Fernandinho Beira-Mar, rei do pó!
Continuam as obviedades da Operação Lava Jato. Algumas ausências que falam mais alto, mas é a entrega da lista aos juízes do Jornal Nacional que confirma a suspeita de que o STF funciona a reboque da velha mídia. Exatamente o grupo que cresceu no estrume da ditadura e se mantém graças à sonegação.
Vamos começar pela obviedade. A leitura do rol de denunciados, pelo Ministro Teori Zavascki, foi feito sob medida para o Jornal Nacional. Caiu a última quimera, o STF terceirizou o julgamento e submete-se ao reboque da Globo. O que ela decide está decidido.
Ah, eu sou gaúcho!
A novidade da lista é a quantidade de gaúchos que vivem de dedo em riste para acusar a honestidade alheia. Coincidentemente, são useiros e vezeiros dos holofotes. Onipresentes nos veículos da RBS, o PP entrou todinho, sem cuspe, na lista. Foi graças a trupe que a RBS emplacou uma Senadora e quase se elege governadora. O RS está bem representado pelo PP. Afinal, povo que não tem virtude acaba por ser denunciado. Isso é muito, mas não é tudo. O ausente mais bem representado é Pedro Simon. Seus parceiros do PMDB estão lá, rindo com dentadura nova. Ninguém vai incriminar o PMDB do Pedro Simon porque não se esperava algo diferente disso. Nunca é demais lembrar que os bagres gaúchos caídos na rede da Lava Jato estiveram ao lado de Aécio Neves, José Ivo Sartori e Lasier Martins nas últimas eleições. São os tais de moralistas prontos a achacarem a honestidade alheia porquanto a manada é de uma passividade bovina.
Fica a pergunta: Ana Amélia Lemos entrou para o PP porque conhecia o PP ou por que a RBS exigiu que entrasse para o PP? Será que a RBS vai tentar queimar o filme do PMDB de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, mas também do José Ivo Sartori, do Pedro Simon e do Eliseu Rima Rica? Será que as ligações umbilicais do Correio do Povo com o PP vão se estilhaçar agora que sua bancada foi premiada por inteiro na delação? O mais engraçado, para nós gaúchos, é que foi o PP foi a bancada mais intransigente, onde tem mais homofóbicos e racistas, onde o ódio ao MST é maior, que a delação pegou mais elementos. São os tais saudosos da ditadura onde, segundo os mesmos, não havia corrupção. Como diria José Cândido de Carvalho, o PP gaúcho é um “ninho de mafagafos cheio de mafagafinhos”…
Aécio, ausência sempre lembrada
O ausento mais ilustre, e que explica o mise en scene midiático, é o sempre lembrado pelo delator mas sempre esquecido pelos seus cabos eleitorais: Aécio Neves. Nem a presença manjada de Antonio Anastácia, o irmão siamês das alterosas, nos serve de prêmio de consolação. A subtração do ilustre gazeteiro e maior faltoso no ranking da Veja é ausência para sempre lembrada. Se a ausência, forjada a ferro e fogo pelo PM, do Aécio Neves é um fato da natureza, há uma constatação que decorre dessa mesma natureza. Não há nenhum tucano de São Paulo. Os tucanos de São Paulo são inimigos figadais dos tucanos mineiros. Isso se explica simplesmente porque os tucanos paulistas têm seu próprio esquema de financiamento de campanha. Para que Petrobrás para quem tem Alstom & Siemens?! A entrada de Anastacia é uma tentativa forçada e forjada querendo dizer que há todos os partidos. No final será inocentado e aqueles que, por qualquer motivo possam macular Dilma ou Lula, serão condenados. O esquema do Youssef, para Minas, passava por outros dutos, já que o da Petrobrás, como diria era o autor d’O Coronel e o Lobisomem, é teúdo e manteúdo do PP gaúcho.
Álvaro Dias na banguela
Para lá das obviedades, como a ordem Do dia foi ditada para ser vista pelas lentes do JN, há algumas surpresas: Álvaro Dias. O pássaro mais falante andava silencioso. Conhecedor das práticas paranaenses de onde brotou a lista do Janot, foi o preço para ficar de fora. Espera, com o repentino voto de silêncio obsequioso, não ser lembrado pelas amizades desde os tempos do Banestado. Para quem pensava pintar Alberto Youssef como um mau companheiro, o silêncio a respeito de Álvaro Dias é prova suficiente de que quem tem amigos tem tudo. Então quer dizer que Aécio e Anastácia teriam ficado na lembrança de Youssef mas Álvaro Dias, não?! Conte outra, não a do papagaio, mas a do tucano de bico grande e cérebro pequeno. Fizeram com Álvaro Dias o que Fux prometera a Dirceu: mataram no peito.
De corpo inteiro, PMDB cheira à Simon
Não sei como evoluirão as investigações, mas os últimos dois heróis da velha mídia tiveram seus nomes associados ao cartel das empreiteiras. Renan Calheiros que, ao devolver a proposta de ajuste encaminhada pelo governo, virou herói dos golpistas, está na lista. E Eduardo Cunha, guindado à presidência com a leniência do coronelismo eletrônico, também está contemplado. A direita, na insana cavalgada de perseguição ao PT e a exemplo do que fizeram com Severino Cavalcanti, entregou a presidência do Congresso nas mãos de um dos mais notórios falcatruas da política braseira. Tão poucas vezes a presidência daquela casa representou tão bem o espírito de manada vendido pelos grupos mafiomidiáticos.
Como Renan Calheiros foi denunciado por formação de quadrilha, a pergunta que fica no ar é se Pedro Simon dança na quadrilha do Renan. Eles pertencem ao mesmo partido e, pela teoria do Domínio do Fato, Simon, pela longa convivência, sabia de tudo. Só não vale vir a público e dizer que não sabia de nada.
Os a$$oCIAdos do Instituto Millenium estão em festa. Seus amestrados, a exemplo dos argentinos da Recoleta, depois de baterem cabeça, batem panelas. Jornais, revistas e tvs decadentes ganharão minutos de sobrevida com o Big Brother. Será que Teori o Pedro Bial do STF?!
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