USP perde o posto de melhor universidade da América Latina
Instituição foi ultrapassada pela PUC do Chile em nova edição de ranking do ensino superior da região
É a segunda queda seguida em listagens internacionais; procurada pela Folha, USP não se manifestou
SABINE RIGHETTIDE SÃO PAULO
Em meio a uma crise financeira e no mesmo dia em que funcionários e professores entraram em greve por aumento salarial, a USP perdeu o posto de melhor universidade da América Latina.
A listagem, da consultoria britânica QS, foi publicada ontem (27/5). A primeira posição ficou com a Pontifícia Universidade Católica do Chile, que é privada.
Essa é a primeira vez que a USP não lidera as instituições de ensino superior da região latino-americana na listagem universitária do QS, feita na região desde 2011.
De acordo com Simona Bizzozero, uma das diretoras do QS, o resultado não significa que a USP tenha se deteriorado. "A pontuação dela é quase igual à do ano anterior", disse a especialista à Folha.
O que aconteceu foi que a instituição chilena melhorou significativamente de um ano para o outro.
Procurada pela Folha, a USP não comentou o resultado do ranking até a conclusão desta edição.
A notícia é ruim para a USP, mas não significa que o ensino superior no país está pior de maneira generalizada.
Neste ano, o Brasil tem seis universidades entre as dez melhores da América Latina –o dobro da avaliação anterior feita pelo QS.
A Unicamp e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) permanecem no topo da lista, junto com a Unesp e as federais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, estreantes entre as melhores colocadas.
Mas, das 50 instituições do país listadas, 30 perderam posições em relação a 2013 –especialmente as que estavam nas últimas colocações.
NOVA QUEDA
No ano passado, a USP já havia perdido pelo menos 68 casas no ranking universitário internacional THE (Times Higher Education), concorrente do grupo QS na elaboração desse tipo de avaliação.
A universidade –única do Brasil que figurava entre as 200 melhores do mundo na listagem– passou de 158º lugar em 2012 para o grupo de 226º a 250º lugar –a posição exata não é informada.
Nesse caso, o motivo apontado para a queda foi a falta de inglês na sala de aula. Países como Holanda, Alemanha e França, por exemplo, oferecem aulas em inglês e têm universidades entre as cem melhores do mundo.
Aos 80 anos, a USP vive uma crise financeira. Gasta 103% do orçamento com a folha de pagamento e, em março, teve as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado por irregularidades ligadas a salários.
Colaborou PEDRO IVO TOMÉ
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