Nossa direita não aprendeu nada com o Barão de Itararé. Dizia o velho bardo que quem se vende sempre recebe mais do que vale.
A direita, que vê no poder aquisitivo a medida para todas as coisas, sofreu, com a histórica decisão do STF, uma catastrófica deflação cambial.
A retração comercial no mercado de compra e venda de políticos terá de mudar de rumo. A RBS já percebeu isso. Inventou a Agenda 2020 e conseguiu eleger, com a ajuda de uma sigla de aluguel, o PDT, e o PP gaúcho, dois funcionários para o Senado: Lasier Martins e Ana Amélia Lemos. O investimento do Grupo RBS faz sentido. A manobra ficou ainda mais clara com o desdobramento da Operação Zelotes.
Se formos observar, o financiamento privado funciona ao moldes da lavanderia montada pelo HSBC, na Suíça. Coincidentemente, ninguém ouve, vê ou lê nos assoCIAdos do Instituto Millenium qualquer informação a respeito do desdobramento da CPI do CARF/Zelotes ou da Lista Falciani do HSBC.
Os mesmos veículos golpistas que fizeram coro em solidariedade com a decisão do STF condenando petistas, dizendo que decisão judicial não se discute, descantam o verso. No popular, cuspiram pra cima. Por que uma decisão do STF deve ser respeitada e outra, não? Significa que as decisões do STF devem ser respeitadas apenas se atendem seus interesses. Caso contrário, o contra-ataque é violento e desproporcional.
A Rede Globo só respeita quem ela puder capturar mediante estatuetas… Ou então de governante que aceite pensar-se amante…
Fim das doações privadas enfureceu a direita
![]()
Em Veja, a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal, que eliminou a contaminação da política pelo dinheiro privado, foi classificada como "estupidez"; no Globo, editorial foi além e afirmou que o STF "institucionalizou o caixa dois" no Brasil; antes deles, personagens como o blogueiro Reinaldo Azevedo e o senador Ronaldo Caiado já haviam se revoltado; nessa onda, até mesmo o Movimento Brasil Livre, que organiza atos contra a corrupção, protestou contra o financiamento empresarial; será que a direita não terá mais como eleger seus representantes sem apoio de empresas?
20 de Setembro de 2015 às 07:07
247 – A direita brasileira está indócil desde a última quinta-feira, quando, por oito votos a três, o Supremo Tribunal Federal proibiu o financiamento empresarial de campanhas políticas, num julgamento conduzido pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente da corte.
O julgamento da ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil foi influenciado pela percepção crescente da sociedade brasileira de que as doações privadas são a origem dos principais escândalos de corrupção do País, como o da Petrobras e o da compra de trens pelo metrô de São Paulo – ainda que o grau de punições seja bem diferente.
Neste fim de semana, dois veículos de comunicação alinhados à direita protestaram. Em Veja, a decisão do STF foi classificada como "estupidez".
"Os ministros quiseram dar um basta na corrupção e terminaram por dar-lhe um formidável impulso", diz o editorial da revista.
O Globo, dos irmãos Marinho, publicou editorial na mesma linha e afirmou que o STF "institucionalizou o caixa dois no Brasil", como se a proibição do STF existisse para ser descumprida. Argumento semelhante foi usado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Antes deles, quem se revoltou foi o blogueiro Reinaldo Azevedo, que lamentou até não ter asas e bico para poder voar para bem longe daqui (relembre aqui). Ecoando argumentos de Reinaldo, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre, Fernando Holiday, que organiza atos contra a corrupção, também protestou (leia aqui).
Tamanha indignação deixa no ar uma dúvida: a direita não conseguirá mais eleger seus representantes sem a força do dinheiro?
Deixe um comentário