A porta-voz do PSDB, Eliane Cantanhêde, a Cassandra que abre a Caixa de Pandora contra o Governo Federal, vivia falando que haveria caos elétrico. Tudo porque o fornecimento de energia elétrica está em boa parte sob responsabilidade federal. Sempre preocupada em encontrar caos no governo federal, em nenhum momento se pronunciou a respeito da crise d’água que atormenta São Paulo.
Hoje a manchete da Folha destaca que 4 de cada 5 litros d’água secaram no sudeste. Secou para quem consome água, mas não de apagão, como torcia Cantanhêde. Lá pelas tantas da matéria há a informação de que em 2001 já havia chegado a 20,61% do reservatórios. Portanto, houve tempo e continuidade do PSDB no governo para sanar.
Como explicar se para mover turbinas se exige mais volume d’água que para beber. Sem contar que por muito menos houve apagão no áureos tempos em que o rei da mistificação estava de caso com Miriam Dutra…
Na terra da Multilaser e do Banco Itaú, choque de gestão e meritocracia são palavras brandidas como panos vermelhos pelos toureiros para atraírem a manada que os segue de maneira bovina as manipulações dos velhos grupos mafiomidiáticos.
O praga lançada por Eliane Cantanhêde virou bumerangue e hoje assola o epicentro do golpismo brasileiro, São Paulo.
Quatro de cada cinco litros no Sudeste secaram
Queda em reservatórios põe sistema em risco; usinas geram 1/3 da produção normal
MACHADO DA COSTADE SÃO PAULO
Os níveis dos reservatórios de usinas hidrelétricas da região Sudeste estão no menor patamar desde 2000, quando iniciou-se a série histórica do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Com o baixo volume, usinas estão gerando menos e colocando o abastecimento de energia em risco.
Os reservatórios são considerados a bateria do sistema elétrico. Quanto menos água armazenada, menor a geração hidrelétrica.
O volume útil médio dos reservatórios está em 18,85%. Ao final de setembro de 2001, o volume de água armazenada estava em 20,61% do total, o menor até então.
O problema também ocorre no Nordeste, embora seja menos grave que em 2001. O nível médio dos reservatórios dessa região está em 15,88%, ante 7,84%, medidos em novembro de 2001.
Três usinas estão em situação mais grave: Três Irmãos (rio Tietê) e Ilha Solteira (rio Paraná), em São Paulo, e Três Marias (rio São Francisco), em Minas Gerais.
Na usina mineira, o reservatório está em 2,94%. Já nas paulistas não há mais nenhum volume útil nos reservatórios. As usinas estão operando a fio d’água –quando a geração é feita de acordo com a vazão do rio.
Isso levou essas usinas a gerar apenas um terço do volume normal de energia nas últimas semanas e a acumular prejuízos por produzir menos do que venderam por meio de contratos.
Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, afirma que este é o momento mais crítico do sistema no ano e que o governo deveria lançar um programa de economia do consumo.
"Já que o governo já foi salvo pelo gongo das eleições, ele deveria ser razoável e lançar um programa de economia de energia. A situação atual é muito semelhante à vista em 2001", diz.
Naquele ano, sob o comando do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o governo federal lançou um plano de racionamento, com multa para quem excedesse o limite de consumo.
"Tudo depende do início de novembro", diz Nivalde de Castro, pesquisador da UFRJ.
"Se não chover, será muito difícil manter a segurança do sistema elétrico sem a redução do consumo."
Sabesp não tinha dinheiro para investir, mas doou meio milhão para FHC
1 de novembro de 2014 | 15:02 Autor: Miguel do Rosário
Não é justo culpar São Pedro.
Todo mundo sabe, ou deveria saber, o que aconteceu com a Sabesp nos últimos tempos.
A estatal que cuida da água no estado mais rico foi saqueada pelos tucanos desde que entraram no governo. Era usada para comprar a mídia, por exemplo. A empresa anunciava em canais de TV do Brasil inteiro, embora apenas oferecesse serviços em São Paulo.
Era usada para fazer doações para amigos, como ocorreu em 2006, quando doou meio milhão de reais para o Instituto Fernando Henrique Cardoso.
Era usada para distribuição de dividendos aos acionistas, muitos deles em Nova York.
Só não era usada para uma coisa: fazer os investimentos necessários em infra-estrutura hídrica, sobretudo interligando o sistema de distribuição de água do estado de São Paulo.
Os tucanos passaram tantos anos falando em “choque de gestão” e “competência”, e agora o Brasil inteiro irá sofrer as consequências de um choque sim, mas de incompetência absoluta, porque a interrupção em indústrias e campos agrícolas no estado, por falta de água, refletir-se-á na economia nacional como um todo.
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Ótima lembrança do Conversa Afiada.
De 2007, na Fel-lha:
DOAÇÃO
SABESP DEU R$ 500 MIL PARA PROJETO DE INSTITUTO DE FHC
DA REPORTAGEM LOCAL
O Instituto Fernando Henrique Cardoso, entidade não-governamental criada pelo ex-presidente da República, recebeu no ano passado doação de R$ 500 mil da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), administrada por indicados pelo PSDB.
A ONG do ex-presidente captou por meio da Lei Rouanet, de incentivo a cultura, cerca de R$ 2 milhões de doadores diversos, entre os quais a Sabesp, para um projeto de preservação do acervo de FHC -documentos, fotografias e objetos. Em nota, o instituto negou haver irregularidades na doação.
A Sabesp é uma empresa de economia mista cujo principal acionista é o governo do Estado de São Paulo. A doação feita pela empresa foi revelada por reportagem publicada ontem no site “Terra Magazine”. De acordo com o texto, os recursos serão abatidos do Imposto de Renda por meio da Lei Rouanet.
A nota divulgada ontem pelo instituto FHC explica que as doações, fruto de um projeto aprovado pelo Ministério da Cultura, se destinam à digitalização do arquivo do instituto, que poderá ser acessado pela internet.
“Além das atividades acima referidas [digitalização], ele [o projeto] prevê a realização de exposições, seminários e palestras dirigidos a um amplo público de estudantes e professores.”
A nota prossegue ressaltando a legalidade da doação da Sabesp. “O iFHC manteve-se no estrito cumprimento das determinações legais, seja em relação à Lei Rouanet, que permite a doação de empresas públicas, seja da Lei 4.344, que faculta a qualquer entidade ou pessoa física mantenedora de acervos documentais privados de presidentes da República “buscar apoio financeiro e técnico do poder público para projetos de fins educativos, científicos e culturais”.”
A Folha não conseguiu falar ontem com a Sabesp.
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