Aécio Neves é mais blindado que carro de traficante. Tem mais proteção que presidente dos EUA. De repente, parece que Aécio colocou o Anel de Sauron, para que o deixa invisível aos olhos das autoridades, mas também nas múltiplas plataformas com que a plutocracia protege seus cleptocratas. Bem, se até Perrella chega a Ministro, é porque, para ladrões contumazes há sempre uma dificuldade de quem lucra com isso.
Tudo fica muito claro na comparação das acusações que pesam contra Dilma e contra Aécio. Aliás, nestas horas Aécio parece continuar em segundo, só atrás do seu parceiro de golpe, Michel Temer.
Digo mais, diante da velha mídia, a começar pela Rede Globo, gente como Aécio, Temer e CUnha são café pequeno. Estes o voto pode tirar, mas o golpismo incrustrado na velha mídia, não.
E se hoje somos governados por uma quadrilha com ramificações internacionais, o início se deu com a dificuldade do Napoleão das Alterosas em aceitar que o resultado do TSE. Instado pela plutocracia, Aécio partiu para acusações de todas ordem contra Dilma. E todas eram ecoadas pelos seus parceiros do Instituto Millenium. Ninguém cobrava prova do que Aécio Neves dizia. Hoje sabemos porquê. Só não sabemos porque, diante de tantas provas, Andrea Neves ainda não foi coercitada…
Mágica da mídia faz Aécio desaparecer em meio à enxurrada de denúncias
02 de julho de 201602 de julho de 2016 Bajonas Teixeira
(Foto: Foto George Gianni)
Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, colunista de política do Cafezinho.
Aécio Neves é o presidente do maior partido de oposição ao governo Dilma, o PSDB, foi o segundo candidato mais votado nas últimas eleições presidenciais e, além disso, esteve à frente das manifestações pelo impeachment e do processo que levou ao governo interino de Michel Temer. No entanto, como se fosse um cidadão comum, Aécio some da mídia, não se posiciona a respeito da política econômica e se cala sobre as questões decisivas num momento crítico da história do país.
Em outros lugares, a opinião pública não aceitaria esse desaparecimento porque um líder político não pode simplesmente abandonar suas responsabilidades e esconder-se. Ele seria acusado de deserção. Um batalhão de repórteres estaria no encalço de Aécio, dia e noite, como um pelotão de busca atrás de um general desertor. Sobretudo, ele não poderia se furtar de prestar contas à sociedade e aos seus eleitores sobre tantas denúncias, que se agravam por virem de denunciantes diferentes (Sérgio Machado, Pedro Corrêa, Léo Pinheiro, Delcídio do Amaral).
No Brasil, ao contrário, o chá de sumiço é a estratégia mais corriqueira e manjada dos políticos acusados de corrupção. Foi o que fez Sérgio Cabral Filho, governador do Rio, quando muitas nuvens negras se acumularem sobre a sua praia. No entanto, no caso do Sérgio Cabral, a Globo profanou o seu recolhimento, e uma indiscreta matéria da revista Época colou o dedo na sua ferida. O título da matéria já disse quase tudo: Cabral exigiu 5% de propina nas obras do Maracanã, dizem delatores. Irônico, o texto começou assim:
“Desde que deixou o cargo de governador do Rio, há pouco mais de dois anos, Sérgio Cabral tornou-se um político recluso. Suas aparições públicas são raras e nada se sabe sobre como passa seus dias.”
A matéria passou o pente fino nas denúncias de transgressões associadas ao nome do ex-governador. Mas e Aécio? Aécio vai muito bem, obrigado, porque a mídia o deixa no conforto do limbo oculto num véu de invisibilidade. Tudo indica que dificilmente será desalojado daí.
Com as inúmeras denúncias dirigidas a Aécio desde 2014, a começar pelo aeroporto em terras do tio-avô, tudo se passou em brancas nuvens flutuando num céu de brigadeiro. Só recentemente, e muito aos poucos, as denuncias foram ganhando maior visibilidade, e isso mais por conta da PGR de Rodrigo Janot do que por força da responsabilidade da mídia de informar. De todo modo, o acúmulo de denúncias nas últimas semanas obrigaram Aécio Neves a mergulhar mais fundo no submundo da invisibilidade.
O mês de junho de 2016 mostrou-se excepcionalmente rico em denúncias de corrupção envolvendo Aécio Neves e de denuncias, o que é pior, sacralizadas pelo selo de “delações premiadas”. Assim, na delação premiada do ex-deputado condenado no mensalão e na Lava Jato, Pedro Corrêa (PP-PE), Aécio surge como indicando diretores da Petrobras, já Sérgio Machado apontou seu envolvimento em pagamentos, com recursos provenientes da corrupção naturalmente, para financiar deputados e eleger-se presidente na Câmara Federal em 2001. Por fim, o empreiteiro Léo Pinheiro, sócio e ex-presidente da OAS, afirma que pagou propina a auxiliares de Aécio.
Apesar dos pesares, embora a situação de Aécio tenha se complicado extraordinariamente, não se levantou na mídia um clima de caça às bruxas, de linchamento moral e político, semelhante ao que ocorreu com Lula, no momento da sua indicação para o ministério, quando a Globo mobilizou até o STF para vociferar raivosamente contra um ex-presidente da república.
O tratamento ameno e amigável, em que as manchetes aparecem para sumirem instantes depois dos portais, não deixa espaço para o teatro da indignação escandalizada.
Além disso, em diversos momentos, a mídia sai em defesa de Aécio, sempre de forma indireta, seja através da apresentação de sua figura como a de um líder prestigiado no meio político, seja dando ressonância a defesas, como a recente de FHC garantindo que Aécio nunca pediu a ele cargos de diretores na Petrobras.
O silêncio de alta densidade, sobretudo, que permite a Aécio sumir das manchetes por tempo indeterminado constitui a principal forma de proteção que a mídia tem concedido a ele. O presidente do PSDB pode estar afundando aos poucos num pântano de descrédito, mas não é vítima nem do ódio generalizado embora relativamente ameno, que o país devota hoje a Eduardo Cunha, nem do ódio virulento cristalizado em certos segmentos da classe média contra Lula. A mídia o tem resguardado contra isso.
Bajonas Teixeira de Brito Júnior – doutor em filosofia, UFRJ, autor dos livros Lógica do disparate, Método e delírio e Lógica dos fantasmas, e professor do departamento de comunicação social da UFES.
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