A corrupção instalada na Petrobras, segundo o Ministério Público, tem pelo menos 15 anos. E envolveu os partidos da base aliada do governo atual e “mais alguns”. Na novilíngua dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium, “mais alguns” são os partidos da base aliada da Judith Brito, em especial o PSDB. Toda vez que Lula ou Dilma tentaram fazer alguma limpeza mais profunda na Petrobrás e outras empresas públicas, o PSDB ocupava a tribuna do Congresso para acusar de aparelhamento do Estado. Durante a recente campanha Presidencial, não foram poucas vezes que Aécio Neves acusou Dilma de aparelhamento do Estado. Agora, todos os envolvidos nos esquemas bilionários da Petrobrás já estavam operando antes de Lula e Dilma. Ocupavam postos na Petrobrás desde antes de o PT existir. Aliás, o doleiro ficou famoso alguns anos atrás operando no Banestado, cujas operações renderam livros e deram a FHC o epíteto de “Príncipe da Privataria”….
A questão contra a qual me insurjo não é a incriminação dos envolvidos, mas a parcialidade com que são tratados os casos de corrupção. Toda vez que alguém relacionado ao PT, mesmo não sendo filiado, é denunciado, as cinco irmãs (Veja, Estadão, Folha, Globo & RBS) incriminam toda a instituição PT. Se querem fazer isso, porque não o fazem quando os envolvidos são do PSDB, PMDB, PP, DEM?! Aliás, poderíamos ir além: por que toda vez que há um empresário envolvido em adulteração de leite, desvio de recursos públicos, sonegação, formação de cartel os mesmos grupos mafiomidiáticos não incriminam todos os empresários? Por que toda vez que há uma denúncia envolvendo alguém do PMDB não dão mesmo tratamento, diabolizando o PMDB? Por que quando alguém da imprensa está envolvido em crimes, como Policarpo Junior ou Pimenta Neves, por que não é generalizada para toda imprensa?
Por que formação de Cartel na Petrobrás é crime mas na construção de túneis e aquisição de trens nos governos do PSDB, desde Mário Covas, passando por José Serra & Geraldo Alckmin não é?!
O que transparece é que a luta não é contra a corrupção, mas contra a concorrência na corrupção, como se os aliados dos velhos grupos de mídia tivessem carta branca e exclusividade para roubar?!
O comportamento parcialíssimo desse pessoal do Instituto Millenium faz lembrar aquele filme italiano do Ettore Scola, Concorrenza sleale(Concorrência desleal), ambientado no período fascista da bota.
Delator da Lava Jato já era suspeito por formação de cartel desde Mário Covas
ter, 18/11/2014 – 18:17 – Cíntia Alves
Augusto Mendonça, da Toyo Setal, é primo de Marcos Mendonça, ex-deputado e ex-secretário de Cultura do PSDB. Em 1999, ambos foram alvo de denúncia sobre monopólio nas obras contratadas pela Pasta
Jornal GGN – Renato Duque é o elo com o clube de empresários milionários que formaram um cartel para fraudar contratos, licitações e participar dos esquemas de pagamento de propina com dinheiro da Petrobras. Duque, segundo informou Paulo Roberto Costa, chegou à condição de diretor de Serviços da estatal em meados de 2002, por indicação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) – condenado no processo do mensalão. Por isso a grande mídia atribuiu a Duque o apelido de "afilhado de Dirceu". Veja destaca isso, sempre que pode, nas manchetes que produz sobre a Operação Lava Jato.
“Renato Duque comandava o setor responsável pelas licitações de obras de todas as diretorias e pelo acompanhamento da execução dos contratos. Por meio dela, o PT ficava com 2% do valor de todos empreendimentos da estatal petrolífera. A Diretoria de Abastecimento, que era controlada pelo PP por intermédio de Paulo Roberto Costa, e a de Internacional, que era controlada pelo PMDB via Nestor Cerveró, ficavam com 1%”, publicou o Estadão, na tarde desta terça-feira (18).
Quem denunciou o papel central de Duque no esquema foi o executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto. Essa semana, Mendonça e outro executivo do grupo, Julio Gerin de Almeida Camargo, foram destaque nos jornais por terem virado as mais novas peças-chave na Operação da Polícia Federal. Depois de Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, são Mendonça e Camargo quem têm soltado o verbo e delatado empresários corruptores. Eles foram os dois primeiros executivos que pediram um acordo de delação premiada à Justiça.
Recentemente, quem traçou o perfil de Mendonça Neto na Folha foi o jornalista Mário César Carvalho. No texto, ele destaca que a Toyo-Setal é uma empresa controlada pela japonesa Toyo Engineering, e possui parcerias que somam mais de R$ 4 bilhões com a Petrobras. “Os contratos que a Toyo-Setal conquistou na Petrobras partiram de projetos e licitações da diretoria de serviços, ocupada entre 2003 e 2012 por Renato Duque, indicado ao cargo por José Dirceu”, escreveu.
Em 1999, coincidentemente, o repórter da Folha também citou em uma reportagem-denúncia os negócios de Mendonça Neto. À época, foi colocado em xeque a relação da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, então capitaneada pelo ex-deputado Marcos Mendonça (PSDB), com algumas empeiteiras. A suspeita era de formação de cartel (monopólio) para realizar as obras da Pasta. A empresa de Mendonça Neto, a PEM Engenharia, era sempre subcontratada para fazer as instalações hidráulicas e elétricas.
Augusto Mendonça, ao contrário de Duque, não recebeu da grande mídia um padrinho do nível de Dirceu, um cacique petista. Mas poderia ser associado Marcos Mendonça. O tucano foi deputado e atravessou como secretário de Cultura as gestões Mário Covas e Geraldo Alckmin em São Paulo. Hoje, Marco Mendonça preside a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.
Na reportagem de 1999, a Folha destacou que a “PEM tem como sócios dois primos do secretário Marcos Mendonça: Roberto Mendonça e Augusto Mendonça”. E informou que embora fosse questionável do ponto de vista moral, a PEM doou R$ 100 mil para a campanha de Covas. “Mas é tudo legal”.
Processo que corria na 7ª Vara de Execuções Fiscais de São Paulo denota que a Setal Engenharia, Construções e Perfurações S.A. faz parte do grupo PEM Setal, dos sócios Roberto e Augusto Mendonça, e era alvo de execução fiscal no valor de R$ 20 milhões, em 2011.
Nos autos da apresentação de embargos declaratórios, consta que “As dívidas existentes do referido grupo econômico com o Fisco chegou ao estratosférico valor de mais de R$ 168 milhões, com notável concentração desse montante sobre a empresa ora executada nestes autos [Setal Engenharia], que, sozinha, deve quase R$ 160 milhões.”
A Pem Setal trabalhou, ainda assim, com a Petrobras na construção de plataformas.
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