Ficha Corrida

16/09/2014

Para Geddel, ser a$$oCIAdo ao Aécio gera degradação

Filed under: Aécio Neves,AécioPorto,Geddel Vieira de Lima — Gilmar Crestani @ 9:26 am
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Tirando o Estado de Minas, aquele pastiche dos Diários A$$oCIAdos que respondeu com “Minas a reboque, não” ao artigo “Pó pará, governador!”, ninguém quer mais quer ter a imagem ligada ao Aécio Neves. Nem Geddel Vieira Lima, nem José Serra, nem Geraldo Alckmin, nem FHC. Ontem, no lançamento dos artistas que apoiam Geraldo Alckmin, o PSDB esqueceu de colocar no convite o nome do presidenciável do próprio partido. Esquecimento uma ova, vergonha, sim!

Geddel com medo de ser derrubado por Aécio

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15 de setembro de 2014

por Paulo Moreira Leite

Alegando "propaganda negativa"e "degradação", campanha de Geddel de Lima tentou impedir imagens que mostram apoio de candidato tucano


A queda de Aécio Neves para terceiro lugar tem gerado cenas constrangedoras em vário lugares mas a campanha de seus aliados na Bahia superou as demais.
Temeroso de ser contaminado pelo desprestígio do candidato presidencial do PSDB, o candidato Geddel Vieira de Lima, adversário histórico do PT, de Lula, de Dilma e do governador Jaques Wagner, foi até a Justiça eleitoral para tentar impedir a campanha adversária de lembrar a platéia do horário político da mais pura verdade: que ele é o candidato de Aécio na Bahia.
Sem meias palavras, os advogados de Geddel alegaram que associação entre Geddel e Aécio é uma “degradação” e também podia ser considerado “difamação de imagem.” Também é “propaganda negativa.”
Para entender melhor a situação, é preciso reconhecer que Geddel deu o azar de sua propaganda aparecer no vídeo antes que a propaganda de Otto Alencar, o candidato apoiado por Lula. Aproveitando a oportunidade, a campanha de Otto Alencar colocou uma narradora para dizer: “Acabou o programa do candidato a senador de Aécio. Agora vai começar o programa do senador de Lula.”
Foram essas imagens e cenas que a campanha de Geddel tentou tirar do ar — sem sucesso, naturalmente. A reação é uma demonstração da formidável popularidade de Lula no país inteiro, mas especialmente na região que mais se desenvolveu nos últimos anos.
O receio de ser empurrado para baixo por Aécio é parte do pesadelo que o PSDB enfrenta em 2014. Até o momento, o desempenho presidencial de Aécio é o pior na história do partido desde 1989, quando Mário Covas ficou em quarto lugar e o partido sequer participou do segundo turno. De lá para cá, os tucanos sempre disputaram as duas primeiras posições. Ganharam duas, perderam três e, salvo uma improvável reviravolta nas próximas semanas, irão para uma quarta derrota consecutiva. Neste momento, Aécio encontra-se em terceiro lugar até em Minas.

A ação contra Aécio, na Justiça, é um alerta para o destino da legenda. É triste, porque é sempre feio tentar ganhar votos no tapetão.
Criado em 1987, o partido nasceu com um discurso social democrata, que fazia algum sentido para competir com um PT que estava sem rumos claros naquele momento histórico em que as grandes catedrais dos partidos de esquerda se dissolviam.
Mas essa perspectiva com elementos historicamente progressistas logo seria trocada pelo “choque de capitalismo,” enfiado goela abaixo de Mário Covas em 1989 e reelaborado, com retoques variados, nas campanhas seguintes. Graças a uma aliança com Itamar, que lhe deu o comando da política econômica, o PSDB conseguiu eleger Fernando Henrique em 1994 e em 1998. Mas não soube deixar uma herança que lhe permitisse manter uma base junto aos brasileiros pobres, muito menos junto aos trabalhadores e aos setores que integram a grande massa de eleitores. A derrota da inflação pelo Plano Real, celebrada anualmente em clima de festa cívica, não deixou raízes nem lembranças junto a maioria — o que explica a necessidade de manter Fernando Henrique Cardoso fora do palco, depois da solene promessa de Aécio de fazer o contrário.

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Paulo Moreira Leite

Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília. É também autor do livro "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA, IstoÉ e Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

Geddel com medo de ser derrubado por Aécio | Paulo Moreira Leite

1 Comentário »

  1. […] Como diria o José Simão, este é o partido da piada pronta… Na Bahia, o candidato a Senador pela coligação do Aécio, Geddel Vieira Lima, entrou com recurso no TRE baiano alegando que associa-lo ao Aécio é degradante… […]

    Pingback por Retrato da desolação | Ficha Corrida — 16/09/2014 @ 9:27 am | Responder


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