Ficha Corrida

14/09/2014

Se o próprio PSDB pensa assim de si mesmo, quem sou eu para discordar

Filed under: Aécio Neves,FHC,José Arthur Gianotti,José Serra,PSDB — Gilmar Crestani @ 9:59 pm
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O que me assustou não é fim do PSDB. E não que eu quisesse o fim do PSDB. Aliás, na origem a proposta era promissora para a democracia brasileira. O que assusta é a afirmação de que José Serra está à esquerda de Geraldo Alckmin. Isso, sim, é assustador. Diante da possibilidade que o PSDB sobreviva com este tipo de perspectiva, melhor recomeçar, fazendo como a ARENA. Talvez aí esteja a explicação de porque a ala paulista esteja flertando com Marina, entregando Aécio aos seus aeroportos.

A luta fraticida no PSDB foi figadal da parte de José Serra. Destruiu o político Aécio Neves quando fez publicar no Estadão aquele famoso artigo de Mauro Chaves: Pó pará, governador! Não é que não haja dissidência em outros partidos. O próprio PSOL é fruto da dissidência do PT. Para o bem e para o mal, o PSOL pretendia retornar e retomar o que o PT foi nas origens. Pena que não se deram conta que o PT, no início, jamais se coligou com a direita para atacar a esquerda. Por exemplo, o PT jamais havia se coligado ao PDS contra o PDT. O contrário é verdadeiro, e eu mesmo votei em Alceu Collares para não eleger Nelson Marquezam.

O meu ilustre ex-professor, José Hildebrando Dacanal, um dos fundadores do PSDB, se desencantou com duas figuras muito próximas e se desfiliou. Não só se desfiliou como mandou publicar a desfiliação em jornal e mandou por carta. Levou punhalada nas costas do dono da falida Livraria Mercado Aberto, Clovis Jacoby, e foi traído pelo guinada neoliberal da Yeda Crusius, a quem assessorava extraoficialmente.  Muitos amigos meus já foram do PSDB. Aqueles que estiveram no início, hoje a maioria saiu. Lamentável que um partido com “S” na sigla tenha se convertido o que é hoje, um clube de luta fraticida. Não é bom para a democracia partidos fracos. E o PSDB sabe disso, razão pela qual estão se bandeando para o lado de Marina Silva da mesma foram que FHC quis fazer em relação a Collor, mas Mário Covas não permitiu.

O problema do PSDB é o mesmo do PDT, o caciquismo. O partido gravita em torno de nomes, Brizola e FHC. Ambos não conseguiram criar novas figuras, como fez Lula com muitos petistas. FHC não abre mão de sua voluptuosa vaidade. Por trás deste pavonismo está o carinho que sempre recebeu dos velhos grupos de mídia. Os holofotes cegaram a mariposa. O ocaso de seu partido é seu ocaso.

O tucano Gianotti e o fim do PSDB

dom, 14/09/2014 – 11:33 – Atualizado em 14/09/2014 – 18:24 – Luis Nassif

Filósofo respeitado, tucano de quatro costados, José Arthur Gianotti deu entrevista relevadora para o Estadão de hoje (http://tinyurl.com/ng9549o) em que praticamente sela o fim do PSDB.

O jornal o apresenta como “tucanoide” (simpatizante) e muito próxima a Fernando Henrique Cardoso. É muito mais que isso.

Na verdade, sua amizade maior é com José Serra. É o que explica o fato de considerar Serra “muito à esquerda” de Geraldo Alckmin e prever que ele será um dos síndicos da falência do partido. Com um pouco de distanciamento, Gianotti aceitaria que a pá de cal no PSDB foi a campanha vergonhosa de 2010, que deixou o partido com a cara abjeta de Serra.

Em relação aos demais pontos, seu diagnóstico é preciso.

Aliás, o quadro que desenha é a chamada crônica de uma morte anunciada. Desde 2008 venho apontando esse quadro de deterioração intelectual do PSDB.

Apenas por amizade, Gianotti não menciona os responsáveis. É evidente que a responsabilidade maior recai sobre a pessoa a quem o partido confiou a liderança intelectual e política: Fernando Henrique Cardoso.

Serra não existiria sem FHC. A campanha abjeta de 2010 – que liquidou com os resquícios de legitimação do partido – não existiria sem FHC. Comandado por Serra, o estilo esgoto do jornalismo tucano foi diretamente estimulado por FHC. Assim como a debandada de intelectuais tucanos, que poderiam ter contribuído para algum arejamento do partido, mas que, a partir de um determinado momento, não tiveram estômago para permanecer na trincheira, depois que o partido deixou-se conduzir pela ultradireita escatológica.

A partir de então, o PSDB abandonou qualquer veleidade intelectual. Sua cara ficou sendo a da agressividade mais vazia, de políticos menores atuando apenas em representações moralistoides, e do jornalismo de esgoto comandado por Serra.

Aqui, os principais pontos da entrevista de Gianotti:

Sobre o espaço da socialdemocracia

Quando o PT veio para o centro, roubou o discurso da socialdemocracia do PSDB. Tornou-se o grande interlocutor com as forças capitalistas e populares, que era projeto da socialdemocracia.

Sobre o espaço da oposição

O PSDB não conseguiu se viabilizar como oposição organizada. Quando não se tem a oposição organizada, em geral quem ocupa esse espaço é uma dissidência da própria base aliada, como ocorreu com Eduardo Campos e Marina Silva, ex-Ministros do governo Lula.

Porque o PSDB falhou

Porque não teve discurso. Restará um partido estilhaçado, mas com alguns governadores e senadores fortes. Aécio ficou com imagem meio ambígua. Agora ele precisa sair correndo para Minas Gerais para salvar a candidatura que apoia. Não conseguiu firmar uma liderança realmente decisiva,

O comando do PSDB

Aécio voltará a ser o que sempre foi: uma liderança do PSDB, mas não mais a ponta da pirâmide. Ideologicamente, o partido terá duas pontas: o Alckmin bem mais à direita e Serra bem mais à esquerda.

Sobre Marina, Collor e Jânio

Marina lembra Jânio e Collor na medida em que vem alguém religiosamente para salvar a pátira e depois tem uma enorme complicaçãoo na montagem de governo. A Marina não é um Collor, mas no sistema ela estava isolada. Não soube organizar o pafrtyido dela, a Rede, foi obrigada a se aliar a Eduardo Campos. Quando o avião cai, ela se acha predestinada a salvar a pátira e começa com esse discurso. A partir do desastre, ela lembra Jânio e Collor ao dizer que veio para salvar a pátria.

Sobre o antipetismo e o PSDB

O antipetisnmo está bem instalado na política brasileira. É hoje uma tremenda força.. Aécio vai compreender que para fazer o antipetismo é preciso que ele apoie Marina.

Sobre a bancada evangélica

Quando há uma crise do Estado, os conflitos religiosos aparecem. Quando não há uma estrutura de poder central organizando a sociedade, Deus aparece como o centralizador. O avanço evangélico é um sintoma da crise do Estado.

As manifestações de junho

Não formam líderes porque movimento popular desse tipo é como fogo fátuo. Ele surge e desaparece. Essas redes sociais são extremamente importantes mas não criam líderes. As lideranças políticas são, na verdade, formadas pelo processo partidário.

A crise do Estado

Temos uma série crise de Estado. Uma crise de Estado acontece quando você decide em cima e a decisão não chega embaixo. E o Estado, desta forma, não funciona. Já yemos uma crise de decisão. Ela continua se Dilma ou Marina vencerem. Não há esse risco com Aécio, porque ele não vai ganhar.

O tucano Gianotti e o fim do PSDB | GGN

1 Comentário »

  1. Mas que vergonha mesmo os machões perderam as eleições para a Dilma através do voto e agora querem ganhar no tapetão,ainda não digeriram a derrota, deveriam se qualificar para competir, vivem pra lá e pra cá com um boneco inflável debaixo do braço que fraqueza desses fulanos..

    Comentário por ONIRIO MACHADO CORRE — 17/09/2015 @ 9:51 pm | Responder


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