Para Marina Silva, passar fome na infância é álibi para receber mensalão do Itaú. Haja fome pra tanto milhão. Haja choro para tapar tanta empulhação. O raciocínio da Marina tem uma lógica surpreende. É como se ela justificasse o sorriso sob o caixão de Eduardo Campos: chorei muito na minha infância.
O que precisamos saber é porque o sofrimento na infância vira vingança quando surge a primeira oportunidade? Imagine se todo ser humano que passa necessidades na infância, ao invés de exatamente compreender este tipo de necessidade, na primeira oportunidade que aparece vira ventríloquo de banqueiro.
Lula não precisou virar capacho de banqueiro para ter reconhecido, até pela ONU, seu programa Fome Zero. Lula e Dilma não choram, fazem!
Marina parece mais aqueles personagens trash que ressuscitam em procura de vingança. A trajetória de alpinista política, sempre cavalgando quem pode leva-la ao patamar seguinte, sem se importar com o lombo de quem a carrega faz lembrar a fábula da Rã e do Escorpião. Passar fome só aumentou a sua natureza vingativa, de ódio a quem lhe dá a mão.
No caso de Marina, pelo seu desprezo por nossa inteligência, a comparação é com piada do Joãozinho:
Joãozinho – Professora, porque aquele cãozinho está montado no da frente?
Professora – Joãozinho, o cão de trás está com a patinha machucada por isso o da frente está dando carona.
Joãozinho – É sempre assim, professora, a gente vai ajudar e aí botam no c. da gente!
Como acreditar em quem sorri em velório e chora para holofotes de televisão!?
ELEIÇÕES 2014
Marina reage a Dilma com apelo emocional na televisão
PSB recorreu ao passado humilde da presidenciável para estancar desgastes
Campanha atribui o aumento das dificuldades da ex-senadora a boatos como o fim do Bolsa Família
NATUZA NERYDE BRASÍLIA
No programa de TV em que mais confrontou a rival Dilma Rousseff até agora, a candidata Marina Silva (PSB) se valeu de um tom emotivo para rebater acusações de que, se eleita, acabará com programas sociais do atual governo.
Na peça, antecipada pela Folha e que foi ao ar na noite de terça-feira (16), Marina afirma, com a voz embargada, que uma pessoa que, como ela, já passou fome na vida jamais acabará com o Bolsa Família.
O programa na TV é todo construído com base num discurso da candidata em Fortaleza, em 12 de setembro. No ato, em cima de um pequeno palanque, a presidenciável faz uma inflexão no tom normalmente ameno usado por ela.
Com dedo indicador em riste, dirige-se à presidente da República como se ela ali estivesse: "Dilma, você fique ciente. Não vou lhe combater com suas armas; vou lhe combater com a nossa verdade".
Ela, então, recorda-se do dia em que seus pais não tinham comida suficiente para alimentar toda a família.
"Tudo o que minha mãe tinha para oito filhos era um ovo e um pouco de farinha e sal com umas palhinhas de cebola picadas. Eu me lembro de ter olhado para o meu pai e minha mãe e perguntado: Vocês não vão comer?’ E minha mãe respondeu: Nós não estamos com fome’."
Marina interrompe a fala por alguns segundos. E segue: "Uma criança acreditou naquilo. Mas depois entendi que eles há mais de um dia não comiam".
Avaliações e pesquisas internas atribuem o recuo da candidata em setores do eleitorado mais pobre a rumores como o de que, se eleita, acabaria com o Bolsa Família.
Para evitar mais desgaste, a coordenação da campanha decidiu recorrer ao passado humilde da presidenciável como estratégia para tentar garantir que Marina não pretende dar fim a programas sociais.
VITIMIZAÇÃO
Petistas acusam Marina de se vitimizar para tentar sensibilizar o eleitor e desviar o debate sobre seu programa de governo, alvo de críticas de diferentes setores.
Em declaração recente, a própria candidata à reeleição explorou o assunto. Disse que "ser presidente é aguentar críticas e pressão todos os dias". Dilma, que tem fama de tratar com rispidez seus subordinados, afirmou ainda que quem se sente "coitadinha" não está à altura do cargo.
A artilharia contra Marina cresceu no momento em que a rival passou a ameaçar o favoritismo da presidente. Em pesquisas recentes, como a do Ibope divulgada na terça-feira (16), ambas aparecem tecnicamente empatadas no segundo turno.
Nos programas de TV de Dilma, Marina já foi associada aos ex-presidentes Fernando Collor e a Jânio Quadros como exemplo de candidatos que fracassaram.
O tom emotivo nos programas de TV de Marina deve se repetir. Para a equipe da candidata, os depoimentos que remontam ao seu passado são autênticos e fogem do script tradicionalmente preparados por redatores publicitários.
Ao mesmo tempo, a assemelham ao ex-presidente Lula, que sempre conseguiu, em suas campanhas, estabelecer uma identidade com o eleitor de baixa renda.
O PSB tem, no primeiro turno, apenas dois minutos na TV, contra cerca de 12 minutos de Dilma.
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