Como o conceito de democracia, ditadura e terrorista flutua ao sabor da conveniência.
Até ontem os EUA vendiam ao mundo a ideia de Cuba era uma Ilha que abrigava e praticava o terrorismo. E ele não estava se referindo a Guantánamo… A direita Miami, se já estava obcecada com as cores vermelhas espalhadas pelo Brasil, deve estar atônita com o afundamento do último ponto de apoio de suas teorias subservientes aos EUA.
De repente, não mais que de repente, tudo vira de cabeça para baixo. E assim o principal plano de governo de uma direita desmiolada é jogado no lixo.
Será que o Obama consultou nossos vira-latas, como aquela mula da Veja que tinha fetiche na cor vermelha, Rodrigo Constantino, que disse que o vermelho no logo da FIFA na copa de 2014 era uma forma de infiltração comunista no Brasil.
Pois vamos comemorar estas duas boas notícias: o término do bloqueio econômico de Cuba e a falência da estrebaria Abril, que abriga a Veja…
Governo americano relaxa restrições para turismo e comércio com Cuba
Necessidade de autorização prévia para viagem acaba; uso de cartões por turistas é liberado
Medidas são primeiros passos concretos após o histórico anúncio de reaproximação entre os dois antigos inimigos
RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON
As restrições para viagens de americanos a Cuba, além de outras relacionadas a comércio e transações financeiras, serão relaxadas a partir desta sexta (16).
Os Departamentos [ministérios] do Tesouro e do Comércio americano publicaram as mudanças das regras que, na prática, driblam parte do embargo a Cuba em vigor desde 1962 e que só poderia ser terminado com aprovação do Congresso.
A partir de agora, os americanos poderão viajar a Cuba sem pedir uma licença prévia especial ao governo.
Embora estejam sendo mantidas as 12 categorias em que viagens são permitidas –como intercâmbio cultural, "apoio ao povo cubano", "razões humanitárias" ou atividades esportivas–, a falta de necessidade de pedido prévio significa que o turismo será praticamente liberado.
Turistas poderão usar cartões de crédito americanos na ilha e trazer até US$ 400 em produtos, incluídos US$ 100 em álcool e charutos.
Além disso, limites de gastos por dia deixam de vigorar. Companhias aéreas e agentes de viagens não precisarão de licença especial para operar na ilha.
Até agora, turistas americanos tinham que levar maços de dólares na bagagem para todos os seus gastos.
As remessas em dinheiro que americanos podem enviar a Cuba tiveram seu valor elevado, dos atuais US$ 500 por trimestre para US$ 2.000.
Como o embargo oficialmente continua, investimentos diretos e comércio entre os dois países ainda são proibidos, com exceções para equipamentos agrícolas, alguns alimentos e agora operações bancárias e telecomunicações (com o objetivo de melhorar a estrutura de internet no país).
"Essas mudanças terão um impacto direto e positivo na vida do povo cubano", declarou o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew.
Em dezembro, o presidente americano Barack Obama e o ditador cubano Raúl Castro anunciaram que reabririam suas embaixadas em Havana e em Washington, na maior mudança da política bilateral em mais de 50 anos.
Na quarta-feira (21), a subsecretária do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, irá a Havana para discussões com o governo cubano.
APOIO NOS EUA
O embargo americano foi decretado pouco depois da Revolução Cubana (1959), quando mais de US$ 1 bilhão em propriedades americanas foram expropriados pelo regime castrista.
As relações diplomáticas entre os dois vizinhos foram reatadas depois de uma troca de prisioneiros e da libertação cubana de 53 presos políticos.
Em 2012, 98 mil americanos sem laços familiares com Cuba visitaram a ilha, depois de um relaxamento das restrições feito por Obama.
Esse número não conta os cerca de 500 mil cubanos-americanos que visitam a ilha anualmente, com permissão do governo americano.
Pesquisas divulgadas no ano passado indicavam que mais de 60% dos americanos defendiam relações diplomáticas com Cuba. Poucos políticos americanos, quase todos cubanos-americanos da Flórida e de Nova York, criticaram Obama por "fazer o jogo dos irmãos Castro".
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