Para não esquecer. A seguir os printscreen que registram o embate, melhor dizendo, do jogo sujo entre José Serra e Aécio Neves. Primeiro o exemplo do Estadão, a seguir a resposta d’O Estado de Minas, pelo ex-funcionário Ricardo Noblat.
Como o Estadão fez sumir sua chantagem contra Aécio
Posted by eduguim on 20/05/13 • Categorized as denúncia
Em fevereiro de 2010, uma guerra fratricida foi desencadeada no PSDB. O segundo mandato de Lula chegava ao fim e ele não podia ser candidato à própria sucessão. Os tucanos e a mídia sua aliada estavam céticos quanto às possibilidades do “poste” que achavam que Dilma era e, assim, acreditavam que, fosse quem fosse o candidato deles, seria eleito.
Dois pré-candidatos disputavam a indicação do PSDB para a “barbada” eleitoral que a direita brasileira acreditava que se avizinhava – derrotar uma mulher sem o carisma de Lula e que jamais disputara uma eleição na vida. José Serra e Aécio Neves, então, digladiavam-se pela primazia de enfrentar Dilma.
A imprensa atucanada de São Paulo e do Rio de Janeiro (leia-se Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo) estava muito irritada com Aécio. Apesar de esses veículos e o PSDB acreditarem que Dilma, então praticamente estagnada nas pesquisas, seria mera sparring de dois políticos profissionais como Aécio e Serra, preferia o segundo.
No caso da imprensa paulista, até por Serra ser paulista também – sem falar na maior identificação ideológica com ele –, essa “imprensa” fustigou o PSDB por meses até que Aécio fosse preterido.
Serra estava melhor nas pesquisas e esses veículos, que há mais de uma década demonstram que não entendem a política brasileira, não acreditavam que alguém pudesse começar uma campanha eleitoral com percentuais de intenção de voto tão baixos quanto Dilma e o próprio Aécio tinham e chegar a vencer a eleição.
Nesse jogo, o jornal O Estado de São Paulo fez o movimento mais ousado: chantageou Aécio com um texto literalmente criminoso, escrito por seu ex-editorialista e ex-colunista Mauro Chaves, que faleceria um ano depois.
No auge dessa disputa entre Serra e Aécio, o Estadão publicou artigo de Chaves contendo uma chantagem contra o então governador de Minas Gerais, conhecido por sua vida de “playboy” e sobre quem circulam, há anos, boatos sobre ser usuário de cocaína.
O título do artigo que Chaves escreveu e que foi publicado pelo Estadão em 28 de fevereiro de 2010 já dispensaria o resto do texto: “Pó pará, governador”. Confira, abaixo, a íntegra do artigo.
Chaves era um homem bastante erudito. Seu texto era escorreito. Por que usar um título como esse? Por que não “Pode parar, governador”? Ora, porque estava mandado um recado de que os boatos sobre Aécio ser usuário de “pó” (cocaína) viriam à tona caso insistisse em criar dificuldades à candidatura Serra.
O artigo causou grande alvoroço e, pouco depois, Serra foi sagrado candidato para a “barbada” que a mídia ligada ao PSDB e o próprio partido acreditavam que seria a disputa contra o “poste de Lula”.
Faltara, entretanto, combinar com os “russos”, ou seja, com o povo.
Voltemos ao presente. Escrevendo um post sobre os ataques de Aécio ao PT durante a convenção do PSDB do último sábado, na qual o hoje senador por Minas Gerais foi eleito presidente do partido, abordei o artigo chantagista em questão.
Pretendia colocar o link para ele no texto. Fazendo a busca no portal do Estadão para localizá-lo, encontro esse link. Contudo, quando tento acessá-lo não consigo – conduz a uma página em branco.
Veja o link:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090228/not_imp331197,0.php
Cito no post, então, o fenômeno. Digo que, “estranhamente”, o link do Estadão para sua matéria conduz a lugar nenhum.
Eis que o leitor Reinaldo Luciano, intrigado como eu, usa seus conhecimentos e mostra que ninguém consegue esconder nada na internet.
O excelente trabalho de Reinaldo desvendou o mistério. Leia, abaixo, o comentário que ele colocou no post anterior, onde explica como o Estadão conseguiu fazer sumir a chantagem que fez Aécio desistir de ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 em favor de Serra.
—–
Reinaldo Luciano
twitter.com/rei_lux
Comentário enviado em 20/05/2013 as 11:16
A respeito da matéria que não abre no Estadão, verifiquei a página e realmente não abria.
Usei o http://archive.org/web/web.php e localizei a dita página, que foi armazenada em cache 28 vezes desde que foi publicada.
Este é o link original, onde a matéria não abre:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090228/not_imp331197,0.php
E este é o link recuperado:
Ao analisar o cache, notei que, em 26/08/2010, a matéria teve uma linha alterada ou acrescentada, como pode ser vista aqui:
O fato é que, após essa mudança (quando Serra já era candidato e Aécio não representava mais problema), a página sumiu…
Fiz um print screen da página e postei no twitter
https://twitter.com/rei_lux/status/336390621067632640/photo/1
E, para ser ainda mais chato com o Estadão, fiz um videozinho de minhas andanças pelo cache. Veja, abaixo.
O Estado de Minas
Minas a reboque, não! (Editorial)
Indignação. É com esse sentimento que os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves.
Pior. Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra, competente e líder das pesquisas de intenção de votos até então.
Atarantados com o crescimento da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, percebem agora os comandantes do PSDB, maior partido de oposição, pelo menos dois erros que a experiência dos mineiros pretendeu evitar.
Deveriam ter mantido acesa, embora educada e democrática, a disputa interna, como proposto por Aécio. Já que essa estratégia foi rejeitada, que pelo menos colocassem na rua a candidatura de Serra e dessem a ela capacidade de aglutinar outras forças políticas, como fez o Palácio do Planalto com a sua escolhida, muito antes de o PT confirmar a opção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na política, a hesitação cobra caro, mais ainda numa disputa que promete ser das mais difíceis. Não há como negar que a postura vacilante do próprio candidato, até hoje não lançado, de atrair aliados tem adubado a ascensão da pouco conhecida candidata oficial.
O que é inaceitável é que o comando tucano e outras lideranças da oposição queiram pagar esse preço com o sacrifício da trajetória de Aécio Neves.
Assim como não será justo tributar-lhe culpa em caso de derrota de uma chapa em que terá sido apenas vice, também incomoda os mineiros uma pergunta à arrogância: se o mais bem avaliado entre os governadores da última safra de gestores públicos é capaz de vitaminar uma chapa insossa e em queda livre, por que Aécio não é o candidato a presidente?
Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância, que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador "político de alta linhagem de Minas" vai rejeitar papel subalterno que lhe oferecem.
Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 16 anos, Minas desta vez precisa dizer não. (3/2/2010)
(Comentário meu: Como o Estado de Minas é incapaz de publicar qualquer coisa que contrarie Aécio Neves, dê-se como certo que o editorial acima expressa fielmente o pensamento dele.)
[…] pará, governador”, a pedido de Serra, que o Estado de Minas, a pedido de Aécio, respondeu com Minas a cabresto não. Vira e mexe, as digitais de ambos aparecem em notinhas no Estadão, no Globo, na Folha. Para não […]
Pingback por Nesta briga de bugio entre Aécio (Amaury Ribeiro) e Serra, Folha inclui Dilma | Ficha Corrida — 07/11/2013 @ 8:37 am |
[…] See on fichacorrida.wordpress.com […]
Pingback por Métodos mafiomidiáticos | EVS NOTÍCIAS. — 30/10/2013 @ 7:31 pm |
Republicou isso em O LADO ESCURO DA LUA.
Comentário por anisioluiz2008 — 30/10/2013 @ 8:07 am |