torno das propostas que são desejadas pela sociedade.

O que o senhor defende como reforma política?

É fundamental rever a quantidade de partidos políticos. Não dá mais para ter essa facilidade para criação de um partido.

Sou a favor do fim da reeleição, com mandato de cinco anos e com coincidência de eleições. Eleição de dois em dois anos é um problema.

É preciso acabar com a mercantilização do tempo de TV e reforçar a fidelidade partidária. A reforma tem que fortalecer os partidos.

Seu partido perdeu, novamente, as eleições para o governo da Bahia. Acha que subestimou a força do governador?

Não acho. O histórico das últimas eleições nos impediria de subestimar. Disputamos contra uma máquina fortíssima operando em alta velocidade com prefeitos e lideranças políticas. Foram vários convênios firmados de última hora e ruas sendo asfaltadas nas vésperas das eleições. Além disso, enfrentamos uma das campanhas mais caras de todo do Brasil.

A gente construiu uma aliança que nos deu expectativa de vitória até momentos antes das eleições, mas que não se confirmou. Agora, é respeitar a vontade do povo.

O resultado, ao contrário de me desanimar, me dá muita confiança. Tivemos o melhor desempenho dos últimos anos. É um dado que aponta para o futuro. Ganhar e perder é do jogo, esta eleição não será a última.

ENTREVISTA DA 2ª – ACM NETO

PT quer ser dono do Nordeste, diz prefeito de Salvador

Líder do DEM, baiano ataca estratégia da campanha de Dilma de disseminar medo e estimular divisão entre norte e sul do país

Um dos principais aliados do presidenciável Aécio Neves (PSDB) na região Nordeste, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), critica a estratégia petista de disseminar no eleitorado nordestino o "medo" de uma possível vitória do tucano.

Em entrevista à Folha, o neto do senador e governador baiano Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) diz que o PT "quer tomar para si a condição de proprietário" do Nordeste.

"Não vamos aceitar", disse o prefeito, que ainda criticou o governador baiano Jaques Wagner (PT) por relativizar a importância do tema "corrupção" na disputa presidencial.

Folha – Há cerca de 20 dias, o cenário da eleição era outro. O presidente do DEM, José Agripino, defendeu o apoio a Marina Silva no 2º turno. O sr. também disse que apoiaria Marina, caso Aécio não tivesse sucesso. Não acreditavam mais em Aécio?

ACM Neto – A declaração de Agripino foi distorcida. Em nenhum momento ele deixou de ter confiança na ida de Aécio para o segundo turno. Eu também mostrei toda minha confiança. O que disse foi que o mais importante era tirar o PT do poder.

Sempre estive nesse projeto muito menos por expectativa de poder e muito mais por compromisso de vida. Estou há dez anos na oposição e mantive minha coerência.

Aécio se preparou para ser presidente e ocupou funções públicas de forma muito honrada. E, com todo o respeito que tenho aos candidatos de oposição que nos lideraram em outras eleições, ele é o mais preparado.

A presidente Dilma teve mais que o dobro de votos de Aécio no Nordeste no 1º turno. Como reverter esse cenário?

Procuramos fazer o esforço máximo. Crescemos em relação a 2010 no primeiro turno e queremos crescer mais no segundo turno. O desempenho de Aécio no Nordeste foi superior ao de Serra em 2010.

O fundamental é enfrentar a tática do medo e mostrar que qualquer alinhamento tem que ser programático. Também acho inadmissível a tática do PT de querer dividir o Brasil. E o único capaz de unificar o Brasil é Aécio. Ele, aliás, foi o único candidato que desenhou um plano específico para o Nordeste.

Aécio vai ter um olhar muito especial para o Nordeste. Isso incomoda o PT porque eles querem chamar para si a condição de donos, de proprietários de uma região. E, isso, não vamos aceitar.

O ex-presidente FHC afirmou que o PT se apoia em "setores sobretudo mal informados". O sr. concorda?

Não acho, de jeito nenhum. Acho que a fala de FHC foi descontextualizada e não vamos aceitar essa injustiça que o PT procurou fazer com o ex-presidente.

Refuto qualquer tentativa de dividir regiões e classes sociais. Isso não existe. Tanto é que a gente encontra eleitores do PT nas classes economicamente mais avantajadas e antipetistas nas classes mais pobres. Não acho que seja divisão de classe.

O DEM tinha uma meta de eleger 30 deputados e um governador. Elegeu 22 deputados e nenhum governador. Onde o partido errou nas eleições?

Todos os deputados do partido que disputaram foram reeleitos. E Ronaldo Caiado [DEM-GO] e Davi Alcolumbre [DEM-AP] agora são senadores. Por isso, acho que o partido teve uma estratégia mais corajosa, pensando no médio e no longo prazo.

Temos cinco senadores, podendo chegar a seis, se Aécio for eleito, 22 deputados e algumas prefeituras importantes como Salvador e Aracaju. Passada a eleição, vamos fazer um conjunto de debates para refinar a estratégia de futuro do partido.

O futuro passa por uma fusão?

Isso não está em pauta. Não quero nem descartar nem carimbar nenhuma hipótese. Vamos esperar passar a eleição e refletir as alternativas para o partido ganhar força e crescer. Mas estamos tranquilos. Nosso capital é importante, sobretudo pelo valor dos quadros do partido. O partido está unido, coeso e tem grandes quadros.

O governador Jaques Wagner disse que a corrupção é um tema rejeitado pela população. O sr. concorda com ele?

O PT, infelizmente, procurou banalizar o tema corrupção numa tentativa de nivelar todos os políticos por baixo.

O governador [Jaques Wagner] certamente é uma das últimas pessoas que têm autoridade para falar sobre corrupção. Seja por sua relação direta com os petistas envolvidos em escândalos recentes, seja pelo fato de ter colocado [o ex-presidente da Petrobras] José Sérgio Gabrielli como um secretário forte de seu governo.

Essa nomeação traz para o governo da Bahia essa conexão com o escândalo da Petrobras, empresa que é o maior patrimônio dos brasileiros, mas que foi tomada de assalto pelo governo petista.

Considera correta essa estratégia de opor as candidaturas no campo ético?

Isso não é uma estratégia, é um fato. Os petistas estão atrás das grades, fruto do mensalão, e agora estão envolvidos com o escândalo da Petrobras.

Os fatos mostram quem são os políticos que estão do lado de uma verdadeira mudança, da defesa de um novo momento da política, e aqueles que são o símbolo da corrupção na história recente da política brasileira.

Aécio tem uma trajetória política tradicional. Porque ele representaria um novo momento na política?

Aécio está disposto a fazer reformas e promover mudanças extremamente profundas. Não é mais possível continuar com um tipo de relação do poder Executivo com o Legislativo que foi construída pelo PT na base do toma-lá-dá-cá, da cooptação dos partidos, na base da troca de favores.

Aécio está determinado a promover essa ruptura. Ele vai não só usar toda sua força e capital político para promover uma reforma política, mas estabelecer uma relação com o Legislativo acerca de ideais e propostas. O tipo de relação [com o Congresso] construída pelo PT é a causa dos principais escândalos do governo petista.

Caso eleito, Aécio deve buscar o apoio do PMDB?

O Aécio deve dialogar com todo os partidos e com todos os deputados e senadores que queiram discutir um projeto para o Brasil.

A maioria congressual ele terá por um reconhecimento de deputados e senadores do resultado das urnas, do que a sociedade está indicando.

As negociações têm que se dar em torno da pauta que for encaminhada para o Congresso. Tenho a confiança de que, eleito, Aécio vai reunir capital político necessário para ter uma maioria em torno das propostas que são desejadas pela sociedade.

O que o senhor defende como reforma política?

É fundamental rever a quantidade de partidos políticos. Não dá mais para ter essa facilidade para criação de um partido.

Sou a favor do fim da reeleição, com mandato de cinco anos e com coincidência de eleições. Eleição de dois em dois anos é um problema.

É preciso acabar com a mercantilização do tempo de TV e reforçar a fidelidade partidária. A reforma tem que fortalecer os partidos.

Seu partido perdeu, novamente, as eleições para o governo da Bahia. Acha que subestimou a força do governador?

Não acho. O histórico das últimas eleições nos impediria de subestimar. Disputamos contra uma máquina fortíssima operando em alta velocidade com prefeitos e lideranças políticas. Foram vários convênios firmados de última hora e ruas sendo asfaltadas nas vésperas das eleições. Além disso, enfrentamos uma das campanhas mais caras de todo do Brasil.

A gente construiu uma aliança que nos deu expectativa de vitória até momentos antes das eleições, mas que não se confirmou. Agora, é respeitar a vontade do povo.

O resultado, ao contrário de me desanimar, me dá muita confiança. Tivemos o melhor desempenho dos últimos anos. É um dado que aponta para o futuro. Ganhar e perder é do jogo, esta eleição não será a última.

15/06/2014

O “novo” na política…

Filed under: ACM,FHC,Geraldo Alckmin,Isto é PSDB!,José Serra — Gilmar Crestani @ 11:28 am
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O “meu garoto” da direita

14 de junho de 2014 | 12:24 Autor: Fernando Brito

todosjuntos

Essa foto aí de cima é do site do PSDB e retrata a convenção nacional do partido, que está acontecendo em (claro!) São Paulo.

Como numa equipe de futebol: Aécio, FHC, Alckmin, Serra, ACM Neto, Alvaro Dias, Aloysio Nunes Ferreira

A manchete em destaque é de O Globo, hoje, na internet.

Não se trata, portanto, de “propaganda”.

Mas é.

É o significado de algo, traduzido numa imagem, apenas.

O Brasil do passado, queira ou não a juíza do TSE que isso seja mostrado.

Um Brasil, sim, que dá medo e que o povo brasileiro exorcizou por três vezes.

O Brasil do arrocho salarial, nas negociatas da privatização, da submissão internacional, o Brasil dos Calabares.

Quando os negamos, é a isso que negamos.

Aécio é apenas uma cara nova para essa direita nada nova.

Que, de tão velha de ideias, envelheceria até um adolescente.

Não precisamos nos exaltar, nem xingar, nem vaiar.

O povo brasileiro não é um tolo e vai perceber tudo isso.

Esse retrato é mais convincente que qualquer argumentação.

Porque ele é a imagem de um Brasil que ficou para trás, embora teime em nos assombrar.

O “meu garoto” da direita | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

04/04/2014

Só a pena de morte, por traição, limparia a alma da pátria desta escumalha

Todos os grupos mafiomidiáticos que apoiaram o golpe militar, dele se beneficiou. Hoje, todos os que atacam a Petrobrás, querem se beneficiar com a doação dela às petrolíferas norte-americanas. São os mesmos de 1964 que estão tentando novamente dar o golpe. Os veículos são os mesmos: famiglias Marinho, Sirotsky, Mesquita, Frias e Civita. Já se deram conta que todas as afiliadas da Rede Globo foram afiliadas durante a ditadura? Como Roberto Marinho descobriu que podia contar com José Sarney, Antonio Carlos Magalhães, Arnon Collor de Mello e Maurício Sirotsky Sobrinho?!

Jornalismo golpista

A participação entusiasmada dos donos de mídia, articulistas, editorialistas e chefes de redação na conspiração contra o presidente João Goulart

por Juremir Machado da Silva

No Brasil, 1964 pode ser descrito como o ano da imprensa colaboracionista. Os intelectuais jornalistas traíram o compromisso com a verdade e com a independência por desinformação, conservadorismo e ideologia. Alberto Dines, Antonio Callado e Carlos Heitor Cony ajudaram a derrubar Jango. O poeta Carlos Drummond de Andrade sujou as mãos com algumas mal traçadas crônicas destinadas, pós-golpe, a chutar cachorro morto. Em 1954, a mesma imprensa havia empurrado Getúlio Vargas ao suicídio. Nas únicas três vezes em que o Brasil teve governos do centro para a esquerda – 1951-1954, 1961-1964 e 2003 até hoje –, a mídia aliou-se aos mais conservadores ao agitar os mesmos espantalhos: corrupção, anarquia, desgoverno, aparelhamento do Estado, tentações comunistas e outras ficções mais ou menos inverossímeis.

Em 1964, João Goulart, fervido no caldo borbulhante da Guerra Fria, enfrentou a ira moralista de veículos como o Correio da Manhã, Jornal do Brasil, O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, Tribuna da Imprensa, O Dia e dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. A queda de Jango começou a se definir em 13 de março, uma sexta-feira. O presidente cometeu o pecado de abraçar a reforma agrária e de encampar as refinarias de petróleo. A reação conservadora pôs nas ruas as Marchas da Família com Deus pela Liberdade. Consumado o golpe, o diretor de O Estado de S. Paulo, Julio de Mesquita, não se constrangeu em publicar, em 12 de abril de 1964, o “roteiro da revolução”, que ajudara a preparar com auxílio do professor Vicente Rao, em 1962.

O patriarca da imprensa golpista clamava pelo fechamento do Congresso Nacional e das assembleias legislativas. “Há mais ou menos dois anos, o Dr. Júlio de Mesquita Filho, instado por altas patentes das Forças Armadas a dar a sua opinião sobre o que se deveria fazer caso fosse vitoriosa a conspiração que então já se iniciara contra o regime do Sr. João Goulart, enviou-lhes em resposta a seguinte carta…” Sugeria a suspensão do habeas corpus, um expurgo no Judiciário e a extinção dos mandatos dos prefeitos e governadores. A solução “democrática” contra o governo de Jango seria uma junta militar instalada no poder por, no mínimo, cinco anos. A “Mensagem ao Congresso”, enviada por Jango em 15 de março, detonou o horror na imprensa golpista. O confronto com os marinheiros reunidos no Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro, em 25 de março, deu nova e poderosa munição para o golpismo midiático: as Forças Armadas estariam minadas pela indisciplina. Os marinheiros da base da hierarquia tinham reivindicações subversivas, entre elas… o direito ao casamento. A mídia considerava tudo isso muito radical. Em 30 de março, Jango compareceu ao encontro dos sargentos no Automóvel Clube do Rio. Foi a senha para o autodenominado “vaca fardada”, o general Olympio Mourão Filho, dar o seu coice mortal, marchando com suas tropas de Juiz de Fora para o Rio. A mídia exultou.

O golpe partiu de Minas sob a liderança civil do governador Magalhães Pinto. Alberto Dines, hoje decano dos críticos de mídia e pregador de moral e cívica no seu Observatório da Imprensa, brindou o governador, no livro que organizou e publicou ainda em 1964 para tecer loas ao golpismo – Os Idos de Março e a Queda em Abril –, com o mais alto elogio disponível na época, um cumprimento aos colhões do pacato golpista: “Enfim, apareceu um homem para dar o primeiro passo. Este homem é o mais tranquilo, o mais sereno de todos os que estão na cena política. Magalhães Pinto, sem muitos arroubos, redimiu os brasileiros da pecha de impotentes”.

O Correio da Manhã deveria constar no livro dos recordes como o mais rápido caso de arrependimento da história do jornalismo. Em 31 de março e 1º de abril de 1964, golpeava furiosamente. No editorial “Basta!”, decretava: “O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta”. De quê? “Basta de farsa. Basta da guerra psicológica que o próprio governo desencadeou com o objetivo de convulsionar o país e levar avante a sua política continuísta. Basta de demagogia para que, realmente, se possam fazer as reformas de base”.

O jornal iludia-se como uma senhora de classe média desinformada: “Queremos as reformas de base votadas pelo Congresso. Queremos a intocabilidade das liberdades democráticas. Queremos a realização das eleições em 1965. A nação não admite nem golpe nem contragolpe”. No editorial “Fora!”, saiu do armário: “Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: ‘Saia!”’ Veredicto: “João Goulart iniciou a sedição no país”. E mais: “A nação não mais suporta a permanência do Sr. João Goulart à frente do Governo. Chegou ao limite final a capacidade de tolerá-lo por mais tempo. Não resta outra saída ao Sr. João Goulart senão a de entregar o Governo ao seu legítimo sucessor”. Como poderia de um golpe vir um “legítimo sucessor”? Mistérios do jornalismo: “Hoje, como ontem, queremos preservar a Constituição. O Sr. João Goulart deve entregar o Governo ao seu sucessor porque não pode mais governar o País”.

Os grandes jornais paulistas e cariocas atolaram-se com o mesmo entusiasmo. Apoiaram o golpe e a ditadura. A Folha de S.Paulo ficou famosa por emprestar suas caminhonetes para a Operação Bandeirantes transportar “subversivos” para o tronco. Em 22 de setembro de 1971, o jornal de Octavio Frias tecia em editorial o seu mais ditirâmbico elogio ao pior momento da ditadura: "Os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta. Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social, realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama".

Esse apoio explícito da Folha de S.Paulo ao governo de Emílio Garrastazu Médici ganha nesse editorial um tom de confissão apaixonada: “Um país, enfim, de onde a subversão – que se alimenta do ódio e cultiva a violência – está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma imprensa que os remanescentes do terror querem golpear”. Em 2009, a Folha de S.Paulo chamou a ditadura de “ditabranda”. O arrependimento nunca chegou.

O Globo, em editorial de 2 de abril de 1964, notabilizou-se pela bajulação surrealista: “Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem”. Em 7 de outubro de 1984, nos 20 anos do regime, Roberto Marinho reincidiu: “Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. Só 49 anos depois do golpe, O Globo publicaria uma retratação contraditória e pouco convincente. Assim foi com outro representante do jornalismo carioca. Em 31 de março de 1973, o Jornal do Brasil comemorava: “Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer”.

Em 2 de abril de 1964, a Tribuna da Imprensa deu em manchete uma lição do mau jornalismo que sempre a distinguiu: “Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr. João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas”. Se os jornais apoiaram o golpe e a ditadura, muitos intelectuais jornalistas marcharam na linha de frente do golpismo. Cony, que logo percebeu o tamanho da encrenca e passou a criticar o novo regime, admitiu ter participado da confecção dos editoriais “Basta” e “Fora” do Correio da Manhã: “Minha participação limitou-se a cortar um parágrafo e acrescentar uma pequena frase”. Quanta modéstia retrospectiva! Para Cony, João Goulart era um “homem completamente despreparado para qualquer cargo público, fraco, pusilânime e, sobretudo, raiando os extensos limites do analfabetismo”.

Dines vomitaria uma das maiores asneiras da época: “É preciso muita convicção para não se enredar pelo glamour de uma façanha esquerdista. Quem tem coragem para dizer que aqueles marinheiros, que arriscaram a vida com aquele motim por uma causa tão distante e abstrata, como reformas de base, eram oportunistas e agitadores”. Entre as causas distantes e abstratas defendidas naqueles tempos estavam o direito ao casamento e ao voto para os analfabetos. Em 1968, depois do AI-5, em discurso numa formatura, Dines criticou a censura. Enrolou-se com os velhos amigos. O Serviço Nacional de Informações forneceu-lhe um atestado de bons antecedentes descoberto pelo pesquisador Álvaro Larangeira: “Sempre se manifestou contrário ao regime comunista. Colaborou com o governo revolucionário, escrevendo livro sobre a revolução e orientou feitura de cadernos para difundir objetivos da revolução”. Não foi denunciado. Perdoou-se o deslize.

Callado faz de Jango um bêbado, incompetente e inculto, casado com uma mulher fútil, e com um vício terrível, “o de aumentar o salário mínimo”. O futuro escritor atrapalhava-se com as palavras: “A Presidência da República foi transformada numa espécie de grande Ministério do Trabalho, com a preocupação constante do salário mínimo”. Chafurdava na maledicência: “Ao que se sabe, muitos cirurgiões lhe garantiram, através dos anos, que poderia corrigir o defeito que tem na perna esquerda. Mas o horror à ideia de dor física fez com que Jango jamais considerasse a sério o conselho. Talvez por isso tenha cometido o seu suicídio indolor na Páscoa”. Raízes de certo jornalismo de nossos dias.

Juremir Machado da Silva é jornalista e autor de 1964, Golpe Midiático-Civil-Militar

SQN

23/04/2012

Do tamanho da Veja

Filed under: ACM,Racismo,Veja — Gilmar Crestani @ 8:24 am

 

Veja detona ACM Neto na capa

O deputado ACM Neto (DEM/BA) deveria pedir direito de resposta, depois de ser "zoado" pela capa da revista Veja.
Será que ele subirá na tribuna da Câmara para discursar, reclamando de sofrer "bullyng" da revista?
A Veja retornou ao passado das idéias eugenistas, muito apreciadas por Adolf Hitler, e praticou "bullyng" contra as pessoas mais baixas e gordinhas.
Deixando claro o nosso repúdio à essas idéias nazistóides sem pé nem cabeça, confundindo diversidade de biotipos, vamos olhar pelo lado do humor político, como Charles Chaplin olhou para Hitler, expondo o ridículo da revista.
Segundo a Veja, alguém mais baixo, com o perfil de ACM Neto, seria menos saudável e tenderia a ter menos sucesso.
Logo, se fossemos seguir a cabeça da revista, ACM Neto já estaria descartado para se candidatar a prefeitura de Salvador, principalmente enfrentando candidatos mais altos, como Nelson Pelegrino (PT/BA).
Os defeitos do deputado do DEMo não estão na estatura física, estão na estatura política, herdeiro que é e faz questão de ser dos pensamentos e jeito de agir retrógrados das oligarquias políticas que fez o Brasil atrasar nos primeiros 500 anos.
Vá em frente ACM Neto! Suba na tribuna e denuncie a Veja. Quanto a isso, damos o maior apoio  (mas só quanto a isso).

Os Amigos do Presidente Lula

13/11/2011

O livro de Ruth

Filed under: ACM,Corruptores,Daniel Dantas,Mauricio Dias,Prof. Cardoso,Ruth Cardoso — Gilmar Crestani @ 10:25 am
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Ruth, ACM, Dias
e a hipocrisia de FHC

Na pág. S4 do Estadão deste sábado, Antonio Gonçalves Filho trata do lançamento do livro “Ruth Cardoso, Obra Reunida”, organizado por Teresa Caldeira, para a Editora Mameluco.
Gonçalves transcreve trecho da biografia da antropóloga, “Fragmentos de uma Vida”, de Ignácio de Loyola Brandão:
“Ruth, certo dia, afirmou publicamente não entender como o marido se aliava a um político como ACM, figura que trazia todos os vícios do autoritarismo e da prepotência da ditadura”.
Na seção (imperdível) “Rosa dos Ventos”, na pág. 18 da Carta Capital que chega às bancas neste fim de semana, Mauricio Dias trata das “duas faces de FHC”.
(Duas, Mauricio ?, perguntaria D. Ruth.)
“O ex-presidente alveja o PT pelos pecados que ele cometeu.”
Dias se refere à cruzada anticorrupção, o último osso do baú do intelectual do Farol de Alexandria.
Ele é contra a corrupção.
O que o aproxima muito do ACM, ao contrário do que pensava a D. Ruth.
Um dos momentos mais altos da carreira de ACM foi fazer, na ante-véspera da queda de Jango, um discurso na Câmara Federal para denunciar a corrupção no regime janguista.
(Nada que se comparasse, por exemplo, ao legado carlista, especialmente no Judiciário.)
FHC agora deu para dizer que a corrupção no Governo dele era passageira e no Governo petista é “sistêmica”, define Dias.
Dias recorda o “mensalão mineiro”, o pai de todos os mensalões e a matriz do business-plan do Marcos Valério, depois turbinado pelo Daniel Dantas, quando comandante da Brasil Telecom (por delegação de FHC – e ACM !).
(Quem “descobriu” o Daniel para o FHC ? ACM, baiano como Dantas.)
Mauricio Dias se lembra de Ricardo Sérgio de Oliveira, operador de Sergio Motta, o trator que passou pela re-eleição de FHC com um caminhão de dinheiro.
Dias conclui:
“… como bandeira da eleição, (a corrupção) foi um  fracasso. Lula foi reeleito em 2006, derrotando o tucano Alckmin e Dilma superou o tucano Serra em 2010” – e vai superá-lo, de novo, em 2014 (clique aqui para ler “Cerra é candidato em 2014 – ôba !” e aqui para ler “Inês explica por que Serra fugiu de Haddad”).
“O eleitor virou as costas para a ética ? Não. Talvez tenha apenas percebido que, por hipocrisia, a oposição levou a luta política para o campo de ética.”
Bingo !

Paulo Henrique Amorim

Quem falta nessa foto, amigo navegante ?

D Ruth, ACM, Dias e a hipocrisia de FHC | Conversa Afiada

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