Para o presidente do PSDB mineiro, “Minas falhou com um grande estadista”. Perfeito, se o conceito de estadista seja aquele que governa um Estado a partir de um botequim do Leblon, e que, providencialmente, deixa o pai de Conselheiro da CEMIG e a irmã distribuindo as verbas para as próprias rádios e jornais. Quem contabiliza vacina em cavalos como gasto com saúde merece o troféu de estadista das estrebarias.
Estadista é aquele que distribui os membros da família até o terceiro grau nos mais variados ramos do Estado, para, a partir dali, maximizar os lucros das fazendas, alambiques, aeroportos da própria família. Aécio batizou esta forma de aparelhamento do Estado de meritocracia. Antigamente, quando se exigia honestidade de políticos, isso se chamava nepotismo. Mas para a Veja, Folha, Estadão, Globo, nepotismo é só quando disser respeito aos seus adversários.
O PSDB vê e vendeu Aécio como Centauro. Acontece que ninguém mais, além do PSDB, acredita em Centauro.
Tucanos culpam MG por revés de Aécio
PSDB mineiro esperava conseguir ampla vantagem no Estado e credita derrota nacional ao desempenho no próprio reduto
‘Obviamente erramos’, afirma presidente do partido em Minas, onde Dilma Rousseff ganhou em 71% das cidades
PAULO PEIXOTODE BELO HORIZONTE
A cúpula do PSDB mineiro credita a derrota de Aécio Neves na eleição presidencial ao mau desempenho no próprio quintal, Minas Gerais.
Para a tropa de choque do candidato no Estado, Minas "falhou" com Aécio e foi o "calcanhar de Aquiles" na votação do tucano, que foi governador de 2003 a 2010.
"Minas falhou com um grande estadista", afirmou Danilo de Castro, ex-secretário de Governo de Aécio.
Antes do início da campanha, os tucanos estimavam uma "votação histórica" para Aécio em MG –vantagem acima de 3 milhões de votos.
O senador, porém, perdeu para Dilma nos dois turnos –ficou 412 mil votos atrás da petista no primeiro e 548 mil votos atrás na etapa final.
"Nem na pior projeção pensamos nesse resultado, após o Aécio sair do governo com 92% de aprovação [segundo Vox Populi de março de 2010]", disse Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG. "Obviamente erramos e temos que descobrir o erro, mas não é hora", completou.
Aécio perdeu para Dilma em 8 das 12 mesorregiões de Minas e em 608 dos 853 municípios (71% do total).
Ganhou na Grande BH, centro, oeste e sul/sudoeste, região de influência de São Paulo, onde teve 57% dos votos, seu melhor desempenho.
Dilma teve mais votos no no Norte mineiro, área mais pobre –71% das preferências.
Em relação ao Bolsa Família, a cobertura média nas regiões em que Aécio venceu é de 14%, ante 27% naquelas em que o PT predominou –a média estadual é de 20%.
O critério socioeconômico, porém, não explica tudo. Dilma ganhou, por exemplo, no Triângulo Mineiro, região de forte presença do agronegócio e com maior PIB per capita do Estado: R$ 30.112.
DERROTA DUPLA
O revés mineiro de Aécio foi duplo: os tucanos também perderam o poder estadual após 12 anos, com a derrota de Pimenta da Veiga para o ex-ministro de Dilma Fernando Pimentel (PT).
Para o sociólogo Rudá Ricci, pesou no resultado o desarranjo do PSDB, que apostou em Pimenta numa opção pessoal de Aécio. O tucano estava afastado da política havia dez anos e não foi unanimidade entre aliados.
Enquanto isso, o PT mineiro pacificou as correntes internas pela primeira vez em anos em torno de Pimentel.
Ricci também cita o fato de Pimentel ser o "candidato mais tucano dos petistas", que projetava uma transição tranquila aos olhos de líderes municipais. Em 2008, Aécio e Pimentel se aliaram na eleição em Belo Horizonte.
O cientista político Malcon Camargos, da PUC-MG, avalia que o PT mineiro aproveitou melhor o desejo difuso de mudança existente no país.
Para ele, o governo Dilma, também bem avaliado em Minas, enfrentou a mesma questão. "Mas se saiu melhor diante dessa dificuldade."
Camargos disse ainda acreditar que o simbolismo da vitória de Dilma em Minas no primeiro turno a tenha fortalecido para a segunda etapa no Estado –algo que também foi reforçado pelo marketing petista e o slogan anti-Aécio de "quem conhece não vota".
Para o presidente do PT-MG, Odair Cunha, as vitórias de Dilma e Pimentel em Minas se devem ao fato de a campanha do governador eleito ter abordado bem o legado tucano no Estado.
"Os resultados que entregaram é acanhado para o que sempre propagandearam. A campanha soube mostrar isso, e a Dilma se beneficiou."
Colaborou MARCELO SOARES, de São Paulo
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