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Presidente de TJ renuncia, mas aposentadoria é sustada
DE CURITIBA
O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, 67, renunciou ao cargo ontem e pediu para se aposentar, mas a sua aposentadoria foi suspensa no mesmo dia pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Segundo a assessoria de Camargo, o pedido de aposentadoria foi feito por "motivos de saúde": há duas semanas ele teve um infarto e foi submetido a uma angioplastia. Ele voltou ao cargo quatro dias atrás.
Camargo está sendo investigado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sob suspeita de tráfico de influência e venda de sentenças. Os processos correm em sigilo.
O plenário do CNJ deve definir no próximo mês se abre um processo administrativo disciplinar contra Camargo em razão das denúncias.
Na avaliação do Ministério Público Federal, que pediu a suspensão, Camargo tentava fugir de uma eventual punição do CNJ ao antecipar a aposentadoria. O corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, disse que os argumentos são "razoáveis".
O desembargador nega todas as acusações, diz que elas não têm embasamento e as atribui a "quadrilheiros" que querem destruir sua reputação. O Ministério Público do Paraná já arquivou as mesmas denúncias contra ele.
No mês passado, Camargo entrou com um processo contra o jornal "Gazeta do Povo", que veiculou reportagens sobre as investigações. Seu pedido conseguiu censurar o veículo, que teve que tirar do ar todas as notícias a respeito e foi impedido de publicar novas matérias sobre o caso.
Após a repercussão, ele desistiu do processo. O desembargador iria se aposentar com proventos de R$ 26 mil mensais. O plenário do TJ-PR aprovou o pedido –Camargo é funcionário do tribunal há 37 anos.
(ESTELITA HASS CARAZZAI)
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