OBScena: famiglia dei capitani, sotto i capi dei capi
Não há o menor movimento dentre os bravos procuradores e delegados para investigar este Clan. E olha que o volume movimentado ultrapassa em muito algumas das operações espalhafatosas. Esta parcialidade joga luz sobre o verdadeiro interesse no combate à corrupção.
A máfia do futebol brasileiro prescinde do bom ou mau uso da teoria do domínio do fato. Sobejam provas. Falta colhão e hombridade a quem deveria zelar pelo bom nome das instituições Ministério Público e Polícia Federal.
Operação Zelotes dorme em berço esplêndido. No mesmo quarto onde dormiram os papéis mandados da Suíça para o Rodrigo de Grandis.
Trata-se de uma ala do museu, como os círculos do inferno de Dante, onde se encontram a Lista de Furnas, a Lista Falciani do HSBC, a Operação Pavlova, a compra da reeleição, o Caso Raytheon, a doação da Vale do Rio Doce, o limite da responsabilidade na Embratel…
É uma parte do museu que tem mais alas que escola de samba. Por coincidência, os direitos televisivos do carnaval, comandado pelo jogo do bicho, e do futebol, comandado pelos parceiros José Maria Marin, Ricardo Teixeira e J. Hawilla, sempre estiveram com a Rede Globo.
Lá ficam guardados os casos de corrupção envolvendo parceiros ideológicos destes delegados e procuradores Padrão FIFA…
A súbita revolta de Galvão Bueno com a CBF é uma história mal contada. Por Kiko Nogueira
Postado em 24 jul 2015 – por : Kiko Nogueira
Tutti buona gente
Galvão Bueno tem feito o que colunistas de TV chamam de “duras críticas” ao presidente da CBF, Marco Polo del Nero, em seu programa “Bem, Amigos”.
A mais recente delas foi por ocasião da ausência do cartola na reunião da Fifa em Zurique. Depois de se lamentar “como atleta que fui”, alguém que “ vive o esporte desde que se entende por gente”, Galvão pontuou que estava indignado.
“Ele tem vários cargos de importância na Fifa: é presidente do Comitê do Futebol de Areia, terminou ontem o Campeonato Mundial em Portugal e ele não foi”, falou.
O comentarista Caio Ribeiro, como sempre no papel de escada, pediu a renúncia do dirigente. “A verdade é uma só: ele não tá pensando no dia seguinte, tá pensando na sobrevivência dele, então talvez hoje, nesse momento, não esteja apto a ocupar o cargo que ocupa’’.
Então Galvão Bueno, locutor das partidas da seleção desde tempos imemoriais, está revoltado com os escândalos do futebol brasileiro. Mas por que agora?
O motivo mais óbvio é o prejuízo que a derrocada do time causa à Globo. Graças ao fiasco na Copa América, a Globo não terá o Brasil na Copa das Confederações em 2017.
Os direitos para transmitir os mundiais da Rússia e do Catar foram garantidos numa boa, numa negociação sem licitação, como um reconhecimento da antiga e rentável parceria entre CBF, Fifa e Globo. E se a equipe de Dunga não se classificar?
Agora, simular aversão às práticas de Del Nero é um pouco demais. Se ele é ladrão, Ricardo Teixeira é o quê? Sem Teixeira não haveria Marin ou Del Nero. Ele fez miséria durante anos, sem que Galvão Bueno ou qualquer de seus colegas abrisse o bico.
O recado agora, antes de ser de alguém preocupado com os rumos do esporte, é de um sócio — ou porta-voz da sócia, a Globo.
A diatribe de GB é tão estapafúrdia quanto a de Zeca Camargo. Zeca é autor de um dos mais formidáveis besteirois do jornalismo moderno. A “crônica” na Globo News em que misturou a comoção pela morte de um cantor sertanejo que ele não conhecia com o nosso suposto “abismo cultural”, fechando com a mania de livros para colorir, é um clássico do nonsense.
Zeca, veja bem, apresenta um programa de bastidores de novelas. A exploração da tragédia com Cristiano Araújo foi enorme, sem dúvida — principalmente na Globo. O G1, por exemplo, está dando até agora qualquer coisa remotamente relativa a isso, como uma entrevista com familiares da namorada do rapaz.
Galvão e Zeca fariam um favor a seu público, e sobretudo a si mesmos, se parassem de fingir que não trabalham onde trabalham.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
Deixe um comentário