Obama destoa do Brasil e exige soltura imediata de opositores
NATUZA NERYDE BRASÍLIA DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou ontem de "inaceitável" a violência dos últimos dias na Venezuela e cobrou do governo de Nicolás Maduro que liberte os detidos.
"Pedimos o devido processo legal e a libertação imediata dos que foram presos enquanto expressavam pacificamente seu direito à liberdade de expressão", afirmou.
"Na Venezuela, em vez de tentar desviar a atenção de suas próprias carências, expulsando com falsas acusações diplomatas americanos, o governo deveria se concentrar em atender às reivindicações legítimas do povo venezuelano", disse Obama.
O presidente ganhou o coro inusitado da cantora Madonna, que publicou uma foto de Maduro na rede Instagram com a seguinte mensagem: "Aparentemente, não está familiarizado com a expressão direitos humanos’".
O tom duro de Obama contrasta com a tímida reação do Brasil à crise na Venezuela, criticada por entidades como a Human Rights Watch. A presidente Dilma Rousseff não se pronunciou publicamente até agora sobre o tema.
A diplomacia brasileira vem sendo questionada por ter dado aval a um comunicado do Mercosul que chamou de "ações criminosas" as manifestações da oposição venezuelana. Brasília, porém, preferia um comunicado mais ameno por parte do bloco. Nos bastidores, a ordem é manter distância da crise no país vizinho.
Segundo a Folha apurou com integrantes do Palácio do Planalto, havia uma defesa de que o bloco emitisse, sim, um documento conjunto, mas a versão sugerida pelo Brasil sinalizava um tom mais equilibrado. Analistas críticos à política externa de Dilma Rousseff viram no texto uma velada manifestação de solidariedade a Maduro.
Um sinal do incômodo gerado pelo episódio: a nota do Mercosul não foi publicada no site do Ministério das Relações Exteriores.
Além da proximidade política, há alegadas motivações econômicas para evitar atritos com Caracas. Se a Venezuela deixar de honrar compromissos com empresas brasileiras, o setor privado poderia levar um calote bilionário, conforme conta extraoficial do governo brasileiro.
Esse risco foi sentido no fim de 2013, quando Dilma enviou emissários a Caracas com o intuito de cobrar atrasos nos pagamentos de exportações.
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